Arquivo mensal: maio 2011

Trocas para a próxima temporada

Diante de qualquer adversidade, faz parte da natureza humana tentar encontrar culpados. Aconteceu isso depois da queda do San Antonio Spurs nos playoffs da NBA – ainda mais da maneira como foi, diante do oitavo colocado da Conferência Oeste. Pelo que vi nos comentários no blog – e conversando com outros amigos que torcem pra equipe texana – Richard Jefferson e Matt Bonner foram eleitos culpados.

Melhor mostrar serviço, rapazeada...

Até simpatizo com o Jefferson. Creio que ele é um ala pra lá de útil, que tem bom físico e as tradicionais investidas como pontos fortes do seu jogo. Ele simplesmente destoa no esquema tático do Spurs, que exige um bom defensor e um bom arremessador. Já Bonner tem um estilo puramente ofensivo, que, ao meu ver, também destoa dos playoffs da NBA, em que a defesa, a força física e a disputa por rebotes importa muito.

Por isso, resolvi usar este espaço hoje para fazer um exercício: o que o Spurs poderia conseguir em troca de Jefferson + Bonner? O ala ganhará US$ 9.282.000 no próximo ano, e seu contrato continua crescendo até a temporada 2013/2014, quando o atleta tem uma player option de US$ 11.046.000. Já Bonner tem o contrato garantido mais longo de todo o elenco: receberá US$ 3.315.000 em 2011/2012, em vínculo que cresce até 2013/2014, quando renderá US$ 3.945.000. Pacote difícil de engolir, mas que, com  atrativos extras, pode dar frutos para o time do Texas. Listo a seguir as equipes que podem estar dispostas a absorver os US$ 12.597.000 que a dupla vai custar na próxima temporada:

1) Charlotte Bobcats (Stephen Jackson + Joel Pryzbilla)

O Bobcats é uma equipe que está se reconstruindo. Por isso, pode estar disposta a “dispensar” seus principais jogadores em troca de escolhas de draft. Assim, a franquia poderia absorver os contratos de Jefferson e Bonner, desde que, para isso, ganhasse picks do Spurs. Por outro lado, o time de San Antonio poderia receber Stephen Jackson – que já passou pela equipe texana – para ser o ala titular da equipe. Se não é um defensor de elite, o jogador é, ao menos, melhor arremessador do que Jefferson. A estrela do time de Charlotte receberá US$ 9.260.000 na próxima temporada, sua penúltima de contrato. Na última, ganhará US$ 10.060.000. Para completar a troca, o Spurs poderia tentar uma sign-and trade com Joel Pryzbilla, que teria de topar reduzir seu salário, já que ganhou US$ 7.405.300 neste ano. Assim, o Spurs ganharia um titular e uma alternativa para a área pintada, e poderia jogar com Parker – Ginobili – Jackson – Duncan – Pryzbilla (Splitter). Já o Bobcats, além de escolhas de draft, receberia uma boa alternativa no perímetro, e poderia montar o time com Augustin – Henderson – Jefferson – Diaw – Thomas (Kwame Brown, pivô da equipe neste ano, será free agent).

2) Cleveland Cavaliers (Anthony Parker + Anderson Varejao)

Assim como o Bobcats, o Cavs está se reconstruindo, de olho em escolhas de draft. Deste modo, o Spurs poderia oferecer Jefferson, Bonner e algumas picks em troca de Anderson Varejao. O brasileiro vai ganhar US$ 7.700.000 no próximo ano, em contrato que evolui até a temmporada 2014/2015, quando o vínculo tem uma team option de US$ 9.800.000. A diferença financeira poderia ser compensada com uma sign-and-trade por Anthony Parker, que recebeu US$ 2.855.770 na última temporada e será um agente livre ao final da temporada. Com isso, o Spurs ganharia as peças que precisa, e teria Tony Parker – Ginobili – Anthony Parker – Varejao – Duncan no time titular. Já o time de Cleveland, além das desejadas escolhas de draft, ganharia um titular, e poderia armar o time com Davis – Gee – Jefferson – Jamison – Hickson. Jefferson, aliás, depende de um armador passador para render, atributo que encontraria em Baron Davis.

3) Denver Nuggets (Nenê)

O pivô brasileiro tem tudo para ser um dos free agents mais disputados desta offseason caso decida não exercer sua player option – Nenê pode ganhar US$ 11.600.000 na próxima temporada ou deixar seu contrato com o Denver Nuggets. O jogador é um sonho para muitas equipes, inclusive o Spurs. Por isso, a equipe do Colorado pode acabar vendo-se forçada a aceitar uma proposta de sign-and-trade. O brasileiro viria para ser titular absoluto: Pop poderia armar o time com Parker – Hill – Ginobili – Duncan – Nenê. Já Jefferson teria de brigar por uma vaga no congestionado elenco do Denver, que tem muitas alternativas para o perímetro. Bonner poderia até beliscar uma vaguinha no time titular, já que Kenyon Martin também é free agent. Mas creio que Karl acabaria montando o time com Lawson – Afflalo – Gallinari – Harrington – Andersen.

4) Detroit Pistons (Tayshaun Prince)

O Pistons ainda está indeciso sobre seu futuro. Sabe, sim, que terá um de seus principais astros sem contrato na próxima época. Deste modo, a franquia tem três alternativas: simplesmente deixá-lo ir para abrir espaço para os mais jovens, renovar seu contrato ou tentar reforçar-se via sign-and-trade. Nesta terceira alternativa entraria o Spurs, que receberia um ala perfeito para seu esquema tático e poderia montar seu time com Parker – Ginobili – Prince – Duncan – Splitter. Já o Pistons teria um novo ala titular e poderia mudar seu estilo de jogo, focando-se no ataque e escalando Stuckey – Hamilton – Jefferson – Villanueva – Monroe.

5) Golden State Warriors (Al Thornton + Andris Biedrins)

O Warriors tem em Biedrins um pivô puramente defensivo – o que não se encaixa no esquema da equipe, mas que cairia como uma luva para o Spurs. O jogador vai receber US$ 9 mi por temporada até 2013/2014. Para completar a troca, a equipe texana poderia receber ainda o ala Al Thornton via sign-and-trade, já que o jogador será agente livre neste meio de ano. Pop receberia dois possíveis titulares, e poderia armar seu quinteto com Parker – Ginobili – Thornton – Duncan – Biedrins (Splitter). Já o Warriors receberia dois atletas que têm tudo pra render no esquema de correria da equipe, mas creio que montaria seu time titular com Curry – Ellis – Wright – Lee – Udoh.

6) Memphis Grizzlies (Shanne Battier + Marc Gasol)

Que efeito um possível revés diante do Thunder pode ter na cabeça de Battier e Gasol, ambos agentes livres na offseason? Será que os dois acreditam que, em 2011/2012, a equipe de Memphis poderá brigar pelo título? Caso decidam testar o mercado, os jogadores podem sentir-se tentados a jogar pelo Spurs – time em que se encaixariam perfeitamente – e o Grizzlies seria obrigado a aceitar uma sign-and-trade ganhar alguma coisa. A equipe texana teria um quinteto titular invejável, com Parker – Ginobili – Battier – Duncan – Gasol, e veria seus algozes ganharem um bom reserva para o perímetro, mas se enfraquecerem consideravelmente na área pintada. O time de Memphis provavelmente seria montado com Conley – Allen – Gay – Arthur – Randolph.

7) Miami Heat (Mike Miller + Udonis Haslem)

A equipe de Miami foi bem nesta temporada sem contar com os dois jogadores: Miller não se achou depois de se machucar, e Haslem ainda está lesionado. Por isso, a dupla pode acabar virando moeda de troca. Por outro lado, o Heat receberia Jefferson, um jogador de perímetro diferente – já que, além de Wade e James, o time só tem arremessadores como alternativas – e um ala-pivô reserva para os momentos de descanso de Bosh, coisa que o atual elenco sente falta. Deste modo, o Spurs seria escalado com Parker – Ginobili – Miller – Haslem (Splitter) – Duncan, enquanto o Miami ganharia dois reservas, mas continuaria com Bibby – Wade – James – Bosh – Ilgauskas no time titular. Vale lembrar que Miller receberá US$ 5.400.000 na próxima temporada, em contrato que evolui até 2014/2015, quando o atleta tem uma player option de US$ 6.600.000. Haslem, por sua vez, vai ganhar US$ 3.780.000 no próximo ano – seu contrato também evolui e ele também tem uma player option em 2014/2015, mas de US$ 4.620.000.

8) New Orleans Hornets (David West)

Nas próximas semanas, a diretoria do Hornets deve concentrar seus esforços para renovar com Chris Paul, que só tem mais uma temporada de contrato garantido. Mas e quanto a David West? O jogador tem uma player option de US$ 7.525.000 para a próxima temporada, mas, caso opte por romper seu vínculo, irá se tornar, talvez, o agente livre mais cobiçado do mercado. Por isso, para não perder seu jogador a troco de nada, o Hornets poderia acabar aceitando uma sign-and-trade. O Spurs ganharia um titular indiscutível e poderia montar o time com Parker – Hill – Ginobili – West – Duncan. O Hornets, ao menos, poderia ter um novo titular no perímetro, mas ficaria enfraquecido, provavelmente com Paul – Jefferson – Ariza – Landry – Okafor. Jefferson teria ao seu lado um armador passador para voltar a jogar bem – vale lembrar que sua melhor fase foi no New Jersey Nets, ao lado de Jason Kidd.

9) Sacramento Kings (Omri Casspi + Samuel Dalembert)

Dalembert será free agent nesta offseason, e o Kings provavelmente deixará o jogador sair para abrir espaço salarial, já que ele ganhou US$ 12.200.000 na última temporada. Porém, a equipe pode decidir reforçar o elenco via sign-and-trade, panorama do qual o Spurs poderia se aproveitar para conseguir um pivô defensivo. Claro que é incerto depositar tanto dinheiro em Dalembert – por isso, o Spurs poderia tentar envolver Casspi no negócio. O israelense vai receber apenas US$ 1.341.960 na próxima temporada, em contrato que evolui até 2013/2014, quando há uma qualifying offer de US$ 3.313.480. Casspi poderia fazer tanto o papel de Jefferson – um ala defensor e arremessador – quanto a de Bonner – um ala-pivô que joga aberto, longe da cesta. Seria um bom reserva, mas creio que o Spurs seria montado com Parker – Hill – Ginobili – Duncan – Dalembert (Splitter). O Kings, por sua vez, ganharia um novo titular no perímetro e abriria espaço para Thompson no time titular. A equipe poderia ser escalada com Evans – Thornton – Jefferson – Thompson – Cousins, com bastante talento jovem para se desenvolver.

10) Utah Jazz (Andrei Kirilenko + Francisco Elson)

Assim como o Pistons, o Jazz ainda tem um futuro incerto pela frente. A equipe pode fazer três diferentes usos do enorme contrato expirante de Kirilenko (US$ 17.822.187): abrir espaço salarial, renovar ou tentar se reforçar via sign-and-trade. Porém, mesmo caso a última alternativa seja a escolhida, obviamente não vale dar tanto dinheiro para um jogador desvalorizado como o ala russo. Por isso, o Spurs poderia tentar trazer oturo free agent via sign-and-trade: Francisco Elson, um jogador que poderia revezar com Duncan e Splitter, que já conhece o sistema da equipe e que sabe fazer o trabalho sujo. Kirilenko, por sua vez, poderia tanto fazer o papel de Jefferson – um ala defensor e arremessador – quanto a de Bonner – um ala-pivô que joga mais aberto. Assim, o Spurs titular teria Parker – Ginobili – Kirilenko – Duncan – Splitter (Elson). Já o Jazz ganharia uma nova alternativa para o perímetro e mais um jogador para fazer o trabalho de Okur, um pivô arremessador. O time de Utah poderia ser escalado com Harris – Bell – Miles (Richard Jefferson) – Millsap – Al Jefferson.

Parker planeja jogar pela França na offseason

De acordo com o site oficial da FIBA, o armador francês Tony Parker planeja jogar o Europeu de Basquete, que será disputado entre 31 de agosto e 18 de setembro, na Lituânia. O torneio será classificatório para a Olimpíada de Londres-2012.

“Quero estar no EuroBasket. Estou ansioso para que comece logo. Temos uma equipe realmente boa”, disse Parker.

Na entrevista, o armador revelou que a França deverá contar com o reforço de Joakim Noah. O pivô, nascido em Nova York, tem cidadania francesa: “Precisamos de presença debaixo da cesta para vencer na Europa, assim Joakim Noah pode ser uma peça muito imporante no nosso quebra cabeça, e pode fazer a diferença. Espero que ele esteja disponível para nos ajudar”, contou o jogador do Spurs.

O francês também disse que tem vontade em vencer um título com a equipe nacional, objetivo que já alcançou pela equipe texana: “Na NBA, já venci tudo, e consegui fazê-lo rapidamente. Com a França, vencer será especial porque eu esperei por isso por muito tempo”, finalizou Parker.

A França é o país que mais tem estrangeiros na NBA: além de Parker, o selecionado pode contar com Rodrigues Beaubois, Mickeal Pietrus, Pape Sy, Nicolas Batum, Boris Diaw, Kevin Seraphin, Alexis Ajinça, Ronny Turiaf, Ian Mahinmi e Johan Petro. Os torcedores do Spurs podem se interessar pela equipe nacional por conta de Nando de Colo, selecionado na 53ª escolha do draft de 2009 e possível futuro reforço do time texano.

Nenê no Spurs: sonho distante?

Fuçando nos sites norte-americanos que acompanham a rotina do San Antonio Spurs bem de perto, pude perceber que está rolando um rumor por lá acerca de uma possível vinda do brasileiro Nenê Hilário para o Spurs.

Why not?

Como eu disse, é claro que isso é apenas um rumor, nada concreto. Creio que ninguém chegou a conversar sobre isso ainda, mas acho que seria um bom negócio para o brazuca e para a franquia texana.

Primeiro porque Nenê iria para um time de ponta, que ainda tem gás para uma temporada em alto nível – ainda mais se contratar um reforço de peso como ele. Segundo porque o pivô parece estar extremamente desgastado em Denver. Ele, inclusive, já afirmou mais de uma vez que pensa em mudar de ares na próxima temporada.

Nenê, no entanto, ganha uma grana preta (US$ 11,6 mi) – o que pode brecar o negócio. O que fazer neste caso? Bem, Tim Duncan pode optar por sair de seu contrato – que está no último ano – e renovar pelo salário mínimo para veteranos. Isso liberaria uma verba excelente, e teríamos dinheiro para trazer o brazuca e mais um reforço de peso.

Bem, caros leitores, o que custa sonhar um pouquinho?

Para Popovich, problemas físicos atrapalharam o Spurs nos playoffs

Em entrevista coletiva concedida nesta semana, o treinador do San Antonio Spurs, Gregg Popovich, disse que os problemas físicos de Tim Duncan e Manu Ginobili na reta final da temporada atrapalharam o desempenho da equipe texana nos playoffs. De acordo com o técnico, nenhum dos dois estava 100% na série contra o Memphis Grizzlies.

Fica pra próxima...

Olhando para a campanha da equipe, Pop parece estar certo. Antes de Duncan se lesionar, o Spurs tinha recorde de 57 vitórias e 13 derrotas, e liderava a NBA com folga. Depois do problema, a equipe perdeu o posto de melhor campanha para o Chicago Bulls e, contando os jogos nos playoffs, venceu somente seis das 18 partidas que disputou. Já Ginobili jogou baleado “apenas” nas cinco últimas partidas da série contra o Grizzlies, e conseguiu apenas dois triunfos.

Ainda durante a coletiva, Pop disse que pretende manter grande parte do elenco para a temporada 2011/12.

E mais…

Ryan Richards vai disputar o Europeu sub-20 em julho

Prestes a se recuperar totalmente, o ala-pivô Ryan Richards confirmou que vai jogar o Europeu sub-20 deste ano. O campeonato será disputado em Sarajevo, capital da Bósnia e Hezergovina, entre os dias 14 e 24 de julho. O Reino Unido está no grupo C da segunda divisão do torneio, ao lado de Finlândia, Luxemburgo, Noruega, Portugal e República Tcheca, e é um dos favoritos ao acesso.

“Vamos vencer. Posso dizer isso agora. Temos um time forte, e enquanto mantivermos o nível de entrosamento e foco, estou certo de que venceremos”, disse Richards, em entrevista ao site Hoopsfix.

O ala-pivô completou 20 anos no último dia 24. O jogador, selecionado pelo Spurs na 49ª escolha do último draft, ainda se recupera de uma cirurgia no ombro. Seu último clube foi o BBC Monthey, da Suíça, no qual disputou seis jogos e obteve médias de 13,3 pontos, 5,2 rebotes e 0,8 tocos por partida. Enquanto estava se recuperando, o jogador chegou a treinar com o corpo técnico do Spurs.

“Pessoalmente, quero jogar bem. Quero voltar para a quadra, entrar em forma e recuperar meu ritmo de jogo, sem me importar com médias. Quero deixar o torneio sabendo que estou recuperando meu ritmo e melhorando”, disse Richards.

Quem quiser, poderá acompanhar o desempenho do atleta no site oficial do evento: http://u20men.fibaeurope.com/enDivB/default.asp.

Hollins revela qual estratégia usou para derrotar o Spurs

Sou foda, eu sei!

Lionel Hollins, técnico do Memphis Grizzlies, revelou recentemente qual a estratégia utilizada para derrotar o San Antonio Spurs na primeira rodada dos playoffs. Segundo o treinador, a ordem era apertar as linhas de passe texanas para evitar os tiros de três pontos.

Hollins foi muito inteligente e conseguiu neutralizar a principal arma do Spurs ao longo da temporada regular. A tática surtiu efeito imediato. Matt Bonner, Gary Neal e George Hill, três dos principais arremessadores da equipe, viram seus aproveitamentos despencarem ao durante a série contra o Grizzlies.

Jogada de gênio

Quem se afastou um pouco da NBA após a saída do San Antonio Spurs pode se deliciar agora com uma jogada de gênio de Dwyane Wade. O Miami Heat venceu o Boston Celtics ontem e abriu dois a zero na série. Wade, responsável por 28 pontos e oito rebotes, foi o autor da pintura abaixo.

Como bem lembraram os parceiros do Bola Presa no Twitter, alguma semelhança com a jogada abaixo?