Arquivo mensal: julho 2013

Spurs observa o ala Ryan Gomes

Com uma vaga ainda em aberto no elenco, o San Antonio Spurs segue estudando suas opções de olho na temporada 2013/2014 da NBA. De acordo com reportagem do site americano Project Spurs, a franquia texana observou recentemente o ala Ryan Gomes. 

Gomes em ação na Alemanha: Ele quer voltar para a NBA (Getty Images)

Em entrevista ao jornal americano Hartford Courant, Gomes, que passou a última temporada atuando no basquete alemão, disse que quer voltar à NBA e que recentemente passou por sessões de treinos com o San Antonio Spurs e o Oklahoma City Thunder.

“Eu nunca fui uma estrela, sempre fui mais um cara de completar o elenco, mas sempre fui consistente. Meu último ano jogando em Los Angeles não foi o meu melhor, foi provavelmente o meu pior na NBA. Então, se eu for para um time como o Spurs ou o Thunder, eu já sei qual será o meu papel. Vou tentar preencher lacuna que eles possam ter”, afirmou.

Aos 30 anos de idade, Gomes passou a última temporada no Artland Dragons, apresentando médias de 12,8 pontos e 5,9 rebotes em 27,5 minutos por exibição no Campeonato Alemão e 10,5 pontos e 3,5 rebotes em 32,5 minutos por partida na Eurocopa.

Na temporada 2011/2012, sua última na NBA, Gomes obteve, em média, 2,3 pontos e 1,9 rebotes em 13,3 minutos por jogo pelo Los Angeles Clippers.

Veja quem pode chegar e quem pode deixar o San Antonio Spurs

Três jogos do Spurs concorrem ao melhor da temporada

Nesta segunda-feira (22), a NBA TV abriu a votação popular que vai decidir o melhor jogo da temporada 2012/2013 da liga americana. Entre as dez partidas indicadas, estão três do San Antonio Spurs, sendo uma vitória e duas derrotas, todas válidas pelos playoffs.

Manu protagonizou um momento mágico (Ronald Martinez/Getty Images)

A primeira delas foi o jogo 1 da final da Conferência Oeste contra o Golden State Warriors. Durante o duelo, o ala-armador argentino Manu Ginobili cometeu alguns erros que poderiam ter custado caro ao Spurs, mas se redimiu convertendo a cesta de três pontos no final da segunda prorrogação que deu ao time texano a vitória por 129 a 127.

As outras duas partidas, por outro lado, o torcedor do Spurs com certeza quer esquecer. São as vitórias do Miami Heat por 103 a 100, depois da disputa de uma prorrogação, e por 95 a 88, nos jogos 6 e 7, respectivamente, da série final da NBA. Os dois triunfos acabaram dando o título à franquia da Flórida sobre a equipe texana.

A votação estará aberta no site oficial da NBA até o próximo dia 30.

França termina o Europeu sub-20 na nona colocação

Terminou neste domingo (21) a edição de 2013 do Europeu sub-20 de basquete. Na decisão, a Itália venceu a Letônia por 67 a 60 para ficar com o título da competição. A França, por sua vez, sentiu muito o desfalque de Livio Jean-Charles, que sofreu contusão grave no joelho direito no último jogo válido pela primeira fase. Sem o ala, selecionado pelo San Antonio Spurs na 28ª escolha do Draft deste ano, a seleção acabou o campeonato na nona colocação.

Jean-Charles se destacou antes de se machucar (Fiba Europe/Castoria/Marchi)

Com Jean-Charles, a França havia vencido três das quatro seleções que enfrentou na primeira fase – a única derrota veio justamente diante dos italianos, que acabaram se sagrando campeões. Sem o ala, Les Bleus somaram duas derrotas e somente um triunfo na segunda fase, e, eliminados da disputa pelo título, conseguiram mais dois resultados positivos na repescagem, na disputa do 9º ao 12º lugares, e acabaram na nona posição.

Jean-Charles deixou o torneio com médias de 17,3 pontos (62,2% FG, 16,7% 3 PT, 70,6% FT) e 6,3 rebotes em 31,3 minutos por exibição nos quatro jogos que disputou, todos pela primeira fase. Se mantivesse a produção, ficaria em quinto entre os cestinhas, em 22º entre os reboteiros e teria o melhor aproveitamento nos arremessos de quadra da competição.

Em 2012, Jean-Charles também disputou o Europeu sub-20 pela França, tendo médias de 8,8 pontos (46,1% FG, 35,7% 3 PT, 82,4%) e 6,8 rebotes em 25,2 minutos por partida. A evolução mostra que o desenvolvimento do prospecto do Spurs está no caminho certo.

Diante das adversidades, como manter torcedores?

O San Antonio Silver Stars passa por uma fase muito ruim, e isso não é mistério para ninguém. No entanto, existe uma cultura muito forte dentro das ligas norte-americanas de transformar uma franquia em um grande negócio. Normalmente, os times não são apenas uma forma de diversão para a sociedade, pois por trás de todo o entretenimento oferecido existe uma empresa com o objetivo de produzir, como toda sociedade capitalista, lucro. Quando isso não acontece, ou existe uma mudança de localidade – tal qual o Seattle SuperSonics hoje é o Oklahoma City Thunder na NBA e o Detroit Shock se tornou o Tulsa Shock na WNBA – ou as portas são fechadas definitivamente – caso do Sacramento Monarchs na liga feminina.

No caso do San Antonio Silver Stars, a empresa que controla as ações da equipe é a Spurs Sports & Entertainment Executives. Ou seja, os mesmos donos do San Antonio Spurs. Apesar de Gregg Popovich e Dan Hughes serem os comandantes dos times, o “cara da grana” é Peter Holt. Esse é o motivo para tanto o esquadrão feminino quanto o masculino dividirem o mesmo estádio como “casa”, o AT&T Center, terem as mesmas cores e seus jogadores apoiarem os títulos um do outro – por exemplo, quando Becky Hammon tirou uma foto com troféus da NBA em homenagem ao Spurs na última final da NBA.

A situação dos “irmãos”, porém, é diferente da das garotas. O Spurs não precisa de muito esforço para atrair torcedores, que são, consequentemente, consumidores, tanto por meio da aquisição de ingressos como de camisas e outras coisinhas que todo fã gosta de ter – chaveiros, adesivos, bobbleheads de jogadores e estandartes, entre outros. Raramente uma franquia da NBA corre o risco de se extinguir, principalmente as mais tradicionais e vencedoras, como o Spurs. Já na WNBA, a cada ano existe um temor por parte dos admiradores de que seu time chegue ao fim. Já aconteceu com equipes importantes, como o Sacramento Monarchs e o Detroit Shock, mencionados acima.

O Seattle Storm quase teve de se desligar do campeonato recentemente, até que um grupo de torcedoras – isso mesmo, apenas mulheres – assumiu as despesas do time, que hoje é um dos que tem o maior sucesso e investimento na liga. No caso do Silver Stars, existe uma grande sorte pelo fato de o grupo responsável por suas ações ter bastante dinheiro e os torcedores fieis do Spurs apoiarem as garotas. Em menor escala, é claro, mas há fãs incontestáveis.

Para que essa base de apoiadores se mantenha, principalmente os conhecidos Season Ticket Holders – os que compram ingressos com lugar cativo para a temporada inteira –, o time investe em jogadoras e em atividades que envolvam aqueles que estão nas arquibancadas. O Silver Stars tem atletas queridas e que levam resultado: Becky Hammon, Sophia Young, Danielle Robinson, DeLisha Milton-Jones, Jia Perkins e Danielle Adamas, por exemplo. No geral, essas são muito apreciadas pelos torcedores das estrelas prateadas.

O motivo principal para que as pessoas sintam afeição pelas jogadoras é o resultado que essas trazem em quadra, o que não tem acontecido em 2013 com a equipe texana. Na WNBA existe, ainda, o fator “beleza”. Muitos homens acompanham alguns times devido à aparência das atletas. Neste ano, os rapazes foram presenteados com Elena Delle Donne e Skylar Diggins, que além de serem monstros com a bola são lindas – sim, recalque da colunista aqui. Não duvido nada que o Chicago Sky e o Tulsa Shock tenham uma nova safra muito forte de torcedores para os próximos anos.

Um tipo de ação que acontece com frequência na WNBA para que a comunidade se aproxime do time de sua cidade, e mais consumidores sejam atraídos, são encontros periódicos, do tipo “Meet&Greet“, nos quais as jogadoras se colocam à disposição para tirar fotos, dar autógrafos e trocar uma ideia com os mortais que as acompanham. O Silver Stars manda muito bem nisso, e já promoveu compromissos informais com torcedores em um boliche, casas de fast food, festas para os Season Ticket Holders, um campo de golf e leilões beneficentes, por exemplo. Sem contar as aparições na imprensa, como participação em publicações fora do segmento esportivo (Jayne Appel e Davellyn foram capa da revista Texas Dogs And Cats Magazine deste mês) e rádios regionais (Becky Hammon é a que mais participa deste tipo de entrevista). Outro exemplo: no começo da temporada, Sophia Young foi escolhida para comentar um dos jogos da final do Spurs no Twitter do Silver Stars.

Jayne Appel e Davellyn Whyte no ensaio fotográfica para a capa da revista Texas Dogs And Cats Magazine (Divulgação)

Jayne Appel e Davellyn Whyte no ensaio fotográfica para a capa da revista Texas Dogs And Cats Magazine (Divulgação)

Afora essas atividades escolhidas individualmente pelas franquias, existe o WNBA Cares, no qual todos os times da liga devem estar envolvidos obrigatoriamente a fim de promover ações beneficentes em sua comunidade.

Danielle Adams e Davellyn White em uma ação da WNBA Cares (Divulgação)

Assim é que o Silver Stars tem sobrevivido em 2013, com a aproximação de seus torcedores, mostrando que eles podem, de alguma maneira, participar da vida da franquia.

Dan Hughes em um evento particular para os Season Tickets Holders do San Antonio Silver Stars, no Zoológico de San Antonio (Katie Funk/sasilverstars.com)

Uma ação que envolve treinos em cidades diferentes deu uma oportunidade de aproximação de novos torcedores (Annie Werner – sasilverstars.com)

Na semana que se passou, as estrelas prateadas perderam dois jogos e ganharam um. Agora, têm um período de descanso, no qual enfrentarão apenas o New York Liberty, na quinta-feira.

Um olhar mais profundo

Elena Delle Donne não cansa de se destacar em sua primeira temporada como profissional. Ao final da votação pelas titulares das conferências Leste e Oeste do All-Star Game de 2013 da WNBA, a novata ficou em primeiro lugar e passou a ser a única primeiranista a ficar no topo da enquete pública na história da liga.

Os times foram definidos desta maneira:

Leste – Cappie Pondexter (New York Liberty), Epiphanny Prince (Chicago Sky), Elena Delle Donne (Chicago Sky), Tamika Catchings (Indiana Fever) e Angel McCoughty (Atlanta Dream)

Oeste – Diana Taurasi (Phoenix Mercury), Seimone Augustus (Minnesota Lynx), Candace Parker (Los Angeles Sparks), Maya Moore (Minnesota Lynx) e Brittney Griner (Phoenix Mercury)

Balanço positivo em Las Vegas

Mais do que o resultado, o mais importante para uma franquia de NBA na Summer League é o desenvolvimento e a observação de jogadores. Se o San Antonio Spurs ficou longe do título no primeiro ano em que a competição coroará um campeão, essas duas etapas foram cumpridas de maneira satisfatória. A diretoria e a comissão técnica do alvinegro texano vêem a equipe deixar Las Vegas provavelmente com boas ideias para um futuro próximo.

Udoka executou bem o plano do Spurs na Summer League (NBAE/Getty Images)

Isso passa, obviamente, pelos jogadores que já integram o plantel principal do Spurs. Para muitos torcedores do time, a prioridade para a offseason deveria ser a contratação de um pivô de presença física no garrafão, de preferência um bom defensor. Mas talvez esse jogador já estivesse no elenco. Estou falando de Aron Baynes, que deixa a Summer League com médias de 12 pontos, 10,5 rebotes e 1,3 tocos em 26,3 minutos por exibição – na minha opinião, suas atuações representam o que de melhor aconteceu para a franquia texana na competição.

Entre todos os jogadores que representaram o Spurs na Summer League, Baynes foi o que teve adversários mais duros pela frente. O australiano trombou com Bismack Biyombo na vitória sobre o Charlotte Bobcats, com Jonas Valanciunas na derrota para o Toronto Raptors e com Tyler Zeller no revés diante do Cleveland Cavaliers. Só não encarou um pivô com experiência como titular da NBA durante o triunfo sobre o Atlanta Hawks, quando encarou o brasileiro Lucas Bebê – escolha de primeira rodada do Draft deste ano.

Baynes é um pivô de presença física interior, carência do Spurs desde as saídas dos já veteranos Fabrício Oberto e Kurt Thomas, que não causaram muito impacto no time. Com boas atuações, o australiano se credencia a uma vaga na rotação da equipe no garrafão – que ficou mais concorrida com as renovações do brasileiro Tiago Splitter e do francês Boris Diaw e a contratação de Jeff Pendergraph. Tim Duncan e Matt Bonner completam o setor.

Além de Baynes, mais dois jogadores que já fazem parte do elenco principal do Spurs desde a última temporada participaram da Summer League: Cory Joseph e Nando De Colo. Eles disputam o pouco tempo de quadra que sobra na armação nos minutos de descanso de Tony Parker – a briga ainda conta com o australiano Patrick Mills, que recentemente renovou seu contrato com a franquia texana. E o canadense e o francês tiveram atuações irregulares em Las Vegas. Mas, ao contrário de Baynes, foram escalados por Ime Udoka, que foi o técnico da equipe na competição, fora da zona de conforto.

De todos os possíveis reservas de Parker, De Colo me parece ser o mais talentoso. É o que melhor pode atuar como armador puro, principalmente por seu talento nos passes e no comando do pick-and-roll. O problema é que os alas da segunda unidade na próxima temporada devem ser Manu Ginobili, que acaba de renovar seu contrato com o Spurs, e Marco Belinelli, principal contratação da franquia texana na offseason. E os dois também se destacam por terem os mesmos talentos que o francês.

Para desenvolver habilidades complementares e poder atuar ao lado de Ginobili e Belinelli enquanto o argentino e o italiano comandarem o ataque do time reserva, De Colo foi escalado como ala-armador por Udoka. Assim, teve de defender adversários mais altos e fortes e trabalhar como arremessador, colocando à prova dois de seus pontos fracos. E, entre boas e más atuações, deixou a Summer League com médias de 11,3 pontos, com apenas 22,2% no aproveitamento nos tiros de três pontos, e quatro assistências em 31,8 minutos por exibição.

Nos jogos em que Parker foi poupado, sem dúvidas De Colo é a melhor opção para assumir o lugar de armador titular do time. Mas, para jogar ao lado de Ginobili e Belinelli, acredito que a melhor opção seja Joseph. O canadense é sólido na defesa, principalmente quando tem de marcar armadores mais rápidos, e se movimenta melhor sem a bola, finalizando cada vez melhor perto da cesta em bandejas contestadas.

O problema é que, como armador puro, Joseph não é confiável. O canadense ainda terá de conviver com a eterna sombra de George Hill, que exercia a função de combo guard defensivo antes de sua chegada e que comandava o ataque muito melhor. A questão é que o hoje jogador do Indiana Pacers chegou à NBA pronto após passar quatro anos no basquete universitário, enquanto o atleta do Spurs passou apenas um e, sem dúvidas, era muito mais cru quando chegou à liga. Assusta ver que Hill é SEIS anos mais velho do que Joseph.

Por isso, para evoluir, Joseph foi usado por Udoka como comandante do show. Também alternou boas e más atuações e deixou a Summer League com médias de 10,3 pontos e, mais importante, 4,5 assistências em 28,3 minutos por exibição.

Claro que observar os prospectos também foi importante, mas para um futuro mais distante. DeShaun Thomas começou bem, com 17 pontos por exibição nos três primeiros jogos, mas caiu nas partidas finais e a média despencou para 12,4. Marcus Denmon, por outro lado, foi crescendo ao longo da competição, acertou 38,5% de seus tiros de três pontos e fez 10,3 pontos por jogo. E Ryan Richards, quando eu estava pronto para desistir dele, se destacou e mostrou ter talento, ainda que bruto, na vitória sobre o Milwaukee Bucks.

Mas os três ainda parecem imaturos e devem passar a próxima temporada na Europa. Enquanto isso, o Spurs terá Baynes batalhando no garrafão, De Colo tentando se encaixar ao lado de Ginobili e Belinelli e Joseph buscando melhorar como armador principal. Por isso, é possível dizer que o saldo da Summer League foi positivo para o time texano.