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Falta grana?

Há sempre uma luz no fim do túnel. Essa luz muitas vezes parece distante e impossível de ser alcançada. É mais ou menos assim que se encontra o San Antonio Silver Stars. Em questão de vitórias, nessa semana ainda houve uma importante contra o Seattle Storm, o que permitiu a subida da equipe no ranking da Conferência Oeste. Porém, em desempenho e ações, existe um grande problema sendo enfrentado.

DeLisha Milton-Jones não faz mais parte do elenco (Reprodução/jwsbasketball.org)
A equipe anunciou logo no começo do mês o buyout do contrato de DeLisha Milton-Jones. Com isso, a jogadora foi dispensada, o que nos leva a pensar duas coisas: ou o técnico Dan Huges perdeu a cabeça e preferiu investir em Jayne Appel ao invés da veterana, ou a grana está curta. Eu acredito que a segunda opção seja a mais válida.
O Silver Stars renovou os contatos de Becky Hammon, Sophia Young e Dan Hughes, nomes de peso na liga. Vale lembrar que o treinador também assume a função de gerente geral. Ainda há Vickie Johnson na assistência do comandante. Contando com os gastos que a franquia está tendo com cirurgias, fisioterapia e outras coisas necessárias para o tratamento de suas enfermas nesta temporada, os dólares estão voando fácil.
Devido ao baixo rendimento da equipe em quadra, a venda de ingressos da franquia também cai. Nesta semana, havia entrada para o jogo do Silver Stars contra o Seattle Storm deste domingo (11) em promoção no Groupon.
Apesar dos termos contratuais da renovação com Hammon não terem sido revelados, já foi afirmado que a ala-armadora fica na franquia até se aposentar. Ou seja, uma atleta de ponta, incontáveis vezes All-Star e franchise face certamente recebeu uma bolada. Só não eram previstos os empecilhos deste ano.
E as outras jogadoras? Se analisarmos bem, são novas na WNBA ou não têm tanto peso no nome. Danielle Robinson e Danielle Adams estão em seu terceiro ano. Shenise Johnson no segundo. Jayne Appel no quinto, mas não é valorizada. Jia Perkins já está na liga há um tempo, mas não é, digamos, “top”. Quem ainda pode ficar mais cara é Shameka Christon.
Enfim, com todas as pedras no meio do caminho, o que se pode concluir é que o ano é de analise para corrigir alguns pontos importantes. O elenco do Silver Stars é bom. Muito talentoso e bem entrosado, mas precisa de uma pivô de ELITE com URGÊNCIA. Sem isso, não adianta. Primeiras rodadas de playoffs serão o máximo da conquista ao passar dos tempos.
Espero que 2013 seja uma lição aprendida.
UM OLHAR MAIS PROFUNDO
Corey Gaines, ex-técnico do Phoenix Mercury, foi demitido. Tendo em mãos incríveis jogadoras como Diana Taurasi, Candice Dupree, DeWanna Bonner e Britney Grinner, o comandante não conseguiu colocar as peças para engrenar e protagonizou uma das maiores vergonhas da WNBA em 2013. A equipe do Arizona está na terceira posição da Conferência Oeste com 12 vitórias e 11 derrotas. Nada do que era esperado.
Destaques individuais

A última posição na Conferência Oeste da WNBA é ocupada pelo San Antonio Silver Stars. A má fase causada pela ausência das duas principais jogadoras da equipe parece ser mais longa do que o esperado, mas o time não está de todo ruim. Existem alguns flashes que vão fazer essa temporada ser lembrada com um pouco de carinho. Começando pelo Jogo das Estrelas…

Danielle Robison representou o Silver Stars no All-Star Game (Brian Babineau/NBAE/Getty Images)
O All-Star Game de 2013 da WNBA aconteceu na semana passada, na Mohegan Sun Arena, casa do Connecticut Sun. Apesar do time que usa esse ginásio como lar não estar bem das pernas no campeonato, a estrutura do local, que conta com um cassino e um hotel, é muito bem bolada. Já estive duas vezes por lá (não para o cassino, vale ressaltar) e o mais legal é a aproximação das jogadoras com os torcedores. Normalmente existem os treinos abertos para que o público tenha acesso às atletas, e na saída do dia do jogo principal, você ainda consegue encontrar com diversos nomes que sempre sonhou em conhecer. Eu, por exemplo, tive a oportunidade de conversar com Dan Hughes, técnico do Silver Stars, durante duas edições seguidas deste evento. O cara é a simpatia em pessoa.
Este ano, nenhuma jogadora do time de San Antonio foi selecionada por voto do público para participar do All-Star Game, mas Danielle Robinson foi honrada com a nomeação para a reserva da Conferência Oeste. Foi justíssimo, pois a armadora está tendo um trabalhão com seu time na temporada. Sua participação no jogo das estrelas foi discreta (dois pontos em 15 minutos), mas valeu pelo reconhecimento e pela experiência de fazer parte de um momento tão especial promovido pelas grandes ligas norte-americanas.
O outro destaque foi um marco na carreira de Hughes. O técnico, reconhecido por muitos profissionais da WNBA pela competência e capacidade de gerenciamento de equipes, conquistou sua 200ª vitória na liga. O fato aconteceu no dia 25 de julho, quando o time texano enfrentou o New York Liberty e fechou a partida com um placar de 65 a 53.
Por fim, apesar de toda adversidade de jogadoras lesionadas e times adversários completos e reforçados, o Silver Stars ainda consegue protagonizar bons momentos na liga.
Nessa semana, os confrontos da equipe texana acontecem na terça-feira (6) contra o Minnesota Lynx, e sexta-feira (9) e domingo (11) contra o Seattle Storm. Vamos torcer para que mais resultados positivos sejam alcançados!
UM OLHAR MAIS PROFUNDO
A veterana Tina Thompson (Seattle Storm) protagonizou o seu último All-Star Game em 2013. A jogadora, que tem como marca registrada, além de seu talento em quadra, as cores fortes dos batons vermelhos utilizados durante os jogos, é uma das lendas do basquete feminino e está entre aquelas que mais representa a modalidade no mundo. Duas vezes campeã olímpica com a seleção dos Estados Unidos, quatro vezes campeã da WNBA com o Houston Comets e com nove participações em jogos da estrelas em seu currículo, Thompson é, tal qual Lisa Leslie, Nancy Lieberman e Rebeca Lobo, um nome inesquecível para a liga.
Diante das adversidades, como manter torcedores?

O San Antonio Silver Stars passa por uma fase muito ruim, e isso não é mistério para ninguém. No entanto, existe uma cultura muito forte dentro das ligas norte-americanas de transformar uma franquia em um grande negócio. Normalmente, os times não são apenas uma forma de diversão para a sociedade, pois por trás de todo o entretenimento oferecido existe uma empresa com o objetivo de produzir, como toda sociedade capitalista, lucro. Quando isso não acontece, ou existe uma mudança de localidade – tal qual o Seattle SuperSonics hoje é o Oklahoma City Thunder na NBA e o Detroit Shock se tornou o Tulsa Shock na WNBA – ou as portas são fechadas definitivamente – caso do Sacramento Monarchs na liga feminina.
No caso do San Antonio Silver Stars, a empresa que controla as ações da equipe é a Spurs Sports & Entertainment Executives. Ou seja, os mesmos donos do San Antonio Spurs. Apesar de Gregg Popovich e Dan Hughes serem os comandantes dos times, o “cara da grana” é Peter Holt. Esse é o motivo para tanto o esquadrão feminino quanto o masculino dividirem o mesmo estádio como “casa”, o AT&T Center, terem as mesmas cores e seus jogadores apoiarem os títulos um do outro – por exemplo, quando Becky Hammon tirou uma foto com troféus da NBA em homenagem ao Spurs na última final da NBA.
A situação dos “irmãos”, porém, é diferente da das garotas. O Spurs não precisa de muito esforço para atrair torcedores, que são, consequentemente, consumidores, tanto por meio da aquisição de ingressos como de camisas e outras coisinhas que todo fã gosta de ter – chaveiros, adesivos, bobbleheads de jogadores e estandartes, entre outros. Raramente uma franquia da NBA corre o risco de se extinguir, principalmente as mais tradicionais e vencedoras, como o Spurs. Já na WNBA, a cada ano existe um temor por parte dos admiradores de que seu time chegue ao fim. Já aconteceu com equipes importantes, como o Sacramento Monarchs e o Detroit Shock, mencionados acima.
O Seattle Storm quase teve de se desligar do campeonato recentemente, até que um grupo de torcedoras – isso mesmo, apenas mulheres – assumiu as despesas do time, que hoje é um dos que tem o maior sucesso e investimento na liga. No caso do Silver Stars, existe uma grande sorte pelo fato de o grupo responsável por suas ações ter bastante dinheiro e os torcedores fieis do Spurs apoiarem as garotas. Em menor escala, é claro, mas há fãs incontestáveis.
Para que essa base de apoiadores se mantenha, principalmente os conhecidos Season Ticket Holders – os que compram ingressos com lugar cativo para a temporada inteira –, o time investe em jogadoras e em atividades que envolvam aqueles que estão nas arquibancadas. O Silver Stars tem atletas queridas e que levam resultado: Becky Hammon, Sophia Young, Danielle Robinson, DeLisha Milton-Jones, Jia Perkins e Danielle Adamas, por exemplo. No geral, essas são muito apreciadas pelos torcedores das estrelas prateadas.
O motivo principal para que as pessoas sintam afeição pelas jogadoras é o resultado que essas trazem em quadra, o que não tem acontecido em 2013 com a equipe texana. Na WNBA existe, ainda, o fator “beleza”. Muitos homens acompanham alguns times devido à aparência das atletas. Neste ano, os rapazes foram presenteados com Elena Delle Donne e Skylar Diggins, que além de serem monstros com a bola são lindas – sim, recalque da colunista aqui. Não duvido nada que o Chicago Sky e o Tulsa Shock tenham uma nova safra muito forte de torcedores para os próximos anos.
Um tipo de ação que acontece com frequência na WNBA para que a comunidade se aproxime do time de sua cidade, e mais consumidores sejam atraídos, são encontros periódicos, do tipo “Meet&Greet“, nos quais as jogadoras se colocam à disposição para tirar fotos, dar autógrafos e trocar uma ideia com os mortais que as acompanham. O Silver Stars manda muito bem nisso, e já promoveu compromissos informais com torcedores em um boliche, casas de fast food, festas para os Season Ticket Holders, um campo de golf e leilões beneficentes, por exemplo. Sem contar as aparições na imprensa, como participação em publicações fora do segmento esportivo (Jayne Appel e Davellyn foram capa da revista Texas Dogs And Cats Magazine deste mês) e rádios regionais (Becky Hammon é a que mais participa deste tipo de entrevista). Outro exemplo: no começo da temporada, Sophia Young foi escolhida para comentar um dos jogos da final do Spurs no Twitter do Silver Stars.

Jayne Appel e Davellyn Whyte no ensaio fotográfica para a capa da revista Texas Dogs And Cats Magazine (Divulgação)
Afora essas atividades escolhidas individualmente pelas franquias, existe o WNBA Cares, no qual todos os times da liga devem estar envolvidos obrigatoriamente a fim de promover ações beneficentes em sua comunidade.

Danielle Adams e Davellyn White em uma ação da WNBA Cares (Divulgação)
Assim é que o Silver Stars tem sobrevivido em 2013, com a aproximação de seus torcedores, mostrando que eles podem, de alguma maneira, participar da vida da franquia.

Dan Hughes em um evento particular para os Season Tickets Holders do San Antonio Silver Stars, no Zoológico de San Antonio (Katie Funk/sasilverstars.com)

Uma ação que envolve treinos em cidades diferentes deu uma oportunidade de aproximação de novos torcedores (Annie Werner – sasilverstars.com)
Na semana que se passou, as estrelas prateadas perderam dois jogos e ganharam um. Agora, têm um período de descanso, no qual enfrentarão apenas o New York Liberty, na quinta-feira.
Um olhar mais profundo
Elena Delle Donne não cansa de se destacar em sua primeira temporada como profissional. Ao final da votação pelas titulares das conferências Leste e Oeste do All-Star Game de 2013 da WNBA, a novata ficou em primeiro lugar e passou a ser a única primeiranista a ficar no topo da enquete pública na história da liga.
Os times foram definidos desta maneira:
Leste – Cappie Pondexter (New York Liberty), Epiphanny Prince (Chicago Sky), Elena Delle Donne (Chicago Sky), Tamika Catchings (Indiana Fever) e Angel McCoughty (Atlanta Dream)
Oeste – Diana Taurasi (Phoenix Mercury), Seimone Augustus (Minnesota Lynx), Candace Parker (Los Angeles Sparks), Maya Moore (Minnesota Lynx) e Brittney Griner (Phoenix Mercury)
Hammon rompe ligamento e fica de fora da temporada

Algumas equipes da WNBA passam por altos e baixos durante as diversas temporadas que participam. O San Antonio Silver Stars, no entanto, parece estar descendo um vale cujo fim ainda está muito longe. Como já reportado várias vezes nessa coluna, Sophia Young está de fora de todos os jogos de 2013. Becky Hammon voltaria em breve. E voltou, na semana passada. Porém, na partida em que estreou no ano, depois de se recuperar de um dedo quebrado, a veterana rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo.

No segundo quarto do jogo contra o Los Angeles Sparks, Becky Hammon rompeu o ligamente cruzado do joelho esquerdo e se despediu da temporada de 2013 da WNBA (Reprodução/WNBA.com)

Nitidamente frustrada, a veterana saiu carregada da quadra. (Reprodução/WNBA.com)
Desde então, dos quatro compromissos do time de San Antonio, apenas uma vitória foi conquistada, contra o Phoenix Mercury.
As demais jogadoras que se encontravam paradas também por lesão já retornaram. Shenise Johnson, DeLisa Milton-Jones e Jayne Appel estão de volta às quadras, mas ainda não foi o suficiente para que as engrenagens entrassem em sincronia.
Uma tentativa de colocar a casa em ordem foi a contratação de Cathrine Kraayeveld. A ala, com oito anos de experiência, ainda não é o que o Silver Stars precisa para completar o elenco. Ele é a terceira jogadora de reposição que a franquia trouxe no ano.
De acordo com as regras da WNBA, se um time está com muitas perdas no roster devido a lesões, o General Manager tem direito a contratos de exceção para que seu esquadrão chegue a dez profissionais.
O treinador Dan Hughes já teve Chante Blank e Julie Wojta no elenco. Normalmente, essas profissionais permanecem por pouquíssimo tempo com a franquia até que as outras jogadoras se recuperem, como foi o caso das mencionadas acima.
Kraayeveld, no entanto, deve ficar durante um período maior, pois agora a equipe de San Antonio não tem previsão de retorno das suas duas jogadoras machucadas.
Na semana que vai começar, os duelos do Silver Stars são contra o Washington Mystics (16), o Minnesota Lynx (19) e o Connecticut Sun (20). Me arrisco a acreditar em uma vitória contra o Sun, porque o seu rendimento neste ano não está nada bom – apesar de, nesse domingo (14), o mesmo confronto ter terminado em derrota para a equipe de Danielle Robinson.
Ainda diante de todos os “perrengues”, como dizem em São Paulo, há uma pequena esperança de recuperação. O Seattle Storm também não está bem, sem Lauren Jackson e Sue Bird, se virando com o que tem com uma campanha de seis vitórias e oito derrotas.
O Silver Stars tem quatro vitórias e dez derrotas, com o quinto lugar da Conferência Oeste. Uma vaga nos playoffs continua sendo um sonho distante, mas a torcida não morre.
SOS

De fato, a situação está feia para o San Antonio Silver Stars. Eu gostaria muito de trazer boas notícias aos leitores nesta semana, mas o quadro lá no Texas não está muito bonito.

Davellyn White foi uma das poucas atletas em quadra neste domingo (Reprodução/wnba.com/silverstars)
Uma imagem clara dessa má fase do Silver Stars foi o elenco escalado para o jogo deste domingo (30), contra o Atlanta Dream. A começar pelas jogadoras que ficaram de fora da quadra, já é possível formar quase um bom time inteiro: Becky Hammon, Sophia Young, Shenise Johnson, DeLisha Milton-Jones e Jayne Appel.
Hammon segue se recuperando da lesão no dedo do meio da mão direita. Seu retorno deve acontecer na próxima semana, mas não há notícias sobre o andamento do tratamento. Apesar de já participar de treinos, sua liberação para as quadras demanda um certo tempo.
Young é um sonho distante para essa temporada. O mês para o qual seu retorno está marcado é agosto, porém, se a equipe continuar com esse desempenho, a volta da quarta escolha do Draft de 2006 não vai adiantar muita coisa. A atleta também já participa dos treinos, mas é de extrema importância que a ala mantenha distância do jogo de verdade por segurança, já que se trata da lesão no ligamento cruzado anterior.
Appel pode ficar fora o tempo que for necessário. O Silver Stars lançou o seu Media Guide para essa temporada, no qual diversos dados sobre a equipe são disponibilizados para a imprensa, inclusive os recordes em pontos e assistências, entre outros fundamentos, por exemplo. A pivô aparece com um máximo de 11 pontos, feitos em uma partida contra o Chicago Sky, em 2010. É simplesmente inaceitável que o técnico Dan Hughes gaste o seu orçamento com uma jogadora que não produz e ainda apresenta diversas falhas de fundamento.
Por outro lado, é uma pena ver Johnson sem fazer parte da turma em quadra. Neste ano, dentre aquelas que podem preencher o vazio deixado pelas principais jogadoras do time, a jovem garota é uma das principais armas. Milton-Jones, super veterana, também deixa um buraco enorme na formação do elenco.
O Silver Stars ocupa, hoje, a quinta posição na Conferência Oeste, com três vitórias e sete derrotas. A fase é difícil, isso é inegável, e aquela esperança deixada por boas atuações no começo da temporada está cada vez mais distante. Neste ano, a pedra, ou melhor, as pedras no caminho são exatamente essas: as lesões.
Felizmente, nessa semana há apenas um jogo marcado na agenda do Silver Stars, contra o Los Angeles Sparks, no sábado (6). Vale lembrar que, na primeira partida contra o esquadrão de Candace Parker, o resultado foi uma bela vitória. Já, no confronto seguinte, entre as mesmas equipes, as texanas tiveram uma das piores atuações da franquia e perderam por 84 a 48. Acredito, ainda, que possa surgir uma boa conquista no próximo fim de semana.

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