Arquivo diário: 26/03/2011

Tiago Splitter resolverá nossos problemas?

Desde que chegou ao San Antonio Spurs, o pivô Tiago Splitter viveu nos últimos dias seu período mais importante na NBA. No último dia 19, com Tim Duncan poupado, o brasileiro começou seu primeiro jogo como titular, diante do Charlotte Bobcats. Dois dias depois, contra o Golden State Warriors, aproveitou-se da entorse de The Big Fundamental para alcançar seu primeiro double-double. Como o lendário camisa 21 ainda está no estaleiro, Splitter segue no quinteto inicial. Podendo acompanhar por mais tempo o desempenho do brasileiro, pergunto: o pivô pode solucionar o problema da equipe com pivôs depois que Duncan e Antonio McDyess se aposentarem?

Nenê descobrindo que Splitter tem cócegas no sovaco

No momento, o panorama texano é o seguinte: Dice já afirmou que pode se aposentar ao final desta campanha. Caso mude de ideia, deve ficar no máximo até o fim da temporada 2011/2012, quando acaba seu contrato com o Spurs. Em 2012 vencerá também o contrato de Duncan, que, já com 36 anos e limitado por seu joelho, também deve parar. Além de Splitter, restariam, a princípio, Matt Bonner e DeJuan Blair, com Steve Novak tentando garantir-se no elenco para as próximas temporadas.

Se comparado a estes três últimos, Splitter é o jogador mais completo. É o único que tem um jogo funcional dos dois lados da quadra, já que Blair, Bonner e Novak têm características puramente ofensivas. E vale lembrar que o técnico Gregg Popovich dá grande valor à defesa: promoveu McDyess ao time titular nesta temporada justamente por isso. Deste modo, a chance do pivô brasileiro fazer parte do quinteto inicial do time a partir de 2012 é grande. Quem sabe sobra até uma vaguinha já na próxima campanha, caso Dice realmente se aposente? É bem verdade que Pop vê Splitter como um reserva de Duncan, mas, pensando na defesa, pode até testar os dois juntos em alguns momentos.

Nos três últimos jogos, em que foi mais acionado, Splitter teve médias de 8,3 pontos (61,1% FG, 50% FT) e 9,3 rebotes em aproximadamente 22 minutos por noite. É difícil pensar que o brasileiro tenha potencial para ser um All-Star ou um franchise player. Mas, vendo o nível dos pivôs na liga, vejo-o com potencial de ser um titular de nível bom, que consiga limitar os adversários com sua boa defesa e ainda deixar alguns pontinhos no ataque.

Claro que a concorrência de Splitter ainda deve ser maior. O Spurs detém o direito de jogadores que atuam na Europa – três deles, Viktor Sanikidze, Robertas Javtokas e principalmente Ryan Richards podem jogar debaixo da cesta e podem ser contratados a qualquer momento. Marcus Cousin foi bem na pré-temporada com a equipe texana, se destacou na D-League dessa temporada e pode receber novas chances. E, caso McDyess realmente se aposente, a área pintada deve ser o foco do Spurs na próxima offseason, via Draft e free-agency. Mesmo assim, considero que Splitter sai na frente na busca por um lugar ao sol após a aposentadoria dos dois “dinossauros” da equipe.

Spurs (57-15) @ Blazers (42-30) – Melhor campanha ameaçada

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Em sua segunda partida consecutiva sem contar com Tim Duncan, o San Antonio Spurs foi derrotado mais uma vez. Nesta sexta-fera, o revés aconteceu em Portland, diante do TrailBlazers, e veio somente no segundo final da partida.

No último lance... (Sam Forencich/NBAE/Getty Images)

Tiago Splitter começou novamente a partida no lugar de Duncan, e Tony Parker, Manu Ginobili, Richard Jefferson e Antonio McDyess completaram o quinteto titular. O brasileiro começou bem, dominando os rebotes na defesa e ajudando com pick-and-rolls no ataque. Mas quem ditou o ritmo no período inicial foi Parker, que anotou 11 pontos e ajudou os visitantes a abrirem dígitos duplos no placar. Porém, no final da parcial o Blazers reagiu, e conseguiu cortar a diferença para apenas quatro pontos: Spurs 28 x 24.

Manu foi cestinha, mas pecou no final (Sam Forencich/NBAE/Getty Images)

No segundo quarto, a partida continuou equilibrada e as defesas levaram vantagem sobre os ataques, o que é comum em duelos entre Spurs e Blazers. Os texanos iriam para os vestiários com uma pequena vantagem no placar, 49 a 47.

No terceiro período, Parker teve mais dificuldades para pontuar, e o Spurs não conseguia penetrar na forte defesa dos mandantes. Resultado: os donos da casa conseguiram assumir a liderança do placar, e entrariam na parcial derradeira vencendo por 73 a 70.

No quarto período, o Spurs conseguiu se manter no jogo até os instantes finais, mesmo com todo o ânimo do time e da torcida locais. Faltando menos de dez segundos,  com o Spurs vencendo por 96 a 94, Wesley Matthews roubou a bola de Manu Ginobili mas errou a bandeja. No rebote, Nicolas Batum sofreu falta, converteu os dois lances livres e empatou o jogo em 96 pontos faltando 0,9 segundos para o fim da partida. Depois disso, Steve Novak bateu o lateral diretamente pra fora, deixando o Blazers com o tempo para jogar. O time de Portland apostou na ponte aérea de Miller para Batum, que deu certo e definiu a partida à favor dos mandantes.

De positivo, fica a defesa de do Spurs, que conseguiu limitar LaMarcus Aldridge a 14 pontos (5-12 FG) e oito rebotes. Por outro lado, podemos considerar agora o Chicago Bulls uma real ameaça ao posto de melhor campanha da NBA. A equipe de Derrick Rose está somente quatro derrotas atrás dos texanos. Parker, Ginobili e companhia ainda têm dez partidas pela frente, e só uma contra o time com menos de 50% de aproveitamento.

Destaques da partida

San Antonio Spurs

Manu Ginobili – 21 pontos, sete assistências e três rebotes

Tony Parker – 15 pontos, quatro assistências, quatro rebotes e duas roubadas de bola

Tiago Splitter – 11 pontos (5-5 FG, 1-2 FT), sete rebotes (um ofensivo), uma assistência, uma roubada de bola e duas faltas em 22:55 minutos

Richard Jefferson – 11 pontos (3-4 3PT) e seis rebotes

Portland TrailBlazers

Andre Miller – 21 pontos, oito assistências, seis rebotes e quatro roubadas de bola

Nicolas Batum – 21 pontos, quatro rebotes e duas roubadas de bola

Wesley Matthews – 15 pontos e duas roubadas de bola

Gerald Wallace – 14 pontos, dez rebotes e três roubadas de bola

LaMarcus Aldridge – 14 pontos e oito assistências