Arquivo mensal: setembro 2012

Mais uma temporada, menos uma temporada; Stars dá adeus

No sábado (29), o San Antonio Silver Stars fez seu último jogo da temporada de 2012 da WNBA. Foi o segundo jogo de uma série de três para saber qual time chegaria à final da Conferência Oeste: o San Antonio ou o Los Angeles Sparks. A primeira partida, na Califórnia, parecia estar completamente a favor da equipe visitante. As texanas conseguiram abrir uma vantagem de 12 pontos, que foi quebrada em uma corrida implacável com jogadas de Candace Parker e Kristi Toliver (que alcançou seu recorde em pontos na carreira nesse dia). Quando o placar ficou empatado, o duelo atingiu o seu ápice. O melhor basquete de ambas as equipes foi apresentado naquela quadra, que não era a oficial do Sparks. Muita velocidade com eficiência rolou naquele lugar. Nos últimos segundos, Becky Hammon teve a chance de fechar o compromisso com vitória se tivesse acertado um arremesso de três. Porém, o rebote caiu nas mãos da número 3 do rival (sim, Candace Parker), e a partir daí as donas da casa asseguraram a o bom início nos playoffs.

Dois dias depois, o San Antonio teve a chance de garantir a continuidade no campeonato. Mas, assim como no jogo anterior, o estádio não era o oficial do Los Angeles. Assim como o Freeman Coliseum não era o AT&T Center, aquele não era o San Antonio Silver Stars em quadra. Jogando “em casa”, as donas do recinto chegaram a ficar 22 pontos atrás no placar. Nos dois últimos quartos, de maneira emocionante, essa diferença TODA foi eliminada e a partida ficou empatada. Ainda assim, o estrago já estava feito.

A tática das faltas não deu certo e só aumentou novamente a vantagem do Sparks. Os arremessos de três pontos, que anteriormente levaram a recuperação para as garotas do Texas, não eram eficientes e, como alguns comentaristas gostam de dizer, “a vaca deitou” para a equipe.

A pior parte de o San Antonio ter sido eliminado é esse ser o melhor esquadrão de Dan Hughes desde 2008. Mesmo sem uma pivô decente, esse time fez o que era esperado pela primeira vez desde aquele ano, em que a final definitiva foi duelada contra o Detroit Shock.

Toliver x Robinson; melhor para a angelina

2012 foi uma temporada de superação. Foi uma temporada de amadurecimento e novas opções. Danielle Robionson se tornou uma profissional. Essa jovem armadora está, de verdade, aprendendo com Becky Hammon. Jayne Appel jogou bem – em algumas partidas. Neste ano, Appel foi mais motivo de comentários positivos do que negativos. Ela errou muito, sim, mas se mostrou capaz de fazer aquilo para o que foi chamada. Shenise Johnson não foi uma novata nula. Ela, inclusive, foi autora de bolas de três pontos e jogadas que mudaram o destino do San Antonio em alguns momentos dessas duas partidas dos playoffs.

Becky Hammon e Sophia Young foram líderes. Quando uma não estava, a outra se apresentava. As duas jogadoras foram incríveis. Representaram o time com um único propósito e objetivo.

O texto de hoje, caros leitores, está sim emotivo. E ele está assim porque o fim dessa temporada foi triste. A performance do San Antonio foi irreconhecível diante do potencial que poderia ter sido colocado em prática.

A WNBA continua, no entanto, e essa coluna também, até o fim dela. Na semana que vem, o Los Angeles e o Minnesota já podem estar disputando o título da Conferência Oeste.

No próximo domingo, venha até o Spurs Brasil para entender melhor a eliminação do Stars como consequência de atitudes que deveriam ter sido tomadas há três anos.

A boa notícia? É muito boa. Sophia Young renovou seu contrato com o San Antonio Silver Stars. Os termos do novo vínculo não foram divulgados, mas é para pelo menos duas temporadas. Ou seja, o técnico Dan Hughes pretende manter a base da equipe.

Um abraço!
Continuem acompanhando a temporada no Dentro da WNBA!

De Colo: “Estou muito contente por estar aqui”

Versátil, De Colo está pronto para atuar nas posições 1 ou 2 (Foto: Jamie Squire/Getty Images Europe)

Em entrevista ao portal brasileiro Basketeria, o francês Nando De Colo, único novato do San Antonio Spurs garantido para a temporada 2012/2013, falou de suas primeiras impressões ao desembarcar no basquete da NBA. Aos 25 anos, o ala-armador, draftado em 2009 na 53ª escolha, é a principal novidade no elenco texano.

“Estou muito contente por estar aqui em San Antonio e poder começar a temporada com este time. É uma nova experiência para mim, com muitos objetivos”,  declarou o jogador.

De Colo reconhece que a concorrência para ganhar tempo de quadra será grande. Com 1,96m de altura, pode jogar de armador ou como ala-armador, posições onde reinam absolutos Tony Parker e Manu Ginobili. Entre as demais opções do elenco, o novato disputará a preferência de Gregg Popovich diretamente com Patrick Mills, Cory Joseph, Gary Neal e Danny Green.

“Vou esperar para ver o que o treinador quer de mim e treinarei duro para ganhar meu lugar”, disse. “Sim, a verdade é que há muitos jogadores nas duas posições, mas vou ver em que posição o técnico precisa de mim e vou treinar duro para desenvolver o meu jogo”, completou o francês.

Apesar de estar prestes a iniciar sua primeira temporada na NBA, Nando De Colo já conhece bem alguns de seus companheiros. O ala-armador já atuou diversas vezes com Tony Parker e Boris Diaw na seleção francesa e também jogou algumas partidas com Tiago Splitter, no período em que o pivô se transferiu para o Valência durante o locaute da NBA.

Powell, Wilkerson e o mito do pivô

Durante toda a offseason, defendi a tese de que o San Antonio Spurs precisava encontrar um jogador de garrafão com presença física e boa capacidade defensiva para entrar definitivamente na lista dos favoritos ao título da NBA. Acredito que a equipe, que chegou a jogar o melhor basquete da liga no último campeonato, principalmente entre o fim da temporada regular e a final da Conferência Oeste, tenha sido eliminada pelo Oklahoma City Thunder principalmente por conta da força dos pivôs do adversário. No entanto, vendo agora que Tyler Wilkerson e Josh Powell foram as únicas peças adicionadas para o setor, começo a pensar que a solução pode ser outra.

Wilkerson em ação pelo Spurs na Summer League; será que ele pode ser solução?

Claro que encontrar um pivô com as características certas seria a solução ideal para lidar com garrafões como o do Thunder, que tem os físicos Serge Ibaka e Kendrick Perkins. Mas não é a única alternativa. Prova disso é o atual campeão Miami Heat, que, na final, usou apenas Chris Bosh no garrafão para superar o rival. A teórica desvantagem no tamanho foi superada pela agilidade da formação colocada em quadra e pelo atleticismo de jogadores como Dwyane Wade e LeBron James no perímetro.

Na última temporada, o próprio Spurs provou ser possível enfrentar garrafões mais fortes sem necessariamente contar com ajuda de pivôs de presença física. Poucos dias depois de deixar Andrew Bynum pegar 30 rebotes, a equipe texana, com os ajustes corretos, contou com ajuda dos homens de perímetro, viu Boris Diaw fazer ótimo trabalho sobre Pau Gasol, mantendo-o longe da cesta, e venceu o Los Angeles Lakers com facilidade.

Cito esses exemplos para explicar que acredito que encontrar uma solução tática seja melhor do que confiar em Powell ou Wilkerson. O primeiro, no alto de seus 2,06 m de altura, é um especialista no trabalho sujo. Porém, na temporada 2010/2011, quando pisou em uma quadra de NBA pela última vez, o ala-pivô apresentou médias de 7,4 rebotes e 0,3 tocos a cada 36 minutos pelo Atlanta Hawks, o que está longe de ser animador para uma franquia que precise de jogadores bons em combater infiltrações.

Wilkerson, por sua vez, seria uma aposta para o futuro se contratado. O ala-pivô, de apenas 24 anos de idade, apresentou médias de médias de 16,6 pontos e 6,7 rebotes por partida atuando pelo Maccabi Haifa, de Israel, na última temporada. Teve a chance de defender o Spurs na Summer League, saiu do banco de reservas na maioria das partidas e sustentou médias de 9,3 pontos e cinco rebotes por partida. Mas o jogador não tem qualquer experiência na NBA e dificilmente conseguiria causar impacto imediato.

Por isso, entre os jogadores que brigam pela 15ª vaga no elenco do Spurs, meu favorito é Derrick Brown (escrevi mais sobre ele em minha última coluna). Atlético e versátil, o ala daria uma interessante alternativa para o técnico Gregg Popovich: revezar-se com Kawhi Leonard e Stephen Jackson nas posições 3 e 4 na formação conhecida como small-ball, em que só um jogador de garrafão fica em quadra. Deu certo com o Heat, que usou LeBron e Shane Battier nas alas na final, forçando Ibaka a sair de perto da cesta.

Claro que encontrar o jogador certo seria o ideal para solucionar o problema do Spurs em enfrentar garrafões mais fortes. Mas, olhando mais de perto para o elenco de 18 jogadores que fará a pré-temporada da equipe, uma solução alternativa parece mais perto. Confio mais na capacidade de Pop de encontrá-la do que no poder que Powell e Wilkerson podem ter para alterar este panorama.

Powell é a principal novidade do Spurs para a pré-temporada

Na quinta-feira, o San Antonio Spurs anunciou um elenco de 18 jogadores que iniciará a pré-temporada da equipe. O plantel tem cinco novidades em relação ao que terminou a última temporada – a principal delas é o ala-pivô Josh Powell. As outras são os alas Derrick Brown e Wesley Witherspoon, o ala-pivô Tyler Wiklerson e, obviamente, o ala-armador Nando de Colo, primeira contratação da franquia nesta offseason.

Realmente não sei dizer o que Powell estava fazendo no momento da foto

Powell terminou a última temporada atuando pelo Guayama Wizards, de Porto Rico. O ala-pivô disputou 14 partidas pelo time e apresentou médias de 16,1 pontos, 9,2 rebotes e 1,3 tocos por exibição. O jogador não atua na NBA desde a temporada 2010/2011, quando obteve médias de 4,1 pontos e 2,5 rebotes por jogo pelo Atlanta Hawks.

Wilkerson, por sua vez, atuou pelo Maccabi Haifa, de Israel, na última temporada, sustentando médias de 16,6 pontos e 6,7 rebotes por exibição na liga local. O ala-pivô fez parte do elenco do Spurs na Summer League deste ano, na qual apresentou médias de 9,3 pontos e cinco rebotes por jogo (leia mais sobre o jogador no blog Destino Riverwalk).

Anteriormente, o Spurs Brasil já havia noticiado o interesse do Spurs nos alas Derrick Brown e Wesley Witherspoon. A principal surpresa ficou por conta da ausência do armador Tre Kelley, que, segundo rumores da imprensa americana, havia sido convidado pela franquia texana para fazer parte do elenco de pré-temporada.

Veja o elenco completo do San Antonio Spurs para a pré-temporada:

PG – Cory Joseph
PG – Patrick Mills
PG – Tony Parker
SG – Danny Green
SG – Gary Neal
SG – Manu Ginobili
SG – Nando de Colo
SF – Derrick Brown
SF – Kawhi Leonard
SF – Stephen Jackson
SF – Wesley Witherspoon
PF – Boris Diaw
PF – DeJuan Blair
PF – Josh Powell
PF – Matt Bonner
PF – Tim Duncan
PF – Tyler Wilkerson
C – Tiago Splitter

Os treinos de pré-temporada do Spurs começam na próxima terça-feira, um dia depois da apresentação oficial do elenco. O primeiro amistoso acontece no dia 6, no AT&T Center, às 21h30 (de Brasília), contra o Montepaschi Siena, da Itália.

Leia mais: veja quem pode chegar e quem pode deixar o San Antonio Spurs

O que esperar de Tim Duncan?

Tim Duncan é um jogador que dispensa apresentações. Dono de quatro títulos da NBA, dois troféus de MVP e outros três de MVP das Finais, o “Big Fundamental” tem a cara do San Antonio Spurs e é o maior jogador da história da franquia – o que não torna David Robinson ou George Gervin, outras lendas que marcaram época na equipe, menos importantes.

Onde, porém, quero chegar com isso? Bom, todos sabem que as chances de título do San Antonio Spurs na temporada que está para começar passam diretamente pelas mãos de Duncan. Mas, aos 36 anos, será que o veterano ainda tem fôlego para segurar esta responsabilidade? Sim e não… Eu explico.

Peraí… Este é o Duncan sorrindo???

Depois de uma temporada 2009/2010 muito abaixo da média, quando registrou médias de 13,4 pontos e 8,9 rebotes, os piores números da carreira, Timmy se reinventou e no último campeonato apresentou novas armas em seu jogo. O rendimento subiu para 15,4 pontos e nove rebotes. Nada mal para o “velhinho”, que renovou contrato por mais duas temporadas com a equipe – mais uma terceira que será opção do próprio jogador.

Isso quer dizer que Duncan ainda consegue produzir bem dentro de quadra e é uma arma sólida do time texano. Claro que não dá para exigir o mesmo domínio que exercia quando era mais jovem, mas eventualmente o camisa 21 demonstra toda sua técnica e genialidade para cima dos rivais.

Ao mesmo tempo, não dá para jogar toda a responsabilidade sobre os seus ombros. Os joelhos incomodam o veterano há algum tempo e, por conta disso, a tendência é que seu tempo de quadra seja cada vez mais reduzido. Então, não adianta imaginar um Duncan 40 minutos em quadra e vencendo jogos sozinho, como fazia dez anos atrás.

É a sua hora, meninão…

Para que o “vovô” Timmy permaneça inteiro ao longo das 82 partidas da temporada e chegue com gás aos playoffs, os reservas terão papel fundamental. Tiago Splitter, Matt Bonner e DeJuan Blair precisarão mostrar serviço e dar valiosos minutos de descanso ao colega, sem deixar o nível cair.

Neste revezamento, Splitter é o jogador mais importante. Na cabeça de Popovich, o brasileiro é o reserva imediato de Duncan e deve ser o principal “herdeiro” dos minutos do camisa 21. Blair é outro que pode se beneficiar, mas terminou a última temporada contestado e como última opção no banco de reservas. Precisa correr atrás do prejuízo.

Junto com Tony Parker e Manu Ginobili, Duncan forma um poderoso Big Three que ainda é capaz de bater qualquer rival na NBA. Porém, o peso da idade pode atrapalhar até mesmo as lendas.

Para continuar fazendo jus ao apelido de Big Fundamental, o camisa #21 terá de encontrar o meio termo entre desempenho e descanso para se manter saudável sem resultar em prejuízos dentro de quadra para o Spurs.