Arquivo mensal: junho 2008

A importância do elenco de apoio

Sou torcedor do Dallas Mavericks e fui convidado para falar sobre a NBA, principalmente sobre o Spurs, com um outro olhar.

Meu nome já apareceu em um artigo desse mesmo site, quando Leonardo falou de mim como um “grande amigo torcedor do Dallas” e que “preferia ver o time dele perdendo do que o meu ganhando” (o que é uma grande mentira).

O jogo 3 da série final entre Lakers e Boston aconteceu ontem, com vitória do time de Los Angeles por 87×81. Essa série tem mostrado para todos os times da NBA que para conseguir uma equipe de sucesso é necessário elencos de apoio competentes. Os grandes jogadores quase sempre fazem o que se espera deles. Kobe fez 36 pontos ontem, mas em boa parte do jogo sofreu na eficiente marcação de Ray Allen. Foi quando o Lakers ficou atrás no placar. Lamar Odom e Pau Gasol estavam sumidos da partida. Então apareceu Sasha Vujacic, que acertou importantes arremessos de 3 . Ele acabou a partida com 20 pontos, sendo um importante trunfo para o Lakers no jogo.

No primeiro jogo, em Boston, quem fez bem esse papel foi Rajon Rondo, que na minha opinião vem fazendo uma série acima das expectativas. Allen, Pierce e Garnett fizeram o que tinham que fazer, mas o Lakers contou com boa atuação de Odom, Gasol e do veterano Fisher. Então, quem apareceu como diferencial, não só pelos pontos ou pelas assistências, mas pelos rebotes ofensivos conseguidos, foi Rondo.

No jogo 2 o Celtics sobrou até o final da partida, quando Kobe comandou uma reação do Lakers, que quase encostou no placar. Garnett estava um pouco abaixo da média, mas a dupla Rondo e Powe fez uma grande partida. Rajon terminou com 16 assistências, muitas delas destinadas a Leon Powe, que surpreendeu a todos com 21 pontos.

Acho que o campeão da NBA será quem tiver um elenco mais preparado para contribuir com os grandes jogadores. Meu palpite? Acho que será o Boston, por ter mais estrelas e um elenco de apoio mais competente, em que sempre um se sobressai e aparece decisivamente.

Celtics 52@48 Spurs – Jogo virtual 3

Continuando nossa série de jogos virtuais, o Boston Celtics vai até o Texas para o jogo 3.

52×48 sas

Jogo virtual no Playstation2

Novamente o jogo começa disputado, com uma série de erros para os dois times no final do 1º quarto, que termina em 10-10. O Boston abre dois pontos de vantagem no 2º quarto, mas não para nisso e, após o intervalo, a defesa do Boston aperta e os arremessos de fora começam a cair; os visitantes abrem 8pts de vantagem. Parker ainda deixa esperanças para o Spurs com uma cesta de 3pts, fazendo 39-34. A pouco mais de um minuto do final, o Spurs tem a chance de empatar a partida, mas TD desperdiça. Pop pede tempo após a cesta do Boston, na volta K.Thomas consegue um rebote ofensivo e converte os 2 lances livres, mas Ray Allen manda uma de 3pts, acabando com as chances de virada.

DESTAQUES DA PARTIDA

San Antonio Spurs

Duncan – 16pts, 11reb, 6ast, 1roub

Boston Celtics

R.Allen – 25pts, 2rb, 5ast,2roub

K.Garnett – 10pts, 7rb, 7ast, 1roub, 1bloq

É isso aí pessoal, até quinta.

Possíveis reforços

noticiasbrunozl92

O site mysanantonio.com publicou recentemente uma coluna que mostrava possíveis interesses da equipe do Spurs para a próxima temporada. O primeiro nome cogitado é do ala do Los Angeles Clippers Corey Maggette. No entanto, o ala está pedindo cerca de oito milhões de dólares para renovar com a equipe de Los Angeles; imaginem o que não pediria em S.A. Outro nome cogitado é do companheiro de seleção francesa de Tony Parker, o ala Mickael Pietrus, que com certeza viria por muito menos que Maggete. O argentino Carlos Delfino, parceiro de Manu Ginobili na seleção argentina também aparece como alternativa.

Um último jogador que aparece como possível alvo é o Esloveno Sasha Vujacic, jogador do Los Angeles Lakers. Todavia, notícias dão conta de que o armador irá renovar seu contrato com a equipe de Kobe Bryant e cia.

Agora vai a minha análise:

Corey Maggette: É sem nenhuma dúvida um bom jogador. Fechou a última temporada com expressivas médias de 22.1 pontos e 5.6 rebotes. Foi a segunda melhor temporada de sua carreira (22.2 ppg na melhor temporada). Não é um jogador velho, tem 28 anos, o que significa que ainda tem muita lenha para queimar. Seria uma excelente alternativa para a ala se o seu salário não fosse muito alto.

Mickael Pietrus: O ala francês também aparece como boa alternativa para a ala. Bom jogador defensivamente, poderia ser uma ótima peça para revezar com Bruce Bowen. Sua última temporada não foi das melhores. Ele ficou com médias de 7.2 pontos e 3.7 rebotes. Em compensação, seus minutos em quadra foram limitados se comparados com os do ano de 2006-2007, quando atuava em média 26.9 minutos. No último ano a média caiu para 19.9 mpg. Vale lembrar que o francês ainda é jovem; tem apenas 26 anos.

Carlos Delfino: O ala-armador argentino também aparece como boa opção para a equipe do Spurs. Jogando pelo Raptors nessa temporada, obteve médias de 9.0 pontos e 4.4 rebotes, quando jogava em média 23.5 minutos por jogo. Foram os números mais expressivos de sua curta carreira até aqui na NBA. Assim como Pietrus, o argentino que também tem 26 anos e ajudaria muito vindo do banco.

Sasha Vujacic: O esloveno do Lakers aparece como um dos nomes mais distantes da lista. Esse ano ele vem fazendo sua melhor temporada da carreira, com médias de 8.8 pontos. Mas infelizmente aparece como um nome distante. Seria também uma ótima peça de reposição para revezar nas alas e na armação.

Opções apresentadas, é esperar para ver.

Implorem por Rio-16

O Brasil caminha a largos passas para ficar, pela terceira vez consecutiva, longe do principal evento esportivo do mundo: os Jogos Olímpicos. Uma impotente (isso mesmo, nada de imponente) seleção foi montada baseada em três jogadores que atuam na principal liga nacional de basquete, a NBA. Mas a impotentíssima seleção falhou ao tentar pegar o atalho para os Jogos e cruzar com os impotentíssimos reservas argentinos (Lula Ferreira deve ficar arrepiado até hoje ao ouvir o nome Scola, ou até mesmo a palavra Escola).

E o banco de reservas de nossos hermanos nos jogou em um caminho um tanto quanto… complicado. Um ano depois de termos sofrido absurdos no teoricamente fácil Pré-Olímpico das Américas, iniciaremos nossa caminhada no calvário, digo, Pré-Olímpico Mundial. Bom, se não passamos pelos reservas argentinos, pelos canadenses que nem contam com Nash ou pelos porto-riquenhos, presumo que não será muito fácil passarmos por gregos, alemães e, novamente, pelos próprios porto-riquenhos. É, talvez não seja muito fácil. E como para as Olimpíadas de Londres em 2012 não deverão haver muitas mudanças nas diretrizes do basquete brasileiro, inicio a campanha “Implorem por Rio-16”.

Isso mesmo caro leitor, Rio-16. Afinal, nessa semana a cidade maravilhosa desbancou alguns adversários e concorrerá contra Chicago, Madrid e Tóquio pelo direito de sediar os Jogos de 2016. E como a estrutura carioca é um pouco (?) inferior à das demais cidades citadas, só um milagre colocaria o Rio e o Brasil como sedes de um evento de tamanho porte. Mas como brasileiro não desiste nunca, comecemos então a mandar desesperados e-mails para o Comitê Olímpico Internacional pedindo para que os senhorzinhos que escolhem a sede olímpica tenham benevolência da situação que nosso basquete chegou e aceitem humildemente nossa hospedagem para tão glorioso evento. E, para ajudar o Brasil, criei um “e-mail modelo” para todos nós mandarmos para o COI. Confiram abaixo:

“Excelentíssimo senhor presidente do COI,

Me chamo [colocar nome] e desejo fazer um humilde pedido para o senhor. Meu pedido é um tanto quanto simples, levando em consideração o tamanho de vosso coração. Sou brasileiro, morador da cidade [colocar nome da cidade] e pretendo que as Olimpíadas de 2016 sejam realizadas em solo brasileiro, mais especificamente na cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro. Peço-lhe encarecidamente que julgue bem todas as cidades, mas escolha o Rio. Só assim nosso querido basquete terá chances de ir aos Jogos. Afinal, temos um pouco de falta de sorte e já estamos há algum tempo afastados do evento nessa modalidade.

Desde já agradeço,

[colocar data e nome]”

Depois é só reunirmos umas 200 milhões de pessoas e fazer cada um enviar um e-mail desse. Muito mais fácil do que administrar o basquete decentemente, não é Grego?

10 Perguntas para Tony Parker

Tony Parker (Photo by Andrew D. Bernstein/NBAE via Getty Images)O armador do San Antonio Spurs, Tony Parker, está entre os mais talentosos jogadores estrangeiros na NBA. Em seus sete anos na liga, ele ganhou três títulos da NBA, recebeu o MVP das Finais em 2007, foi duas vezes All-Star e nomeado ao All-Rookie First Team em 2002. Enquanto os Spurs em 2007 venceram o campeonato, este ano a temporada deles terminou cedo, depois de serem derrotados pelo Lakers por 4-1 nas finais da conferência Oeste. O francês respondeu ao site da NBA na seção Global Top 10 dez perguntas sobre os playoffs desse ano e sua jornada no basquete.

NBA.com: Muitas pessoas dizem que a cesta de três pontos de Tim Duncan no Jogo 1 contra o Suns mudou toda a série. Pra você, qual impacto teve esse arremesso?

Parker: Foi enorme para nós. Um grande arremesso, obviamente, pois Timmy usualmente não arremessa da linha de três muito, e foi demais para nós, pois estávamos perdendo por 18 pontos no primeiro tempo e voltamos, lutamos e empatamos a partida. A primeira vez com Michael Finley e então nós empatamos de novo com Timmy. Foi simplesmente um confronto incrível. Para mim, esse foi o melhor jogo dos playoffs, duas prorrogações e teve o Timmy convertendo uma chute de três. Foi insano, e no lado bom. Uma grande emoção. Uma das melhores partidas que já joguei nos playoffs.

NBA.com: Apesar de vocês terem derrotado Phoenix e New Orleans, quão desafiante foram as duas séries?

Parker: Nós tivemos duas séries difíceis. A primeira contra o Phoenix foi muito brutal e física, e então nós jogamos contra New Orleans, que é um time jovem surgindo, e fizemos sete jogos. Foi duro para nós. Nós fomos sortudos por ganhar o Jogo 7 (contra o Hornets) fora de casa, uma das grandes vitórias da nossa franquia. Essa foi uma grande vitória, fora de casa, Jogo 7, nós nunca conseguimos algo assim antes.

NBA.com: Você acertou um grande arremesso no final do Jogo 7 da série entre Spurs e Hornets. Faltando 50 segundos você fez um arremesso de fora do garrafão. Como se sentiu após conseguir essa cesta?

Parker: Nesse jogo, eu não estava bem. Mas, no quarto período, eu converti dois ou três arremessos antes de fazer meu último. Foi importante para nós porque nos deu uma boa liderança.

NBA.com: Muitos de seus companheiros, incluindo Manu Ginobili e Duncan, são atletas estrangeiros. Tem alguma diferença jogar com atletas estrangeiros ao invés de jogadores americanos?

Parker: É um estilo diferente, mas continua sendo basquete. Obviamente, Manu, o jeito dele jogar e louco de ser, é um pouco diferente. Continua sendo basquete. Nós apenas jogamos basquete. Eu acredito que isso faz a NBA ser melhor, porque você tem os melhores atletas de cada país.

NBA.com: Como você poderia analisar o confronto entre o Lakers e o Celtics?

Parker: Eles são dois grandes times. Tem grandes confrontos com Kobe Bryant, Paul Pierce, Kevin Garnett e Pau Gasol. Então será difícil para os dois times. Será muito bom de assistir. Eu não acho que alguém possa dizer quem ganhará. Mas eu acredito que o Lakers tem a vantagem pelo fato de terem Kobe Bryant.

NBA.com: Que tipo de pressão é estar nas finais da NBA, especialmente para aqueles como Ray Allen e Kevin Garnett que nunca estiveram lá antes?

Parker: Continua sendo basquete. É simplesmente excitante a primeira vez. Eu estava emocionado na minha primeira vez nas finais, mas quando começa é apenas basquete. Obviamente é muita pressão, porque você quer vencer o campeonato, mas é apenas mais uma disputa. Então eu acho que estarão bem.

NBA.com: Como é conquistar um título da NBA?

Parker: É um sentimento inacreditável. É a melhor emoção do mundo. É por isso que você joga basquete. É por isso que se pratica esportes, para viver esses momentos, para ter esses calafrios e esse sentimento feliz dentro de você, que trabalhou duro para esse objetivo e o atingiu.

NBA.com: Seu time tem um grande trio formado por você, Manu e Duncan. Boston tem um grande trio também. Qual a importância de ter vários bons jogadores no time?

Parker: Nos dias atuais é difícil vencer o campeonato com apenas um ou dois jogadores. Você precisa de ajuda, pois todos os times são bons. Então, eu acho que um time precisa ter pelo menos três jogadores que façam pontos e façam várias coisas em quadra e carreguem o time. Nesses dois times (Boston e Los Angeles) você tem isso em Paul Pierce, Garnett e Ray Allen e Kobe, Gasol e Lamar Odom. Eles podem carregar o time todas as noites.

NBA.com: Crescendo na França, você aspirava jogar na NBA? Se sim, teve um momento quando você sabia que era possível de acontecer?

Parker: Esse foi meu sonho desde pequeno. Meu pai é americano. Ele é de Chicago, então eu era um grande torcedor do Bulls, um grande fã do Michael Jordan. Eu sempre soube que queria jogar basquete quando crescesse.

Quando fui draftado, eu soube que aconteceria, mas sempre foi meu sonho desde criança. Eu sempre quis jogar na NBA, esse era meu objetivo. Quando eu pensei, “Oh, eu finalmente consegui”, eu estava no Draft. Quando você ouve seu nome (ser chamado), é um sentimento indescritível.

NBA.com: Quais são seus planos para a off-season?

Parker: Não estou fazendo nada. Não estou jogando pela seleção francesa. É meu primeiro verão em quatro ou cinco anos que não tenho para fazer. Então, eu definitivamente irei rejuvenescer e descansar em coisas que posso melhorar. Além disso eu irei sentar, aproveitar a vida e desfrutar de minha mulher. Apenas isso.