Arquivo mensal: janeiro 2012

A primeira a gente nunca esquece

koba

Na vitória de quarta-feira (25) sobre o Atlanta Hawks, que contou com um show dos reservas do San Antonio Spurs, o novato Cory Joseph esteve mais relaxado em quadra, chegando até a roubar uma bola e enterrar, apesar de sua “baixa” estatura (1,91m):

Aproveitando o embalo, relembro esta enterrada do Tiago Splitter. A alegria foi tanta que o tombo nem deve ter doído:

E esta do “baixinho” (1,88m) Tony Parker, alguém viu?

Bem, mas nem tudo são flores para o francês:

Spurs deixará James Anderson testar o mercado

O desempenho surpreendente de Danny Green e a volta de Gary Neal parecem ter minado as chances de James Anderson no San Antonio Spurs. Na quarta-feira, a franquia texana anunciou que deixará o camisa 25 testar o mercado. Desta maneira, o jogador estará livre para assinar com quem quiser na próxima temporada – ele tem mais três anos de contrato, mas R.C. Buford e companhia se negaram a exercê-los.

Com isso, a franquia está desistindo de sua melhor escolha em um draft desde Tim Duncan. Aos 22 anos, o ala foi escolhido em 20º no recrutamento de 2010 e teve poucas chances em sua primeira temporada devido a uma série de problemas físicos. Neste ano, Anderson chegou a jogar uma partida como titular, mas atuou mal e logo foi substituído por Danny Green – que foi bem e tomou seu lugar.

É verdade que o camisa 25 vem jogando mal – sobretudo depois que foi titular e decepcionou -, mas ao meu ver desistir de mantê-lo é um erro bem grande. Anderson é jovem e tem potencial (tanto potencial que foi escolhido pelos mesmos dirigentes que agora o “dispensam”). Ele poderia ter mais algumas chances, até porque tem um salário baixo (US$ 1,5 mi). Vai entender…

E mais…

Spurs usará uniforme comemorativo

O San Antonio Spurs apresentou nesta quinta-feira o uniforme que usará em algumas partidas desta temporada. A nova vestimenta comemorará os 45 anos da ABA (American Basketball Association), liga profissional norte-americana extinta em 1976. Nas fotos abaixo você pode reparar que o uniforme é diferente do atual, já que naquela época (1967-1973) o Spurs era de Dallas e tinha o “sobrenome” de Chaparrals. O novo conjunto será utilizado nos dias 11 de fevereiro, contra o New Jersey Nets, 18 de fevereiro, contra o Los Angeles Clippers, e 31 de março, contra o Indiana Pacers.

Ave Bowen!

Caros e caras,

Depois de receber e aceitar prontamente o convite do meu velho amigo Bruno Pongas para escrever no Spurs Brasil, passamos pelo menos uma semana trocando mensagens tentando criar um nome para a coluna. Cordialmente, ele me deixou à vontade para a escolha e depois de muito pensar, cheguei ao nome de “Interferência”.  E são apenas dois fatos que o justificam: primeiro, algo pessoal, é uma palavra que sempre soou bem aos meus ouvidos; e segundo que este era o nome de um quadro de um programa de rádio que eu escutava onde um sujeito começava a detonar impiedosamente pessoas que ele julgava serem passivas de críticas. Obviamente que não estou aqui para ser carrasco de ninguém, mas o nome pegou.

Na última segunda-feira, o San Antonio Spurs anunciou que irá pendurar, em março, no teto do AT&T Center, a camisa número 12 que Bruce Bowen vestiu durante oito temporadas no Texas. Bowen sempre foi o típico jogador que provocava discussões acaloradas, seus fãs o defendiam com unhas e dentes, enquanto seus críticos lhe batiam sem dó. Em suma, para os primeiros era um gênio da defesa, marcador como poucos e líder do que o Spurs se propôs a fazer durante bons anos, defender, e que ainda funcionava como uma excelente arma ofensiva com sua mão sempre calibrada do perímetro. Para os demais, um dos jogadores mais desleais que já passou pela NBA, adepto de cotoveladas, joelhadas, chutes nos adversários, etc. Tais fatos lhe renderam de seus desafetos o apelido de Bruce Lee Bowen, numa referência ao eterno lutador de artes marciais.

Como fã do jogador e tendo acompanhado de perto todas as temporadas de Bowen em San Antonio, poderia destacar diversas de suas atuações inesquecíveis. Mas quando tomei conhecimento da imortalização de sua camiseta, fato que é simbólico, porém que o coloca num hall de grandes nomes do Spurs, lado a lado com David Robinson, George Gervin, Sean Elliott, Avery Johnson e outros, logo lembrei de uma partida em especial. Foi nos playoffs de 2002/2003, mais precisamente no segundo jogo das semifinais de conferência contra o tricampeão e temido Los Angeles Lakers. O Spurs vinha de alguns fracassos homéricos contra Kobe, Shaq e cia. e com isso ganhara a fama de amarelão. Até mesmo o bi-MVP Tim Duncan era acusado de “sumir” nos momentos decisivos dos jogos. Naquele ano, o Spurs chegara à fase decisiva com a melhor campanha dentre todos os times da Liga e, embora jogasse um basquete “redondinho”, era visto com os olhos da desconfiança e do mal humor dos críticos que o acusavam de praticar o pragmatismo, enquanto se encantavam com o run-and-gun de Sacramento Kings e Dallas Mavericks, a eficiência do Lakers e a genialidade de Jason Kidd e seu New Jersey Nets.

E foi naquele jogo dois que eu tive a dimensão de que enfim o Spurs poderia ganhar seu segundo título. Com uma atuação de gala, Bowen forçou Kobe Bryant a 15 arremessos de quadra errados em 24 tentativas e a cinco desperdícios de posse de bola. Não satisfeito, anotou 27 pontos, 21 deles provenientes de arremessos de três pontos, convertendo sete de oito chutes do perímetro, recorde da franquia que só viria a ser quebrado quatro anos mais tarde por Michael Finley. Bowen foi o cestinha da noite ao lado de Bryant e Shaquille O’Neal e, com o apoio do então calouro Manu Ginóbili e de mais quatro jogadores que anotaram dez ou mais pontos, o Spurs conseguiu uma fácil vitória por 114 a 95 que lhe assegurou o mando de quadra. Alguns dias depois, os texanos fechariam a série em 4 a 2. Frear Kobe naquele momento representava minar o escape do Los Angeles, pois, ainda que Duncan exercesse um bom trabalho na marcação a Shaq, ainda era praticamente impossível segurar o último superpivô que a liga viu. O Spurs precisava de Bowen, mais do que isso, confiava nele, e ele sabendo disso, não se furtou a fazer seu trabalho. E o fez bem, tal como em todos os momentos em que vestiu a camiseta que agora vai para o alto do nosso ginásio. Logo, merecido. Ave Bowen!

Spurs (12-7) vs Hawks (13-6) – Vitória e show dos reservas

San Antonio Spurs105X83Atlanta Hawks

O San Antonio Spurs recebeu na quarta-feira (25) o Atlanta Hawks e emplacou sua segunda vitória consecutiva na temporada. No triunfo por 105 a 83, destaque para o banco de reservas, que anotou 51 dos 105 pontos da equipe. Vamos aos principais pontos.

Bronca no terceiro quarto surtiu efeito! (AP Photo/Darren Abate)

Manda quem pode… 

Sou daqueles que aprecia o estilo disciplinador de Gregg Popovich. Contra o Atlanta Hawks, o time texano tinha conseguido abrir uma vantagem confortável no segundo quarto, mas acabou deixando o adversário encostar. Na volta do descanso, os jogadores continuaram apáticos e viram o oponente diminuir a diferença para apenas dois pontos. Irritado, Pop pediu tempo logo nos primeiros minutos do terceiro período e pagou geral. A bronca deu resultado e o quarto foi vencido pelo Spurs por 28 a 17.

Brasileiro Tiago Splitter está cada vez mais à vontade (AP Photo/Darren Abate)

Em alta

O brasileiro Tiago Splitter está em alta. Contra o Hawks, o camisa 22 mais uma vez se destacou. Com um grande arsenal ofensivo, Tiago marcou 16 pontos (5-6) e pegou oito rebotes. O brazuca ainda demonstrou estar afiado nos lances-livres: converteu seis em sete tentativas.

Mais banco de reservas 

Além de Splitter, mais dois suplentes se destacaram na noite de ontem. O sempre criticado Matt Bonner estava com a pontaria afiada e marcou 17 pontos (15 deles de longa distância). Danny Green, por sua vez, anotou dez pontos, cinco rebotes e cinco assistências. Green é, de longe, o reserva mais criativo do Spurs e já ganhou um espaço considerável dentro da equipe. Ontem, por exemplo, ele ficou em quadra por 27 minutos – bem mais tempo que o concorrente Gary Neal e quase igual ao titular Richard Jefferson.

Novatos

Kawhi Leonard voltou a jogar muito na defesa. O camisa 2 fez um ótimo trabalho defensivo sobre Joe Johnson e limitou o astro adversário a apenas dez tentos (5-12). De quebra, Kawhi fez oito pontos. O armador Cory Joseph também foi bem e fez sua primeira boa partida com a camisa do Spurs. Mais à vontade em quadra, o reserva de Tony Parker marcou oito pontos e distribuiu quatro assistências – uma delas muito bonita para o brasileiro Tiago Splitter.

Destaques da Partida

San Antonio Spurs

DeJuan Blair – 17 pontos

Matt Bonner – 17 pontos

Tiago Splitter – 16 pontos e oito rebotes

Tony Parker – 15 pontos e sete assistências

Danny Green – Dez pontos, cinco rebotes e cinco assistências

Atlanta Hawks 

Jeff Teague – 20 pontos e cinco rebotes

Josh Smith – 13 pontos e cinco rebotes

Joe Johnson – Dez pontos e sete assistências

Bruce Bowen fala sobre a honra de ter número aposentado

A notícia de que Bruce Bowen teria o número 12 aposentado pegou todos de surpresa em San Antonio. Lisonjeado, o ex-jogador falou pela primeira vez sobre o fato ao site oficial do San Antonio Spurs. Confira abaixo as melhores frases.

Spurs – Qual é o significado de ter seu número aposentado junto a outros grandes nomes?

Bruce Bowen – Só de ser mencionado e de estar ao lado desses caras já é uma honra para mim. Quando falamos de criar um legado as pessoas dizem: “você deveria ter o número aposentado”. Acontece que eu nunca joguei esse jogo para ter meu número eternizado. Tenho sorte de ter tido essa oportunidade por causa do Tim (Duncan), d0 Tony (Parker) e do Manu (Ginobili) – esses caras e obviamente por Pop (Gregg Popovich) e Peter Holt (dono do Spurs). Pop por enxergar longe e dar uma chance a um jovem atleta como eu naquela época. Holt por me dar a oportunidade de me sentir especial ou importante como qualquer outro jogador que já tivemos.

Spurs – Você pensou que algum dia teria sua camisa aposentada?

Bruce Bowen – Nunca pensei sobre e isso e também nunca almejei algo desse tipo. Na verdade eu aprecio mais a camaradagem e o relacionamento que desenvolvi com as pessoas daqui ao longo dos anos. Tive todas essas pessoas especiais em minha vida por causa do Spurs. Pop, Tim, Tony, Manu, Brett Brown, Mike Budenholzer, Don Newman – todos eles tem um lugar especial aqui dentro porque estiveram comigo desde o início.

Spurs – Ter seu número aposentado é um tributo a você, ao seu jogo e ao seu envolvimento com a comunidade. De que forma você acredita que isso está conectado aos torcedores?

Bruce Bowen – Sempre disse que todos nós temos algum talento. Você é quem decide o que fazer com essas habilidades, pois pode maximizá-los ou simplesmente se acomodar. Quase ninguém tem a velocidade do Tony, quase ninguém é criativo como o Manu e aí temos o Tim, que é o pivô mais talentoso com quem já joguei e é um futuro membro do Hall da Fama. Tendo dito isso, pra mim o grande lance foi extrair o máximo do talento que me foi dado. Fui bom na defesa e consegui maximizar isso. Na parte defensiva, sobretudo, o desejo é muito importante. Você pode estar longe de ser um Tony Parker, um Manu Ginobili ou um Tim Duncan, mas você pode ser um Bruce Bowen se conseguir se manter focado. Acho que por isso que as pessoas tinham um relacionamento próximo a mim, viram alguém que apenas deu tudo de si quando estava dentro de quadra. Sempre dei muito valor ao fato de poder estar em quadra todas as noites. Acho que por conta desse meu apreço que as pessoas me viram jogar no nível que joguei.