O dono da semana

Confesso ser um fã relativamente recente da NBA. Até hoje, aqueles que acompanham a liga americana de basquete a mais tempo que eu se surpreendem pela minha opção pelo San Antonio Spurs – time com rótulo de chato, anticarismático, e, para alguns, até sujo. A verdade é que sempre fui fã do esporte da bola laranja, e comecei a acompanhar o campeonato estadunidense após a final da Olimpíada de 2004, para acompanhar mais de perto um nome que encantou o mundo naquela campanha – Manu Ginobili.

Desde então, a paixão pelo time texano só aumentou. Me interei sobre a História da franquia, e me emocionei com o passado e com ídolos como Sean Elliot, George Gervin, David Robinson… tenho a oportunidade de acompanhar o basquete de um dos melhores de todos os tempos, o lendário Tim Duncan. Robert Horry e Bruce Bowen me proporcionaram momentos de alegria. Hoje, Tony Parker está entre meus prediletos – posição que, no futuro, deve ser ocupada por George Hill, DeJuan Blair e Tiago Splitter. Mas o ala-armador argentino é meu ídolo máximo no basquetebol. E nesta semana mostrou o porquê.

Primeiro, atraiu as atenções do mundo inteiro a declarar sua ausência do Mundial da Turquia, que acontece em setembro deste ano. Uma decisão correta, no meu entendimento – da maneira com que Ginobili vinha levando, sem descansar nas últimas offseasons, não era bom para ele, nem para o Spurs e nem para a seleção argentina. A promessa da participação no ciclo olímpico para Londres-2012 me parece sincera – no mínimo, um consolo para os hermanos.

Depois, no meu modo de encarar os jogos, repousa sobre as costas do argentino a excelente reação que o Spurs imprimiu na série contra o Mavs para abrir 2 a 1 no confronto. A maneira como o basquete de Ginobili cresce nos momentos decisivos da partida é impressionante. No jogo 2, ele acertou a bola de três pontos que fez a vaca do Mavs deitar, nas palavras de Zé Boquinha. Ontem, sua bola não caiu nos três primeiros quartos, enquanto os adversários Jose Juan Barea e Jason Terry faziam a festa. No período final, na hora que a bola pesa mais, os desempenhos se inverteram – mesmo com o nariz de Manu quebrado!

Categoria, genialidade, técnica, raça, dedicação na defesa, identificação com o time. Não há como negar a idolatria a Manu Ginobili. A nós, torcedores do San Antonio Spurs, resta torcer que ele repouse bem na offseason e tenha o condicionamento físico necessário para brilhar por muito mais tempo com a camisa preta e prata, antes de vermos a #20 aposentada no teto do AT&T Center.

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Sobre Lucas Pastore

Um dos fundadores do Spurs Brasil. Formado em Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2010, é site manager da Fifa e podcaster do Cultura Pop. Cobriu o basquete olímpico na Olimpíada de 2016 pelo LANCE!. Trabalhou também para UOL, Basketeria e mob36.

Publicado em 24/04/2010, em Na linha dos 3. Adicione o link aos favoritos. 6 Comentários.

  1. Avatar de Renan Belini Renan Belini

    emocionante seu texto Lucas, realmente somos privilegiados de vermos um dos melhores trios da história da NBA jogando junto. De termos visto jogadores que nunca foram Superstars mas terem sido exenciais em campanhas passadas.

    Mas sobretudo o Manu tem sido o cara. Acho que em cada título do Spurs, um jogador do trio teve seu alge. Duncan em 2003, Manu em 2005 e finalmente Parker em 2007. Porém se um eventual titulo acontecesse denovo em 2010, seria mais uma vez graças ao jogo que Ginobili vem jogado.

    Otima matéria Lucas. E GO SPURS sempre!

  2. Avatar de Bruno Alves Bruno Alves

    Brilha muito no Spurs

  3. Avatar de João Paulo João Paulo

    grande texto cara,isso ae,hje poucos são os q pelo menos respeitam o spurs aqui no brasil,é bom saber q aqui há uma galera q aprecie esse basquete q p mim se aproxima do q eu jogo aqui(claro,salvo as comparações e nível)já q o jogo desse grande time é um sr.Feijão com Arroz!!

  4. Uma decisão correta II

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