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Ginobili voltou a fazer cestas, mas quem se importa?
Manu Ginobili foi o cestinha do San Antonio Spurs no Jogo 4 contra o Utah Jazz. Com 17 pontos em quase 27 minutos, o argentino foi um dos principais responsáveis por despachar o time de Salt Lake City.
O camisa 20 também enfim conseguiu converter uma bola de três pontos (foram três durante a partida) e se livrou da incômoda sequência de oito tentativas e nenhum acerto que estava em vigência desde o início da pós-temporada.
Apesar de ter mandado a “zica” para longe, os números parecem ser irrelevantes para o argentino, que falou sobre o assunto após o duelo. “É claro que todo mundo gosta de marcar pontos. Errei algumas bolas, é verdade, mas foram poucas tentativas. Sinceramente, nem estava preocupado com isso”, explicou.
A verdade é que Manu é muito mais importante para o San Antonio Spurs do que simples 17 pontos – e seus colegas de trabalho sabem muito bem disso. “Seria loucura julgá-lo com base em seu aproveitamento nas bolas de três”, defendeu o técnico Gregg Popovich. “No Jogo 2, por exemplo, Ginobili deu dez assistências. Ele está sempre fazendo alguma coisa em quadra para conquistar a vitória”, completou.
Quem também saiu em defesa do argentino foi o veterano Stephen Jackson, um dos novos líderes da equipe. “Todos têm seus dias ruins, mas os dias ruins do Manu parecem imperceptíveis”, analisou. “Mesmo que esteja mal nos arremessos, ele é capaz de fazer várias coisas úteis. Confiamos nesse cara todas as noites”, finalizou.
Motivos para acreditar

Calma, amigos. Apesar do título, este artigo não se trata de mais um comercial da Coca-Cola com uma mensagem bonita para a humanidade. Quero aproveitar este espaço para expor algo que estive pensando nos últimos dias. Afinal, existem razões para acreditar em mais um título do San Antonio Spurs nesta temporada?
Sim, há, e muitas! Eu explico…

Chegou a hora dessa cena se repetir?
Banco de reservas
Esse é o principal motivo que me faz acreditar que o Spurs vai terminar a temporada 2011/2012 com o troféu Larry O’Brien nas mãos. Alguns podem até discordar, mas, para mim, o Spurs tem o melhor banco de reservas da NBA. Nenhuma equipe possui alternativas tão boas como os texanos, que contam com toda a categoria de Manu Ginobili, a experiência de Stephen Jackson e a técnica de Tiago Splitter.
O poderoso banco de reservas faz do Spurs uma das equipes mais constantes de toda a liga. Os já conhecidos “apagões” foram se tornando mais raros e hoje vemos um elenco homogêneo, onde todos contribuem e sabem muito bem o seu papel.
Veteranos saudáveis
Alguns importantes jogadores do Spurs já viveram suas épocas áureas há algum tempo. Tim Duncan é o mais veterano, com 36 anos. Manu Ginobili e Stephen Jackon aparecem logo atrás, ambos com 34. Destes, apenas Manu Ginobili enfrentou problemas mais sérios durante a temporada, mas já está totalmente recuperado.
Méritos para Gregg Popovich. Com o bom elenco que tem em mãos, o treinador, escolhido como Técnico do Ano da NBA, soube dosar o tempo de quadra de seus jogadores, poupando os “vovôs” sempre que possível.
Tony Parker
Aos 29 anos, o armador vive seu auge na carreira e é o principal jogador do Spurs na atual época, com médias de 18,3 pontos e 7,7 assistências na temporada regular. O francês vem jogando um basquete de altíssima categoria, em nível que só vi o camisa #9 jogar na decisão de 2007, quando ficou com o troféu de MVP das Finais.
Mais novo jogador do Big Three e presente nas últimas três conquistas de título dos texanos, Tony Parker assumiu a liderança da equipe e não decepcionou. Há até quem o coloque na corrida pelo MVP, o que, ao meu ver, não é nenhum exagero.
Alternativas nas alas
A traumática eliminação do Spurs para o Memphis Grizzlies, no ano passado, teve seu bode expiatório: Richard Jefferson. E contratar um jogador para a posição de Small Forward tornou-se uma prioridade em San Antonio. Mas nem o mais otimista torcedor imaginaria um cenário favorável tão cedo.
Logo no Draft, a franquia acabou abrindo mão de um de seus “queridinhos” e enviou George Hill para o Indiana Pacers em troca da 15ª escolha do recrutamento, que viria a ser Kawhi Leonard. O novo ala chegou sob desconfiança, mas, com sua inteligência, esforço e, principalmente, boa defesa, conquistou até os mais exigentes torcedores.
Teve também o crescimento do até então desconhecido Danny Green, que surgiu ninguém sabe muito bem de onde, mas assim que teve oportunidade a agarrou e não largou mais. Além disso, assim que pôde, o Spurs envolveu Jefferson em uma troca e trouxe de volta Stephen Jackson. A ala, desta forma, passou de “problema” para solução em San Antonio.

Em 1999, a temporada acabou assim…
Para os supersticiosos…
Vivemos um campeonato encurtada por um locaute, com apenas 66 jogos ao invés dos tradicionais 82. E foi a segunda vez que a NBA teve partidas canceladas em função de uma greve. A primeira, se vocês não se lembram, foi em 1998/1999, quando a temporada regular teve apenas 50 jogos. E quem foi o campeão naquela oportunidade? Sim, o San Antonio Spurs.
13 anos depois, se todas as razões que apontei anteriormente não forem suficientes, você pode se apegar à superstição, fazer suas mandingas e torcer pela equipe texana…
Afinal, “Spurs é campeão” tem 13 letras!
Parker analisa estreia vitoriosa do Spurs nos playoffs
Tony Parker vem jogando como um MVP. O armador francês faz sua melhor temporada da carreira e tem roubado a cena nos jogos do San Antonio Spurs. Na tarde de domingo (29), em sua estreia nos playoffs 2011/2012, Parker voltou a dar show. Contra o Utah Jazz, o camisa 9 anotou 28 pontos, distribuiu oito assistências e ainda pegou quatro rebotes.
“Tentei ser agressivo e queria ver o que eles fariam para brecar nossos pick and rolls. Depois disso, posicionei meus colegas da melhor forma e continuei num ritmo forte”, analisou o atleta, após o duelo. “No geral, nós fomos agressivos. Tínhamos que igualar nossa energia à deles, já que o Utah Jazz é um time muito físico e que joga com bastante intensidade”, completou Parker, que elogiou seus companheiros na sequência.
“Será uma guerra pelos rebotes durante toda a série. Acho que fizemos um bom trabalho hoje, especialmente Stephen Jackson. Ele foi ótimo neste quesito. Será importante que todos ajudem nossos pivôs a conquistar mais ressaltos”, avaliou o francês.
Por fim, Parker disse que seu trabalho defensivo sobre o também armador Devin Harris será essencial durante o confronto contra o Jazz. “Acho que essa é a grande chave”, afirmou. “Harris é quem faz o time funcionar. Ele pode ‘pegar fogo’ a qualquer momento e é muito bom nas bolas de 3. Será fundamental tentar pará-lo. Tenho certeza que ele virá com tudo no Jogo 2. Estarei preparado!”, finalizou.
Jackson exalta volta aos playoffs com a camisa do Spurs
Há quase dez anos, o ala Stephen Jackson fazia parte da equipe que conquistou o título de 2003, na despedida do Almirante David Robinson. Ao longo de todo esse tempo, o ala se transformou numa espécie de nômade. Passou por equipes como Indiana Pacers, Golden State Warriors e Milwaukee Bucks…
E agora está de volta a San Antonio, lugar onde conquistou seu primeiro – e único – anel da NBA. No Jogo 1 da série contra o Utah Jazz, o Captain Jack foi o reserva que mais tempo ficou em quadra: 27 minutos. Além dos 14 pontos (4-8) e quatro rebotes, o camisa 3 fez um sólido trabalho defensivo sobre o perigoso ala-pivô Paul Millsap.
“O mesmo Steve de sempre. Ele foi ótimo. Essa é sua época do ano”, disse Tim Duncan ao site Spurs Nation após o triunfo por 106 a 91. “Jack se empolga nos playoffs e isso é muito bom, porque nós precisamos dessa intensidade”, completou Timmy.
“Sou abençoado por estar nos playoffs novamente”, afirmou o veterano. “Cada pessoa tem a sua própria história; tudo o que eu passei nos últimos meses me tornou mais forte, mais esperto como pessoa e como jogador. Estar de volta a San Antonio é fantástico e ouvir essa torcida é definitivamente especial. É o melhor sentimento do mundo”, pontuou.
E mais…
Splitter será examinado nesta segunda-feira
Como explicado pelo Victor Moraes no resumo do jogo entre Spurs e Jazz, o pivô Tiago Splitter saiu de quadra após sofrer uma entorse no punho esquerdo. O brasileiro passará por uma ressonância magnética nesta segunda-feira (30) para verificar a gravidade do problema.
Verdades e falácias sobre o Spurs

Em sua mais recente coluna Interferência, publicada na última quinta-feira (19), meu companheiro de blog Rafael Proença levantou uma questão interessante: os rótulos que pairam sobre o San Antonio Spurs. O autor do texto lembrou que a equipe texana continua sendo vista como defensiva e pragmática, mesmo jogando de maneira diferente desde o início da última temporada. Isso me motivou a escrever novamente sobre o tema: quais lugares comum em torno do líder da Conferência Oeste são verdadeiros?

Juventude, velocidade... inexperiência?
Conforme explicado pelo Rafael no último texto, aquela ideia de equipe defensiva realmente é falsa. Embora tenhamos bons especialistas, como Danny Green, Kawhi Leonard e Stephen Jackson, estamos longe de ser aquele ferrolho campeão da temporada 2004/2005. Basta olhar para os números. Em apenas três dos 12 jogos que fez em abril, o Spurs não passou dos cem pontos. Além disso, o time texano é o segundo que mais faz pontos por jogo na temporada – a média é de 103, atrás apenas do Denver Nuggets, que marca 103,48 – e a 14ª que mais permite pontos dos adversários.
Mas os rótulos não param por aí. Que tal aqueles que dizem que o Spurs é um elenco envelhecido? Em pesquisa feita em janeiro, a equipe texana tinha apenas o 13º plantel mais velho da liga. Talvez isso tenha mudado com as chegadas de Boris Diaw e, principalmente, de Stephen Jackson, é bem verdade. Mas isso não altera o fato de que nunca o time de San Antonio deu tantos minutos para jogadores jovens quanto agora.
Um dos grandes méritos de Gregg Popovich, R.C. Buford e companhia nas últimas temporadas foi ter renovado a equipe sem trocar nenhuma estrela. Basta ver Green e Leonard ocupando vagas no quinteto inicial. No garrafão, DeJuan Blair e Tiago Splitter disputam o posto de titular – dos quatro, o pivô brasileiro, que completou 27 anos nesta temporada, é o mais velho.
E não é só de fora que vêm os rótulos. Às vezes, nós mesmos não percebemos mudanças na identidade das equipes. Pode ser difícil a princípio, mas temos de admitir que esse novo Spurs tem encontrado dificuldades nos playoffs – fase em que muitos de nós consideram que a equipe é especialista. Mas vale lembrar que os texanos venceram apenas dois dos últimos dez jogos disputados na pós-temporada – as duas últimas séries acabaram com vitórias do Phoenix Suns, por 4 a 0, e do Memphis Grizzlies, por 4 a 2.
Sou sempre contra rótulos no esporte. O Dallas Mavericks não era amarelão? Jason Kidd não era perdedor? Dirk Nowitzki não era pouco decisivo? Às vezes, é preciso um choque como um título para as pessoas passarem a ver mudanças que estão acontecendo diante delas. Os times mudam! O Spurs mudou. É hora de enxergar.







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