Arquivo mensal: setembro 2012
Quase tudo pronto…

A temporada 2012/2013 se aproxima e, enquanto algumas equipes ganham a mídia formando elencos badalados, o San Antonio Spurs segue sua rotina discreta e deve iniciar a pré-temporada sem grandes novidades. Mas, enquanto as atenções se voltam para o esquadrão formado pelo Los Angeles Lakers, no Oeste, e a constelação do Miami Heat, no Leste, pouca gente notou que os texanos foram irrepreensíveis durante esta offseason.
O elenco que chegou à final do Oeste no último campeonato foi inteiramente mantido. Tidos como prioridades, Boris Diaw e Danny Green acertaram rapidamente novos contratos com o Spurs. Depois foi a vez de Patrick Mills, Gary Neal e DeJuan Blair também firmarem novos acordos e se garantirem, pelo menos por mais uma temporada, no Texas.

Com Green e Diaw, elenco do Spurs ganha em opções e em versatilidade
A única baixa foi a saída de James Anderson, que não correspondeu às expectativas e acabou sendo liberado após duas temporadas pouco produtivas sob o comando de Gregg Popovich. Para compensar, a diretoria buscou o francês Nando De Colo, que estava atuando pelo Valência, na Liga Espanhola, e será a única cara nova no elenco.
Com isso, o San Antonio Spurs conta com 14 jogadores sob contrato, um a menos do que o limite permitido pela NBA. No quadro abaixo, um rascunho de como deve funcionar a rotação de Popovich durante a temporada.
| PG |
Tony Parker |
Patrick Mills |
Cory Joseph |
| SG |
Danny Green |
Manu Ginobili |
Nando De Colo |
| SF |
Kawhi Leonard |
Stephen Jackson |
Gary Neal |
| PF |
Boris Diaw |
Matt Bonner |
DeJuan Blair |
| C |
Tim Duncan |
Tiago Splitter |
– |
No quinteto titular, nada deve mudar em relação à temporada passada. A estratégia de voltar a usar Manu Ginobili vindo do banco de reservas funcionou e deixou o Spurs com uma interessante formação inicial defensiva, além de fortalecer a chamada “segunda unidade” com a presença do argentino.

Mills tem a missão de dar descanso a Parker
Entre os reservas, além de Ginobili – que, muitas vezes, deve ter mais minutos em quadra que o titular Danny Green -, devemos observar o crescimento de duas peças em especial.
Primeiro Patrick Mills, reserva imediato de Tony Parker, mas que, por ter chegado com a última temporada em andamento e ter tido pouco tempo de adaptação, acabou sendo pouco utilizado nos jogos mais importantes. No entanto, quando requisitado, mostrou capacidade.
Agora, com um período maior de treinamento com os companheiros, o australiano terá mais tempo para aprender o rígido sistema tático e deve ser acionado mais vezes por Gregg Popovich para dar descanso a Parker.
Outro que deve ver seus minutos crescerem é Tiago Splitter. O brasileiro vai para sua terceira temporada na NBA e, no ano passado, mostrou amadurecimento. Com a idade cada vez mais avançada, Tim Duncan, aos poucos, vai ficando menos tempo em quadra e ter um substituto confiável é fundamental.
Quem começa a temporada tendo de correr atrás do prejuízo é DeJuan Blair. De titular no início da temporada, o ala-pivô afundou no banco de reservas durante os playoffs. Pouco aplicado na defesa e acima do peso, perdeu a confiança do treinador e agora precisa recuperar seu espaço na rotação.
Em circunstâncias diferentes, mas também tendo de conquistar a confiança de Popovich, Cory Joseph também precisa mostrar serviço. Escolhido no Draft de 2011, ainda era considerado muito “cru” para atuar na NBA. Por isso, passou quase toda a última temporada na D-League. Com a possível evolução de Mills e ainda com Gary Neal podendo ser improvisado na armação, não me espantaria se o jovem fosse enviado novamente para a Liga de Desenvolvimento.

Eis aqui a única cara nova…
Para o novato Nando De Colo, as chances devem surgir aos poucos e tudo dependerá de sua adaptação. Versátil, pode ganhar minutos até mesmo na armação, se Mills não cair nas graças de Popovich. Mas também deve ganhar oportunidades principalmente nas partidas em que Manu Ginobili for poupado, ou algum jogador de perímetro estiver afastado por contusão.
Resta ainda uma vaga no elenco texano e rumores mais recentes dão conta que a diretoria está de olho no ala Josh Howard. Mas com um elenco bem equilibrado, os cartolas não precisam ter pressa. Uma presença física e defensiva no garrafão ainda me parece a maior carência do plantel, bem servido no perímetro.
Entre os cotados, Kyrylo Fesenko, analisado na coluna de Lucas Pastore, é uma boa opção. Até o nome de Greg Oden já rondou o Texas, mas não me parece o tipo de aposta que o Spurs faria.
Se não acertar com nenhum nome mais conhecido, a escolha deve ser um nome mais modesto vindo da D-League ou algum jogador que tenha se destacado na Liga de Verão.
Independente de quem preencha a última vaga, a força do elenco seguirá como a principal arma do Spurs para a próxima temporada. Se com as chegadas de Steve Nash e Dwight Howard o Lakers esboçm o melhor quinteto inicial da NBA, os texanos têm um dos melhores e mais equilibrados plantéis de toda a liga. Por isso não há o que temer. Já está quase tudo pronto e quem venha a temporada 2012/2013.
Spurs apresenta uniforme alternativo

Nem branco e nem preto. O novo uniforme do San Antonio Spurs para a temporada 2012/2013 da NBA será cinza. O modelo alternativo, que funcionará como um terceiro modelo a ser utilizado, foi apresentado nesta quarta-feira (19) pela equipe e será usado pela primeira vez no dia 1º de novembro, contra o Oklahoma City Thunder, no primeiro jogo da temporada disputado no AT&T Center. Os alas Kawhi Leonard e Danny Green pagaram de modelo e fizeram parte da divulgação.

Leonard e Green apresentam o novo uniforme. Aprovado? (D. Clarke Evans/NBAE/Getty)
E aí, aprovado?
Spurs pode ir atrás de ala nigeriano

A complicação para contratar um ala pontuador pode fazer o San Antonio Spurs aprontar. Com a possibilidade da chegada de Tracy McGrady não passar de um rumor e o negócio com Josh Howard evoluir aos poucos, a franquia poderá testar o nigeriano Chamberlain Oguchi, que disputou a última edição dos Jogos Olímpicos pela seleção de seu país.

Parker, em Londres, com Oguchi ao fundo. Juntos em breve? (Getty Images)
Com 26 anos, ele tentou ser draftado em 2009, mas não foi escolhido por nenhuma equipe. Desde então, passou nada menos do que sete (!) times em três anos. Nascido em Houston, nos Estados Unidos, ele foi o nome de maior destaque da seleção nigeriana nas Olimpíadas após anotar 35 pontos na derrota diante da França. A atuação fez com que algumas franquias da NBA que mandaram seus olheiros para Londres convidassem o atleta para testes, segundo reportagem do Yahoo! Sports – entre elas, o Spurs.
Com características pontuadoras, Oguchi seria um jogador para compor elenco e entrar no jogo quando bolas de três pontos forem necessárias. Desconhecido, seria opção mais barata – e também mais arriscada – caso McGrady e Howard não acertem. Sua carreira de “cigano” do basquete inclui passagens por times do Iraque, da Venezuela e do Líbano. Sua última equipe foi o Meralco Bolts, das Filipinas.
Leia mais: veja quem pode chegar e quem pode deixar o San Antonio Spurs
Josh Howard se encontrou com o Spurs
Quem quer vê-lo no Spurs?
De acordo com reportagem do site americano Project Spurs, Josh Howard teve uma reunião com representantes do San Antonio Spurs na segunda-feira. O ala é agente livre nesta offseason após ter disputado a última temporada com o Utah Jazz.
Em julho, já havia surgido a notícia de que o Spurs estaria interessado em Howard. Agora, de acordo com o jornalista Marc J. Spears, que trabalha para o Yahoo! Sports, um encontro entre as partes foi marcado para segunda.
Na última temporada, o ala disputou 43 partidas pelo Jazz – 18 como titular – e apresentou médias de 8,7 pontos e 3,7 rebotes em 23 minutos por exibição.
Na primeira rodada dos playoffs, atuando contra o Spurs, Howard disputou os quatro jogos do Jazz – três como titular – e apresentou médias de 3,8 pontos e 3,5 rebotes por noite.
Leia mais: veja quem pode chegar e quem pode deixar o San Antonio Spurs
T-Mac? Não, obrigado

No último sábado (15), nosso blogueiro Lucas Pastore fez ótima análise sobre a possível vinda do pivô Kyrylo Fesenko ao San Antonio Spurs. Concordo com ele. Eficiente e de uma posição na qual o time é carente, o ucraniano faria a cotação da equipe subir entre aquelas que disputarão os playoffs da temporada. E junto dele poderia vir o veterano ala Tracy McGrady. Mas aí as coisas não funcionam da mesma forma. Se Fesenko seria totalmente útil para o elenco, T-Mac soaria mais como uma adição nada inteligente.

Lá vai T-Mac correndo e… machucou?
Dentro de sua safra de jogadores, McGrady sempre foi bem visto e, por muito tempo, segurou nas costas o Orlando Magic e o Houston Rockets. Não pelo peso que colocavam em seus ombros, mas o ala se machucou e nunca mais foi o mesmo. Algo comum e que tem como um dos exemplos o tenista brasileiro Gustavo Kuerten. Guga jogava em alto nível, se lesionou e arrastou sua carreira até o final. Parecido com o que T-Mac faz. O que um jogador desse adicionaria ao elenco do Spurs?
Dentro de quadra, saudável, ele é ótimo. Pontuador, viria do banco e faria uma dupla e tanto com Manu Ginobili. Mas o Spurs já tem problemas médicos suficientes para trazer ao elenco mais um caso. O próprio argentino sempre requer atenção especial da comissão técnica, assim como Tim Duncan, sempre por conta da idade. McGrady não seria um substituto confiável. Há cinco anos não sabemos mais se ele entrará em quadra e fará 20 pontos ou se passará desapercebido. T-Mac perdeu a hora de parar.
Claro que a grana faz a diferença e o salário mínimo para veteranos torna a aposta em McGrady mais atraente para uma diretoria que não tem mundos e fundos para gastar. Mas o quanto o barato pode sair caro quando falamos de um jogador com certa idade, que vive convivendo com lesões e que na última temporada teve média de nem seis pontos por jogo? E no Atlanta Hawks, seu útimo time, tinha como função exatamente descansar os all-stars da equipe sem perder o nível.
Prefiro que o Spurs aposte em seus jovens. Para o perímetro nós estamos bem servidos, talvez seja o setor com a renovação mais bem feita. Tony Parker é cada vez mais o franchise player, Patrick Mills deverá ganhar cada vez mais tempo e Manu parece mais saudável, impressão que tive nos Jogos Olímpicos. McGrady não viria para somar. Sua chegada seria mais motivo de preocupação do que de alívio.
O Spurs precisa investir em jogadores novos e, preferencialmente, de garrafão. Foi isso que faltou na decisiva série contra o Oklahoma City Thunder, nas finais da Conferência Oeste da última temporada.
3 pontos
– Sim, o departamento médico do Spurs é um dos melhores da liga. Mas o quanto vale dar mais trabalho para ele a troco de nada?
– T-Mac foi um dos jogadores mais impressionantes que vi jogar, assim como Guga foi e é meu tenista favorito – não o melhor que vi. Mas lesões crônicas não são fáceis de resolver.
– Se abaixasse o salário, Leandrinho seria boa pedida caso o Gregg Popovich queira um jogador apenas para sair do banco e pontuar, sem se importar muito com a defesa. Duvido.

