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Spurs (0) vs Jazz (0) – Primeira rodada dos playoffs

San Antonio Spurs (0) vs Utah Jazz (0) – Primeira rodada dos playoffs

Data: 29/04/2012

Horário: 14h00 (Horário de Brasília)

Local: AT&T Center

O San Antonio Spurs faz sua estreia nos playoffs contra o Utah Jazz – oitavo colocado da Conferência Oeste. De acordo com a prévia feita pelos blogueiros do Spurs Brasil, o time texano vencerá a série com considerável facilidade. Para que isso aconteça, é importantíssimo conquistar o triunfo no Jogo 1. Na temporada passada, quando os comandados de Gregg Popovich foram eliminados pelo Memphis Grizzlies, o Spurs perdeu o embate inicial e depois foi incapaz de dobrar o rival.

Confrontos na temporada regular (3-1)

31/12/2011 – San Antonio Spurs 104 vs 89 Utah Jazz

O San Antonio Spurs entrou em quadra na noite de réveillon e aplicou o tradicional “show da virada” sobre o Utah Jazz. Manu Ginobili (23 pontos) e DeJuan Blair (17 pontos) foram os destaques da partida.

20/02/2012 – San Antonio Spurs 106 @ 102 Utah Jazz

O segundo embate entre Spurs e Jazz foi um pouco mais complicado. Jogando em Salt Lake City, a franquia texana suou para derrotar o time da casa. Naquela noite, Tony Parker se aproximou de um triple-double, com 23 pontos, 11 assistências e seis rebotes.

08/04/2012 – San Antonio Spurs 114 vs 104 Jazz

O penúltimo confronto entre as equipes aconteceu em San Antonio e serviu para o Spurs carimbar a vaga aos playoffs. Tony Parker (28 pontos) e Manu Ginobili (23 pontos) foram os donos da noite.

09/04/2012 – San Antonio Spurs 84 @ 91 Jazz

Um dia depois de obterem um triunfo em seus domínios, os comandados de Gregg Popovich foram derrubados em Utah. Dessa vez, no entanto, o treinador texano resolveu poupar o trio formado por Parker, Duncan e Ginobili.

San Antonio Spurs

PG – Tony Parker

SG – Danny Green

SF – Kawhi Leonard

PF – DeJuan Blair/Boris Diaw

C – Tim Duncan

Fique de Olho – Danny Green é um jogador discreto, que faz muito bem seu trabalho e às vezes nem é muito notado. Além de ser um bom defensor, o camisa 4 tem se destacado nas bolas de três pontos. Ao longo da temporada regular, Green registrou a expressiva média de 43,6% de aproveitamento neste quesito.

Utah Jazz

PG – Devin Harris

SG – Raja Bell

SF – Gordon Hayward

PF – Paul Millsap

C – Al Jefferson

Fique de Olho – Todos nós já sabemos que a dupla Millsap e Jefferson assusa – e muito – a defesa texana. Apesar do bom entrosamento dos pivôs, é bom ficar de olho também no ala Gordon Hayward. O jovem da Universidade de Butler, de apenas 22 anos, vem tendo um ótimo ano, com médias de 11,8 pontos e 3,5 rebotes por jogo.

Sucessor de Popovich fala sobre “gostinho” de dirigir o Spurs

Futuro promissor...

Mike Budenholzer trabalha no San Antonio Spurs desde 1994. Em quase 20 anos, o atual assistente técnico de Gregg Popovich já participou de grandes momentos com a equipe e conhece como poucos a franquia texana.

Nas últimas partidas desta temporada regular, Budenholzer, que é considerado por muitos o sucessor de Popovich, teve o “gostinho” de dirigir a equipe. Isso porque o Coach Pop resolveu tirar uma folguinha e ficou em San Antonio durante os embates contra Phoenix Suns e Golden State Warriors.

Foi a primeira vez na carreira que Budenholzer assumiu o time de forma oficial. O Coach Bud, como é chamado pelos atletas, só havia comandado a equipe em casos excepcionais, como quando Gregg Popovich é expulso, por exemplo. Após o triunfo fora de casa, o treinador interino teve que encarar a imprensa – o que nunca acontece com um assistente após os jogos. “Acho que nunca falei tanto”, brincou Bud durante a coletiva.

Também durante a entrevista aos jornalistas, Danny Green se dirigiu ao “novo” técnico e elogiou seu estilo. “Bud é um pouco mais tranquilo (que Popovich), mais maleável”, disse o jogador. “Ele gosta de arriscar, de tentar coisas novas, de pedir para fazermos jogadas diferentes daquelas que fazemos a todo o momento”, pontuou.

E mais…

Confira o calendário da série entre Spurs e Jazz

Jogo 1 – Domingo, 29/4 às 14h00 (San Antonio)
Jogo 2 – Quarta-feira, 2/5 às 20h00 (San Antonio)
Jogo 3 – Sábado, 5/5 às 23h00 (Utah)
Jogo 4 – Segunda-feira, 7/5 (Utah) – Partida sem horário definido
Jogo 5 – Quarta-feira, 9/5 (San Antonio) – Se necessário
Jogo 6 – Sexta-feira, 11/5 (Utah) – Se necessário
Jogo 7 – Domingo, 13/5 (San Antonio) – Se necessário

Verdades e falácias sobre o Spurs

Em sua mais recente coluna Interferência, publicada na última quinta-feira (19), meu companheiro de blog Rafael Proença levantou uma questão interessante: os rótulos que pairam sobre o San Antonio Spurs. O autor do texto lembrou que a equipe texana continua sendo vista como defensiva e pragmática, mesmo jogando de maneira diferente desde o início da última temporada. Isso me motivou a escrever novamente sobre o tema: quais lugares comum em torno do líder da Conferência Oeste são verdadeiros?

Juventude, velocidade... inexperiência?

Conforme explicado pelo Rafael no último texto, aquela ideia de equipe defensiva realmente é falsa. Embora tenhamos bons especialistas, como Danny Green, Kawhi Leonard e Stephen Jackson, estamos longe de ser aquele ferrolho campeão da temporada 2004/2005. Basta olhar para os números. Em apenas três dos 12 jogos que fez em abril, o Spurs não passou dos cem pontos. Além disso, o time texano é o segundo que mais faz pontos por jogo na temporada – a média é de 103, atrás apenas do Denver Nuggets, que marca 103,48 – e a 14ª que mais permite pontos dos adversários.

Mas os rótulos não param por aí. Que tal aqueles que dizem que o Spurs é um elenco envelhecido? Em pesquisa feita em janeiro, a equipe texana tinha apenas o 13º plantel mais velho da liga. Talvez isso tenha mudado com as chegadas de Boris Diaw e, principalmente, de Stephen Jackson, é bem verdade. Mas isso não altera o fato de que nunca o time de San Antonio deu tantos minutos para jogadores jovens quanto agora.

Um dos grandes méritos de Gregg Popovich, R.C. Buford e companhia nas últimas temporadas foi ter renovado a equipe sem trocar nenhuma estrela. Basta ver Green e Leonard ocupando vagas no quinteto inicial. No garrafão, DeJuan Blair e Tiago Splitter disputam o posto de titular – dos quatro, o pivô brasileiro, que completou 27 anos nesta temporada, é o mais velho.

E não é só de fora que vêm os rótulos. Às vezes, nós mesmos não percebemos mudanças na identidade das equipes. Pode ser difícil a princípio, mas temos de admitir que esse novo Spurs tem encontrado dificuldades nos playoffs – fase em que muitos de nós consideram que a equipe é especialista. Mas vale lembrar que os texanos venceram apenas dois dos últimos dez jogos disputados na pós-temporada – as duas últimas séries acabaram com vitórias do Phoenix Suns, por 4 a 0, e do Memphis Grizzlies, por 4 a 2.

Sou sempre contra rótulos no esporte. O Dallas Mavericks não era amarelão? Jason Kidd não era perdedor? Dirk Nowitzki não era pouco decisivo? Às vezes, é preciso um choque como um título para as pessoas passarem a ver mudanças que estão acontecendo diante delas. Os times mudam! O Spurs mudou. É hora de enxergar.

Após oito jogos “em branco”, Leonard volta a se destacar

Leonard ouve conselhos de Pop

O novato Kawhi Leonard estava numa fase ruim. Sem marcar dez ou mais pontos há oito jogos, sem fazer uma cesta de três pontos há sete partidas e tendo errado os seis últimos tiros de longa distância que tentou, o camisa 2 vivia um mau momento apesar da recente boa fase do San Antonio Spurs.

Na noite de sábado (14), no entanto, Leonard recuperou o velho ritmo e foi um dos responsáveis pela fácil vitória do San Antonio Spurs sobre o Phoenix Suns por 105 a 91. Em quase 24 minutos em quadra, o ala anotou 14 pontos – acertando as três bolas de longa distância que tentou durante a partida -, pegou cinco rebotes e roubou duas bolas – uma de suas marcas registradas.

Após a partida, o jogador confessou que vinha se sentindo cansado ultimamente. Dos 58 jogos disputados pelo Spurs nesta temporada, Leonard ficou de fora de apenas um deles. “Tenho estado um pouco cansado depois de tantos combates, mas estou aprendendo com esse grande grupo que temos”, disse. “Eles me dizem para continuar dando duro, me esforçar, cuidar do corpo e deixar o resto com os treinadores”, completou.

Por fim, o atleta confessou estar ansioso para a pós-temporada. “Me sinto bem agora. Estou com bastante energia e empolgado para os playoffs. Tenho tentado melhorar a cada partida nesses últimos jogos”, finalizou.

E mais…

Tudo bem com Danny Green

Danny Green - San Antonio SpursO técnico Gregg Popovich voltou para o segundo tempo do duelo contra o Phoenix Suns sem o ala Danny Green. O treinador, contudo, negou que o camisa 4 tenha se lesionado durante o embate. “Na verdade só estava dando um descanso para ele. Danny vem jogando muito e lhe dei essa oportunidade para repousar”, afirmou.

Quando a persistência dá resultado…

Entre uma bronca e outra, Danny Green vai se tornando peça fundamental

Danny Green veio da tradicional Universidade da Carolina do Norte – a mesma que revelou Michael Jordan para o mundo do basquete -, mas teve poucas chances de mostrar seu trabalho na NBA. Draftado pelo Cleveland Cavaliers na segunda rodada de 2009, Green jogou apenas 20 partidas em sua temporada de novato.

A verdade é que ele tinha pouco espaço em Cleveland; era ofuscado pelo astro maior, LeBron James. “Largado” no banco de reservas, Green via o tempo passar sem esperança de ganhar uma oportunidade. Essa chance realmente nunca veio, já que o ala foi dispensado durante o training camp da temporada seguinte.

“As semanas passavam e eu sequer tinha ideia do que ia acontecer”, disse o jogador, que havia assinado um “contrato de risco” antes do começo da fase regular. “Você fala com seu agente, espera alguns telefonemas, treina duro e espera uma chance aparecer”, completou, lembrando que a carreira de jogador de basquete nem sempre rende fama e dinheiro.

Mas Green se lembra de alguns bons momentos em Ohio, como a convivência com atletas mais experientes. “Me diverti bastante no meu primeiro ano em Cleveland. É uma grande franquia e tive grandes companheiros de time. Só esperava que eu fosse encontrar um novo lugar para chamar de casa mais rápido”, explicou.

Demorou mesmo. Danny perambulou pela D-League antes de finalmente achar seu lugar para chamar de casa. No entanto, custou para que ele encontrasse seu espaço no Texas. Nesse meio tempo, as idas e vindas do ala para a liga de desenvolvimento da NBA eram constantes. Green só conseguiu se firmar em San Antonio nesta temporada, justamente depois que Manu Ginobili se machucou. Gregg Popovich até testou James Anderson antes dele, mas foi o ala de North Carolina que “conquistou” o treinador.

Titular absoluto, o camisa 4 voltou a Cleveland na noite de terça-feira (3) e mostrou para os dirigentes do Cavs que poderia ter sido melhor aproveitado enquanto esteve esquentando banco por lá. Danny Green teve sua vingança – anotou 19 pontos e ajudou o San Antonio Spurs a conquistar sua terceira maior vitória fora de casa na era Gregg Popovich, que começou em 1996.

Apesar da pontaria calibrada no ataque, foi sua garra na defesa que ganhou elogios; e olha que foram elogios de peso. “Danny vem sendo muito sólido defensivamente”, analisou Tim Duncan. “Na verdade, ele tem feito muito mais do que acreditamos que ele seria capaz. É realmente uma grande surpresa para nós”, finalizou.

Green, assim como Jeremy Lin e tantos outros, é mais uma prova de que empenho e persistência trazem resultado. Ele pode estar longe de ser um craque, mas sua raça dentro de quadra faz com que ele tenha espaço garantido e um lugar para chamar de lar.