Missão cumprida

Podem me chamar de louco, de maluco, ou do que preferirem, mas mesmo com a derrota para a Argentina eu acredito que a missão brasileira neste Mundial foi cumprida. É claro que não gostei da derrota – aliás, perder dos argentinos é ainda mais doído -, mas existem alguns aspectos que me fazem acreditam que o trabalho está sendo muito bem feito.

Primeiro de tudo, esta Seleção resgatou o sentimento de paixão do brasileiro pelo basquete, que havia se perdido nos últimos anos. Infelizmente não sou da época de Oscar e companhia, então esta é a melhor equipe que eu vi em quadra.

Claro que ainda existem defeitos a serem corrigidos, mas Magnano está ai há poucos meses, foi a primeira competição sob seu comando e com certeza ainda vamos melhorar muito nas mãos dele. Aliás, basta olhar para o passado e ver que há quatro anos não haviamos passado nem mesmo da primeira fase para notarmos que avançamos bastante.

Hoje, sabemos que o Brasil consegue defender, e pode ser um dos melhores do mundo nisso. Contra os americanos, soubemos parar o temido contra-ataque. Nas demais partidas, sempre tivemos consistência no fundamento. Todos se empenharam e causamos dificuldades a todos os adversários.

No ataque ainda temos problemas. Mas, ao meu ver, não é culpa de Magnano. Falta mesmo é material humano. Contra a Argentina, Huertas foi muito bem, mas não dá para esperar que ele sempre marque mais de 30 pontos, não é sua característica. Na posição 3, sofremos com um “buraco”. Marcelinho Machado foi bem no Mundial, amadureceu seu jogo e me surpreendeu, mas já tem 35 anos. Marquinhos é irregular demais. Alex é baixo para a posição e é conhecido por seu vigor defensivo, e não por ser ofensivo.

No garrafão, Splitter é sólido, mas não é um pontuador nato. Varejão notadamente é fraco ofensivamente. Sem Nenê, ficamos sem uma arma de ataque digamos “imparável”, sem falar que a rotação fica prejudicada.

Leandrinho está sendo classificado por muitos como o grande culpado pela derrota. Critiquei muito o ala-armador pela precipitação em alguns momentos do Mundial, mas acho uma tremenda besteira colocá-lo como bode expiatório pela eliminação. Mas esta aí algo que eu acho uma grande bobagem do brasileiro… Em caso derrota, nada presta e há sempre a necessidade de pôr a culpa em alguém.

Vamos reconhecer o que esta Seleção fez. Aos que não se lembram, do outro lado estava uma Argentina, número 1 do Ranking da FIBA, que chutou 61% da linha de 3 pontos. Havia também um Luis Scola endiabrado, que acertou assombrosos 70% dos arremessos que tentou da quadra.

O trabalho está sendo bem feito. Nosso objetivo é voltar à Olimpíada em 2012, e estamos no caminho certo para isso.

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Sobre Victor Moraes

Formado em Jornalismo no ano de 2012 pela Universidade Metodista de São Paulo. Fanático por esportes, sobretudo o basquete, passou pela redação do Diário Lance!, trabalhou na Liga Nacional de Basquete e no extinto Basketeria. Se orgulha de fazer parte da equipe do Spurs Brasil desde a criação em 2007.

Publicado em 08/09/2010, em Na linha dos 3. Adicione o link aos favoritos. 3 Comentários.

  1. “Jogamos como nunca.. Perdemos como sempre”
    Fiquei orgulhoso da apresentaçao do Brasil nesse mundial.. infelizmente ainda n foi nossa hora…

  2. os juízes desse mundial estão perdidos,pqp,deixaram de marcar muitas faltas sobre o Tiago!!

  3. uma noticia chata de se comentar mais a realidade
    esporte no brasil só futebol mesmo
    não da pra exigi medalha de um esporte que é o decimo mais praticado no brasil

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