Um fim e um recomeço
Pouco mais de uma semana após a final da WNBA, em que o Detroit Shock simplesmente varreu o San Antonio Silver Stars – estreante em finais -, é tempo de refletir. O time do Texas fez um trabalho sensacional durante a temporada regular; não me canso de dizer que desde a chegada de Dan Hughes (há três anos atrás) a equipe mudou da água pro vinho. Junto com ele, chegaram Becky Hammon, Ann Wauters, Shanna Crossley, entre outras; Sophia Young amadureceu e se tornou uma das melhores jogadoras da liga. A pergunta que fica então é a seguinte: O que faltou para conquistar o título?
O Detroit Shock é uma equipe experiente, com um técnico experiente – o veterano bad boy Bill Laimbeer. Jogadoras como Katie Smith, veteraníssima do selecionado norte-americano, Deanna Nolan, que quase foi na de Becky Hammon para disputar as Olimpíadas de Beijing pela Rússia, e Taj McWilliams-Franklin, que já rodou por muitas equipes da liga, sem dúvidas fizeram a diferença. Seria infeliz da minha parte afirmar que foi a experiência que colocou em cheque toda a campanha das Stars, já que as comandadas de Dan Hughes contavam com jogadoras rodadas, como Vickie Johnson, Becky Hammon e a própria Ann Wauters.
Desta maneira, fica claro que o que faltou foi um pouco de comando e um pouco mais de atitude por parte das principais jogadoras. Longe de mim promover caça às bruxas ou qualquer coisa do tipo, até porque o que essas pessoas fizeram (Técnico e jogadoras), ninguém jamais havia feito na história da franquia. Torço para que o baque desse ano fique de lição para a temporada que só retorna em meados do ano que vem; agora é hora das jogadoras retornarem às suas equipes da Europa para a disputa dos campeonatos regionais e da Euroliga de clubes. Tenho certeza que na próxima temporada o time estará um pouco mais maduro, e quiçá vacinado para não deixar o sucesso de melhor campanha subir à cabeça novamente.
Do outro lado da corda está o San Antonio Spurs. Eliminado na final da Conferência Oeste pelo Los Angeles Lakers ao término da última temporada, o Spurs busca seu quinto título com alguns novos nomes no elenco. Nenhum nome de peso chegou, e, ainda por cima, o time ficará sem o astro Manu Ginobili durante um bom período da temporada – devido a uma cirurgia no tornozelo. Mesmo assim, estou mais confiante do que o ano passado, pois os primeiros sinais de reformulação estão chegando sem aquele declínio crítico pelo qual as equipes costumam passar nessas mudanças.
É claro que Roger Mason, Salim Stoudamire e George Hill não são os salvadores da pátria; longe disso. Todavia, são jogadores que chegam com o objetivo de fazer o que muito poucos fazem: O serviço sujo. Trabalhar duro, jogar para o time, se empenhar com todo o coração à equipe em detrimento de bons números. Essa parte quase ninguém está disposto a fazer, e se torna cada vez mais difícil enxergar nos elencos por aí atletas que exercem esse tipo de função; nesse quesito, pelo menos, o Spurs está um passo à frente.
Publicado em 16/10/2008, em Artigos, Na linha dos 3. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.


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