Como parar Dirk Nowitzki?

Dirk conta nos dedos o número de vezes que já deitou e rolou contra a defesa do Spurs

Se eu soubesse como parar efetivamente o alemão Dirk Nowitzki eu já teria sido contratado para o staff do San Antonio Spurs.

Logicamente, nem eu, nem Gregg Popovich e nem o Papa Bento XVI sabemos essa fórmula mágica, já que o camisa #41 do Dallas Mavericks é simplesmente imparável.

Sou um grande entusiasta do basquete de Nowitzki. Ele é um jogador moderno e que sabe fazer de tudo dentro das quadras. É habilidoso, inteligente, arremessa como poucos – mesmo quando não tem espaço para isso…

O considero um verdadeiro gênio do basquete; um dos melhores estrangeiros que já pisou em solo ianque.

No entanto, se não há um jeito de pará-lo, deve haver, ao menos, uma maneira de reduzir sua atividade em quadra. Portanto, apresentarei abaixo algumas sugestões que limitem as investidas do alemão durante o confronto.

Tudo deve começar pelo cérebro

Toda equipe de basquete tem uma cabeça pensante. No caso do Mavs, esse mentor é o armador Jason Kidd.

De uns tempos pra cá, os texanos de azul e branco passaram a entender a importância que um dos melhores armadores da história do basquete pode ter a uma equipe. Assim, passaram a utilizá-lo com mais inteligência.

Kidd, como todos sabemos, já não é nenhum garoto daqueles que esbanja um físico privilegiado. Assim, caso fosse o técnico Gregg Popovich, colocaria um jovem [George Hill ou Garrett Temple] colado nessa peça fundamental durante todo o jogo.

Com o veterano muito bem marcado, parte da inteligência do Mavs sucumbiria. Desta maneira, menos bolas redondas chegariam a Nowitzki, que, consequentemente, teria que se esforçar em dobro e forçaria mais jogadas.

Fator McDyess

Tenho pra mim que Antonio McDyess não precisa ser muito efetivo no ataque, já que ele é a quarta ou quinta alternativa ofensiva de San Antonio quando está em quadra.

Se Dice poupar suas energias lá na frente, poderá gastar mais calorias empenhado em grudar no camisa #41 do Mavs.

McDyess, no entanto, já não esbanja aquele vigor físico suficiente para brecar o ímpeto do ala-pivô germânico, mas poderia se empenhar como nunca nesse “trabalho sujo” e dar uma “canseira” no adversário.

Quanto mais forte for marcado, mais cansado Nowitzki irá ficar. Quando mais cansado fica um jogador, menos produtivo ele passa a ser…

Segunda alternativa

Se a tática com Dyess não funcionar, outro atleta deverá estar nos planos de Gregg Popovich para infernizar a vida do europeu. Trata-se de Richard Jefferson

Jefferson, aliás, aumentou seu rendimento na segunda metade da temporada. Passou a pegar mais rebotes e a infiltrar com mais precisão…

Isso é bom, pois ganhamos outra alternativa confiável no ataque, embora ele ainda deixe a desejar nos arremessos de longa distância.

Na defesa, o ala será importante por um único motivo: terá físico de sobra para acompanhar o giro de Nowitzki pela quadra. Nem Duncan, nem McDyess, nem Blair e nem Bonner, apenas Jefferson é capaz de correr como um maluco quando Dirk for disparar seus tiros de longa distância.

Quarto período

O duelo pega fogo mesmo é no período final.

Se Duncan passou o jogo inteiro evitando marcar o alemão para não se carregar em faltas, no quarto derradeiro o assunto muda, pois é nele que o “bicho pega”.

Nada de frescuras e pseudo-inventividades; essa é a hora de colocar Tim Duncan para bater de frente com Dirk Nowitzki!

TD, não por acaso, é reconhecido por ser um bom marcador, tanto que foi eleito para o principal time de defesa da NBA por diversos anos consecutivos.

Nós, fanáticos, sabemos que ele é o único capaz de realmente incomodar esse adversário, que deverá provocar muitos pesadelos aos torcedores do San Antonio Spurs nas próximas semanas.

É esperar para ver…

Avatar de Desconhecido

Sobre Bruno Pongas

Acompanha o San Antonio Spurs desde 1998, escreveu para o Spurs Brasil entre 2008 e 2012, criou o Destino Riverwalk e o podcast Cultura Pop, e agora está de volta ao Spurs Brasil para dar seus pitacos sobre o maior do Texas.

Publicado em 16/04/2010, em Análises, Na linha dos 3 e marcado como , , . Adicione o link aos favoritos. 7 Comentários.

  1. Agora que vc tocou nesse assunto de faltas, será que não seria interessante tentar eliminar o alemão por faltas? Digo, o Manu consegue cavar fouls de ataque mto bem, quem sabe não seria interessante dobrar a marcação no Nowitzki de vez em qdo com o Manu? Daí há a possibilidade do argentino cavar uma falta de ataque ou até mesmo dar um roubo de bola!

    • Avatar de Guilherme Markus Guilherme Markus

      Tbm acho boa idéia, se funcionar, porque o alemão é bem ligado, sabe passar a bola, se a dobra for meio* mal feita, ja ferro, pq eles tem chutadores, como Kidd, Terry e Butler, que metem bastante bola… do Mavs acho que só o Marion não chuta…

  2. Avatar de Rafael Proença Rafael Proença

    Cara, você não sabe como parar o Dirk, o Pop e o Papa também não, eu também não, mas há uma pessoa que sabe muito bem como segurar o alemão: trata-se nada mais nada menos do que do senhor Don Nelson. Hahahaha. Não, brincadeiras à parte, eu acho que o nosso problema com Nowitzki passa pela falta de opções no elenco para marcá-lo, e isso já não é de hoje. Aquela tática kamikaze do Warriors dava certo contra o Mavericks graças aos muitos jogadores velozes que aquela equipe possuia. Notadamente eles não tinham grande preocupação com a defesa, mas Don Nelson sempre procurava fechar o passe de Nowitzki. Ou seja, a bola chegava nele, e lá já estava Jackson, Barnes, Harrington ou Ellis em cima do alemão, muitas das vezes até dois destes. Com o baixo time que tinha, o Warriors era corrida pura e muitos chutes de fora, o que atrapalhava o Mavs e tornava Dampier uma peça completamente nula. Avery Johnson demorou a perceber que não precisava de um pivô naquela série, mas mesmo assim não conseguiu jogar como Golden State.

    No Spurs, Finley e Bowen até conseguiam certo êxito contra Nowitzki, mas nada que impedisse o alemão de fazer seus 25 pontos por jogo. Nosso estilo de marcação permite um certo espaço aos adversários e isso contra Dirk é mortal, pois seu chute é quase infalível de média distância. Bonner é lento, Manu pode dobrar, porém não deve correr riscos na defesa e Jefferson não é grande marcador. Dentre as opções, se tivesse que apostar, diria que Jefferson inicialmente será o encarregado de marcá-lo. Ainda temos Dice e Duncan, o que realmente poderá acontecer nos finais dos jogos, mas aí Nowitzki deverá usar a velha artimanha de sair do garrafão. Carlisle agradece.

    Sinceramente eu acho a série muito difícil para nós, não é impossível vencê-la, mas se o fizermos, eles certamente irão vender caro. Chamo a atenção para o fato do certame desta vez começar fora de casa, o que pode ser muito bom. A pressão está toda do lado deles e se roubarmos uma vitória no jogo 1, o jogo 2 será de bastante importância para a decisão da série. Uma vitória fora de casa é importantíssimo logo nos dois primeiros jogos. Por outro lado, se voltarmos de Dallas com 0-2, as chances deles avançarem serão grandes. Uma coisa é certa: o vencedor vai pras semifinais com muita moral, no nosso caso seria uma renovação de ânimo incrível, suficiente para nos colocar no hall dos favoritos, lado a lado com Lakers e Cavaliers.

    Por fim, deixo aqui esta lembrança. http://www.nba.com/games/20070503/DALGSW/boxscore.html

    Abraços.

  3. Eu acho que a chave para o confronto está no argentino. Qdo ele fez aquela sequencia incrível de jogos com mais de 30 p.p.g. conseguimos ganhar bem de cavs, celtics, magic, lakers e denver, ou seja, os principais favoritos ao título. Porém, mesmo com as boas vitórias, a defesa sempre tinha e tem um buraco pra marcar os alas-pivôs e como resultado jogadores como Gasol, Rashard Lewis, Stoudemire, Nowitzki fazem a festa no garrafão texano.

    Infelizmente pela primeira vez vamos ter que confiar mais no nosso poder ofensivo do que na defesa. Me anima o fato do nosso jogo sempre subri de nível nos playoffs e como genios no time, como Manu, Tony e Timmy sempre podemos ter esperanças.

    Gostaria tbm de destacar a série Spurs X Suns dos playoffs de 2007, onde Bruce Bowen simplesmente anulou o Nash. Talvez se parássemos o cérebro do time (no caso o Kidd) como Bowen fez com nash em 2007 seja uma excelente tática e para isso nada melhor do que o Bogans ou mesmo o atlético Temple para colar no armador.

    Anfim, espero ansioso pro game1 domingo pra ver oq o Pop vai armar!
    Go, Spurs, Go!

    Abraços!

  4. Avatar de Victor Moraes Victor Moraes

    Minha opinião:

    Parker no Jason Terry
    Gergoe Hill do Jason Kidd
    E Jefferson no Nowitzki…

    Isso seria o ideal, apenas com o Duncan lá em baixo. Claro, isso se o Jefferson for eficiente, terá que abusar do bom físico que tem e incomodar o alemão o tempo todo, sem descola, tocando a bola a todo instante.

    O Dirk claramente se incomoda com isso. Um defensor atlético, o tempo todo colado, atrapalha ele. Ele não é lá grande fã do jogo físico, então um cara atlético e mais rápido, por mais que mais baixo, vai atrapalhar muito.

    O segredo é pressionar o arremesso dele já em baixo, e não quando ele já etiver em cima, com os braços erguidos para o arremesso.

    Essa é minha opinião.

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