O velho Manu está de volta?

O nosso bom e velho Manu Ginobili parece estar de volta. O argentino voltou a jogar bem e com consistência, sendo decisivo, algo que não viamos já há algum tempo. Prejudicado pelas inumeras lesões, principalmente a do tornozelo (que ocorreu durante os jogos olímpicos de Pequim 2008), Manu parecia lento em quadra, sem ritmo e sem pontaria. Isso finalmente chegou ao fim.

Tenho que reconhecer que fui um dos críticos mais ferrenhos do argentino nesse período de baixa; concordei com a decisão da franquia em não renovar o contrato antecipadamente e até cheguei a cogitar trocas envolvendo o ala-armador. Embora considere-o como um ídolo, o fraco desempenho me decepcionou, e a condição física e as lesões me assustaram.

Com a equipe toda em baixa, mudanças precisavam ser feitas, e negociar o argentino poderia ser um caminho para “mudar os ares” de San Antonio. Mas nada melhor do que ver que eu estava enganado. O Manu voltou, um pouco mais velho e talvez com menos cabelos, mas voltou.

Depois de um começo de temporada pífio, em que o argentino não acertava nem uma ervilha dentro de um barril, a pontaria voltou a ser certeira. A liderança e o poder de decisão também reapareceram. Considerando esta primeira semana de março e o mês de fevereiro, foram oito jogos acima dos 20 pontos, sendo o último com impressionantes 38 tentos anotados.

O número de assistências também está elevado. No período, foram dez jogos com cinco ou mais passes decisivos. A média chega a 5,06 por partida, acima da média da carreira do jogador, que é de 3,7 por jogo. Com Parker e Hill, que são muito mais finalizadores do que “armadores de jogadas”, a bola fica mais tempo nas mãos de Ginobili para que ele organize o jogo.

Isso se deve a uma mudança no estilo de jogo do ala-armador, que com a idade chegando perde um pouco da explosão física, mas ganha em experiência e inteligência, além da técnica refinada.

O aproveitamente de Manu na temporada, de 41% nos arremessos de quadra, é o mais baixo de sua carreira, mas também é reflexo dessa mudança de estilo de jogo. Se antes os pontos surgiam mais das infiltrações, hoje nascem muito mais dos arremessos de longa distância, que naturalmente têm uma porcentagem menor de acertos.

Agora, com Tony Parker fora até os playoffs, a presença de Manu será ainda mais importante para a equipe. Por muitas vezes,  ele terá de assumir o papel de armador principal, vai precisar pontuar mais e comandar a equipe no perímetro, para que não recaia todo o peso em cima de Tim Duncan.

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Sobre Victor Moraes

Formado em Jornalismo no ano de 2012 pela Universidade Metodista de São Paulo. Fanático por esportes, sobretudo o basquete, passou pela redação do Diário Lance!, trabalhou na Liga Nacional de Basquete e no extinto Basketeria. Se orgulha de fazer parte da equipe do Spurs Brasil desde a criação em 2007.

Publicado em 09/03/2010, em Na linha dos 3 e marcado como . Adicione o link aos favoritos. 2 Comentários.

  1. “LeBron wasn’t playing, Jamison didn’t play the second half and Shaq wasn’t there. We blew a big one.”, Ginobili disse tudo.

    E convenhamos, Duncan não jogou nada bem – o barco afundou de vez num passe errado dele pro Manu, interceptado pelo West.

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