Cobertor curto?

Muitas das 37 vitórias que o San Antonio Spurs conseguiu até aqui nesta temporada da NBA vieram graças ao banco do time. George Hill, Gary Neal e Matt Bonner figuram entre os protagonistas dos reservas da equipe, que, até aqui, vêm dando conta do recado quando os importantíssimos Tony Parker, Manu Ginobili e Tim Duncan jogam mal, ou simplesmente quando precisam descansar. Em termos de qualidade, não se discute o banco do time texano. Mas e em termos de quantidade, será que temos uma jogadores suficientes para suportar os playoffs?

"Se precisar, tamo aê!"
Ontem, na vitória sobre o New York Knicks, o Spurs viu-se desfalcado de três jogadores: além de Bonner, George Hill e James Anderson estiveram indisponíveis. Com isso, o elenco da equipe texana ficou reduzido a apenas dez atletas, e o treinador Gregg Popovich teve de fazer algumas coisas que certamente contrariam seu plano de jogo.
O primeiro grande problema que Pop enfrentou ontem foi na ala. O especialista do elenco, Richard Jefferson, não fez boa partida (seis pontos, 3-4 FG e sete rebotes), e, por isso, ficou em quadra por pouco mais de 25 minutos. Mas o Spurs não contava com o novato Anderson, reserva natural da ala, e nem com Hill, que muitas vezes entra para completar o perímetro ao lado de Parker e Ginobili.
Com isso, o novato Larry Owens, recentemente promovido da D-League, chegou perto dos nove minutos de quadra. Além disso, Neal, acostumado a ser um (ótimo) reserva para a posição dois, teve de quebrar um galho na ala em alguns momentos. Resultado: passou mais de 32 minutos em quadra, quando sua média na temporada é de 19. Ufa!
O outro problema esteve entre os armadores. Sem Hill, Parker teve de jogar mais de 37 minutos – sua média na temporada é de 33. Quem teve de assumir a armação do time reserva foi Chris Quinn, que só costuma entrar no garbage time. Ontem, o ex-jogador do New Jersey Nets chegou perto dos 11 minutos.
Mas o principal problema esteve mesmo debaixo da cesta. Pop não contou com Bonner e ainda reluta em usar o brasileiro Tiago Splitter – ontem, o pivô atuou apenas nos instantes finais da partida, com ela já decidida. Com isso, DeJuan Blair – que mais uma vez fez uma boa partida – foi o jogador do Spurs que mais atuou: 41:34 minutos.
Os experientes Duncan e Antonio McDyess também tiveram de suar a camisa para suprir as ausências. Timmy, que tem média de 29,5 minutos por jogo, atuou ontem por 34,5; Dice, que chegou a ser poupado em algumas partidas nesta temporada, jogou por 18 minutos cravados, pouco mais do que os 17,3 que costuma atuar por partida.
O elenco me parece curto, e acho que não daria trabalho para ser reforçado. O próprio Ime Udoka, por exemplo, não vinha fazendo feio, e poderia ficar até o final da temporada para ser acionado em emergências como as de ontem. Para a área pintada, Marcus Cousin, que se destacou na pré-temporada com os texanos, vem fazendo uma boa D-League pelo Austin Toros: 14,6 pontos, 8,7 rebotes e 1,2 tocos em 28,9 minutos por noite. E vale lembrar que esta equipe implantou, nesta temporada, o mesmo esquema tático do Spurs, para facilitar o trabalho de Pop quando algum jogador precisar ser promovido.
Seriam reforços baratos e simples, que ajudariam o elenco em noites como as de ontem: mesmo com jogadores pouco importantes de fora, as estrelas do plantel não precisariam passar mais tempo em quadra.
Publicado em 22/01/2011, em Na linha dos 3. Adicione o link aos favoritos. 2 Comentários.

Suas alternativas são boas, mas 3 desfalques ao mesmo tempo é coisa que pouquissimas equipes na NBA devem ter condições de suprir com qualidade… foi uma pena ver o Splitter passar o jogo inteiro no banco sem ter o Bonner em quadra…. felizmente o Blair estava em mais uma noite inspirada.
Melhor temporada do Spurs nos ultimos anos e eu não consigo acompanha direito -.-‘
Site continua excelente, bom trabalho Lucas e cia!
Eu acho que falta uma peça pro garrafao. Quem poderia suprir essa ausência seria o Troy Murphy, que seria um ótimo reforço se conseguir um buyout no New Jersey Nets. Entre os armadores, eu teria mantido o Garrett Temple no lugar do Chris Quinn. O Temple era menos experiente, mas ao mesmo tempo era melhor defensor e não comprometia. Até hoje não consigo entender os motivos de sua dispensa. Na ala realmente temos um problema. Desde a saída do Bruce Bowen o Pop busca um jogador que saiba defender e arremessar de três. Larry Owens é mais uma dessas alternativas. Contra o Hornets e contra o Knicks ele demonstrou muita vontade. Deve ganhar um novo contrato de dez dias.