Arquivos do Blog
A morte do armador

Kidd e Parker: armadores com diferentes papéis
Respeitável público,
No manual do basquete, a primeira função dada ao armador principal é a de organizar o jogo e distribuir a bola. Este é o que podemos chamar de “armador clássico”, aquele que é responsável por fazer os seus companheiros jogarem. Na NBA de hoje, o melhor exemplo para vestir esta camiseta ainda é Jason Kidd. O veterano do Dallas Mavericks tem uma visão de jogo quase perfeita e cria as jogadas sempre com a primeira intenção de buscar um companheiro melhor posicionado para arremessar.
A preferência por um armador clássico ou um pontuador já me fez presenciar discussões acaloradas e o assunto se faz pertinente, pois tanto o jogador sensação quanto o atual MVP da Liga buscam a cesta a todo momento. O jovem Jeremy Lin, do New York Knicks, tornou-se o queridinho da NBA após uma memorável atuação contra o Los Angeles Lakers, quando, com seus 38 pontos, superou o astro adversário Kobe Bryant e levou sua equipe a uma grande vitória. Para alegria dos que gostam de bola na cesta, Lin tem médias de quase 15 pontos por partida em seu primeiro ano, enquanto distribui seis assistências por noite. Voltaremos a ele daqui a pouco. Derrick Rose, do Chicago Bulls, é outro que também dá de ombros para os passes. O melhor jogador da temporada passada anota 23 pontos e oito assistências por jogo. As estatísticas não chegam a ser um desastre, mas se tornam alarmantes quando vemos que dois jovens armadores de futuros possivelmente brilhantes pensam primeiro em marcar pontos e depois em assistir.
No San Antonio Spurs, Tony Parker nunca foi unanimidade muito em razão de sua avidez pela cesta. Para se ter uma ideia, depois de 11 temporadas na Liga, o francês vem tendo suas melhores médias em assistências agora em 2012, com não muito festejáveis oito passes por noite. Na vitória de ontem sobre o Knicks por 118 a 105, Parker foi o cestinha da noite com 32 pontos, enquanto Lin marcou 20, ficando atrás apenas de Carmelo Anthony, que garantiu 27 pontos para o Knicks. Juntos, os armadores combinaram apenas 10 assistências, sendo seis delas de Parker. Neste ano, mais precisamente no dia 23 de janeiro, Parker alcançou seu recorde de assistências em um jogo ao distribuir 17 passes contra o New Orleans Hornets.
Este “problema” muito mais me parece de mentalidade do que de falta de qualidade. Obviamente que visão de jogo não é algo que se aprenda, ninguém se tornará um Jason Kidd ou um Steve Nash à base de treinamento, embora possa desenvolver este quesito. Me parece mental, pois o ideário do armador-pontuador é algo que parece estar sendo gestado desde a base, sejam nos colégios e universidades norte-americanos ou nas escolinhas e afins por todo canto do mundo. Os que gostam do armador que organiza ainda devem prestar um pouco de atenção em Chris Paul e Deron Williams, embora este último, ao que parece, tenha assumido de vez a condição de cestinha no time do New Jersey Nets. O MVP de Rose e o imediatismo de Lin podem significar para muitos garotos o segredo do sucesso e em contrapartida a morte do armador clássico. Como vaticinou um certo treinador de futebol brasileiro que chegaria um dia onde o esporte bretão não teria mais atacantes, podemos estar próximos do basquete sem armadores. Espero que não.
Del Negro: “Duncan é um exemplo a ser seguido”
Vinny Del Negro já foi companheiro de time de Tim Duncan. Eles jogaram juntos no Spurs em 1998, quando Duncan era apenas um jovem novato e Del Negro já era veterano. O hoje técnico do Los Angeles Clippers deixou San Antonio na temporada 1998/1999 e observou Duncan crescer como profissional de longe.
A carreira de Duncan todos conhecem – é recheada de títulos e prêmios individuais. O hoje adversário Del Negro sabe que Timmy está prestes a se aposentar, mas ainda respeita o ex-colega e o qualifica como um exemplo a ser seguido. “Acho que todos podem aprender com Duncan”, opina o técnico. “Seu comportamento, sua ética, o jeito como faz as coisas, sem ego – ele só quer vencer”, completou.
Para o treinador, o camisa 21 ainda é muito perigoso dentro de quadra, por isso promete marcá-lo de perto logo mais em San Antonio. “Tim sabe todos os truques. Ele sabe o tempo certo para tudo e fará muitos pontos se nossa defesa deixar de dobrar. E mesmo que ela dobre corretamente ele acertará todos os passes”, elogiou.
Quem também enaltece Duncan é o armador Chris Paul. A dupla, inclusive, tem algo em comum. Ambos foram alunos e jogadores da Universidade de Wake Forest e têm um relacionamento bem próximo. “As pessoas podem dizer o que quiserem, que eles ficaram velhos e tudo mais, mas para mim eles só ficaram mais sábios”, finalizou o respeitoso CP3.
Hora de abrir os olhos
Caro torcedor do San Antonio Spurs no Brasil. Ontem li um artigo muito interessante no Project Spurs sobre nossa equipe, e por isso resolvi vir aqui escrever meu ponto de vista em cima do que foi dito lá.
Como todos nós sabemos, a diretoria texana tentou trazer o ala Caron Butler para ocupar o posto de Richard Jefferson. Butler, no entanto, recusou a proposta e rumou para Los Angeles. Para atuar no Lakers? Pelo contrário: ele foi para o primo pobre da cidade – o outrora ridicularizado Los Angeles Clippers.
Mas por que ele se decidiu pela equipe californiana? Dinheiro? Mídia? A resposta para essa pergunta é simples: futuro! O Los Angeles Clippers tem hoje um dos elencos mais jovens e promissores da NBA. Blake Griffin e agora Chris Paul encabeçam uma equipe repleta de bons valores e com um horizonte brilhante pela frente.
E o que o San Antonio Spurs tem a ver com isso? Bem, como eu dizia lá no começo, a franquia texana brigou para contar com os serviços do ala, mas acabou perdendo para a juventude do Clippers.
Pensemos agora como Caron: nós temos algum atrativo atualmente? San Antonio é uma metrópole grande, é verdade, mas localizada bem longe dos grandes centros. A cidade fica no centro-sul dos Estados Unidos, ao passo que o dinheiro está concentrado no Leste (Nova York e Cia) e no Oeste (Los Angeles e Cia).
É claro que é possível montar bons times fora dos grandes centros (o próprio Spurs é prova disso), mas a dificuldade é bem maior, ainda mais por termos um elenco envelhecido. Tim Duncan está prestes a se aposentar, Manu Ginobili está bem longe de ser o Ginobili dos velhos tempos e Tony Parker nunca foi considerado o salvador da pátria.
O elenco continua bom? Sim, continua. Há bons jogadores, algumas promessas, mas nenhum Blake Griffin, por exemplo. No passado Tim Duncan foi um Blake Griffin e “trouxe” muitos atletas sem contrato para San Antonio. Mas quem é o nosso Blake Griffin de hoje? Ninguém! E é por isso que temos encontrado tantas dificuldades para contratar as peças que queremos.
Sei que é fácil falar e que deve ser complicado para os próprios dirigentes, mas alguma coisa tem de ser feita urgentemente. Pensar em algumas trocas, abrir espaço na folha salarial, montar um bom elenco aos poucos. O Memphis Grizzlies mostrou que esse combo pode trazer resultados – mesmo que esses resultados demorem um pouco a aparecer. Chegou a hora de pensar grande, pois caso contrário ficaremos muitos anos naquele limbo dos times que chegam aos playoffs e nunca ganham nada.
No duelo criador x criatura, melhor para Monty Williams
O San Antonio Spurs foi literalmente surrado pelo New Orleans Hornets na noite de sábado. O placar final, 96 a 72 para os donos da casa, mostrou a superioridade de Chris Paul e companhia, que impuseram uma defesa forte e sufocaram as principais peças do elenco texano.
Mérito, claro, do técnico Monty Williams, que já foi assistente de Gregg Popovich no San Antonio Spurs e vem se firmando como um grande treinador. “Mandamos a mensagem dizendo que o jogo seria difícil”, disse Williams após a partida se referindo à noite anterior, quando seu Hornets atropelou o Atlanta Hawks pelo placar de 100 a 59. Nos último cinco jogos, a equipe da Louisiana sofreu, em média, 79 pontos de seus adversários – um número pra lá de expressivo.
“Penso que New Orleans fez uma grande partida defensivamente”, elogiou Gregg Popovich, timidamente orgulhoso de seu pupilo. Tim Duncan, grande astro do San Antonio Spurs, foi mais além: “Eles vêm jogando o melhor basquete da NBA nos últimos 15, 20 jogos”, avaliou. Pelo visto, esse encardido time dará muito trabalho na pós-temporada…
Spurs (1-1) vs Hornets (3-0) – A primeira derrota

90X99
Por essa os torcedores não esperavam. Depois de uma boa estreia na temporada contra o Indiana Pacers, o San Antonio Spurs recebeu o New Orleans Hornets e foi derrotado por 99 a 90. Apesar de ser apenas início de temporada, a derrota para um rival de divisão que não figura entre os favoritos pode, lá na frente, complicar a situação dos texanos.

Nem mesmo golpes baixos pararam Chris Paul (AP Photo)
Ao contrário da partida contra o Pacers, Tim Duncan teve uma noite apagada, enquanto o restante de seus companheiros tiveram uma atuação apenas razoável, que não foi suficiente para levar a equipe à vitória.

Popovich ainda tem muito trabalho pela frente para "arrumar a casa" (AP Photo)
A partida, que estava sendo liderada pelo Spurs durante todo o primeiro tempo, acabou mudando de rumo depois do intervalo. Apesar do jogo equilibrado e da pouca vantagem, os texanos se mantinham à frente. No terceiro quarto, a equipe sofreu a virada e não conseguiu mais retomar a frente no marcador.
Uma sequência de dez pontos sem resposta do Spurs nos últimos quatro minutos do período elevou a vantagem do Hornets para 16 pontos, e a partir daí o resultado já estava garantido.
No último quarto o Spurs pouco pode fazer. Com aproveitamento ruim nos arremessos de quadra – apenas 38,8% – Chris Paul teve o caminho facilitado para levar o time de New Orleans à terceira vitória consecutiva na atual temporada. O armador anotou 25 pontos e comandou a vitória de sua equipe fora de casa.
Destaques da partida
San Antonio Spurs
Manu Ginobili – 23 pontos e seis assistências
Richard Jefferson – 18 pontos
Tony Parker – 13 pontos
New Oleans Hornets
Chris Paul – 25 pontos, sete rebotes e cinco assitências
David West – 18 pontos
Marcus Thornton – 17 pontos e sete rebotes








Você precisa fazer login para comentar.