Diante das adversidades, como manter torcedores?
O San Antonio Silver Stars passa por uma fase muito ruim, e isso não é mistério para ninguém. No entanto, existe uma cultura muito forte dentro das ligas norte-americanas de transformar uma franquia em um grande negócio. Normalmente, os times não são apenas uma forma de diversão para a sociedade, pois por trás de todo o entretenimento oferecido existe uma empresa com o objetivo de produzir, como toda sociedade capitalista, lucro. Quando isso não acontece, ou existe uma mudança de localidade – tal qual o Seattle SuperSonics hoje é o Oklahoma City Thunder na NBA e o Detroit Shock se tornou o Tulsa Shock na WNBA – ou as portas são fechadas definitivamente – caso do Sacramento Monarchs na liga feminina.
No caso do San Antonio Silver Stars, a empresa que controla as ações da equipe é a Spurs Sports & Entertainment Executives. Ou seja, os mesmos donos do San Antonio Spurs. Apesar de Gregg Popovich e Dan Hughes serem os comandantes dos times, o “cara da grana” é Peter Holt. Esse é o motivo para tanto o esquadrão feminino quanto o masculino dividirem o mesmo estádio como “casa”, o AT&T Center, terem as mesmas cores e seus jogadores apoiarem os títulos um do outro – por exemplo, quando Becky Hammon tirou uma foto com troféus da NBA em homenagem ao Spurs na última final da NBA.
A situação dos “irmãos”, porém, é diferente da das garotas. O Spurs não precisa de muito esforço para atrair torcedores, que são, consequentemente, consumidores, tanto por meio da aquisição de ingressos como de camisas e outras coisinhas que todo fã gosta de ter – chaveiros, adesivos, bobbleheads de jogadores e estandartes, entre outros. Raramente uma franquia da NBA corre o risco de se extinguir, principalmente as mais tradicionais e vencedoras, como o Spurs. Já na WNBA, a cada ano existe um temor por parte dos admiradores de que seu time chegue ao fim. Já aconteceu com equipes importantes, como o Sacramento Monarchs e o Detroit Shock, mencionados acima.
O Seattle Storm quase teve de se desligar do campeonato recentemente, até que um grupo de torcedoras – isso mesmo, apenas mulheres – assumiu as despesas do time, que hoje é um dos que tem o maior sucesso e investimento na liga. No caso do Silver Stars, existe uma grande sorte pelo fato de o grupo responsável por suas ações ter bastante dinheiro e os torcedores fieis do Spurs apoiarem as garotas. Em menor escala, é claro, mas há fãs incontestáveis.
Para que essa base de apoiadores se mantenha, principalmente os conhecidos Season Ticket Holders – os que compram ingressos com lugar cativo para a temporada inteira –, o time investe em jogadoras e em atividades que envolvam aqueles que estão nas arquibancadas. O Silver Stars tem atletas queridas e que levam resultado: Becky Hammon, Sophia Young, Danielle Robinson, DeLisha Milton-Jones, Jia Perkins e Danielle Adamas, por exemplo. No geral, essas são muito apreciadas pelos torcedores das estrelas prateadas.
O motivo principal para que as pessoas sintam afeição pelas jogadoras é o resultado que essas trazem em quadra, o que não tem acontecido em 2013 com a equipe texana. Na WNBA existe, ainda, o fator “beleza”. Muitos homens acompanham alguns times devido à aparência das atletas. Neste ano, os rapazes foram presenteados com Elena Delle Donne e Skylar Diggins, que além de serem monstros com a bola são lindas – sim, recalque da colunista aqui. Não duvido nada que o Chicago Sky e o Tulsa Shock tenham uma nova safra muito forte de torcedores para os próximos anos.
Um tipo de ação que acontece com frequência na WNBA para que a comunidade se aproxime do time de sua cidade, e mais consumidores sejam atraídos, são encontros periódicos, do tipo “Meet&Greet“, nos quais as jogadoras se colocam à disposição para tirar fotos, dar autógrafos e trocar uma ideia com os mortais que as acompanham. O Silver Stars manda muito bem nisso, e já promoveu compromissos informais com torcedores em um boliche, casas de fast food, festas para os Season Ticket Holders, um campo de golf e leilões beneficentes, por exemplo. Sem contar as aparições na imprensa, como participação em publicações fora do segmento esportivo (Jayne Appel e Davellyn foram capa da revista Texas Dogs And Cats Magazine deste mês) e rádios regionais (Becky Hammon é a que mais participa deste tipo de entrevista). Outro exemplo: no começo da temporada, Sophia Young foi escolhida para comentar um dos jogos da final do Spurs no Twitter do Silver Stars.
Afora essas atividades escolhidas individualmente pelas franquias, existe o WNBA Cares, no qual todos os times da liga devem estar envolvidos obrigatoriamente a fim de promover ações beneficentes em sua comunidade.
Assim é que o Silver Stars tem sobrevivido em 2013, com a aproximação de seus torcedores, mostrando que eles podem, de alguma maneira, participar da vida da franquia.
Na semana que se passou, as estrelas prateadas perderam dois jogos e ganharam um. Agora, têm um período de descanso, no qual enfrentarão apenas o New York Liberty, na quinta-feira.
Um olhar mais profundo
Elena Delle Donne não cansa de se destacar em sua primeira temporada como profissional. Ao final da votação pelas titulares das conferências Leste e Oeste do All-Star Game de 2013 da WNBA, a novata ficou em primeiro lugar e passou a ser a única primeiranista a ficar no topo da enquete pública na história da liga.
Os times foram definidos desta maneira:
Leste – Cappie Pondexter (New York Liberty), Epiphanny Prince (Chicago Sky), Elena Delle Donne (Chicago Sky), Tamika Catchings (Indiana Fever) e Angel McCoughty (Atlanta Dream)
Oeste – Diana Taurasi (Phoenix Mercury), Seimone Augustus (Minnesota Lynx), Candace Parker (Los Angeles Sparks), Maya Moore (Minnesota Lynx) e Brittney Griner (Phoenix Mercury)
Publicado em 22/07/2013, em San Antonio Silver Stars, Vestiário Feminino e marcado como San Antonio Silver Stars, Vestiário Feminino. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.
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