E o que acontece com o Phoenix Suns?

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O Phoenix Suns criou uma grande rivalidade com o San Antonio Spurs nos últimos anos; sob o comando de Mike D’Antoni, Steve Nash e companhia ganharam rótulo de favoritos durante temporadas consecutivas. O mesmo Nash foi duas vezes eleito MVP da NBA, Amare Stoudemire era sempre bem falado e também foi assim com nosso brasileiro Leandrinho Barbosa, que conseguiu inclusive o prêmio de sexto homem na temporada 2006-2007.

Muito desgastado após derrotas seguidas nos playoffs, o treinador de estilo contestado mudou de casa. No New York Knicks, D’Antoni chegou cometendo deslizes, draftou o problemático italiano Danilo Galinari – que até agora pouco foi notícia no Madison Square Garden – e mudou o modo de jogo da equipe. Na correria imposta pelo novo treinador, o Knicks até que vem caminhando razoavelmente bem nessa temporada. As 21 vitórias e 27 derrotas podem soar assustadoras, mas vejo um Knicks com melhores perspectivas daqui pra frente.

No entanto, a pergunta que fica é: E o Phoenix Suns? Pois bem; o Suns também contratou novo treinador – o pouco experiente Terry Porter. Porter foi um grande jogador, admirava muito seu jogo no pouco tempo que o vi com a camisa do Spurs. Contudo, como comandante ele tem deixado a desejar. O Suns está em queda livre; pode parecer incrível, mas a equipe parece sentir falta do ritmo frenético da era D’Antoni. Apesar de bons talentos, o basquete do Suns é irreconhecível, e o time que botava medo nos outros algum tempo atrás hoje em dia é por muitas vezes motivo de piada.

Steve Nash parece sentir o peso da idade nas costas. Prestes a completar 35 anos, o armador faz sua pior temporada e passa longe do Nash que já brilhou um dia na NBA. Como todo time bem administrado, é claro que o Suns deve ter um bom armador reserva que consiga cobrir o desgaste do canadense nas partidas, certo? Errado. Goran Dragic chegou com status de promessa, mas bastaram alguns jogos do europeu para perceber que ele ainda é muito cru para a liga norte-americana. Resultado disso? Steve Nash vem jogando quase 34 minutos por jogo quando deveria atuar por apenas uns 25 ou 30.

Amare Stoudemire é um jogador singular. Ele é bom, e isso é indiscutível. Pontua como poucos, tem explosão fenomenal, mas quando o assunto é defesa ele deixa a desejar. Stat é daqueles atletas que todo mundo gosta de ver jogar mas ninguém quer no seu time – caso parecido com o de Allen Iverson. Esse e mais alguns fatores ajudam a envolvê-lo em constantes rumores de troca – o que sem dúvida é prejudicial para seu desempenho e para o próprio rumo da franquia. Ou troca logo ou deixa ele lá até o final da temporada, é simples.

Para completar o elenco, ainda temos o caso do Jason Richardson. Quando houve a troca, muita gente falou bem, pois é inegável que o Richardson é um bom jogador. No entanto, para adquirir o ala, o Suns teve que se livrar de dois bons jogadores. Não morro de amores pelo Raja Bell, muito menos pelo Boris Diaw, mas seria burro se dissesse que eles jogam mal. Bell é exímio defensor e no ataque marca seus pontinhos, Diaw também deixa suas cestas e é excelente passador; ou seja, o Suns trouxe o J-Rich, que pontua muito bem mas acrescenta pouco no jogo coletivo, e perdeu Bell e Diaw, que fazem o papel de figurantes e adicionam mais ao elenco.

Por incrível que pareça, quem vem jogando pra lá de bem é o veteraníssimo Shaquille O’Neal – me arrisco a dizer que ele tem sido o melhor do time. É incrível como aos 36 anos ele ainda consegue impor respeito e fazer quase um double-double de média por jogo – e ainda tenho que aguentar gente dizendo que o Shaq é só força; mereço? O cara é uma lenda da NBA e um dos mais respeitados jogadores que eu já vi. Realmente me impressiono e admiro um atleta que faz o que ele faz depois de ter passado dos 35 – digno de aplausos.

Resumindo tudo: O Suns perdeu técnico, chegou um novo, mudou estilo de jogo, o time envelheceu, novos jogadores chegaram, começou a temporada com vitória, caiu de produção e corre risco de ficar de fora dos playoffs. Claro que ainda é cedo para fazer qualquer tipo de perspectiva, ainda mais levando em consideração que a liga pega fogo somente depois do All-Star Game, mas do jeito que a coisa está, é difícil enxergar futuro nesse time, e quando a coisa começa a descambar, a tendência e só piorar.

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Sobre Bruno Pongas

Acompanha o San Antonio Spurs desde 1998, escreveu para o Spurs Brasil entre 2008 e 2012, criou o Destino Riverwalk e o podcast Cultura Pop, e agora está de volta ao Spurs Brasil para dar seus pitacos sobre o maior do Texas.

Publicado em 05/02/2009, em Na linha dos 3. Adicione o link aos favoritos. 1 comentário.

  1. Hey Pongas, belo artigo.

    O que vejo no Suns é que o time estava acomodado no esquema de D’Antoni, ele faziam aquilo de forma natural, tanto que no ano passado o técnico mal dava instruções, o time já sabia tudo. O erro do dirigente Steve Kerr, foi a precipitação, ao invés de esperar a era Nash acabar (como vai acontecer daqui dois anos) ele quiz mudar agora e para mudar o esquema de um time que está acostumado, só existe duas alternativas, ou muda o time inteiro ou espera o tempo passar.
    O time só tem 3 jogadores novos e atuantes (Barnes , Shaq e Rich) e o tempo ainda não passou, Porter tem menos de um ano na franquia. Sendo assim, o Suns está realmente em declínio e realmente só tende a piorar, mas acredito na oitava vaga, mais pelo Jazz estar ruim e com clima pessimo do que acreditar no próprio Suns.
    E nos playoffs, vou te dizer, não tenho razão nenhuma em acreditar nisso, mas, eu acredito mais em um time com Shaq e J-Rich do que um com Bell e Marion.

    Abraço em nome de toda equipe Suns Brasil!

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