Arquivos do Blog

Muito a dizer

Saber que o San Antonio Spurs tinha problemas para lidar com jogadores altos e fortes, mesmo em uma temporada na qual a equipe texana teve a segunda melhor campanha da NBA, era preocupante. Porém, nem por isso a derrota para o Memphis Grizzlies deixou de ser chocante. Só tenho esse assunto para falar hoje. Por isso, começo esta coluna listando dois momentos que aconteceram antes dos playoffs e que ajudaram a determinar a precoce derrocada do time do AT&T Center.

Carrascos

1) Grizzlies 103 @ 110 Clippers: No dia 13 de abril, na última rodada da temporada regular, o time de Memphis poupou Mike Conley, Tony Allen e Zach Randolph e perdeu para a já eliminada equipe angelina. Em caso de vitória, o Grizzlies subiria para o sétimo posto e encararia o Los Angeles Lakers na primeira rodada. Muitos dizem que a equipe forçou o confronto contra o Spurs, mas ninguém confirma. Por outro lado, a equipe texana teria um confronto muito mais tranquilo contra um New Orleans Hornets desfalcado do ala-pivô David West.

2) Ginobili se machuca: No mesmo dia, Gregg Popovich, que havia poupado os titulares no jogo anterior, diante do Lakers, resolveu escalar força máxima na rodada final, diante do Phoenix Suns. Resultado: com menos de dois minutos jogados, Manu Ginobili contundiu o cotovelo direito. É bem verdade que a chave na série contra o Grizzlies foi o frontcourt, mas ter o argentino 100% poderia fazer a diferença. Principalmente na primeira partida, parelha até o final, quando o time do Texas sentiu a falta de seu closer. Uma vitória no Jogo 1 poderia ter mudado a cara da série.

Porém, creio que esses fatores apenas abreviaram uma inevitável queda do Spurs. Mais cedo ou mais tarde, a equipe enfrentaria outro ataque forte e seria eliminada. Los Angeles Lakers, Boston Celtics e Chicago Bulls poderiam dar tanto trabalho a Antonio McDyess e Tim Duncan quanto Zach Randolph e Marc Gasol deram nestes últimos dias.

Caso passasse pelo Grizzlies, o Spurs enfrentaria o Oklahoma City Thunder. Creio que seria um matchup mais favorável para os texanos. Serge Ibaka e Kendrick Perkins fazem uma belíssima dupla, porém mais eficiente na defesa do que no ataque. Kevin Durant é um jogador alto e forte fisicamente. Mas o craque tem como principal defeito de seu repetório a falta de um jogo de costas para a cesta. Por isso, George Hill e Manu Ginobili, mesmo mais baixos, seriam alternativas para marcá-lo com eficiência.

Porém, como disse anteriormente, o Spurs mostrou muitos problemas. Se passasse pelo Thunder, a queda seria mais para a frente por outro time. Em contrapartida, Ibaka e Perkins parecem o antídoto perfeito para Randolph e Gasol, e a equipe de Oklahoma City não deve encontrar dificuldades para chegar às finais de conferência.

Agora é a hora de pensar no ano que vem. O jogo seis contra o Grizzlies pode ter dado indícios para o futuro texano. Antonio McDyess deve se aposentar, e pode dar a vaga no time titular para Tiago Splitter, o primeiro big man a sair do banco na última partida. Richard Jefferson, por mais esforçado que seja, ainda está longe de render o esperado desde que foi contratado, e, na segunda metade do duelo, perdeu seu lugar no time titular para George Hill.

Por isso, o Spurs pode começar a temporada 2011/2012 com Tony Parker, George Hill, Manu Ginobili, Tim Duncan e Tiago Splitter no time titular. No banco, Gary Neal, James Anderson, Danny Green, Richard Jefferson, Matt Bonner e DeJuan Blair. Mais a possível chegada de jogadores que atuam na Europa, como Nando de Colo e Ryan Richards. Suficiente para brigar pelo título? Difícil…

Resta torcer para o Spurs conseguir trazer um free agent de peso, ou consiga alguma troca favorável. Porém, também acho difícil que isso aconteça. Será que poderemos contar com mais um steal no próximo Draft? Será que o recém-contratado Da’Sean Butler, aposta para a próxima temporada, vai corresponder? Por enquanto, sobram perguntas e faltam respostas…

Spurs (2) vs Grizzlies (4) – O fim

https://i0.wp.com/l.yimg.com/a/i/us/sp/v/nba/teams/20080123/80x60/sas.gif91×99https://i0.wp.com/l.yimg.com/a/i/us/sp/v/nba/teams/1/80x60/mem2.gif

O torcedor do San Antonio Spurs esperava um final diferente para a temporada, um final muito diferente desse adeus precoce. A campanha de 61 vitórias na fase regular e a liderança do Oeste deixaram um sabor doce, mas que logo azedou. Cair diante do Memphis Grizzlies, na primeira rodada dos playoffs, estava longe dos planos.

As férias chegaram antes que o planejado (AP Photo)

Mas o que aconteceu na última sexta-feira foi apenas uma morte anunciada desde o jogo 1. Pode-se dizer que o Spurs entrou na partida desta sexta-feira apenas respirando por aparelhos, após ser reanimado por Manu Ginobili e Gary Neal no jogo 5. Ah sim, o placar de ontem? 99 a 91, mas isso é o que menos importa.

O Spurs lutou, é bem verdade. Vendeu caro o revés. Mas fracassou. Depois de entrar muito mal no primeiro quarto e equilibrar a partida no segundo e terceiro períodos, o time texano ainda deu esperanças ao seu torcedor quando buscou a virada e chegou a marcar 80 a 79. Mas foi apenas o último suspiro.

Randolph: O algoz (Photo Andy Lyons/Getty Images)

Zach Randolph, sim, ele mesmo, fez aquilo que poucos podiam imaginar que o ala-pivô seria capaz alguns anos atrás. Talento ele sempre teve, todos sabem, mas o que vimos em quadra foi um verdadeiro líder.

Randolph colocou a bola embaixo do braço e resolveu. Já vinha em uma grande noite, mas coroou a partida com um final impecável, que entrará para a ainda curta história do Grizzlies. Pontuou de todas as formas, com arremessos, ganchos e até contra-ataques. Fez o que quis e como quis, sem se importar com quem estava em seu encalço.

Dessa vez, sem brincadeiras infames, sem tempo para um novo milagre. Sucumbiu um gigante, mas diante de outro gigante, que foi Zach Randolph. Vitória merecida.

Memphis dominou toda a série. Mesmo quando perdeu, foi apenas por um acaso. Parabéns a Lionel Hollins, técnico da equipe. Dizer que deu um nó tático em Gregg Popovich soa como exagero, mas soube, sem dúvida, explorar as deficiências e fraquezas de um adversário teóricamente mais forte.

Ao Spurs, este ainda é um assunto longo e que terá consequências além daquilo que podemos analisar no momento. Ao Spurs, resta levantar a cabeça e já começar a pensar na temporada 2011/2012, provavelmente a última de Tim Duncan.

Destaques da partida

San Antonio Spurs

Tony Parker – 23 pontos

Manu Ginobili – 16 pontos

Tim Duncan – 12 pontos, dez rebotes e três bloqueios

Memphis Grizzlies

Zach Randolph – 31 pontos e 11 rebotes

Marc Gasol – 12 pontos e 13 rebotes

Tony Allen – 11 pontos e quatro roubos de bola

Hora de aprender com os rivais!

O San Antonio Spurs joga sua vida na temporada nesta quarta-feira, diante do Memphis Grizzlies. Como dizem lá nos Estados Unidos, hoje é vencer ou voltar para casa. Perdendo a série por três a um, o alvinegro texano contará com a força de sua torcida para seguir vivo. A tarefa, no entanto, será árdua, já que Memphis vem jogando de forma impecável.

É isso que queremos ver logo mais!

A receita para a vitória já está dada. O que os comandados de Gregg Popovich precisam agora é de inteligência. Caros amigos, chegou a hora de aprender com nossos rivais. Mas que rivais?

Ontem, Los Angeles Lakers, Chicago Bulls e Orlando Magic mostraram o que um time de ponta deve fazer na pós-temporada. Comecemos pelo caso mais complexo. O Orlando Magic está no mesmo barco do San Antonio Spurs. Até ontem, a equipe tinha perdido três das quatro partidas disputadas, mesmo com o mando de quadra. No jogo cinco, em Orlando, o Magic se impôs e aplicou uma sonora surra no Atlanta Hawks (101 a 70). Pode até ser que Dwight Howard e companhia sejam eliminados, mas eles fizeram o dever de casa e transmitiram o recado: estamos vivos na série!

Em Los Angeles também tivemos o jogo cinco. Cercado de desconfiança após perder duas vezes para o New Orleans Hornets, o Lakers também fez o que tinha que fazer: dominou o adversário a partir do segundo período e mostrou porque todos o colocam como principal favorito ao título da temporada.

Dos três que citei, o que estava mais confortável era o Chicago Bulls. Mesmo assim, a derrota no jogo quatro e o desempenho abaixo da média nas partidas anteriores colocaram uma pulga atrás da orelha do torcedor. Ontem, todavia, o time obteve seu melhor desempenho nos playoffs (116 a 89) e despachou o Indiana Pacers.

Tivemos na terça-feira três grandes exemplos daquilo que o nosso San Antonio Spurs deve fazer hoje no AT&T Center. Temos que ter uma mentalidade agressiva, atacar a cesta sem medo e defender como nunca. Precisamos muito do trio de ferro, mas também necessitamos dos reservas que tanto foram importantes ao longo da fase regular. Aqui do Brasil nos resta apenas torcer e bradar: Go Spurs Go!

Spurs (1) vs. Grizzlies (3) – Primeira rodada dos playoffs

San Antonio Spurs @ Memphis Grizzlies – Primeira rodada dos playoffs

Data: 27/04/2011

Horário: 21:30 (Horário de Brasília)

Local: AT&T Center

O San Antonio Spurs precisa vencer em casa o Memphis Grizzlies para se manter vivo na série. Para tentar evitar o que a imprensa diz ser um possível fim da Era Duncan, o time texano busca se tornar a nona equipe na história da NBA a conseguir virar uma série em 1-3; o último a alcançar tal feito foi o Phoenix Suns, em 2006, na primeira rodada, contra o Los Angeles Lakers.  É vencer ou voltar para casa. Enquanto isso, o Grizzlies pode alcançar sua primeira semifinal de Conferência na história da franquia. O time ainda pode ser apenas o segundo 8º colocado da NBA a vencer um 1º em uma série de 7 jogos nos playoffs – o primeiro foi o Golden State Warriors, contra o Dallas Mavericks, em 2007.

Confrontos na série (1-3)

17/04/2011 – Spurs 98 vs 101 Grizzlies

Sem Ginobili, o Spurs encontrou dificuldades para brecar os gigantes de Memphis. Zach Randolph e Marc Gasol, somados, anotaram 49 pontos e 23 rebotes.

20/04/2011 – Spurs 93 vs 87 Grizzlies

Manu retornou após problema no cotovelo e, com 17 pontos e sete rebotes, comandou o Spurs em sua primeira vitória na série.

23/04/2011 – Spurs 88 @ 91 Grizzlies

Qualquer semelhança com o placar da primeira derrota texana é pura coincidência. Desta vez com Manu em quadra, quem comandou o jogo foi Zach Randolph, com direito a cesta de três pontos no finalzinho.

25/04/2011 – Spurs 86 @ 104 Grizzlies

No 35º aniversário de Tim Duncan, o Spurs sofreu a terceira derrota após um início de segundo tempo ruim. Tivemos também a boa estréia de Tiago Splitter em playoffs.

Foto em nba.com

San Antonio Spurs

PG – Tony Parker

SG – Manu Ginobili

SF – Richard Jefferson

PF – Antonio McDyess

C – Tim Duncan

Fique de Olho Jefferson está tendo grandes dificuldades na série. Suas médias caíram de 11 pontos na temporada regular para 8,3 nos playoffs. No jogo 4, Jefferson ficou 26 minutos em quadra e saiu zerado.

Foto em nba.com

PG – Mike Conley

SG – Tony Allen

SF – Sam Young

PF – Zach Randolph

C – Marc Gasol

Fique de OlhoConley está sendo um dos pilares da impressionante série da jovem equipe do Grizzlies. Subindo suas médias de 6,5 assistências na temporada regular para 7,3 nos playoffs, o armador está usando muito bem o artifício do pick-and-roll para vencer a defesa do Spurs.

Defense!

Durante os playoffs do ano passado, fiz uma pequena série de posts chamada “Defense!”. As postagens foram elaboradas antes de cada série do San Antonio Spurs na pós temporada, e falam sobre quais jogadores adversários cada atleta da equipe texana deveria marcar. Como achei que ficou bem legal (para quem quiser ver, a parte 1 é sobre o duelo contra o Dallas Mavericks, e a parte 2 sobre o confronto com o Phoenox Suns), resolvi retomar o projeto em 2011.

Primeiro adversário do Spurs nos playoffs deste ano, o Memphis Grizzlies é diferente do Mavs e do Suns de 2010. A equipe, que está sem o lesionado Rudy Gay, sequer tem grandes destaques individuais e conta com o coletivo para vencer. Por isso, a defesa da equipe texana – principalmente a de perímetro – terá de ser bem versátil para marcar os adversários e não deixar nenhum gostar muito do jogo. Vamos ao papel que cada jogador do elenco do Spurs terá na defesa durante esta série:

Eis o homem a ser marcado

Os titulares

Tony Parker – O francês nem é um grande marcador, e no começo das partidas ficará encarregado do armador Mike Conley, principal pontuador do perímetro do Grizzlies (sem contar o machucado Rudy Gay). Caso o adversário esteja levando muita vantagem sobre Parker, Gregg Popovich deverá rapidamente promover a entrada de George Hill, sacando o francês ou deslocando-o para outro adversário, como Tony Allen ou os reservas Ish Smith, Jason Williams e Greivis Vasquez.

Manu Ginobili – O argentino começará os jogos tomando conta de Tony Allen. O ala-armador adversário gastará a maioria de suas energias na defesa para tentar limitar o próprio Manu. Mesmo assim, Allen tem capacidade para deixar seus pontinhos, e, em uma série de playoff, todo cuidado é pouco. Além disso, Ginobili tem de estar atento a uma possível entrada de O. J. Mayo na partida. O jovem é irregular, mas tem boa capacidade para pontuar, e o argentino tem de evitar que o rival comece a gostar do jogo.

Richard Jefferson – Se comparado à última temporada, o ala melhorou muito na defesa. Está longe de ser um especialista, o que não será um problema nesta série, já que nenhum ala do Grizzlies é um grande pontuador. Assim, Jefferson poderá sempre tomar conta do mais alto jogador de perímetro adversário, papel geralmente ocupado por Sam Young ou Shane Battier. Tony Allen também pode ser deslocado para a três caso o time de Memphis queira apostar num quinteto mais baixo.

Antonio McDyess – No meu ponto de vista, Dice será, defensivamente, o jogador mais importante do Spurs nos playoffs. Caberá ao veterano ala-pivô marcar Zach Randolph, que lidera o Grizzlies não só em pontos por jogo (20,1) como também em rebotes: 12,2 por partida, sendo que impressionantes 4,3 ofensivos. McDyess será fundamental para limitar seu número de pontos e para tirá-lo de perto da tabela quando outros jogadores do time de Memphis arremessarem, evitando rebotes ofensivos do adversário e consequentes segundas chances para o rival marcar cestas.

Tim DuncanThe Big Fundamental fará um duelo de gigantes contra o espanhol Marc Gasol nos dois lados da quadra. Duncan não apresenta mais a mesma forma de antigamente e leva desvantagem no lado físico, o que pode ser compensado com sua experiência de pós-temporada infinitamente superior. Na ausência do pivô adversário, o lendário ala-pivô pode ficar de olho nos reservas Leon Powe ou Hamed Haddadi.

Os principais reservas

George Hill – Pra é o melhor defensor de perímetro do Spurs, e sempre deve ficar encarregado do mais perigoso pontuador adversário. Contra o Grizzlies, este homem seria Rudy Gay, que está lesionado. Sem o ala, a principal ameaça passa a ser Mike Conley – melhor para Hill, que não levará mais desvantagem no tamanho. Porém, o armador do Spurs também pode ser usado para limitar o irregular O. J. Mayo no caso de o ala-armador de Memphis estar em um dia inspirado.

Gary Neal – Dentre todos os jogadores de perímetro citados nesta coluna, da primeira à última linha, Neal é o que tem a pior defesa. Por isso, deve sempre ficar encarregado de um dos reservas que pouco produzem ofensivamente do Grizzlies, como Ish Smith, Jason Williams, Greivis Vasquez ou até mesmo Shane Battier. Dos titulares, pode até ficar de olho em Tony Allen ou Sam Young, desde que seu alvo não esteja em dia inspirado.

Matt BonnerThe Red Rocket está longe de ser um bom defensor. Colocá-lo para marcar um dos titulares do Grizzlies significaria machucar demais o Spurs debaixo da cesta. Por isso, o Coach B tem de sempre tomar conta de um dos reservas da equipe de Memphis, como Darrell Arthur, Leon Powe ou Hammed Haddadi.

DeJuan Blair – O que escrevi para Neal no perímetro serve para Blair na área pintada. O segundanista é o pior defensor do Spurs debaixo da cesta – talvez até pior do que Bonner – e deve sempre ficar a cargo do menos perigos adversário. Darrell Arthur, Leon Powe e Hammed Haddadi figuram como candidatos a este posto.

Outras alternativas

Danny Green – Especialista em defesa, o ala-armador é mais alto e mais pesado do que George Hill. Por isso, pode dar uma força caso um dos alas mais fortes fisicamente do Grizzlies – como Tony Allen, Sam Young ou Shanne Battier – estiverem em uma noite inspirada.

James Anderson – O novato se encaixa no texto que dei a Richard Jefferson – está longe de ser um especialista em defesa, mas também não passa vergonha. Assim como o citado ala, pode ficar encarregado dos alas mais altos do time de Memphis, como Sam Young, Shanne Battier e até Tony Allen, dependendo do quinteto adversário.

Tiago Splitter – Dos reservas do Spurs, é aquele que, de longe, tem a melhor capacidade defensiva. Pode ser alternativa para marcar Zach Randolph ou Marc Gasol nos minutos de descanso de Antonio McDyess e Tim Duncan – ou caso um dos veteranos esteja com problemas de faltas. Também pode ser acionado caso um dos reservas do Grizzlies, como Darrell Arthur, Leon Powe e Hammed Haddadi, estiver em noite inspirada.