Arquivo mensal: maio 2009
Denver joga bem, mas…


É, Carmelo, nem adianta se esconder; Fisher e Bryant te esperam no jogo dois. Vai dar pro Denver?
Deu Lakers! Na noite de ontem aconteceu o primeiro embate envolvendo Los Angeles Lakers e Denver Nuggets. Embalado pela boa campanha nos playoffs, o time do Colorado jogou melhor durante todo o tempo, mas, no final, prevaleceu a experiência dos angelinos, que saíram vencedores por 105 a 103.
Por que? Mesmo jogando em casa, o Lakers se viu dominado nos dois primeiros períodos. No segundo quarto, no entanto, houve uma pane no Nuggets e o time da casa conseguiu encostar no marcador. No final do quarto, apareceu a estrela de Derek Fisher. O armador estava com zero pontos até aquele momento; mas, quando recebeu a bola há poucos segundos do final, acertou um chute de três pontos e colocou L.A. à frente mesmo tendo jogado mal durante ambos os períodos.
Trevor Ariza estava mal; ídem a Derek Fisher, Pau Gasol, Andrew Bynum e Lamar Odom. Mesmo assim, os californianos conseguiram equilibrar o jogo contra um Denver inspirado. Indícios de superioridade absoluta? Talvez! Os comandados de George Karl vacilaram quando menos podiam, e, mesmo atuando confiantes, sucumbiram à experiência de um time que dificilmente perdoa seus adversários. O que fazer? Algumas poucas vezes vi o Lakers fazer seguidos jogos ruins nessa temporada, o que significa que a próxima partida deverá ser mais dura do que a primeira. Ao Denver, é fato que fica aquele sentimento do: “Dava pra ter ganho”, e talvez isso dê uma desanimada no elenco. Mas quem jogou de igual pra igual com o Lakers no jogo um tem plenas chances de triunfar no segundo duelo.
Quem brilhou?
Kobe Bryant fez o que era esperado de sua parte. Chamou a responsabilidade e decidiu quando foi preciso. Derek Fisher foi aquele jogador providencial, que me lembrou o mesmo Fisher que um dia entristeceu os torcedores de San Antonio ao fazer uma cesta com apenas 0.4 segundos no marcador.
Pelo lado de Denver, Carmelo Anthony vem mostrando que é aquele grande jogador que se especulou um dia. Ontem, uma partida impecável, com 14 arremessos acertados em 20 tentados (média impressionante). É redundante falar sobre Chauncey Billups, pois a dinâmica de jogo que ele dá para o Nuggets é algo de outro mundo. Ontem ele ficou aquém de seus grandes desempenhos, errando alguns arremessos livres que fizeram falta no final. No entanto, mostrou ser aquele jogador decisivo que todos esperam que ele seja; duas bolas de três no final do jogo (quando a coisa realmente pegou) provaram isso.
Hoje teremos o primeiro embate da série entre Cleveland Cavaliers e Orlando Magic. O Cavs é favorito, mas será que dá para brincar com os poderes do Superman? Resta esperar!
As duas finais
O ápice da NBA está chegando. Depois de muitas partidas, muitas noites gastas em jogos e muitas decepções e alegrias assimiladas. Com as finais de conferência aí, peço licença para colocar abaixo minhas análises sobre os duelos entre Los Angeles Lakers e Denver Nuggets no Oeste e Cleveland Cavaliers e Orlando Magic no Leste.
Time-a-time
Los Angeles Lakers
Talvez a equipe mais badalada no ínicio da temporada, o Lakers sofreu com a ausência do pivô Andrew Bynum, que mais uma vez ficou um belo tempo afastado nas quadras com lesão no joelho. O ala-armador Kobe Bryant, como de praxe, brilhou e abrilhantou a NBA. O ala-pivô Pau Gasol foi outra peça importantíssima, principalmente na ausência de Bynum. Os angelinos foram, durante toda a temporada, favoritíssimos no Oeste. Porém, algumas atuaões contestáveis na pós-temporada diminuiram a pompa e acenderam a luz amarela. Em 2009, o Lakers e Phil Jackson terão seu grande teste de fogo. Poderá Kobe vencer sem Shaquille O’Neal? Phil Jackson ainda pode render? A chegada de Pau Gasol será convertida em títulos? São essas perguntas que devem ser respondidas nas próximas semanas.
O nome: Kobe Bryant, sem dúvidas. Desde a saída de O’Neal, é o craque solitário do time. Ganhou a companhia de Gasol e Bynum, mas nenhum dos dois consegue alcançar a magnitude do ala-armador.
Termômetro: Quente. É favorito no Oeste e tem boas chances de faturar o título da NBA.
Denver Nuggets
Não restam dúvidas de que o Nuggets é a grande surpresa de 2008/2009. Mal cotado no ínicio da temporada, o time do Colorado conseguiu, em uma troca, mudar seu destino. Se desfez de um Allen Iverson em franca decadência e juntou ao seu plantel um dos melhores armadores da liga, Chauncey Billups. Deixou times como San Antonio Spurs, Houston Rockets e New Orleans Hornets – sempre tachados de favoritos – comendo poeira, e chegou sem qualquer contestação às finais de sua conferência. Com o astro Carmelo Anthony jogando em um nível altíssimo e as gratas aparições do brasileiro Nenê no garrafão, a franquia almeja ir ainda mais longe.
O nome: Chauncey Billups. Carmelo Anthony pode ser o grande astro dos Nuggets, mas sem Billups nada seria possível. O armador faz o time funcionar como não se via desde muito tempo atrás. É o nome do Denver nessa temporada.
Termômetro: Morno. Não tem a tradição e nem a força do Lakers, mas caso passe pelos angelinos no Oeste chegará embalado demais e sedento pelo título.
Cleveland Cavaliers
Para muitos, até 2003 o Cavaliers não era nada. Depois da citada data, virou apenas o “time do LeBron”. Hoje, sem dúvidas, é a franquia que vem apresentando o melhor basquete na temporada. LeBron James surpreende a cada jogo, mostrando nível melhor em cada partida que disputa. O armador Mo Williams chegou para ser o escudeiro do astro e tem sido muito mais: melhorou o arremesso de perímetro do time e deu mais organização tanto no ataque quanto na defesa. O sistema defensivo da equipe, por sinal, tem enchido os olhos daqueles que, como eu, gostam da parte tática do basquete. Entrará, sem dúvidas, para a História. A moral, por sua vez, é das mais altas possíveis: oito jogos na pós-temporada e oito vitórias, além da melhor campanha da liga na regular.
O nome: LeBron James e não são necessárias explicações.
Termômetro: Muito quente. Com seu estilo de jogo encaixado e a melhor campanha da temporada regular na sua bagagem, o Cavaliers é, apesar do desgosto de muitos, o grande favorito ao título.
Orlando Magic
O Magic provou nessa temporada que com organização se vai longe. A diretoria da franquia acertou em apostar no pivô Dwight Howard e soube planejar o futuro do time em torno do jogador: deu certo. Hedo Turkoglu e Rashard Lewis se mostraram ótimos apoiadores do astro. Jameer Nelson, que perderá as finais lesionado, é ausência certa e será sentida: o jogador vinha sendo um dos melhores armadores da NBA. A bela vitória sobre o Boston Celtics nas semifinais do Leste será um dos fatores que deverão mover esse time.
O nome: Dwight Howard é o nome do time. Com atuações monstruosas, é a grande arma ofensiva do time e tem sido excepcional na defesa.
Termômetro: Frio. Não acredito que o Magic possa ser campeão. Passar pelo Cavaliers já é matéria quase impossível. Mas chegar até esse ponto foi importantíssmo para uma equipe que parece ter muito futuro.
Chegou a hora!


Kobe Bryant tem a grande chance de calar os críticos e mostrar que pode triunfar sem Shaq (Foto: Arquivo Spurs Brasil)
Quem diria! O longo período da NBA está cada vez mais perto de chegar ao seu final, caro leitor do Spurs Brasil! Agora, já temos as finais de conferência definidas. No leste, Orlando Magic surpreendeu no jogo 7 e sapecou uma vitória incontestável mesmo jogando em Boston. No oeste, mesmo depois de passar sufoco, o Los Angeles Lakers também garantiu sua vaga.
Muito se falou do Orlando Magic na temporada regular. Logo nos primeiros 20 jogos, a equipe da Flórida despertou o interesse da mídia – que pouco demorou a credenciar o time como um dos favoritos no leste. Dito e feito; após uma temporada impecável, o Magic chega com sobras à final de conferência. O Boston jogou sem Garnett? Sim, até eu creio que, se completo, KG e companhia eram favoritos à vaga. No entanto, como também é necessária sorte para se vencer, o Magic contou com uma ajudinha dos santos para se firmar entre os quatro melhores do torneiro. Vale lembrar que Orlando tem jogado sem o seu armador titular, Jameer Nelson, desde meados da temporada regular. Aqui, a diretoria soube agir com destreza e logo firmou acordo com o ex-Rockets Rafer Alston.
Falando em Rockets, palmas mais do que merecidas para os texanos de Houston. Sem Tracy ‘pé frio’ McGrady, a equipe conseguiu finalmente avançar à segunda rodada dos playoffs. No duelo contra o Los Angeles Lakers, outra baixa; a do pivô Yao Ming. Mesmo com elenco devastado pelos problemas físicos, o Rockets lutou com braveza e conseguiu levar a complicada série até o jogo 7, quando a derrota foi inevitável.
O Lakers, que já havia sido criticado nesse mesmo espaço por estar jogando abaixo do que pode, terá que redobrar os esforços se quiser derrotar o Denver Nuggets – que vem jogando o melhor basquete dessa pós-temporada ao lado do Cleveland Cavaliers. Kobe Bryant teve algumas dificuldades para se livrar do cerco defensivo armado pelos texanos – talvez esse seja um trunfo para o Nuggets, que deve ter estudado minuciosamente os duelos angelinos nas semifinais do oeste. Com sua principal estrela bem marcada, sobrará artilharia pesada para Pau Gasol, que tem passe livre na defasada defesa do Colorado. Mesmo assim, se o Lakers quiser chegar à sua segunda final consecutiva, é bom que haja uma boa ajuda do elenco de apoio.
De volta ao leste, Cavs e Magic fazem um duelo de estrelas. LeBron James carrega nas costas todo o favoritismo da melhor campanha da temporada regular. Do outro lado, Dwight Howard fará de tudo para levar Orlando à glória máxima do basquete – o título da NBA. É, caro leitor, ficamos de fora das fases decisivas nesse ano, mas, mesmo assim, temos ótimos representantes do bom basquete para acompanhar; desfrutem!
TAU Cerámica 1×0, no sufoco

90X86
Começou agora há pouco a fase decisiva da Liga ACB, o campeonato espanhol de basquete, para a equipe do TAU Cerámica, onde joga o pivô brasileiro Tiago Splitter, que tem seus direitos ligados ao San Antonio Spurs na NBA. Jogando em casa a primeira partida do derby diante do Iurbentia Bilbao Basket, muitos esperavam um atropelamento do TAU. No entanto, o que se viu foi uma vitória definida apenas nos instantes finais.

Equipe do TAU abre vantagem na série. Fonte: baskonia.com
Para se ter uma idéia, no intervalo da partida, o Bilbao vencia por treze pontos de vantagem. Por isso, obrigou o TAU Cerámica a jogar tudo o que sabe na segunda metade do jogo para manter o mando de quadra; somados o terceiro e o quarto períodos, temos uma vitória de Splitter e companhia por dezessete pontos de vantagem.
O brasileiro, aliás, foi muito bem, atingindo um duplo-duplo com 15 pontos e dez rebotes. Igor Rakocevic foi o cestinha de sua equipe; 18 pontos e três rebotes para ele. Pelo lado do Iurbentia Bilbao Basket, destaque para o reserva Drago Pasalic, com 15 pontos, cinco rebotes e duas roubadas.
Melhores Momentos da Partida
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Destaques da partida
TAU Cerámica
Igor Rakocevic – 18 pontos e três rebotes
Pete Mickeal – 16 pontos, cinco rebotes e dois tocos
Tiago Splitter – 15 pontos, dez rebotes e cinco assistências
Will McDonald – Dez pontos e cinco rebotes
Pablo Prigioni – Dez pontos, três assistências e duas roubadas
Iurbentia Bilbao Basket
Drago Pasalic – 15 pontos, cinco rebotes e duas roubadas
Salva Guardia – 15 pontos e cinco rebotes
Luke Recker – 15 pontos
Marko Banic – 14 pontos e cinco rebotes
Javier Salgado – 13 pontos, nove assistências e três rebotes
A próxima partida acontecerá na terça feira, dia 19, com mando do Iurbentia Bilbao Basket. Caso o TAU Cerámica vença, garante passagem para as semifinais da Liga ACB. Não perca, na quarta-feira, o resumo da decisiva partida!
Finalmente o Brasil entra em quadra?

Declarações recentes de Moncho Monsalve e Leandrinho enchem de esperança o fã brasileiro de basquetebol. Promessas de que a seleção disputará a Copa América – competição classificatória para o próximo mundial – com sua equipe completa enchem os olhos dos torcedores, que, cheios de empolgação, poderão novamente ver um Brasil competitivo em quadra.
Leandrinho, Varejão e Nenê devem formar o trio principal dessa equipe. Não me lembro de ver os três jogadores da NBA atuando juntos; e não há momento melhor para isso do que agora. O ala-armador não vive sua melhor fase, mas todos sabemos do seu potencial. Já a dupla de garrafão vive, talvez, o ápice de sua carreira até então; titulares, respectivamente, do Cleveland Cavaliers e do Denver Nuggets, os dois devem formar um dos melhores garrafões da FIBA.
Além deles, outros atletas com experiência internacional devem aparecer. Marcelinho Huertas é o favorito indiscutível à armação principal da equipe. O experiente Guilherme Giovanoni e o jovem Jonathan Tavernari estão na briga pela posição três, a princípio a mais carente dessa seleção. É uma pena não podermos contar com Tiago Splitter para a competição; o pivô, que para muitos deveria ser titular da seleção, estará envolvido nas finais da Liga ACB, o campeonato espanhol de basquete.
Temos também bons atletas atuando em nossa nova liga doméstia, a LNB. Alex Garcia, Marquinhos, Marcelinho Machado, Murilo e Baby tiveram participações recentes na seleção brasileira e devem pintar no grupo; alguns, inclusive, têm chances de estarem na equipe titular.
Com sua equipe completa, o Brasil tem tudo para estar no próximo mundial; vale lembrar que a seleção estadunidense já carimbou seu passaporte por ser a atual campeã olímpica, enquanto que os argentinos jogarão desfalcados de Manu Ginobili. Só precisamos ver até onde realmente vai o envolvimento dos nossos atletas. Pelos recentes acontecimentos, eu, pelo menos, prefiro esperar pra ver.

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