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O triste fim de Leandrinho Barbosa

Uma das mais sérias dificuldades que pode afetar um atleta é o crescimento indiscriminado de seu ego. Milhões na conta, fama, mulheres; tudo isso colabora para que o salto cresça e a distância para o chão e a realidade também, criando um espaço no qual cair é muito perigoso. Leandrinho Barbosa parece estar cada vez mais desequilibrado no salto em que subiu após ter tido duas ou três temporadas significativas na NBA.

Barbosa já foi o melhor jogador que o Brasil produziu na entressafra olímpica entre 1996 e 2012. Chegou com méritos à NBA e ficou conhecido logo de cara pela história de simplicidade, resumida na ida aos treinos de bicicleta – ganhou inclusive um carro do astro Steve Nash. Vieram as boas partidas no Phoenix Suns, quando vinha do banco para colocar fogo nos jogos com sua velocidade e pontaria até que bem afiada. Nesse período, foi nomeado o melhor sexto homem da liga e viu sua desgraça começar junto com seu auge.

Os bons tempos de Leandrinho no Phoenix Suns são um passado cada vez mais distante

Os bons tempos de Leandrinho no Suns são um passado cada vez mais distante

Os tempos de boas temporadas regulares e playoffs dignos do Suns acabou e o conto de fadas de Leandrinho também. Algumas lesões não muito significantes e o ala-armador já não via em suas mãos o poder de incendiar partidas. Nash continuou, Amare Stoudemire saiu, o técnico Mike D’Antoni também e a magia daquela equipe que só atacava e não ganhou nada de significativo já não existia mais. Mas o ego do brasileiro já estava inflado.

Paralelamente à ascensão e à queda de Leandrinho em Phoenix, a seleção brasileira começava um trabalho de reestruturação. Uma obra na qual o coordenador – ou técnico – Rubén Magnano deixou clara sua intenção de formar um grupo e esquecer os dogmas brasileiros da individualização do basquete, centralizados na figura de Oscar. E nesse período Barbosa não defendia o Brasil por estar mais preocupado com a NBA, escolha pessoal e que não pode ser questionada. Mas que evidentemente o fez sair perdendo.

Eleito por ele mesmo como “craque” na NBA, Leandrinho chegou à Seleção para assumir, em sua cabeça, um protagonismo que não haveria de ser dele. Em um grupo que se comportava como grupo, Barbosa perdeu espaço e não soube se colocar em seu lugar na equipe. Tentou bolas impossíveis e lembrou os tempos em que o Brasil jogava para que um jogador só decidisse. Tomou bronca pública de Magnano e queimou mais sua imagem.

De volta à realidade da NBA, Leandrinho deixou o Suns antes mesmo de voltar à seleção e foi para o Toronto Raptors. Lá seria mais protagonista. Não conseguiu. Foi mal e não rendeu nada, virou quase que um problema para a franquia canadense. O fundo de seu poço foi o momento em que foi trocado para o Indiana Pacers por uma escolha de segundo round no draft. Mas o poço parecia ter em seu fundo uma mola: em Indianapolis, o brasileiro poderia tentar brilhar de novo.

Mais uma vez, ele não conseguiu. No melhor time do Pacers desde a aposentadoria de Reggie Miller, Leandrinho mais uma vez deixou de brilhar. Fez um jogo ou outro bom, nada que justificasse o investimento na renovação de seu contrato, que expirou ao fim da última temporada. Virou agente livre. Chegamos em setembro e ele ainda não tem um time na NBA. A pré-temporada está batendo na porta. Alguns sites dos Estados Unidos afirmam que o jogador quer ganhar US$ 6 milhões por temporada e gostaria de um contrato de pelo menos três anos.

Será que alguém ainda aposta suas fichas em Leandrinho?

3 pontos

– A presença de Leandrinho na Seleção é quase desnecessária. Muito mais válido ter um norte-americano como Larry focado e fechado com o grupo do que um jogador que quer aparecer mais que todo mundo.

– Scott Machado é um norte-americano com sangue brasileiro. Nasceu e cresceu lá, mas os pais são daqui. Já demonstrou ter talento e vontade de defender o Brasil. Se tiver a cabeça no lugar e aceitar o crescimento gradual na NBA, poderá ser bem importante em 2016.

– Nosso blogueiro Lucas Pastore colocou as possíveis chegadas de mais dois brasileiros à NBA. Um deles é Scott, o outro Rafael Hettsheimeir. Gostaria que o segundo ficasse mais tempo na Europa e amadurecesse seu jogo. Seria importante para ele e para a Seleção.

França de Parker e De Colo supera o Brasil

Em uma partida repleta de jogadores do San Antonio Spurs em quadra, a França superou o Brasil por 78 a 74, neste sábado (21), em Estrasburgo (FRA). Os grandes destaques do amistoso preparatório para as Olimpíadas de Londres foram Tony Parker e Nando De Colo – o primeiro, armador titular da franquia texana, e segundo, nova contratação do time.

Splitter tenta um gancho |Foto: Colin Foster

O jogo foi bastante acirrado, com a França levando pequena vantagem durante os dois primeiros quartos. No terceiro, o Brasil melhorou e chegou a ficar dez pontos na frente. Já no último período, com ótima atuação de Nando De Colo, a França conseguiu passar à frente. O jogo só foi decidido no minuto final.

Parker foi o cestinha da partida, com 22 pontos marcados. Já De Colo marcou 13, além de distribuir quatro assistências. Boris Diaw, que recentemente renovou seu contrato com o Spurs, fez apenas dois pontos, mas completou cinco assistências.

Do lado brasileiro, Tiago Splitter, com apenas 15 minutos em quadra, marcou 11 pontos. Marcelinho Huertas, do Barcelona, e Nenê, do Washington Wizards, contribuíram com 12 cada para a seleção brasileira.

No domingo, o Brasil encara a Austrália no último amistoso antes das Olimpíadas de Londres. Será outro duelo entre jogadores do Spurs, já que Splitter enfrentará Patrick Mills, que recentemente renovou seu contrato com a franquia texana.

E mais…

Manu vai bem, mas Espanha atropela a Argentina

Na sexta-feira (20), a seleção argentina, de Manu Ginobili, perdeu por 105 a 85 para a Espanha em jogo disputado em La Coruña. O jogador do Spurs bem que tentou: o ala-armador foi o cestinha da partida, com 19 pontos. O ala-pivô Pau Gasol, do Los Angeles Lakers, terminou como principal pontuador do time espanhol, com 17.

Splitter finalmente estreia e Brasil derrota a Grécia

Com a esperada estreia de Tiago Splitter, o Brasil derrotou a Grécia por 78 a 71 nesta quinta-feira (28) e conquistou o título do Super Four de São Carlos (SP). Foi primeiro grande desafio da Seleção Brasileira antes das Olimpíadas de Londres-2012. O jogo foi bastante equilibrado e o primeiro tempo terminou com a equipe grega à frente no placar.

Brasil começou com o pé direito a caminhada rumo a Londres

Tiago Splitter, que finalmente estreou com a camisa verde e amarela, começou no banco de reservas e terminou a partida com nove pontos e oito rebotes. Outros destaques do time brasileiro foram os alas Marquinhos, com 17 pontos, e Marcelinho Machado, cestinha da partida com 22 pontos.

O jogo teve o maior público dos três dias de torneio. A partida não começou bem para a Seleção: a defesa, que foi arma essencial nos outros dois jogos, não funcionou contra o time grego, que abriu a vantagem de 8 a 1 logo no início. Tiago Splitter entrou ainda no primeiro quarto e rapidamente marcou seus primeiros dois pontos. O Brasil começou a esboçar uma reação, mas não foi suficiente. O time desperdiçou muitos ataques e os gregos terminaram o primeiro tempo à frente por 39 a 36.

A Seleção Brasileira voltou ao jogo e logo no início do segundo período igualou o placar. A partida se manteve equilibrada, com muitos erros para ambos os lados até o término do terceiro quarto. O ritmo do último período foi intenso, mas o Brasil conseguiu administrar a vantagem. Com Marcelinho Machado em um dia inspirado, anotando cinco bolas de três pontos, a partida terminou em 78 a 71 a favor dos comandados de Rubén Magnano.

Agora, a delegação do Brasil deixa a cidade de São Carlos após a conquista do torneio e retorna a São Paulo, onde volta a treinar no sábado (30). Na próxima semana, a seleção viaja para Buenos Aires, onde jogará outro torneio amistoso contra a Argentina e outros dois times ainda não confirmados.

Além do torneio que será realizado na Argentina no próximo mês, o Brasil terá diversos desafios até as Olimpíadas – entre eles, um jogo amistoso contra os norte-americanos, marcado para o dia 16 de julho.