Arquivo mensal: janeiro 2012

Rapidinhas: Ginobili já treina com bola, Malone quase foi do Spurs e Carlisle rasga elogios a Popovich

Manu deverá voltar durante a Rodeo Trip

Manu Ginobili está sumido dos noticiários. Pouco se fala do argentino desde que ele se machucou no último dia 2 de janeiro. Sorrateiro, o camisa 20 vem se recuperando rapidamente e já treina com bola.

“Ele já está tentando alguns arremessos de média distância com a esquerda”, disse o técnico Gregg Popovich na segunda-feira. “Manu será liberado para treinos de um contra um em cerca de uma semana”, completou o treinador.

De acordo com os médicos e com o próprio Popovich, Ginobili deverá voltar em algum dos jogos da Rodeo Trip (entenda neste artigo do Victor Moraes o que é a Rodeo Trip) – série de nove partidas consecutivas fora de casa que o San Antonio Spurs fará em fevereiro.

E mais…

Karl Malone quase foi jogador do Spurs

O ala-pivô Karl Malone saiu do Utah Jazz babando por um título. Na busca incessante pelo primeiro anel, o ex-jogador decidiu escolher o Los Angeles Lakers, mas confessa que gostaria de ter ido para o San Antonio Spurs. Malone, que na época (2003) estava em dúvida entre Lakers e Spurs, acabou preferindo o time californiano por um único motivo: San Antonio acabara de ganhar mais um título. Pois é! Malone escolheu Los Angeles com medo de ficar estigmatizado como o cara que deixou o Jazz para jogar na equipe que havia conquistado o anel no ano anterior. “Eu estava no Arkansas (em 2003) e tinha decidido ir para quem perdesse o campeonato. Torci para o Spurs perder, assim poderia me juntar a eles, mas eles ganharam”, explicou o ex-atleta em entrevista recente.

Vendo esse lance, acham que Malone daria certo no Spurs?

Carlisle acredita que Pop é o melhor técnico da NBA

Carlisle aplaude Pop de pé

O técnico do Dallas Mavericks, Rick Carlisle, rasgou elogios a Gregg Popovich após a partida entre Spurs e Mavs, no domingo. Carlisle ficou impressionado com a reviravolta do rival, que perdia por 18 pontos no terceiro período e acabou levando a partida para o tempo-extra – isso tudo com o time reserva. “Eu acho que ele é o melhor treinador que tem porque todos os atletas funcionam em seu sistema em alto nível”, elogiou, antes de afirmar que Pop é mestre em extrair o máximo de seus jogadores.

Malcolm Thomas vai para o Austin Toros

O ala-pivô Malcolm Thomas foi enviado para o Austin Toros, equipe filiada ao San Antonio Spurs na D-League (Liga de Desenvolvimento da NBA). Thomas entrou em quadra em três oportunidades com a camisa do Spurs e poderá ganhar novas chances futuramente caso se destaque na NBDL.

Spurs (13-9) @ Grizzlies (10-10) – Como nos velhos tempos

San Antonio Spurs83X73Memphis Grizzlies

O San Antonio Spurs viajou até Memphis e tirou uma grande vitória da cartola. Com destaque para o novato Kawhi Leonard e para o sempre criticado Matt Bonner, os comandados de Gregg Popovich venceram por 83 a 73. Vamos aos destaques da noite.

Foto do Bonner no resumo para todos ficarem felizes

Defesa como nos velhos tempos

Lembram da época em que o Spurs tinha a melhor defesa da NBA? Saudades, certo? Ontem, diante do Grizzlies, emplacamos uma defesa que em muito lembrou os gloriosos tempos de Bruce Bowen e companhia. Destaco aqui o novato Kawhi Leonard, que trouxe uma grande energia para quadra e foi implacável contra Rudy Gay. O ala adversário, que tem média de quase 18 pontos por jogo, foi simplesmente anulado pelo jovem Leonard. Em quase 35 minutos, o astro rival anotou apenas um ponto (0-7). Kawhi, de quebra, deixou a quadra com mais um double-double: 12 pontos e dez rebotes.

Bem que podia ser sempre assim

Matt Bonner é um jogador interessante (que o Lucas Pastore me perdoe), mas peca – e muito – por sua inconstância. Bonner é capaz de fazer 20 pontos numa partida e zerar na outra – fato que faz com que muitos torcedores o odeiem. Ontem, o Red Rocket teve uma de suas noites inspiradas. O ruivo mais querido do Texas fez 15 pontos (5-9 de longa distância) e foi fundamental para o triunfo.

Gasol e companhia tiveram dificuldade para pontuar

O rei do primeiro quarto e o nosso melhor reserva

“O DeJuan Blair está bem hoje”. Essa foi a frase de um dos participantes do boteco virtual do Spurs Brasil no Facebook durante o primeiro quarto. Alguém já reparou que o Blair sempre joga muito no primeiro período? Queria entender isso, sinceramente. Se ele fizesse sempre o que faz nos primeiros quartos, Gregg Popovich teria um pivô titular por anos e anos. Infelizmente a realidade é outra. Por outro lado, gostaria de elogiar novamente o ala Danny Green. Desde que ganhou a confiança do treinador, Green vem fazendo um trabalho impecável – tanto na defesa quanto no ataque. Na defesa ele ainda mostra algumas deficiências, mas no geral é bem eficiente. No ataque, por sua vez, Danny vem mostrando ser muito criativo e até decisivo. Ontem, ele esteve em quadra por quase 31 minutos e fez 11 pontos, quatro rebotes e quatro roubos de bola.

Próxima parada

Depois dessa sequência complicada, o San Antonio Spurs volta para casa e recebe o Houston Rockets. Será o quarto encontro entre as equipes na temporada e o sexto se levarmos em conta a pré-temporada. No retrospecto total, vantagem para os nossos rivais texanos, que venceram três dos cinco duelos disputados até aqui.

Destaques da Partida

San Antonio Spurs

Matt Bonner – 15 pontos e três rebotes

Tim Duncan – 14 pontos, seis rebotes e quatro assistências

Kawhi Leonard – 12 pontos e dez rebotes

Danny Green – 11 pontos, quatro rebotes e quatro roubos de bola

Memphis Grizzlies

O.J. Mayo – 17 pontos e três rebotes

Mike Conley – 15 pontos e três assistências

Spurs (12-9) @ Grizzlies (10-9) – Temporada Regular

San Antonio Spurs @ Memphis Grizzlies – Temporada Regular

Data: 30/01/12

Horário: 23h00 (Horário de Brasília)

Local: FedEx Forum

Que calendário maluco! Depois de uma partida disputadíssima em Dallas, o San Antonio Spurs voa até Memphis para encarar o Grizzlies, que vive um mau momento na temporada. Como bem observado pelo Lucas Pastore em seu resumo, o lado bom é que o Spurs terá seus principais jogadores descansados, já que ontem, contra o Mavs, os titulares ficaram no banco de reservas desde o meio do terceiro período até o final da partida.

Confrontos na Temporada (1-0)

26/12/2011 – San Antonio Spurs 95-82 Memphis Grizzlies 

No primeiro jogo da temporada, o Spurs exorcizou o fantasma do ano passado, quando foi eliminado pelo Memphis Grizzlies nos playoffs. O cestinha da noite na oportunidade foi Manu Ginobili (que saudades!). O argentino anotou 24 pontos, pegou cinco rebotes e distribuiu quatro assistências.

San Antonio Spurs

PG – Tony Parker

SG – Kawhi Leonard/Danny Green

SF – Richard Jefferson

PF – DeJuan Blair

C – Tim Duncan

Fique de Olho – Na ausência de Manu Ginobili, o ala Danny Green vem sendo muito útil, já que é um dos poucos que consegue chamar a responsabilidade nos momentos decisivos enquanto o craque argentino está machucado.

Memphis Grizzlies

PG – Mike Conley

SG – Tony Allen

SF – Rudy Gay

PF – Marreese Speights

C – Marc Gasol

Fique de Olho – Principal cestinha do Memphis Grizzlies na temporada, Rudy Gay ainda está jogando abaixo de seu potencial. Vamos ver como ele se sairá contra o Spurs, que vem enfrentando muitas dificuldades para marcar os atletas de perímetro adversários.

Spurs (12-9) @ Mavs (13-8) – Um jogaço maluco!

100×101

Na noite deste domingo (29), o San Antonio Spurs foi a Dallas e perdeu para o Mavericks por 101 a 100 em um jogaço, cheio de alternativas. A partida teve protagonistas inusitados. No terceiro quarto, quando o alvinegro texano perdia por 18 pontos, Gregg Popovich resolveu mandar seus reservas à quadra. Só que esses reservas chegaram a virar o jogo e abrir 82 a 75 no último período. Pop manteve em quadra os responsáveis pela corrida, mas o Mavs retornou seus titulares e conseguiu empatar ao fim do tempo regulamentar, vencendo por um ponto na prorrogação.

Reservas mandaram ver em Dallas! (Glenn James/NBAE/Getty)

Decidir é difícil 

Alguns torcedores devem achar que Gregg Popovich deveria ter voltado os titulares à quadra quando o Spurs empatou o jogo. Mas essa é uma decisão difícil e polêmica. Tenho certeza de que, se Tony Parker, Tim Duncan e companhia tivessem retornado ao jogo e perdido, a crítica hoje seria a oposta e teria gente dizendo que o treinador deveria ter mantido os reservas. Me lembro de uma vez em que Bernardinho, técnico da Seleção Brasileira de vôlei, colocou seus reservas em quadra para tentar mudar um jogo que o Brasil perdia por 2 sets a 1. A equipe conseguiu levar o quarto set, mas, com os titulares de volta, perdeu o tie-break. É uma escolha difícil que tem de ser tomada ali, na hora.

Danny Green foi um dos destaques da reviravolta (Glenn James/NBAE/Getty)

Falta um closer

Como disse em minha coluna de sábado, o San Antonio Spurs sente falta de Manu Ginobili na hora de decidir. Com o time reserva em quadra, essa carência ficou ainda mais evidente. Gary Neal, que foi o cestinha do time contra o Dallas Mavericks – e que já acertou cestas importantes no passado – errou um lance livre ontem quando o jogo já estava 101 a 100 para o rival. Danny Green, que está tentando assumir esse papel aos poucos, chegou a marcar a cesta da vitória faltando apenas meio segundo para o fim do tempo regulamentar, mas, com o recurso eletrônico, os juízes viram que ele não soltou a bola a tempo. Depois, no tempo-extra, o ala errou um difícil tiro de três nos segundos finais.

Defesa boa debaixo da cesta

Tudo bem que Dirk Nowitzki estava voltando após um período afastado e ainda estava sem muito ritmo de jogo. Mas, em qualquer circunstância, segurá-lo a dez pontos em uma partida que teve prorrogação mostra um bom trabalho defensivo. Isso se deve, em grande parte, à atuação de Tiago Splitter, que, ao lado de Matt Bonner, formou o garrafão da equipe reserva que conseguiu virar o jogo.

Defesa ruim no perímetro

Se no garrafão o trabalho foi bem feito, no perímetro o Spurs deixou um pouco a desejar. Mesmo com Danny Green e Kawhi Leonard em quadra, os armadores e ala-armadores do Mavs marcaram a maioria dos pontos da equipe no jogo. Jason Terry fez 34, sua maior marca na temporada. Foi ele quem anotou a cesta que levou o jogo para a prorrogação. Além disso, Vince Carter deixou a quadra com 21 e Rodrigue Beaubois, com 14.

Pedreira na sequência

Para tentar interromper a sequência de duas derrotas, o Spurs tem um jogo dificílimo já nesta segunda-feira: o Grizzlies, em Memphis. Os algozes da equipe texana também estão em momento delicado, já que vêm de três derrotas. Ao menos, o efeito do back-to-back deverá ser minimizado para o alvinegro, já que, graças à decisão de Pop, nenhum jogador chegou a ter 30 minutos de quadra contra o Mavericks.

Destaques da partida

San Antonio Spurs

Gary Neal – 19 pontos, sete assistências e quatro rebotes

Richard Jefferson – 12 pontos e sete rebotes

Tim Duncan – 12 pontos e seis rebotes

Danny Green – 12 pontos, cinco rebotes e três roubadas de bola

Dallas Mavericks

Jason Terry – 34 pontos e quatro assistências

Vince Carter – 21 pontos, três assistências, três rebotes e duas roubadas de bola

Rodrigue Beaubois – 14 pontos, sete assistências, três rebotes e dois tocos

Blair luta para reencontrar antigo basquete

O DeJuan Blair que chegou ao Spurs em 2009 era um jogador empolgante. Sua primeira temporada na liga profissional norte-americana foi ótima, cheia de enterradas, rebotes e bandejas mirabolantes. Mesmo baixo para jogar de pivô, Blair se valia da agilidade (sim, ele ainda é ágil apesar de parecer gordo) e da força para marcar seus pontos.

Acontece que o Blair dos dois últimos anos mudou – e para pior. Nesta temporada, o camisa 45 até tem números melhores que os de 2009 (10,4 pontos e 5,8 rebotes contra 7,8 pontos e 6,4 rebotes), mas seu desempenho em quadra é decepcionante. Seu principal problema é a instabilidade. DeJuan é aquele tipo de jogador que vai marcar 15 pontos e 12 rebotes num jogo e zerar na partida seguinte. Isso é péssimo para qualquer atleta, ainda mais para quem tem uma sombra de peso no banco de reservas.

A má fase do pivô já é assunto comentado há tempos na imprensa texana. Blair está contra a parede e sabe que precisa fazer alguma coisa para voltar a ser aquele jogador explosivo de três anos atrás. “Tenho de me encontrar e ser o DeJuan Blair novamente”, disse ele, em entrevista recente.

O técnico Gregg Popovich convive diariamente com essa crise de identidade e dá seu recado. “Apenas seja você mesmo”. O treinador sente um pouco de culpa pela má fase de seu atleta e acha que pode ter “estragado” aquele pivô promissor o ensinando táticas e mais táticas. “Você tenta ensiná-lo e acaba o colocando em parafusos”, disse. “Depois de um tempo, tive que aprender a ficar quieto e deixá-lo jogar. DeJuan é instintivo, por isso é melhor deixar com que ele atue à sua maneira para extrair todo seu potencial”, completou.

Blair discorda de seu mentor, acha que ainda é muito novo e que ainda tem uma longa estrada a percorrer. “Sou jovem e continuo aprendendo a cada dia. Vou continuar jogando. Estou encontrando meu espaço e chegarei lá”, afirmou.

Quem também dá seus conselhos ao pivô é o armador Tony Parker, que também já foi jovem e inconstante. “O que nós queremos do DeJuan é que ele seja consistente todas as noites. Alguns jogos ele vai muito bem, em outros nem tanto. Quando você é jovem, o mais difícil é jogar bem sempre”, avaliou o francês.

Hoje à noite, contra o Dallas Mavericks, o camisa 45 terá mais uma oportunidade de mostrar seu valor. A cidade de Dallas, aliás, traz grandes lembranças a ele. Durante o All-Star Game dos novatos, em 2010, Blair marcou 22 pontos e pegou 23 rebotes. Mais tarde, numa partida da temporada regular, contra o Mavs, ele foi titular (Duncan foi poupado) e, apesar da derrota, deixou a quadra com 27 pontos e 23 rebotes.