Arquivo mensal: novembro 2008
Um bom futuro pela frente?
Quando recebi o convite para integrar o Spurs Brasil, também fui automaticamente convidado para escrever o Na linha dos 3. O objetivo da coluna é escrever sobre basquete, independente se for masculino, feminino, NBA, basquete europeu, sub-20, sub-15 ou fraldinha.
Desta maneira, gostaria de falar de um time que é pouco citado e muitas vezes subestimado por estar deveras distante dos grandes centros do basquete. Trata-se do Memphis Grizzlies.
Primeiramente, acho interessante fazer um comparativo entre Pau Gasol (Ex-Memphis e atual Lakers) e Marc Gasol (Novato do Grizzlies). É indiscutível que o irmão mais velho é mais talentoso – inclusive, na minha modesta opinião, figura entre os melhores ala-pivôs da liga – mas me lembro bem de quando o Gasol mais novo entrou para o draft e foi escolhido no meio do segundo round. Muita gente (Muita mesmo) falou mal dele, falaram que era ruim de bola, que só tinha tamanho, grande e bobo, isso e aquilo.
Bem, é claro, qualquer um falaria mal se levarmos em conta que Pau Gasol foi escolhido em terceiro lugar no draft de 2001 – ah, antes que eu me esqueça, dou um prêmio para quem lembrar qual foi o time que o selecionou. Sim, caros leitores, foi o Atlanta Hawks. Voltando ao grau comparativo, Marc Gasol, como já citado, foi selecionado no meio da segunda rodada, mais especificamente na 18ª posição. Essa disparidade entre escolhas envolvendo os dois jogadores dá margem a interpretações – que muitas vezes são errôneas e impensadas.
Aposto que essas pessoas que esculacharam o Gasolzinho nunca tinham visto, sequer, 15 minutos de seu basquete. Logo que entrou na NBA, Pau Gasol causou um grande impacto. Suas médias na primeira temporada foram de 17.6 pontos e 8.6 rebotes, o que lhe rendeu o prêmio de novato do ano – merecido, diga-se de passagem. Marc Gasol, mesmo cercado de desconfianças, também começou sua temporada de novato com o pé direito. Seu jogo confirmou que o talento não se compara ao do seu irmão, mas suas boas médias de 12.4 pontos e 7.2 rebotes em menos de 30 minutos por jogo o tornam um achado do segundo round.
Chega de Gasois! Como o objetivo é falar da equipe do Memphis Grizzlies, lá vou eu. Sinceramente, acho que o Memphis tem um bom time. Podem me taxar de louco ou o que quer que seja, mas realmente gosto de alguns dos jogadores da equipe do Tennessee. Um exemplo é o ala Rudy Gay. Apesar do nome suspeito, que já foi alvo de muitas piadinhas infames, Gay, na minha opinião, é o melhor jogador do draft de 2006. Sim, acho ele melhor que o Brandon Roy, LaMarcus Aldridge, Andrea Bargnani, enfim. E o incrível é que ele foi selecionado apenas na 8ª posição, o que comprova a incompetência de muitos dirigentes da NBA.
Outro jogador que vem me surpreendendo é o tal do O.J. Mayo. Aliás, talvez surpreendendo não seja a palavra certa, tendo em vista que muito se esperava do garoto. O que importa é que ele vem confirmando as expectativas em cima do seu basquete. Bom chutador dos três pontos, sabe pegar rebotes, ou seja, um atleta que chegará forte na briga para ser o novato do ano.
É claro que, entre alguns jovens talentos, sempre aparecem aquelas piadas de mal gosto. Um exemplo disso é o sérvio Darko Milicic. Cara, até hoje fico impressionado só de pensar que o Detroit poderia contar com Dwyane Wade, Carmelo Anthony ou um Chris Bosh da vida. Escolher Milicic em segundo no draft, está, sem dúvidas, nas Top-3 piores escolhas da história. Outra piada de péssimo gosto é o veterano Antoine Walker. Confesso que um dia até simpatizei com o Walker; ele tem uma cara de feliz e parece ser daqueles caras agradáveis, que faz um churrascão pra confraternizar o time e tudo mais. Mas seu basquete, há um bom tempo, tem deixado muito a desejar.
Entre futuros promissores e fracassos em potencial, ainda vejo mais alguns bons jogadores no Grizzlies. Mike Conley não apresentou muita coisa até aqui, mas assisti alguns jogos do Memphis e me pareceu ser um jogador interessante. Hakim Warrick é bom e Kyle Lowry me parece um reserva competente.
Trocado em miúdos: Todos nós sabemos que o Memphis mais uma vez ficará de fora dos playoffs; mas, quem sabe daqui a dois ou três anos esse time possa figurar entre os oito que se classificam para a pós-temporada. Se o Grizzlies não é daquelas equipes que enchem os olhos e dá gosto de ver jogar, pelo menos é um time simpático que merece ser acompanhado com mais cuidado.
Nuggets (8-4) @ Spurs (5-6) – Apagado, Spurs é derrotado em casa
Na tentativa de conquistar sua quarta vitória consecutiva, o San Antonio Spurs recebeu ontem o Denver Nuggets. Mesmo embalado com as últimas vitórias, a equipe texana voltou a apresentar problemas; com Tim Duncan em noite apagada, o Spurs foi presa fácil para o Denver – que foi comandado pelo armador Chauncey Billups.
O primeiro quarto foi bastante equilibrado; as duas equipes mantiveram um bom padrão de jogo e desperdiçaram poucas jogadas – ao final do período, 22 a 21 para os visitantes. No entanto, foi a partir do segundo quarto de jogo que o Denver Nuggets começou a impor seu ritmo. Com boas atuações do já citado Chauncey Billups e também do brasileiro Nenê Hilário, a equipe do Colorado foi para o descanso com uma folgada vantagem de dez pontos.
Parece que no intervalo o técnico Gregg Popovich não conseguiu dar um jeito nos seus comandados; com a mesma apatia com a qual terminou o segundo quarto, o Spurs voltou à quadra e continuou sem saber o que fazer nem como reagir. Dessa maneira, levou uma surra de 11 pontos no quarto.
O período final começou com um quadro praticamente irreversível – 21 pontos de vantagens para o Nuggets. Mesmo assim, o Spurs finalmente resolveu jogar alguma coisa. O novato George Hill chamou o jogo para si e conseguiu diminuir a vantagem, mas, sem apoio, foi difícil reverter o resultado final.
O próximo jogo de San Antonio, apesar de ser em casa, será pedreira; pega o Utah Jazz na sexta-feira. Já o Denver vai até Los Angeles para enfrentar o badalado Lakers – o embate também acontece na sexta.
Destaques da Partida
San Antonio Spurs
George Hill – 20 pontos e 2 roubos de bola
Michael Finley – 13 pontos e 2 roubos de bola
Tim Duncan – 12 pontos, 11 rebotes e 6 assistências
Denver Nuggets
Chauncey Billups – 22 pontos, 5 rebotes e 6 assistências
Carmelo Anthony – 21 pontos, 9 rebotes e 7 assistências
Kenyon Martin – 18 pontos e 7 rebotes
Nenê Hilário – 16 pontos e 9 rebotes
A volta do Shaq Attack

O super-pivô Shaquille O’Neal, já com 36 anos, parece estar reencontrando seu basquete no Phoenix neste início de temporada. No último dia 12, Shaq entrou para o grupo dos dez maiores pontuadores da história da NBA, anotado 18 pontos na derrota do seu Suns para o Rockets por 94 a 82. Com isso, passou a lenda do Boston Celtics, o armador John Havlicek, então detentor da décima marca, com 26.395 pontos.
Mas não foi só isso que O’Neal conseguiu nesta temporada. Aparentemente sua vontade de jogar basquete está de volta também. Depois de duas temporadas pífias no Miami, nas quais ficou abaixo dos vinte pontos e dez rebotes de média por jogo, o pivô tem se acertado no Suns. Claro que a forma física não é mais a mesma e dificilmente ele consegue permanecer 40 minutos ou mais em quadra, como fazia em sua época de Lakers e Magic. Mas quando conseguiu, na vitória do Phoenix sobre Sacramento por 97 a 95, anotou 29 pontos e 13 rebotes. E esta não foi a única vez na temporada que Shaq foi fundamental para o Suns. Em outras duas ocasiões foi o cestinha da equipe e em outras três foi o líder em rebotes.
O super-pivô tem recuperado sua importância dentro da equipe, mas esse não é o único indicativo de sua maior disposição em quadra. Por incrível que pareça o fato de ter sido suspenso demonstra um certo grau de comprometimento do jogador com sua equipe. Sempre polêmico, O’Neal colecionou suspensões e multas ao longo de sua carreira. Ultimamente o jogador andava sumido, longe das confusões, mas também longe de sua melhor forma. Nesta temporada, entretanto, Shaq já foi multado, após confusão no jogo contra Houston, e suspenso, após falta dura em Rodney Stuckey do Detroit.
Talvez sua motivação atual se dê pelo fato de estar tão próximo do nono e do oitavo posto de maior pontuador da história da NBA, faltando pouco mais de 200 pontos para alcançá-los. Independentemente do motivo, é ótimo para nós, fãs do basquete, podermos ver um astro como Shaquille O’Neal jogando novamente um basquete de alto nível.
Denver (7-4) @ Spurs (5-5) – Temporada Regular
Pré-Jogo – Denver Nuggets @ San Antonio Spurs – Temporada Regular
Local: AT&T Center
Horário: 23:30 (Horário de Brasília)
Data : 19/11/2008
Situação do Jogo
Embalado por duas vitórias consecutivas, o San Antonio Spurs recebe hoje o Denver Nuggets. Ainda sem Tony Parker e Manu Ginobili, o quinteto inicial deverá ser o mesmo que começou a partida diante do Los Angeles Clippers: Hill, Mason, Finley, Duncan e Oberto. A nota positiva fica por conta do armador George Hill, que jogará pela primeira vez sem a proteção que vem usando no dedo desde que sofreu um entorse na pré-temporada. Pelo lado do Nuggets, a equipe tomou outro rumo com a chegada de Chauncey Billups. Desde que chegou ao Colorado, Billups aumentou sua média de pontos; ela subiu de 12.5 para 18.3.
Fique de Olho

- Reparem que na foto, Billups ainda usa tênis com as cores de Detroit (Photo by Garrett W. Ellwood/NBAE via Getty Images)
Há quem diga que o Denver Nuggets se deu melhor com a troca que envolveu Allen Iverson e Chauncey Billups. Particularmente, vejo que a troca foi vantajosa para ambas as equipes. Independente de quem se deu melhor ou não, Billups caiu como uma luva em Denver. Até aqui, suas médias vêm sendo as melhores da carreira; 18.3 pontos e quase seis assistências por partida. Olho nele!
Interativo – Spurs @ Clippers – Temporada Regular
Melhores Momentos da Rodada de 17/11/2008
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