Arquivo da categoria: Passando a limpo
A espera está chegando ao fim

Primeiramente, gostaria de pedir desculpas aos leitores do site pela não publicação da coluna nas duas últimas semanas. Passamos por um período conturbado e acabamos cometendo algumas falhas. Pedimos desculpas, e agora retornaremos à publicação normal da coluna todos os domingos. Feito o pedido formal de desculpas, vamos ao assunto.
Você, fanático por basquete e NBA, pode começar a festejar que a amarga espera pelo retorno do melhor basquete do mundo está chegando ao fim, e você poderá matar as saudades do seu time do coração, de seus jogadores preferidos e de todo show que é o basquete profissional americano. Vêm por ai mais algumas noites com poucas horas de sono acompanhando o San Antonio Spurs em jogos madrugadas a dentro, mas todo esforço vale a pena para acompanhar a equipe na busca pelo penta.
A temporada regular só começa no final de outubro, mas já poderemos sentir o gostinho de ver as estrelas da NBA de volta à ação antes disso. Trata-se da pré-temporada, uma espécie de aquecimento para a temporada regular, em que são feitos os últimos ajustes na equipe.
A pré-temporada para o Spurs começa no dia 9 de outubro, quando a equipe vai ao Toyota Center enfrentar os rivais texanos do Houston Rockets, e termina no dia 24 de outubro, quando o Spurs recebe no AT&T Center o Miami Heat. Serão sete jogos, nas quais poderemos acompanhar uma pequena prévia da equipe e ver em ação pela primeira vez os novos contratados e os jogadores draftados com a equipe completa. Para ver a tabela completa da pré-temporada clique aqui.
Será apenas uma pequena amostra do que a equipe será capaz nessa temporada; embora muitos digam que o desempenho na pré-temporada não tem valor algum, tenha certeza que nenhuma equipe quer perder e todos entram com o desejo de vitória. Este pode ser o começo da caminhada para o penta; então, você torcedor, fique ligado e acompanhe, pois a NBA está voltando.
“Ah, eu já sabia!”

Estamos agora em uma época do ano em que poucas coisas acontecem no mundo da NBA; não há jogos de torneios preparatórios para os calouros, ainda é cedo para as partidas de pré-temporada e poucas movimentações nos bastidores ocorrem, ou, em palavras mais claras, poucas trocas acontecem. Então ainda vou aproveitar o clima do final da Olimpíada e fazer uma pequena síntese com um pouco de bom humor sobre como foi o torneio de basquete olímpico.
Resumindo em poucas palavras tudo que aconteceu no torneio, podemos apenas dizer a famosa frase “Ah, eu já sabia!”, muito utilizada principalmente nos estádios de futebol brasileiros para comemorar as conquistas e também tirar um sarro do adversário.
A expressão “Ah, eu já sabia” indica que aconteceu tudo aquilo que era o óbvio, ou seja, tudo aquilo que foi previsto realmente aconteceu. Então se você fez alguma aposta com um amigo e venceu, ria na cara dele e diga com vontade “Ah, eu já sabia!”.
Este mero blogeiro aqui pode encher a boca e gritar aos 4 ventos que eu também já sabia, pois tudo que eu imaginava aconteceu (pena que eu não apostei com ninguém, se não eu faturava uma graninha extra). Mas também, acertar o que iria acontecer na Olimpíada não é lá grande mértito pra ninguém. Simplesmente aconteceu o que tinha que acontecer. As duas seleções mais fortes chegaram na final para decidir quem ficaria com o ouro, e claro que os EUA venceram, em um jogo que todo mundo ficou maravilhado pelo equilíbrio que os espanhóis conseguiram manter diante das estrelas americanas. Mas, na verdade, tudo não passou de um falso equilíbrio, porque os americanos controlavam o jogo como queriam e mantiam quase todo o tempo uma vantagem de cerca de 10 pontos, que as vezes era reduzida para cerca de 5 mas era rapidamente aumentada de novo, como se os americanos pensassem: “Vocês não são nada, posso ganhar isso aqui a hora que eu quiser”, como se estivessem brincando com o adversário só para dar mais emoção. Quando a vantagem era reduzida, lá aparecia Kobe para acertar uma bola espírita na cesta, lá aparecia Wade com seus arremessos e infiltrações que lhe renderam 250 milhões de lances livres para serem cobrados. Quando menos você esperava, lá estava Wade na linha de lance livre, ao mudar de canal e ir para a Globo ouvir o Galvão Bueno dizendo um pouco de bobagem (pra variar) e ao voltar para o jogo dos americanos, lá estava Wade de novo para os lances livres e sequer era replay, até porque não tem sentido mostrar replay de lances livres.
Mas enfim, além dos americanos em primeiro e espanhóis em segundo, outro resultado que até a Mãe Dinah previou foi a Argentina em terceiro lugar, mesmo com o susto de perder o principal jogador do time, Manu Ginobili, com uma lesão no tornozelo. Apesar de serem os atuais campeões olímpicos e estarem praticamente com a mesma equipe de 4 anos atrás, todos sabíamos que os “hermanos” estavam um degrau abaixo de Estados Unidos e Espanha e dificilmente bateriam um dos favoritos. Então, a medalha de bronze era o esperado, o que por um lado é até bom pois assim a Argentina ficou com 2 ouros no quadro de medalhas e nós brasileiros ficamos com 3, e embora nosso desempenho em Pequim não tenha sido o esperado, podemos dizer pelo menos que ficamos na frente da Argentina.
De surpresa mesmo talvez só a eliminação dos russos, campeões europeus, ainda na primeira fase; porém eliminção merecida, pois a Rússia apresentou um basquetebol de qualidade duvidosa e acabou ficando para trás de rivais menos cotados como Austrália e Croácia. Talvez possamos citar como uma surpresa o bom desempenho da dona da casa, a China. Mas acho que é uma surpresa mais por desinformação do público ocidental do que pela capacidade dos jogadores. Aqui pouco se conhece do jogadores chineses e todos imaginavam que o time seria Yao Ming e mais 4 perebas só pra completar. E na verdade eram mesmo, porém os perebas não eram tão perebas assim, principalmente o armador da equipe, cujo o nome eu não me lembro (mas nome de chinês é tudo igual mesmo, tanto faz), que mais parecia uma criança em meio aos gigantes, mas que até de costas arremessava de 3 e acertava. E, diga-se de passagem, no jogo mais emocionante da Olimpiada, os chineses, embalados por sua escandalosa torcida (chineses gritando fazem muito barulho mesmo!) quase, eu disse, quase, venceram a poderosa Espanha, e só não venceram por culpa do Yao Ming, é isso mesmo, por culpa do grande astro da equipe. Yao devia ter comido um sanduíche antes de entrar em quadra e suas mãos deviam estar lambuzadas de maionese, pois o gogante chinês não conseguia segurar um passe e dominar a bola.
Mas essas “pequenas” surpresas não interferiram em nada no resultado final do torneio e em quem ganharia as medalhas. Por isso, se alguém perguntar a você o que achou do basquete nos jogos olimpicos, apenas diga: “Ah, eu já sabia!”.
Restam dúvidas?

Uma expectativa muito grande foi criada sobre a seleção masculina norte-americana de basquete. Muitas dúvidas pairavam sobre o que os americanos seriam capazes de fazer, e se conseguiriam retormar a supremacia perdida nos últimos anos.
Porém, agora não restam mais dúvidas; após vitórias convincentes, os Estados Unidos mostraram que não estão em Pequim para brincadeira e que chegaram para conquistar nada menos que o ouro. O ouro é o objetivo e tudo que for diferente do título olímpico será um fracasso.
Contra Angola, o esperado, vitória sem nenhuma dificuldade. Contra os donos da casa, os chineses, um pequeno susto no primeiro período, porém não passou da empolgação inicial de jogar com a torcida a favor. Contra a Grécia, o primeiro desafio de verdade. Neste ponto que as dúvidas começariam a serem tiradas. Como se sairiam os americanos diante de uma forte defesa, muitas bolas de 3 e um eficiênte ataque comandado por Papaloukas e Spanoulis. A resposta veio com uma vitória tranquila com uma grande margem de pontos a frente, contando principalmente com uma forte defesa pressão e abusando dos contra-ataques, enterradas e jogadas de efeito, um verdadeiro espetáculo proporcionado ao público presente.
E, se mesmo após a convicente vitória diante dos gregos, ainda restava algum questionamento sobre o poder do USA Baskteball, todos eles desapareceram após o embate diante da campeã mundial Espanha. Foi um verdadeiro massacre, a diferença de quase 40 pontos apontada no placar fala por si só. Abusando de sua arma mais mortal, os contra-ataques, a Espanha foi presa fácil, e tudo foi ainda mais fácil pois as bolas de 3 caíram pela primeira vez nas olimpíadas. O Ouro parece muito próximo de retornar aos Estados Unidos.
A seleção americana foi ao jogos com o que tinha de melhor disponível, com todos os astros da NBA. A constante rotação de jogadores faz com que eles mantenham a mesma intensidade em quadra o jogo inteiro e, principalmente, sem perder a qualidade. Claro que em alguns aspectos o jogo americano ainda deixa a desejar, como por exemplo a dificuldade de sair de uma defesa zona, o ataque de meia-quadra ainda é falho e as bolas de 3 precisam de um maior percentuação de acerto; defensivamente, apesar de estar trabalhando bem, provocando o erro do adversário, o que propicia os contra-ataques, os americanos ainda permitem muitos arremessos de 3 pontos. Porém essas falhas são pequenas diante do talento dos jogadores que lá estão representando aquele que ficou conhecido como o melhor basquete do mundo. Ainda há fortes adversários a serem batidos, como os argentinos e lituanos, porém só uma tremenda zebra tira esse ouro das não de Lebron James, Kobe Bryant e Cia.
A sorte de Tiago Splitter

Sem grandes contratações na off-season, o time de San Antonio fez o que já era esperado; renovou o contrato de Kurt Thomas e foi atrás de jogadores que evoluiram na última temporada.
Mas o melhor (ou seria o pior?) de tudo é que não contrataram um big man nem um power forward de impacto, o que dificultaria a vinda de Tiago Splitter para a NBA.
Apesar disso, o Spurs já tem Ian Mahinmi para jogar ao lado de Tim Duncan, mas o jovem francês não tem agradado tanto à comissão técnica.
Melhor para Tiago Splitter, que terá tudo para chegar na NBA e conseguir uma vaga de titular na equipe. Resta torcer para que no ano que vem o salário não seja o fator determinante e que o sucesso em um time da NBA como titular (posição em que nenhum brasileiro ainda conseguiu se firmar) seja mais importante.
Análise das ligas de verão

O San Antonio Spurs esteve neste mês de julho testando alguns jogadores nas ligas de verão. O Spurs esteve em duas, em Las Vegas e na Rocky Mountain Revue, organizada pelo Utah Jazz, em que jogou oito partidas, vencendo cinco e perdendo três. O Spurs venceu Memphis Grizzlies, New York Knicks, Utah Jazz, D-League Ambassadors, um combinado de jogadores da liga de desenvolvimento, e Atlanta Hawks. Perdeu para New Orleans Hornets, Phoenix Suns e Dallas Mavericks. Agora, os números dos principais jogadores do Spurs nas ligas de verão:
Ian Mahinmi
Mahinmi jogou e começou seis partidas, onde teve 40% (20-50) nos arremessos de quadra e 86,9% (40-46) nos lances livres; fez de média 13,3 pontos, 7,3 rebotes e 2,8 erros de ataque em 28,1 minutos por partida.
George Hill
Hill começou os sete jogos que participou, e obteve médias de 10,7 pontos, 3,4 assistências, 6 rebotes, 1,8 roubos de bola e 2,4 erros de ataque em 31,1 minutos por partida. Ele converteu 27,3% (18-66) dos arremessos de quadra, 20% (4-20) dos arremessos de três pontos e 72,9% (35-48 ) dos lances livres.
James Gist
Gist jogou sete partidas, mas começou apenas quatro. Sua porcentagem dos arremessos foi 55,3% (26-47) nos arremessos de quadra, 28,6% (2-7) nos arremessos de três pontos e 76,5% (13-17) nos lances livres. Fez em média 9,6 pontos, 7,6 rebotes e 1,6 erros de ataque em 23 minutos por partida.
Malik Hairston
Hairston jogou as oito partidas, mas iniciou apenas cinco. Teve de média 7,2 pontos, 2,9 rebotes, 1,7 assistências e 1,7 erros de ataque em 24 minutos por jogo. Ainda fez 48,1% (25-52) nos arremessos de quadra, 0% (0-1) nos arremessos de três e 57,1% (8-14) nos lances livres.
Anthony Tolliver
Tolliver, contratado pela sua participação nas ligas de verão, jogou sete partidas, porém começou apenas quatro. Nos arremessos, converteu 54% (27-50) em quadra, 57,1% (16-28 ) da linha dos três e 86,7% (13-15) dos lances livres. Fez de média 11,8 pontos, 4,1 rebotes e 1,3 erros de ataque em 25 minutos por jogo.
