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Spurs 35 anos – O “Air”gentino

Confesso ser um fã recente de basquete. Por muito e muito tempo, para mim, existia apenas o futebol; e com um olhar filtrado, parcial, com todas as minhas análises sofrendo influência direta da minha paixão pelo Palmeiras. Isso tudo começou a mudar em 2004.

Com 16 anos já completados, começava meu amadurecimento, na vida e, especificamente, no esporte. Naquele ano, os Jogos Olímpicos voltavam a seu berço, a Grécia, e eu vi o quão graciosamente mais amplo o mundo do esporte é do que apenas o futebol brasileiro.

De tudo o que vi, uma modalidade em específico me chamou a atenção; o basquetebol. Lembro de grandes jogos, cheios de emoção, como Lituânia 94 x 90 Estados Unidos e Espanha 76 x 68 Sérvia e Montenegro, país hoje extinto. E, de todas aquelas seleções, uma delas me chamou a atenção.

Nossos hermanos, justo eles, arquirivais no meu até então esporte único, me encantavam, com sua seleção que contava com Oberto, Scola, Nocioni e, principalmente, ele; Emanuel Ginóbili, o maestro que comandou a orquestra portenha, algoz outras grandes equipes, como Grécia (69 x 64 nas quartas), Estados Unidos (89 x 81 nas semi) e Itália (84 x 69 na final).

O último jogo, disputado no dia 28 de agosto, foi algo impressionante. Depois de uma vitória no primeiro tempo por 43 x 41, Manu Ginóbili, o craque daquela seleção, comandava sua esquadra a atropelar a Itália de Sorana e Rombaldoni; o jogo, que chegou a estar empatado em 51, terminou com esmagadores 84 x 69 para nossos hermanos, pela primeira vez campeões olímpicos.

A partir de então, o basquete se tornou tão importante quanto o futebol em minha vida. O encanto de Emanuel Ginóbili me fez me interessar pelo esporte, e minhas escolhas não poderiam ser outras; passei a acompanhar a NBA, principal liga de basquete do mundo, e torcer para o San Antonio Spurs, time de Manu.

A partir de então, aprendi a idolatrar também Tim Duncan, a admirar o jogo de Tony Parker. Li sobre a importância do almirante Robinson para a história da esquadra. Aprendi o quanto que o jogo em equipe é fundamental, e a importância que Bowen, Finley, Horry e Oberto tiveram e/ou têm para o time. Mas um ajudou para que minha paixão pelo basquetebol não fosse algo passageiro.

Logo em minha primeira temporada como fã, já pude comemorar o título mais importante do basquete mundial de clubes. Em uma emocionante final de 7 jogos, cheias de reviravoltas, troca de favoritismo, troca de vantagem, levamos a melhor sobre o até hoje respeitadíssimo Detroit Pistons, conquistando nosso tri-campeonato na NBA.

Naquela noite, o Pistons, que contava com um fortíssimo quinteto inicial (Billups, Hamilton, Princi e os Wallaces) chegou a estar 9 pontos na frente; algo preocupante, se tratando de um time tão bom defensivamente como o de Detroit. Mas, como acontece há muito tempo na NBA, os Spurs não dão chance jogando em casa nos Playoffs. E, naquela noite, não foi diferente. O jogo terminou 81 x 74, para a alegria do novo fã do time, Lucas Pastore.

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Duncan foi preciso e eficiente como sempre, com 25 pontos e 11 rebotes. Horry, nosso então sexto homem, contribuiu com 15 pontos e 5 rebotes. Mas, novamente, o que me encantou foi a beleza do jogo daquele argentino; Emanuel Ginóbili, com seus 23 pontos, 5 rebotes, 4 assistências e 1 roubada de bola se transformou no meu grande ídolo do basquete, lugar que ocupa até hoje.

Viradas, dinamismo, correria, jogo em equipe. Coisas que me encantam no basquetebol e que vi condensadas naquele 23 de junho de 2005, no jogo 7 entre Spurs e Pistons. Talvez, por isso, jamais esquecerei essa data como início da paixão que nutro pelo San Antonio Spurs.

Spurs 35 anos – Sean Elliott, a superação

Sean Elliott nasceu na cidade de Tucson, Arizona, e lá começou sua carreira no basquete. Durante o colegial jogou pela Cholla High School, e depois pela Universidade do Arizona, sobre a tutela do técnico Lute Olson. Depois de uma excepcional temporada como senior (4º ano na liga universitária), Elliot ganhou o prêmio Wooden como o melhor jogador da categoria.

No draft de 1989, Elliott foi selecionado pelo San Antonio Spurs como a terceira escolha do primeiro round, e, nesse time, Elliot jogou 11 de suas 12 temporadas como profissonal e fez história.

A única temporada que Elliott esteve distande de San Antonio foi em 93/94, quando foi trocado junto ao Detroit Pistons. Mas em julho de 1994 foi trazido de volta ao Spurs pelo recém nomeado General Manager Gregg Popovich.

Estatisticamente Elliott teve sua melhor temporada em 95/96, quando anotou médias de 20 pontos, 5,1 rebotes e 2,7 assistências por partida. Mas Elliott ficaria marcado para sempre na memória dos torcedores alguns anos depois, em 99, na temporada do primeiro título do San Antonio Spurs, quando Elliott foi fundamental e foi durante os playoffs dessa temporada que ele realizou seu maior e talvez mais importante arremesso da carreira, no dia que ficou conhecido como “Memorial Day Miracle”.

(Andrew D. Bernstein/NBAE/Getty)O “Memorial Day Miracle” refere-se a partida de número 2 das finais da Conferência Oeste de 99 entre San Antonio Spurs e Portland Trailblazers. Nesta partida o Spurs chegou a estar perdendo por 18 pontos no terceiro quarto e conseguiu uma incrível virada. Restando apenas 9 segundos para o fim do jogo o Spurs perdia por 85 a 83, foi quando Elliott apareceu com o arremesso vencedor. Depois de Stacey Augmon quase roubar a bola das mãos de Mario Elie, Elliott recebeu a bola na zona morta muito próximo a linha lateral, e equilibrado apenas nas pontas dos pés, arremessou por cima do então jogador do Blazers Rasheed Wallace, e de maneira incrível converteu a cesta de 3 pontos que deu ao Spurs a liderança por 1 ponto e consequentemente a vitória naquele jogo. O Spurs venceu aquela série por 4-0 e rumou para vencer seu primeiro título da NBA contra o New York Knicks nas finais.

Um mês após o Spurs sagrar-se campeão, Sean Elliott anunciou que sofria há 7 anos de Glomerulosclerose, uma rara doença nos rins, e que precisaria realizar um transplante. Em agosto de 1999, Elliott realizou o transplante, recebendo um rim de seu irmão mais velho Noel.

No dia 14 de março, em partida contra o Atlanta Hawks, Elliott fez história novamente na NBA e se tornou o primeiro jogador a voltar as quadras após um transplante desse tipo. Elliott ainda participou de 19 partidas na temporada 99-00 e em 54 partidas em 00-01, quando então se aposentou.

No ano de 2005, Elliott teve sua camiseta #32 aposentada, que hoje está pendurada no teto do AT&T Center, ao lado das camisas de lendas da franquia como a #44 de George Gervin, a #00 de Johnny Moore, a #50 de David Robinson, a #13 de James Silas e mais recentemente a #6 de Avery Johnson.

 

(Fernando Medina/NBAE/Getty)Ficha Técnica

Nome: Sean Michael Elliott

Data de Nascimento: 02/02/1968

Local de Nascimento: Tucson, Arizona

Altura: 2,07 m

Peso: 93 kg

Posição: Ala

 

 

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Médias na carreia (por partida):

Temporada Regular:

Pontos: 14,2

Rebotes: 4,3

Assistências: 2,6

FG: 46,5%

3PT: 37,5 %

Playoffs

Pontos: 13,2

Rebotes: 4

Assistências: 2,4

FG: 44,5 %

3PT: 35,6 %

All-Star Game (Total em 2 participações – 93 e 96):

Pontos:18

Rebotes:7

Assistências:2

FG: 33,3 %

3PT: 33,3 %

 

Spurs 35 anos – Spurs @ Knicks, 1999

Nasci em 1990; na data de 25 de junho de 1999 tinha apenas 9 anos. Não vou dizer que naquele momento nasceu um torcedor apaixonado. Não, na época eu ainda estava aprendendo o que era ser torcedor de futebol, começando a ir em estádios lotados e ver meu time ser imbátivel dentro do futebol brasileiro. Eu não entendia nada de basquete, só sabia da existência de uns caras como Michael Jordan, Larry Bird e… David Robinson.

Eu gostava do Jordan por causa do Space Jam e não por seus feitos impressionantes em quadra. Gostava do Bird porque ele participava do Space Jam na hora em que Michael é absorvido por Pernalonga e cia…

Gostava de David Robinson graças àquele 25 de junho. Talvez tenha sido algo programado, que tivesse que acontecer. Nos horários da NBA eu costumava estar dormindo. Mas lembro bem que não peguei no sono naquela noite. Fui para a sala e liguei a TV. Admito que não lembro se o que passava naquele momento era o jogo em si ou apenas os melhores momentos em um programa do tipo do Sportscenter. Sei que bastaram duas ou três jogadas daquele monstro para eu começar a me interessar por basquete. Ora, o time era preto e branco como meu time no futebol, tinha acabado de ganhar um jogo (e eu nem sabia que era a final, vim a saber dias depois) e ainda tinha aquele cara, que só de olhar quem o marcava metia uma moral absurda. E ainda tinha junto dele aquele garoto, alto, desengonçado e que depois veio a ser meu maior ídolo no basquete. Sim, Tim Duncan…

Pois bem, repararam que eu não falei sobre um detalhe técnico do jogo? Porque eu não sei dizer sobre uma jogada ou um lance de efeito daquele dia. Sei dizer que fechou em 4×1 a série final dos playoffs da NBA que confrontou o Spurs das Torres Gêmeas com o Knicks de Patrick Ewing. Sei dizer que aquele dia despertou em mim um sentimento muito forte. Sentimento esse que passou a crescer de três ou quatro anos para cá, quando passei a compreender melhor o que se passava naquele campeonato.

De lá pra cá, assisti videos daquele jogo, jogadas daquele jogo, mas nada me tocou tanto quanto ver os melhores momentos (ou seria o jogo mesmo?) naquela madrugada. O placar hoje nem me interessa. Para os interesados, Spurs 78 @ 77 Knicks. Já se passaram quase nove anos. Hoje tenho orgulho em dizer que sou um Spurs. Obrigado David Robinson, obrigado Tim Duncan. Parabéns San Antonio Spurs, por seus gloriosos 35 anos jogados na maior liga de basquete do mundo. E que venham muito mais títulos para você, para nós.

San Antonio Spurs – 35º Ano

O já distante ano de 1973 marcou o início de um fenomeno. Um fenomeno que atingiria milhares de pessoas, que se tornariam devotos apaixonados. Um fenomeno chamado San Antonio Spurs. Muitos anos se passaram e hoje o Spurs é mais que um fenomeno, é uma das mais respeitadas e temidas equipes de basquete do mundo. Possuiu craques do quilate de George Gervin e David Robinson e é atualmente detentor de 4 títulos da NBA, sendo o último conquistado na temporada 2006/2007. Leia o resto deste post