Arquivo mensal: setembro 2008

Os grandes armadores de San Antonio

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Quando paro pra pensar nos dois times de San Antonio, tanto o Spurs como as Stars, vejo que ambos têm algumas semelhanças. A começar pelo elenco; o ponto forte da equipe masculina é o conjunto; o trio formado por Tony Parker, Manu Ginobili e Tim Duncan é a alma do time, mas jogadores considerados coadjuvantes possuem sua devida importância. Também é assim com o time feminino; Becky Hammon, Sophia Young e Ann Wauters formam um tripé de respeito e ditam o ritmo da equipe, contudo, outras jogadoras como Vickie Johnson e Erin Buescher são fundamentais.

Outro fator de igualdade entre os dois se dá pelos treinadores. Gregg Popovich está há anos no comando do Spurs; de lá pra cá fez um trabalho irretocável, conquistou quatro títulos e é considerado um dos melhores técnicos da atualidade. Dan Hughes está no comando das Stars há muito menos tempo, mais especificamente há três temporadas. Apesar de ‘novato’ no cargo, ele foi eleito técnico do ano de 2007 após levar San Antonio pela primeira vez aos playoffs. Além disso, Hughes acumula dois cargos; além de técnico ele é também o General Manager.

Após fazer um ligeiro panorama do grau de igualdade entre as duas equipes, foco minha análise em dois jogadores muito parecidos e essencias. Falo de Tony Parker e Becky Hammon. Tony Parker chegou ao Spurs no draft de 2001. Apesar de ter feito uma sólida e promissora carreira na Europa, ele chegou cercado de desconfianças, já que veio com a responsabilidade de assumir o posto de titular logo de cara. Como todo o grande atleta, Parker atropelou as críticas e, em sua primeira temporada, deu mostras de que tinha condições de ser o armador principal da equipe. Entretanto, alguns erros em jogos decisivos colocaram sua permanência no Spurs em cheque. Mesmo com alguns rumores de troca que envolviam o veterano Jason Kidd, o francês continuou o seu trabalho e deu a volta por cima; hoje é titular absoluto e inclusive tem no currículo – além de três títulos da liga – um troféu de MVP das finais.

Becky Hammon chegou à San Antonio de maneira inusitada. A jogadora já tinha sua carreira feita na WNBA jogando pelo New York Liberty, já tinha ido aos playoffs, disputado finais e participado do jogo das estrelas. Mas em uma troca no maior estilo Gasol – Memphis – Lakers, Hammon foi parar no Texas, ou seja, foi trocada por um saco de batatas – se o basquete de Nova York mal consegue administrar uma equipe (Knicks), imaginem duas.

Foi a partir da chegada de Hammon que as Stars – antes saco de pancadas da WNBA – tomaram um rumo vitorioso. Titular absoluta, a jogadora ajudou a equipe a ir à pós-temporada pela primeira vez em sua curta história; de quebra, ainda teve sua melhor temporada na carreira, com médias de 18.8 pontos e 5.0 assistências, e, ao ser selecionada para o jogo das estrelas de 2007, se tornou apenas a segunda jogadora da história da liga a participar do evento por duas conferências diferentes. Nesse ano, a equipe busca dar mais um passo vencedor; pela primeira vez, possui um elenco capaz de brigar pelo título da WNBA, e a liderança do campeonato faltando somente duas rodadas para o término da temporada regular mostra isso.

Como vimos, os jogadores citados têm histórias diferentes em San Antonio. O que os liga é o fato de serem parte fundamental para o andamento de seus respectivos elencos. Na minha humilde opinião, Parker é o melhor armador da história do Spurs; acompanhei Avery Johnson e ele era sim um ótimo jogador, todavia, o francês já está alguns passos à frente do armador do primeiro título. Já Hammon, nem preciso falar; como já disse, foi a partir de sua chegada que as Stars finalmente entraram no eixo, ou seja, temos o grande privilégio de poder acompanhar nos dias de hoje dois dos jogadores mais importantes para a história de San Antonio.

França perde outra em novo show de Parker

Parece que só Tony Parker quer jogar pela equipe francesa. Completamente apática diante da Turquia, a França viu em seu armador sua única alternativa para tentar a vitória. Como uma andorinha só não faz verão, os 32 pontos de Parker não foram suficientes para evitar a derrota por 76 a 65.

O jogo começou parelho, como era esperado; mas foi a partir do segundo período que os turcos começaram a desempenhar um basquete superior. Na ida para o intervalo, o placar apresentava uma vantagem de apenas três pontos para a Turquia. Todavia, na volta do descanso, a França sofreu um apagão que não foi desperdiçado pelo bom jogo coletivo dos adversários.

Com a derrota, os franceses se complicam no Grupo C; dessa vez, um golpe de sorte ainda mantêm a equipe em segundo lugar, já que a Ucrânia foi derrotada pela frágil Bélgica e perdeu assim a oportunidade de ultrapassar a França. Para se recuperar, Tony Parker e cia voltam a enfrentar a Bélgica; já a Turquia duela novamente contra a Ucrânia. Ambos os jogos acontecem no sábado.

Destaques da partida

França

Tony Parker – 32 pontos e 4 rebotes

Tariq Kirksay – 8 pontos e 4 rebotes

Turquia

Ender Arslan – 12 pontos, 3 rebotes e 4 assistências

Kerem Tunçeri – 16 pontos

Oguz Savas – 15 pontos e 4 rebotes

Silver Stars @ Liberty – WNBA – De volta ao topo!

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Com a evolução de algumas de suas jogadoras e com boas escolhas no draft desse ano, o New York Liberty montou um time forte; ainda insuficiente para almejar um título, é claro, mas capaz de incomodar e tirar algumas vitórias dos chamados ‘grandes’.

Desta maneira, o San Antonio Silver Stars foi até o Madison Square Garden para tentar voltar à liderança da tabela; e conseguiu. O jogo foi apertado, de fato, como já era de se esperar, contudo, uma derrota do Seattle Storm diante do Sacramento Monarchs fora de casa devolveu de bandeja a primeira colocação do oeste ao time texano.

Com a vitória de ontem, o primeiro lugar está praticamente garantido. Agora faltam apenas dois jogos para o término da temporada regular; amanhã contra o Connecticut Sun e sábado contra o Sacramento Monarchs; ambos os jogos em San Antonio. O Storm, adversário direto na luta pela primeira posição – que joga sem a ala-pivô Lauren Jackson – pega o sofrível Atlanta Dream na sexta e fecha sua temporada no domingo contra o Los Angeles Sparks.

Destaques da partida

San Antonio Silver Stars

Becky Hammon – 30 pontos e 5 assistências

Sophia Young – 15 pontos e 3 rebotes

Erin Buescher – 13 pontos e 3 roubo de bola

Ann Wauters – 11 pontos e 10 rebotes

New York Liberty

Jessica Davenport – 15 pontos e 9 rebotes

Shameka Christon – 15 pontos

Elana Larkins – 13 pontos e 3 rebotes

Vergonha

– Com a derrota de ontem para o Detroit Shock por 89 a 78, o atual campeão da WNBA, Phoenix Mercury, foi eliminado da liga. A equipe, que detém a fraca campanha de 15 vitórias e 17 derrotas, não tem mais chances de alcançar a pós-temporada.

Um exemplo de vida

 

A mídia faz poucas referências. As pessoas poucos sabem sobre. A badalação passa longe, bem longe. As delegações nacionais são pequenas. O investimento é infinitamente menor. Mas nem assim as Paraolimpíadas deixam de ser exemplo para qualquer ser humano que vagueie pela Terra. Iniciados em Pequim após o término dos badalados Jogos Olímpicos, os Jogos Paraolímpicos começaram e são escassas as informações sobre ele.

 

Alguns periódicos brasileiros dedicam uma nota, um texto ou, no máximo, uma página para o evento, no qual o Brasil é sempre bem representado e, no geral, acaba sempre se saindo melhor do que na Olimpíada em si. Acaba se saindo melhor porque ganha mais medalhas, mas mesmo que não ganhasse nenhuma honraria, seria mais honrado do que qualquer coisa. Todos os tipos de deficiência, desde cegos até amputados, passando por deficientes de nascença até pessoas que ficaram deficientes ao longo de suas vidas estão presentes nas Paraolimpíadas, que mostram para o mundo o que há de melhor no espírito olímpico.

 

Nessa disputa a palavra “limite” é colocada de lado, com recordes e mais recordes sendo quebrados. Pessoas para quem a sociedade costuma olhar torto sobem no lugar mais alto do pódio como prova de que o limite está em nossas cabeças. Ou você acha que ao ver uma pessoa sem as duas pernas nadar e quebrar uma marca de tempo ainda podemos falar de uma deficiência como limite ou problema?

 

É claro que ninguém que ali está desejou ser portador de deficiência. Não faço aqui uma exaltação à deficiência, claro que não. Exalto a perseverança, a força de vontade, a determinação destes atletas, que levam o espírito olímpico ao seu auge durante essa disputa. Uma pena que nenhuma – ou quase nenhuma – atenção seja desferida a tão nobre evento.

 

Basquete? Fica para a semana que vem…

Silver Stars @ Sun – WNBA – Hammon e Young brilham em novo triunfo

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O San Antonio Silver Stars alcançou sua segunda vitória consecutiva ao bater o Connecticut Sun agora há pouco.

O jogo era bastante esperado, pois marcava o duelo entre duas das melhores equipes da temporada. E, como já era previsto, o embate começou equilibrado; no primeiro quarto as equipes se estudaram bastante e ambas tiveram um bom aproveitamento de quadra. Já no segundo período, muitos erros, muitas bolas desperdiçadas e placar baixíssimo; resumindo, no intervalo, as visitantes tinham sete pontos de vantagem.

Vantagem essa que perdurou até o final da partida; as Stars ainda conseguiram dominar o terceiro quarto, e, no período final, um jogo aberto e muito bonito de se ver. Foi uma prévia interessante do que poderá ser uma possível final da liga.

Com a vitória, as Stars empatam com o Seattle Storm; ambas as equipes possuem a mesma campanha, 21 vitórias e dez derrotas. Para tentar assumir a liderança isolada da competição, as comandadas de Dan Hughes viajam até New York para enfrentar o Liberty na terça-feira. No mesmo dia, o Sun vai ao Texas para duelar com o decadente Houston Comets.

Destaques da partida

San Antonio Silver Stars

Becky Hammon – 24 pontos, 3 rebotes e 5 assistências

Sophia Young – 22 pontos e 10 rebotes

Ann Wauters – 15 pontos, 9 rebotes e 6 assistências

Connecticut Sun

Asjha Jones – 22 pontos, 9 rebotes e 4 assistências

Tamika Whitmore – 17 pontos e 3 rebotes

Lindsay Whalen – 16 pontos, 5 rebotes e 3 assistências