Há onze anos atrás…

Onde você estava há 11 anos atrás? Provavelmente, assim como eu, você não deve se lembrar. É possível que do alto dos meus nove anos na época, deveria estar jogando videogame – aqueles joguinhos legais do Mega Drive como Alex Kid e Rock’n Roll Racing – ou simplesmente na rua batendo aquela bolinha esperta com os amigos – já que na época, jogar futebol na rua era algo que quase todos faziam. Infelizmente, hoje em dia isso se tornou algo praticamente impossível.
No longínquo dia 29 de março de 1998 – data que completará 11 anos em breve – a equipe do San Antonio Spurs viajava até Indiana para enfrentar o Pacers de Reggie Miller no extinto ginásio Market Square Arena. Naquele dia, Tim Duncan, que já estava na sua segunda temporada e em vias de se tornar o principal jogador da franquia, anotou 24 pontos na vitória da equipe texana.
Para Duncan, aquela data ficou marcada como apenas mais uma partida com mais de 20 pontos em sua carreira. Para outro garoto, ganhar um autógrafo de tal estrela se tornaria algo marcante em sua vida. Falo do armador George Hill, atleta draftado pelo San Antonio Spurs no recente recrutamento da liga norte-americana de basquete.
Na época, o jovem Hill tinha 11 anos. Natural de Indiana, o futuro armador foi ao ginásio presenciar mais um jogo do time da cidade, o Pacers, e, de quebra, foi atendido com simpatia pelo astro do time adversário, que lhe concedeu um autógrafo ao final do embate. “Até hoje tenho a foto que ele autografou. Sempre digo que vou trazê-la para mostrar pra ele (Duncan)”, disse o novato.
O reencontro após 12 anos é curioso. Hoje Hill tem 22 anos e joga ao lado de um dos melhores jogadores da história da NBA. Duncan, que completará 33 anos no próximo 25 de abril, brincou e disse que se sente velho com toda essa história. Se pensarmos, ele está certo; na época ele tinha apenas 20 anos, era um garoto recém-chegado à NBA, o que Hill é exatamente hoje.
Coincidências à parte, toda essa história me fez parar e pensar em algumas coisas. Comecei a acompanhar a NBA no final da temporada 1997-1998. Vi jogadores como Tim Duncan, Kevin Garnett, Kobe Bryant, Allen Iverson, Tracy McGrady e o próprio Shaquille O’Neal crescerem e se tornarem o que são hoje em dia. Vi momentos mágicos de Reggie Miller e Michael Jordan, embora lamente não ter nascido alguns anos mais cedo para tê-los acompanhado mais de perto. Vi LeBron James surgir como o novo Jordan e acompanharei sua carreira do início ao fim, assim como acompanhei as de Duncan, Kobe, Garnett.
Os novos jogadores surgem aos poucos; só para efeito comparativo, as três primeiras escolhas do draft no ano passado foram Derick Rose, Michael Beasley e O.J Mayo. Rose é de 1988, mesmo ano que eu nasci. Mayo é um pouco mais velho (1987), e Beasley é de 1989, ou seja, é mais novo do que eu. Daqui há alguns anos, tenho certeza que verei Rick Rubio entrar e estourar na NBA (ele é de 1990), e por aí vai.
Acho isso tudo engraçado e estranho ao mesmo tempo. Outro dia, em conversa com um amigo, disse que essa é uma das maneiras de perceber o quanto você está ficando velho. Já não jogo mais Alex Kid e muito menos bola na rua; como se não bastasse, os atletas que entram na NBA são cada vez mais novos do que eu. Brincadeiras à parte, terei orgulho de contar aos meus filhos que acompanhei todos esses jogadores bem de perto e vi cada momento mágico das lendas de hoje em dia e das que se tornarão lendas daqui há alguns anos.
Publicado em 18/12/2008, em Artigos, Na linha dos 3. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.

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