Arquivo diário: 12/06/2010

Reconstrução do Spurs – A ala

Hoje é dia da penúltima postagem da série “Reconstrução do Spurs” – especial que aponta possíveis movimentações para a equipe texana nesta offseason. Há duas semanas, escrevi sobre a situação dos principais jogadores do plantel do time, e no último sábado mostrei o que poderia ser feito para reforçar as posições 1 e 2 do elenco do Spurs. Hoje, falo sobre a posição que foi, ao meu ver, o principal problema da equipe na última temporada – a ala.

Richard Jefferson – o único especialista da posição no elenco texano – foi trazido a peso de ouro para dar mais força, principalmente, ao ataque do time. Porém, como bem analisaram nossos colegas do excelente blog Bola Presa, o ex-jogador do Milwaukee Bucks não conseguiu se encaixar no rígido esquema tático de Gregg Popovich, que exige um ala que defenda bem e que, no ataque, tenha as bolas de três pontos arremessadas da zona morta como principal arma. Exatamente o que fazia Bruce Bowen – por isso, o “Carrapato” teve tanto sucesso jogando com a camisa texana.

Dois membros desta foto não fizeram parte da última temporada do Spurs: Bruce Bowen e o troféu. Coincidência?

Por isso, vou basear minha análise de hoje neste mote: encontrar um jogador que tenha características ao menos parecida com as de Bowen, e que possa cumprir essa função tática na equipe – defender bem e guardar suas bolinhas da zona morta.

1) Reforços “Caseiros”

Para reforçar o elenco da equipe, o Spurs pode recorrer a jogadores da D-League ou da Europa. A tarefa pode ser facilitada, já que o Spurs tem os direitos de um ala georgiano. Confira um pequeno perfil do atleta a seguir:

Viktor Sanikidze – Conforme já escreveu Bruno Pongas, o ala, draftado em 2004 pelo Atlanta Hawks na 42ª posição e em seguida trocado com o Spurs por uma escolha de segundo round de 2005, é conhecido na Europa por ser um bom defensor. Aos 24 anos, o jogador atua no Virtus Bologna, da Itália, onde exerce a função de combo foward – pode atuar tanto na posição 3 como na 4. Por sua altura (2,03m), porém, na NBA jogaria mesmo como ala. Além de defender bem, o camisa 13 tem um arremesso de três pontos confiável – teve 41,7% de aproveitamento no último Lega Basket, o campeonato italiano de basquete. Suas médias no torneio foram de 6,2 pontos e 5,2 rebotes em 19,3 minutos por partida. Terá seu contrato encerrado no próximo dia 30.

2) O Draft

Como só tem Richard Jefferson de especialista no elenco, o San Antonio Spurs poderia usar o recrutamento de calouros para encontrar um bom ala. Se optar por fazer isso, dois nomes saem na frente:

Paul George – O ala da Universidade de Fresno está em seu segundo ano no basquete universitário, e já foi convidado pelo Spurs para trabalhos nesta offseason. O atleta tem como ponto forte seu atleticismo, mas sua defesa está entre os aspectos do seu jogo que mais precisam melhorar. Na última temporada, teve médias de 16,8 pontos, 7,2 rebotes e três assistências e 35,3% de aproveitamento nos arremessos de três pontos em 33,2 minutos por partida.

Ryan Thompson – O atleta da Universidade de Rider também já trabalhou com a comissão técnica do Spurs neste ano. O ala, que tem como ponte forte sua visão de jogo, acaba de concluir seu último ano universitário. Assim como Paul George, tem na defesa um dos pontos mais fracos do seu jogo. Em seu ano de despedida, teve médias de 17,2 pontos, cinco rebotes, 2,8 assistências e 32,4% de aproveitamento nos arremessos de três pontos em 36,6 minutos por partida.

3) Free Agents

O Spurs tem quatro agentes livres nesta offseason: Roger Mason, Keith Bogans, Matt Bonner e Ian Mahinmi. Se não renovar com nenhum dos quatro, a franquia economiza cerca de US$ 13 milhões em sua folha salarial. Se decidir usar este valor para trazer um bom ala, os nomes a seguir podem ser boas opções:

Ime Udoka – Longe de ser o nome ideal para ser titular no Spurs, Udoka já foi útil como reserva da equipe, e, por ser barato (ganhou menos de US$ 1 milhão em sua última temporada, no Sacramento Kings), poderia ser trazido para, novamente, ser um backup confiável.

Jerry Stackhouse – Após sair do Dallas Mavericks, o veterano ala foi, vindo do banco, peça importante da boa campanha do Milwaukee Bucks na última temporada. Ganhou pouco menos de US$ 700 mil no último ano, e poderia fazer no Spurs a função que Michael Finley fazia – um ala que começa no banco e que agrega experiência ao plantel.

Josh Childress – Depois de dois anos atuando no Olympiacos, o ala tem seu contrato encerrando-se nesta offseason. É um bom defensor, e poderia bem suprir esta carência no elenco texano. No ataque, porém, os arremessos de três pontos não são sua maior arma – assim como Richard Jefferson, Childress gosta de atacar a cesta.

Matt Barnes – Meu nome preferido desta lista, por ser aquele que, ao meu ver, se encaixaria melhor no esquema tático de Gregg Popovich. No Orlando Magic, divide com Mickael Pietrus a responsabilidade de marcar o melhor jogador de perímetro adversário. No ataque, não é brilhante, mas tem no arremesso de três pontos sua jogada mais confiável. Barnes, que venceu o prêmio “Hustle player of the year” (Algo como o jogoador mais brigador, no bom sentido) da última temporada tem a opção de ficar no Magic por US$ 1,6 milhão, ou de testar o mercado.

Rudy Gay – Um jogador de qualidade indiscutível – mas de característica parecida com a de Richard Jefferson. Por isso, não sei se daria certo no San Antonio Spurs. De qualquer maneira, seu contrato é de qualifying offer com o Memphis Grizzlies nesta offseason, de pouco mais de US$ 4,4 milhões. Seria um reforço de impacto.