Arquivo diário: 19/08/2008

Pequim 2008 – As quartas do masculino começam hoje

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Repetindo o modelo do post de ontem sobre as quartas-de-final do torneio de basquete feminino, hoje é a vez do masculino entrar em foco. Vamos lá:

3:30 – Espanha x Croácia

Espanha

Atuais campeões mundiais, os espanhóis chegam com moral para a segunda fase do torneio. Durante o período classificatório, eles venceram quatro partidas e perderam apenas para o forte time americano. Sem dúvidas, eles chegam para o duelo de hoje como favoritos.

Fique de olho: Pau Gasol e Rudy Fernandez vêm comandando o time espanhol nesses jogos. Mas não custa ficar de olho no jovem armador Ricky Rubio. Rubio, de apenas 17 anos, está fazendo uma boa olimpíada e num futuro não muito distante será a grande estrela desse time.

Corácia

Os croatas chegam para o jogo de hoje com uma campanha previsível; na primeira fase, derrotas esperadas para Argentina e Lituânia e vitórias sobre Rússia, Irã e Austrália. A campanha regular deu o terceiro lugar aos croatas, que entram em quadra hoje buscando surpreender.

Fique de olho: O forte da Croácia é o elenco, mas também há seus destaques individuais. Zoran Planicic, que já jogou na NBA, vem jogando bem e comandando a equipe com médias de quase 12 pontos por jogo. Outro destaque é o ala Marko Tomas; 9.8 pontos e quase quatro rebotes por partida.

5:45 – Lituânia x China

Lituânia

Os lituanos já chegaram a Pequim surpreendendo; no primeiro jogo, uma vitória inesperada frente a Argentina embalou a boa equipe do leste europeu. No decorrer da competição, a Lituânia continuou jogando um bom basquete e fechou a primeira fase com a campanha de quatro vitórias e uma derrota.

Fique de olho: Linas Kleiza, ala do Denver Nuggets, tem sido o principal destaque individual dessa equipe. Dono de médias de 13.8 pontos e 5.8 rebotes, ele deve ser mais uma vez a peça mais acionada da equipe. Outros destaques são o ex-armador do Indiana Pacers Sarunas Jasikevicius e o ala do CSKA Moscow Ramunas Siskauskas.

China

Os chineses já conseguiram o grande feito de conseguir a classificação para as quartas-de-final, deixando a equipe da Alemanha para trás. Com Yao Ming em boa forma, a China busca surpreender novamente para alcançar as semifinais.

Fique de olho: O gigante Yao Ming é a estrela máxima do time chinês. As médias dele no torneio são ótimas; 19.0 pontos e 8.4 rebotes.

9:00 – Estados Unidos x Austrália

Estados Unidos

O Dream Team voltou! Essa deve ter sido a manchete de muitos jornais e sites internet afora após a devastadora campanha dos americanos na fase de grupos. Particularmente acho que ainda falta muito para esse time alcançar o patamar do Dream Team de 1992, mas o que essa equipe vem jogando é digno de se admirar. Sem sombra de dúvidas favoritíssimos para a medalha de ouro.

Fique de olho: Kobe Bryant e LeBron James são indiscutivelmente os dois melhores jogadores do mundo na atualidade. Além disso, os EUA ainda contam com uma gama enorme de bons jogadores, é só escolher o seu preferido.

Austrália

Após um começo desanimador, os australianos foram buscar uma reação dentro do torneio e conseguiram se classificar em quarto lugar no Grupo A, deixando pra trás a Rússia, atual campeã europeia. Uma vitória frente aos americanos é praticamente impossível, mas vale pelos bons jogos que garantiram a recuperação australiana.

Fique de olho: Andrew Bogut é o jogador mais famoso dessa equipe; Bogut começou o campeonato morno, assim como toda a equipe, mas com o desenrolar dos jogos, ele finalmente conseguiu desenvolver o seu melhor basquete. Suas médias são de 14.4 pontos e 4.2 rebotes. Outros jogadores importantes são o armador Patrick Mills e o ala Brad Newley.

11:15 – Argentina x Grécia

Argentina

Argentina e Grécia fazem o melhor duelo das quartas-de-final. Após o mal começo argentino, que chegou a colocar em xeque o desempenho da equipe no torneio, eles conseguiram se recuperar, e com quatro vitórias seguidas, garantiram o segundo lugar no Grupo A.

Fique de olho: O trio da NBA, Manu Ginobili, Luís Scola e Andres Nocioni carrega essa equipe. Sem um deles, as coisas ficam mais complicadas, mas como os três estão em forma, as chances de medalha são enormes.

Grécia

Na minha opinião, a Grécia é o time mais subestimado entre os principais favoritos à medalha. Poucos falam sobre eles e quase ninguém comenta os bons jogos que a equipe faz. Mesmo assim, os gregos continuam sendo uma equipe perigosa e jogam de igual pra igual contra a Argentina.

Fique de olho: Theo Papaloukas é sem dúvidas o melhor jogador da Grécia. Apesar de não possuir as melhores médias, basta assistir a um jogo para ver do que o armador é capaz. Vassislis Spanoulis vem mostrando aos fãs de NBA que era sim um ótimo jogador; dono de médias de 15.4 pontos, Spanoulis é uma das principais armas ofensivas da equipe.

Após susto, Rússia passa pela Espanha

Rússia e Espanha fizeram um duelo interessante pelas quartas-de-final do torneio feminino de basquete; as espanholas surpreenderam logo de cara, começaram com um basquete agressivo e assustaram as russas, que não conseguiam jogar bem no primeiro período.

Com uma vitória fácil no quarto inicial, a Espanha tentou manter o ritmo no segundo período. Todavia, o selecionado do leste europeu equilibrou o jogo e foi para o intervalo com a reação engatilhada.

Na volta do descanso, as russas finalmente encontraram seu melhor basquete, viraram o jogo e ainda por cima dispararam no placar. No final das contas, vitória da Rússia por 84 a 65.

Nas semifinais, as comandadas de Igor Grudin enfrentam a poderosa seleção dos Estados Unidos. Vale lembrar que será a primeira vez que a armadora Becky Hammon, norte-americana naturalizada russa, irá enfrentar o seu país. A jogadora comentou o fato e elogiou o USA Team: “Elas são  o melhor time do mundo e provaram isso durante esse mês que jogaram juntas”, disse Hammon, que não descartou as chances de vitória da sua equipe: “A parte boa do basquete é que tudo pode acontecer”, completou a atleta.

Falando nela, Becky foi mais uma vez o destaque do selecionado russo. A armadora fez dez dos seus 17 pontos durante o segundo tempo e liderou sua equipe para o triunfo. Outra curiosidade é que Rússia e Estados Unidos reeditam a semifinal do último campeonato mundial, no qual as européias sairam vencedoras.

Destaques da partida

Rússia

Tatiana Shchegoleva – 19 pontos e 7 rebotes

Becky Hammon – 17 pontos e 4 rebotes

Maria Stepanova – 12 pontos e 10 rebotes

Ilona Korstin – 11 pontos e 7 rebotes

Espanha

Amaya Valdemoro – 16 pontos, 4 rebotes e 3 roubadas de bola

Anna Montanana – 13 pontos e 4 rebotes

Enfrentamentos das semifinais

21/08 às 9:00 – Rússia x Estados Unidos

21/08 às 11:15 – China x Austrália

Pequim 2008 – Resultados das quartas-de-final no feminino

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China 77 x 62 Bielorússia – Chinesas fazem o dever de casa

Jogando com o apoio em massa da torcida, as chinesas fizeram o que já era esperado; venceram com certa facilidade a equipe da Bielorússia. O time chinês mostrou porque não deve ser esquecido entre os favoritos para subir ao pódio; dominou as bielorrussas desde o início do jogo e garantiu sua vaga nas semifinais com tranquilidade.

Destaques da partida

Lijie Miao (China) – 28 pontos e 3 assistências

Xiaoli Chen (China) – 15 pontos

Tatyana Troina (Bielorússia) – 15 pontos

Yelena Leuchanka (Bielorússia) – 13 pontos e 13 rebotes

Austrália 79 x 46 República Tcheca – Sem zebra, australianas garantem vaga

Como previsto, a equipe da Austrália bateu com facilidade a República Tcheca. As aussies dominaram o embate do começo ao fim. Na ida para o intervalo, o jogo já parecia definido, com uma vantagem de 21 pontos para as atuais campeãs do mundo. Na volta, o time apenas administrou a vantagem e garantiu sua vaga na fase seguinte.

Destaques da partida

Lauren Jackson (Austrália) – 17 pontos e 12 rebotes

Belinda Snell (Austrália) – 15 pontos e 9 rebotes

Hana Machova (República Tcheca) – 8 pontos e 4 assistências

Ivana Vecerova (República Tcheca) – 8 pontos e 4 rebotes

Estados Unidos 104 x 60 Coréia do Sul – Deu a lógica

No jogo mais previsível da rodada, as americanas fizeram valer seu favoritismo e simplesmente acabaram com a equipe coreana. Jogando um basquete rápido e vistoso, os EUA continuam sendo o time a ser batido, já que até agora a equipe não foi ameaçada em nenhum outro jogo.

Destaques da partida

Sylvia Fowles (Estados Unidos) – 26 pontos e 14 rebotes

Diana Taurasi (Estados Unidos) – 12 pontos e 5 rebotes

Sunmin Jung (Coréia do Sul) – 13 pontos e 4 rebotes

Yeonha Beon (Coréia do Sul) – 13 pontos

Obs: O jogo entre Rússia e Espanha ainda está em andamento. A partida está no segundo período e as espanholas estão vencendo surpreendentemente por 30 a 19. Confira o resumo do jogo mais tarde aqui no Spurs Brasil.

Ir para a Europa pode ser a solução

A atual offseason da NBA está recheada de um novo fator, que ameaça a permanência dos principais astros na Liga. Trata-se do interesse de equipes da Europa em tirar da liga norte-americana de basquete seus principais jogadores, começando pelos menos expressivos como Earl Boykins e Josh Childress, para culminar, quem sabe, na ida de mega-astros como Kobe Bryant e LeBron James, em um sonho que as cifras européias podem tornar realidade. Mas não é sobre essa ida à Europa que gostaria de tratar nesse espaço.

O Velho Continente, como já dito, é, com seus Euros, um paraíso para as equipes, sedentas por marketing, propaganda e lucros. E é graças a isso que diversas equipes da NBA resolvem mandar alguns de seus jogos contra equipe oriundas da Europa. Os “petrodólares” russos, ultimamente, têm sido os principais alvos estadunidenses (e canadense, no caso do Toronto Raptors). Mas também não se é dispensado um dinheiro italiano, francês ou inglês. Qualquer Euro (ou Libra) somado ao fato da dantesca exposição causada pelos amistosos em solo europeu é muito bem-vindo para as franquias da NBA, sempre citadas como exemplo no quesito organização.

E neste ano, com os jogadores estadunidenses em alta na Europa devido ao enorme interesse e, é claro, aos Jogos Olímpicos, o San Antonio Spurs resolveu não explorar seu potencial de marketing em terras européias e resolveu mandar todos os jogos de sua pré-temporada nos Estados Unidos. Nada de jogar na Europa, nada de longas viagens que renderão algumas ótimas cifras. O Spurs passará suas férias inteiras jogando alguns amistosos com os times que sempre enfrenta. E deixará de dar o prazer de ver um conterrâneo bem-sucedido aos europeus.

Explico: no elenco da equipe de San Antonio temos nada mais, nada menos do que o único jogador europeu a conquistar o premio de melhor jogador das Finais da NBA, o belga naturalizado francês Tony Parker. Atração na certa para seus conterrâneos, Parker poderia render alguns milhares de Euros aos cofres do Spurs, e ainda faria uma ótima propaganda do time em sua terra natal. O jogador ainda teria a companhia de um antigo ídolo local, o argentino Manu Ginobili, que outrora desfilava seu jogo em solo italiano, local onde é, até hoje, idolatrado.

Somem os dois fatos citados com a gigantesca fama que Tim Duncan tem no mundo e pronto, o Spurs tem um time pronto para jogar e agradar nos solos europeus. Ian Mahinmi e Fabrício Oberto ainda seriam peças menos famosas, mas que poderiam ajudar na impulsão do marketing texano na Europa. Enfim, seria uma oportunidade imperdível neste ano, mas que não será aproveitada pela diretoria do Spurs. Quem fique bem claro que este texto não critica de modo algum a ótima administração texana, só expõe uma opinião que pode funcionar. Um artigo que deixa a seguinte questão: por que não ir para a Europa?