Arquivo mensal: fevereiro 2010

Vitória na raça

Semana de superação para o Caja Laboral – equipe em que joga o brasileiro Tiago Splitter, cujos direitos, na NBA, pertencem ao San Antonio Spurs. O pivô vem desfalcando seu time devido a uma lesão no tornozelo, mas mesmo assim a semana foi positiva para o grupo. Confira a seguir um pequeno resumo das partidas da equipe:

Os jogos

31/01/2010 – Caja Laboral 90 x 75 Meridiano Alicante

O Caja Laboral não teve problemas para conseguir mais uma vitória em casa válida pela Liga ACB – o Campeonato Espanhol de basquete. Na última partida antes de sua lesão, o brasileiro Tiago Splitter foi o grande nome dos mandantes; foi o cestinha da partida com 19 pontos. Do lado do Meridiano Alicante, destaque para Kyle Hill, com 11 pontos e quatro rebotes.

04/02/2010 – KK Cibona Zagreb 75 x 78 Caja Laboral

Com o importante desfalque de Splitter, o Caja Laboral conseguiu uma importantíssima vitória na Euroliga jogando fora de casa, já que havia perdido na estreia da fase Top 16 para o Olympiacos, mesmop jogando na Espanha. Lior Eliyahu, que começou o jogo no lugar do brasileiro, conseguiu substituí-lo à altura; foram 22 pontos e nove rebotes para o grande nome da partida. Pelos mandantes, destaque para Jamont Gordon, com 19 pontos, dez rebotes e três assistências.

Situação da Equipe

A vitória na Liga ACB manteve o Caja Laboral (18-3) na segunda colocação da competição, atrás apenas do Regal FC Barcelona (19-2). A equipe volta à quadra pela competição ainda hoje, fora de casa, diante do Xacobeu Blu:Sens.

Na Euroliga, o triunfo colocou o time basco (1-1) na segunda colocação do grupo H, à frente do BC Khimki nos critérios de desempate e atrás do Olympiacos (2-0). O próximo compromisso do Caja Laboral na competição é justamente contra os russos, na Espanha, no dia 11.

Não perca, no próximo domingo, o resumo de mais uma semana de Splitter e companhia aqui, no Spurs Brasil!

Spurs (29-20) @ Clippers (21-29) – Vitória precisa

98X81

O San Antonio Spurs venceu neste sábado o Los Angeles Clippers por 98 a 81, jogando fora de casa, na teceira partida da equipe na Rodeo Trip. Os texanos têm agora duas vitórias e uma derrota no tradicional período em que o time fica longe do AT&T Center.

Vitória importante para a equipe texana. (Photo by Noah Graham/NBAE via Getty Images)

Popovich começou a partida com Tony Parker, George Hill, Richard Jefferson, Tim Duncan e Antonio McDyess. Depois de algumas variações no time titular, parece que Hill e Dice tomaram mesmo os lugares de Keith Bogans e DeJuan Blair.

Hill, aliás, foi o grande nome da terceira vitória do Spurs em três jogos na temporada contra o Clippers. Só no primeiro quarto, o jovem armador anotou 17 pontos, e ajudou a equipe a fechar a primeira parcial com um excelente placar; 28 a 10 para os texanos.

Parker e Duncan puderam descansar (Photo by Noah Graham/NBAE via Getty Images)

No segundo período, a dupla de armadores do Spurs – Parker e Hill – comandaram uma equipe que se mostrou arrasadora em quadra. No intervalo, a vantagem dos texanos já era superior aos 20 pontos; 49 a 27.

Começou o terceiro quarto, e os torcedores da franquia texana já começaram a se preocupar com o tradicional apagão que a equipe sofre na volta dos vestiários. Porém, dessa vez, o Spurs não permitiu longas corridas do adversário, e entrou no período derradeiro vencendo por 82 a 62.

No quarto período, restou à equipe administrar a vantagem para sair de campo com mais uma vitória. Placar final: 98 a 81.

A facilidade da partida permitiu que Popovich poupasse seus principais jogadores – Tim Duncan, por exemplo, atuou somente por pouco mais de 18 minutos. Hill – cestinha do jogo com 22 pontos – foi o atleta que mais atuou na equipe; foram menos de 29 minutos e meio. O descanso pode fazer diferença no dificílimo embate de segunda, ainda em Los Angeles, mas dessa vez diante do Lakers.

Com o descanso dos titulares, alguns jogadores puderam ganhar ritmo de jogo – como Michael Finley e Matt Bonner, que estão voltando de lesão e devem voltar a participar ativamente da rotação da equipe nas próximas semanas.

Veja os melhores momentos da partida

Destaques da partida

San Antonio Spurs

George Hill – 22 pontos

Tony Parker – 14 pontos, 14 assistências e quatro roubadas de bola

Tim Duncan – 11 pontos, seis rebotes e duas roubadas de bola

Los Angeles Clippers

Chris Kaman – 21 pontos, quatro rebotes, três assistências e três tocos

Eric Gordon – 20 pontos

Chatice hipócrita

Está chegando a hora do All Star Game. Principal momento de descontração da NBA em meio à temporada regular, o evento reunirá os principais jogadores da liga e colocará frente a frente as conferências Leste e Oeste – com, acredito, favoritismo do Leste. Sem encantar há muito tempo, o ASG de 2010 terá como principal atração o local a ser realizado: o Cowboys Stadium, um dos estádios mais modernos do mundo, com capacidade para cerca de 110 mil espectadores e que pertence ao Dallas Cowboys, franquia da NFL, liga de futebol americano. Tudo bem. Ou não.

A NBA caminha a passos largos na queda de popularidade nos Estados Unidos – e, deste modo, no mundo. É uma situação preocupante que começou a se destacar depois da aposentadoria do lendário Michael Jordan. A carência de ídolos e a chatice de algumas novas regras fizeram com que a liga de basquete perdesse espaço no coração dos estadunidenses. O dinheiro investido continua monstruoso, mas o retorno já não é mais o mesmo. A necessidade faz com que garotos da high school sejam colocados em patamares absurdos, visando sempre a criação de novos astros, que possam ser idolatrados pela torcida. John Wall, provável primeira escolha do próximo Draft, é o exemplo mais recente. Mas acredito que o problema é um pouco maior.

Alguns podem lembrar melhor dos tempos nos quais Jordan desfilava em quadra. Lembrarão que ele não era o único ídolo e que outros brilhavam muito, do jeito que fosse. Brilhavam, inclusive, porque as regras permitiam. O contato físico era mais intenso, assim como a permissão para provocações. O jogo, hoje, virou um esporte mais frio, no qual se condena muito o uso das chamadas “gracinhas”. Uma baita hipocrisia.

Uma liga que passa metade de sua temporada coletando votos para o All Star Game e que torce desesperadamente por jogadas de malabaristas e risadas durante o evento, proíbe tudo isso ao longo dos jogos considerados corriqueiros. É estranho e faz perder a graça. Só a graça? A esperança também – nunca mais vou ver um Dennis Rodman.

Spurs (28-20) @ Clippers (21-28) – Temporada regular

San Antonio Spurs @ Los Angeles Clippers – Temporada Regular

Data: 06/02/2010

Horário: 01:30 (Horário de Brasília)

Local: Staples Center

Situação do Jogo

Longe de casa, o San Antonio Spurs chega a Los Angeles para o primeiro dos dois confrontos que a equipe fará contra as franquias locais. Nesta madrugada, diante do “primo pobre”, o Clippers, o Spurs joga sua terceira partida na Rodeo Trip – até aqui, os texanos conseguiram uma vitória e uma derrota. A equipe precisa da vitória para voltar a brigar pelas primeiras colocações da Conferência Oeste.

Série na temporada (2-0)

13/12/2009 – Spurs 115 @ 90 Clippers

A equipe texana foi até o Staples Center e conseguiu uma de suas raras vitórias atuando como visitante. Com 21 pontos, Tim Duncan foi o destaque da partida. Do lado do Clippers, o destaque foi o armador Baron Davis, que, vindo do banco de reservas, contribuiu com 20 pontos, seis assistências e dois tocos.

21/12/2009 – Spurs 103 vs. 87 Clippers

Pouco depois de uma semana, o Spurs voltava a vencer a equipe angelina. Desta vez, o comandante da equipe texana foi o armador Tony Parker, que terminou a partida com 19 pontos e três assistências. Do lado do Clippers, destaque para Chris Kaman, com 23 pontos e 15 rebotes.
.

PG – Tony Parker

SG – George Hill

SF – Richard Jefferson

PF – DeJuan Blair

C –  Tim Duncan

Fique de olho – De volta após se lesionar, o armador francês precisa melhorar para que sua equipe volte a incomodar. Nessa temporada, Parker tem médias de 16,9 pontos e 5,8 assistências por partida.
.

PG – Baron Davis

SG – Eric Gordon

SF – Rasual Butler

PF – Marcus Camby

C – Chris Kaman

Fique de olho – Apesar de não ter sido convocado, Chris Kaman vem fazendo uma temporada de All-Star, e é, na minha opinião, um dos melhores pivôs da liga. O jogador vem com médias de 20,1 pontos e 9,2 rebotes por partida.

Eu já vi isso antes?

Em 2007 foi assim... mas e em 2010?

Primeiramente gostaria de pedir desculpas ao nosso leitor pelo atraso na coluna. Sabem como é esses dias corridos que temos frequentemente.

Mas vamos ao assunto…

Meu amigo e leitor aqui do Spurs Brasil, Rafael Proença, lembrou recentemente da temporada 2006-2007.

Alguém aí lembra dessa temporada?

Pois bem… farei um breve resumo para os mais esquecidos.

Naquela temporada, San Antonio chegou cercado de desconfiança. No ano anterior, quando defendia o título, uma derrota pra lá de amarga contra o Dallas Mavericks nos playoffs nos tirou a chance de conquistar o bicampeonato consecutivo.

O ano começou devagar. Dallas Mavericks e Phoenix Suns tinham ótimos times e logo foram se distanciando nos standings.

Os texanos, por sua vez, tinham dificuldade para se acertar. Talvez fossem os reflexos da derrota em casa para o Mavs no sétimo jogo da pós-temporada anterior…

Talvez fosse falta de química no conjunto…

O fato é que ninguém sabe ao certo até hoje.

Como nessa temporada que vivemos agora, rumores de troca assolaram San Antonio por longas semanas. Um dos alvos era o veterano Brent Barry, que já nem contribuia muito para a equipe.

Popovich, no seu estilo militar, vetou qualquer tipo de mudança. Ninguém sai, ninguém chega!

Ficamos daquele jeito, pouco esperançosos e já conformados com um 2007 sem título.

Foi aí que veio a Rodeo Trip e consequentemente o Jogo das Estrelas.

O time melhorou, o elenco ganhou unidade, Ginobili, Parker e Duncan passaram jogar como nunca. Era o retorno da era de ouro?

Talvez… o torcedor ainda tinha suas dúvidas; ninguém parece acreditar que aquele time sem entrosamento poderia ter se tornado um dos melhores do Oeste.

E se tornou. Depois de se recuperar, os comandados de Gregg Popovich fizeram uma campanha brilhante, quase suficiente para ultrapassar Mavs e Suns – que continuaram à frente ao final da temporada regular.

Vieram os playoffs e o primeiro adversário era o temido Denver Nuggets. Tinha Allen Iverson em boa forma, Carmelo Anthony jogando muito…

Em San Antonio, muitos qualificaram esse duelo como injusto, tal qual era a força da Conferência Oeste naquele momento.

Uma derrota no primeiro jogo, em casa, colocou uma pulga atrás da orelha de todos os torcedores. Será que Iverson e cia bateriam S.A. logo na primeira rodada?

Ledo engano, caro leitor! O Spurs foi forte, venceu o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto jogo, alcançando assim a próxima fase.

Na outra ponta da tabela, o favorito ao título, Dallas Mavericks, foi responsável por algo histórico… só que pelo lado negativo.

Em embate ferrenho contra o Golden State Warriors, que havia se classificado em oitavo, os californianos anularam Dirk Nowitzki…

Some a isso o brilho do armador Baron Davis, que quase fez chover contra a defesa de Dallas.

No final, 4 a 2 e Golden State pulava uma etapa…

Sem o rival texano no caminho, tudo ficou mais fácil para o Spurs.

Entretanto, ainda havia o Phoenix…

A verdade é que Amare Stoudemire e Steve Nash nunca se deram bem no Texas.

Como estamos acostumados a dizer, San Antonio ‘tinha o número’ do Suns…

Numa série polêmica, em que Stat e Diaw ficaram de fora de alguns jogos por terem invadido a quadra após o tranco de Robert Horry em Steve Nash, Tim Duncan e companhia se sagraram vencedores em seis partidas.

Sobrava na final do Oeste o Utah Jazz, da dupla Deron Williams e Carlos Boozer.

Inspirado, Deron até que tentou, mas foi incapaz de conter um San Antonio brilhante, como poucas vezes vi na minha vida.

Após sagrar-se vencedor em cinco duelos, os comandados de Gregg Popovich iam para a final contra o ‘maravilhoso LeBron James’…

Ainda inexperiente, LeBron foi incapaz de liderar seu time a uma mísera vitória.

Assim, em apenas quatro noites, San Antonio varreu o camisa 23 pra debaixo do tapete e conquistou seu quarto título na NBA.

Essa história, por mais que esteja resumida, é bem bonita. Contei ela desta maneira para mostrar que naquele ano nós também estávamos desacreditados, assim como agora. Se vamos repetir isso nessa temporada, ninguém sabe, mas eu só queria mostrar que uma equipe ‘jogada às traças’, como quase estamos atualmente, é capaz de sair do limbo e vencer um campeonato.