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A coluna mais difícil que já fiz

This is not a championship team anymore“. A frase – que, em tradução livre, significa algo como “esse não é mais um time campeão”, foi dita pelo ex-jogador e atual comentarista Steve Kerr no início da temporada, quando ele gravou sua análise do San Antonio Spurs para o jogo 2K12. Podemos dizer que trata-se da avaliação de alguém com conhecimento de causa, que, em seus tempos de atleta, foi campeão da NBA com o time texano em 1999 e 2003. Mesmo assim, dói pensar que talvez ele tenha razão.

É, Splitter…

Ainda acho que o trio Tony Parker, Manu Ginobili e Tim Duncan pode levar o Spurs ao título novamente. O primeiro, vale lembrar, acaba de fazer a melhor temporada de sua carreira. Os dois últimos, no entanto, começam a sentir o peso da idade nas costas. Mas o técnico Gregg Popovich parece ter encontrado a solução: um elenco de apoio que consiga se virar sem a presença dos astros. Funcionou por um tempo, não é mesmo?

Nas semanas finais da temporada regular, nomes como Danny Green, Matt Bonner e Tiago Splitter ajudaram o Spurs a apresentar o melhor basquete da liga. O segredo era uma movimentação de bola que sempre encontrava alguém livre e que, mesmo com os reservas, continuava em alta. Porém, na série contra o Oklahoma City Thunder, esse elenco de apoio não funcionou – em especial os três citados neste parágrafo. Resultado: Ginobili teve de jogar 35 minutos e Duncan 40 no fatídico Jogo 6, que terminou com a eliminação da franquia texana.

O desafio de Pop, de R.C. Buford e da diretoria do Spurs, agora, é analisar quais jogadores que podem formar esse elenco de apoio que o trio de veteranos tanto precisa. A franquia parece ter acertado em cheio nas recentes contratações de Boris Diaw e de Stephen Jackson, que jogaram bem nos playoffs – o primeiro conseguiu manter o nível de atuação da temporada regular, enquanto o segundo foi além e foi um dos destaques do time na série decisiva contra o Thunder.

E quanto aos que foram mal? O que fazer? Perseguições à parte, a má atuação de Bonner em uma pós-temporada não é surpresa. O jogador, que vive dos arremessos de três pontos – e que inclusive já foi o melhor da NBA no fundamento – acertou 41,5% dos tiros de longa distância que tentou na carreira em partidas de temporada regular, contra 32,9% em jogos de playoffs. Queda drástica demais para um especialista, não acham?

Os casos de Splitter e Green me parecem ser um pouco diferentes. O brasileiro, que fez apenas sua segunda temporada na NBA, já apresentou evolução e, por ser um pivô de escola europeia, costuma ter dificuldades contra jogadores mais físicos, como Serge Ibaka e Kendrick Perkins. Por outro lado, o atleta se mostrou útil na defesa de adversários mais técnicos, como Luis Scola e Pau Gasol. O ala-armador, por sua vez, participou efetivamente de uma série dessa intensidade pela primeira vez em sua carreira e sentiu, o que é normal. Merece, ao menos, mais uma chance.

Vale lembrar, que, no entanto, Green é Free Agent no próximo verão. Assim como Gary Neal, que também foi mal na série contra o Thunder. Mas o ala-armador, prejudicado ao longo da temporada por ter de jogar muito tempo improvisado na armação, já provou em outras oportunidades que é confiável na hora do aperto. Mesmo assim, passa pelos dois jogadores o início das dúvidas do Spurs para a próxima temporada. Eles vão ficar? Vale a pena cobrir ofertas caras por algum dos dois?

A franquia terá outros jogadores com o contrato se encerrando nesta temporada, como Duncan e Diaw. Para o primeiro, que ainda não sabe o que fará em seu futuro, só existem dois caminhos: a renovação e a aposentadoria, já que não o vejo atuando com outra camisa. Vale lembrar que, se aceitar um salário modesto, o ala-pivô pode ajudar bastante a franquia a reduzir a folha salarial. O francês, por sua vez, deve ser encarado como prioridade pelos dirigentes texanos, já que foi, dos coadjuvantes, um dos que conseguiu manter o nível de desempenho na pós-temporada.

E enquanto aos “renegados”, aqueles que mal pisaram em quadra nos playoffs? James Anderson também será um Free Agent, e o Spurs ainda tem o direito de encerrar o contrato de DeJuan Blair. Os dois já mostraram potencial, mas nunca se firmaram na equipe. Merecem mais uma chance? Podem se tornar jogadores confiáveis para a pós-temporada? Nessa lista ainda entra Patrick Mills, que tem a opção de renovar por mais uma temporada e, no meu entendimento, pode ajudar como armador reserva enquanto Cory Joseph se desenvolve. Vale lembrar que, antes da próxima temporada, o canadense poderá jogar a Summer League, que não existiu neste ano. Pode ajudar.

Possíveis contratações? O Spurs já se mexe neste sentindo. Nando de Colo, que pode atuar nas posições 1 e 2, deve ser anunciado como reforço nas próximas semanas. O ala-pivô Erazem Lorbek, outro europeu com os direitos vinculados ao Spurs, também deve desembarcar no Texas para a próxima temporada. Além disso, a franquia texana sonha com o retorno de George Hill e também com a contratação de Nicolas Batum.

“Eu nunca duvidei que teríamos oportunidade e talento suficientes para brigar pelo título. Os diretores têm a habilidade de remodelar a equipe para que continuemos lutando”, disse Duncan, após o revés no Jogo 6. Nas entrelinhas, o astro mostra que sabe que precisa de um bom elenco de apoio para voltar a ser campeão. Para montá-lo, a franquia terá de obter sucesso em todas as respostas para as questões aqui expostas. Será possível?

Popovich se diz entusiasmado com basquete do Thunder

É Coach Pop, os caras jogam mesmo…

Em entrevista recente, o técnico Gregg Popovich rasgou elogios ao time do Oklahoma City Thunder, que derrotou o San Antonio Spurs na final da Conferência Oeste por 4 a 2.

“Eles se tornaram jogadores de classe e criaram uma unidade – em quadra e também na comunidade. Isso é grandioso”, definiu o treinador.

“Estou entusiasmado com o Oklahoma City Thunder, de verdade. Sei que isso soa um pouco estranho, mas realmente estou empolgado. É um trabalho de respeito e divertido de assistir”, concluiu o técnico do time texano.

Também pudera: Kevin Durant e companhia vêm fazendo uma campanha admirável. Na pós-temporada, os comandados de Scott Brooks eliminaram Dallas Mavericks, Los Angeles Lakers e San Antonio Spurs. Esses três times, juntos, fizeram as 13 últimas finais da NBA contra o ganhador da Conferência Leste e conquistaram dez títulos.

Green reconhece má fase e aceita papel de reserva

Tá na hora de acertar de novo, Green!

Oito arremessos convertidos em 28 tentativas. Esse é o desempenho do ala-armador Danny Green ao longo da série contra o Oklahoma City Thunder, válida pela final da Conferência Oeste da NBA.

A má fase do camisa 4 veio em péssima hora – justamente quando o San Antonio Spurs mais precisa dele. Os tiros de três pontos da zona morta, que o transformaram em titular absoluto, agora fazem mais falta do que nunca, já que os texanos perdem para o Thunder por 3 a 2.

Gregg Popovich cansou de esperar pelo renascimento de Green depois do revés sofrido na quarta partida da série, disputada em Oklahoma City. No Jogo 5, em San Antonio, Manu Ginobili foi titular e atendeu às expectativas, anotando 34 pontos.

“Tentei pegar no tranco. Naturalmente, todos nós somos seres humanos. Mas o assunto agora é outro. É maior do que eu e é maior do que todos. Trata-se de nós como um todo. Tentei ajudar do lado de fora (no quinto jogo), dizer para os meus companheiros o que eu estava enxergando e torci por eles o máximo que pude”, disse o jogador.

Perguntando sobre o motivo do mau momento, Green foi sincero. “Honestamente? Nem eu sei”, explicou. “Todos – até mesmo os melhores – têm quedas. Ray Allen, um dos maiores arremessadores da história, já teve momentos ruins. Você só tem de se manter confiante” concluiu o ala-armador.

“Se alguém está assustado, que vá para a igreja”, diz Jackson

Ensina como se faz, Captain Jack!

O ala Stephen Jackson parece insatisfeito com o desempenho do San Antonio Spurs nos dois últimos jogos contra o Oklahoma City Thunder. Depois da derrota no Jogo 4 da série, o Captain Jack cobrou mais vontade por parte de todos na volta para casa.

“Esses garotos (jogadores do Thunder) vêm jogando duro. Eles querem nos vencer. Acho que temos de voltar a ser dessa maneira. Se tem alguém assustado, que vá para a igreja”, disparou o camisa 3.

“Estamos na final da Conferência Oeste – milhares de pessoas queriam estar na nossa pele”, disse. “Chegamos ao ponto dele (Gregg Popovich) chegar até nós e pedir para jogarmos duro. Estou chocado. Todo mundo deveria estar pronto para entrar em quadra. Temos que demonstrar mais vontade de vencer”, pontuou.

O Jogo 5 entre San Antonio Spurs e Oklahoma City Thunder acontece nesta segunda-feira no AT&T Center.

Cuidem da bola!

Uma hora ia acontecer, não é mesmo? Na quinta-feira (31), o San Antonio Spurs, jogando fora de casa, perdeu para o Oklahoma City Thunder por 102 a 82, partida que encerrou uma sequência histórica de 20 vitórias da equipe texana. Neste sábado, às 21h30, os comandados de Gregg Popovich voltam à quadra longe de seus domínios precisando urgentemente melhorar em um aspecto: o controle de bola.

Não tá fácil pra ninguém, Green

Apesar da empolgação que o Spurs causou ao varrer Utah Jazz e Los Angeles Clippers nos playoffs, seria quase impossível passar invicto pela pós-temporada. Perder para uma equipe boa como o Thunder, mesmo que por 20 pontos de diferença, não é nada absurdo. Muito ruim, sim, foi a maneira com que o time texano perdeu.

O segredo da sonora vitória do Thunder esteve em uma adaptação defensiva inteligente do técnico Scott Brooks. Desde o início da série, a equipe tem marcado as linhas de passe do Spurs, o que, no confronto, será até mais importante para o time de Oklahoma City do que fechar o garrafão. Isso porque os texanos têm um número incontável de bons passadores (Tony Parker, Manu Ginobili, Stephen Jackson, Boris Diaw, Tim Duncan e, em um nível um pouco abaixo, Danny Green e Tiago Splitter). Em compensação, o elenco de Pop tem poucos infiltradores (só Parker e Manu) e poucos jogadores com perícia para finalizar perto da cesta (além de Duncan, Splitter e até Diaw, só Kawhi Leonard e DeJuan Blair, que tem atuado pouco, têm essa característica).

É possível ver o êxito que o Thunder encontrou ao executar essa estratégia durante o Jogo 3 nos números. Nos playoffs, o Spurs tem média de 24,2 assistências e 13,6 turnovers por partida. No duelo em questão, o time texano conseguiu apenas 18 assistências e desperdiçou a bola 21 vezes. É mole!?

Neste sábado, o Spurs precisará encontrar uma resposta para esse tipo de marcação. E eu acredito nessa possibilidade. Primeiro porque Parker, Ginobili e Duncan, jogadores que mais ficam com a bola nas mãos, têm experiência nos playoffs para lidar com esse tipo de dificuldade. Segundo porque Popovich sabe, como poucos, fazer ajustes durante uma série.

Essa não foi a primeira vez que o Spurs sofreu uma lavada nos playoffs em jogos importantes. Lembro-me da pós-temporada de 2010, quando, na primeira rodada, a equipe, que se classificou na sétima colocação, enfrentou o rival texano Dallas Mavericks. Na segunda partida da série, o time de Popovich roubou o mando de quadra e, com duas vitórias em San Antonio, voltou para a casa adversária podendo selar a classificação.

Porém, com uma sonora vitória por 103 a 81, o Mavs provou que estava vivo na série. Como fez na última quinta-feira, Pop abriu mão do jogo já no terceiro quarto, lançando jogadores que não vinham atuando nos playoffs – contra o Thunder, além de Blair, Patrick Mills e James Anderson pisaram em quadra. Em 2010, em Dallas, foram Garrett Temple, Keith Bogans e Ian Mahinmi que tiveram a oportunidade.

No entanto, no Jogo 6, a vaga veio com um triunfo por 97 a 87 sobre o Mavs, em partida que teve 26 pontos de Manu, 17 pontos e dez rebotes de Duncan e dez pontos, oito assistências e sete rebotes de Parker. Esperamos que a história se repita hoje!