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A WNBA em 2013

Saudações, torcedores do San Antonio Spurs!
Chegou a época do ano aqui no Spurs Brasil em que as garotas começam a entrar em quadra. Pela terceira temporada consecutiva da WNBA, terei o prazer de conversar com vocês sobre o San Antonio Silver Stars e suas ações em 2013. Mas enquanto a bola não é colocada em jogo, escreverei, hoje, sobre alguns pontos importantes da liga feminina que merecem ser observados, a fim de contextualiza-los sobre essa nova era da competição.
1 – Acordo com ESPN, mudança de logo e novos uniformes
Há pouco mais de um mês, a WNBA anunciou a extensão do seu contrato de transmissão com a ESPN para até 2022. Dentro dessa parceria, a quantidade de jogos televisionados também aumentou, de 28 para 30 partidas por temporada, a partir de 2013. Ou seja: a competição terá uma maior visibilidade, mesmo que ainda não muito grande, e mostra que merece algum esforço do canal – sem contar que a exposição internacional também cresce.
Palavra desta que vos escreve: ponto para Laurel Ritchie, nova presidente da WNBA, que encontrou, na chegada de três grandes nomes do basquete universitário (próximo tópico) ao profissional, uma oportunidade de arrecadar investimentos para a liga.
No mesmo dia, a WNBA também apresentou sua nova identidade visual, representada pela mudança de logo. A visível semelhança com o logo da NBA foi completamente abandonada. As cores azul e vermelho não aparecem mais, e foram substituídas por um completo laranja, ainda com a silhueta de uma jogadora no meio, mas em uma situação bem diferente daquela do símbolo anterior. O “WNBA” superior também recebeu uma nova fonte. Dessa nova silhueta, o marketing da liga lançou a campanha “#iamlogowoman”, na qual, por meio de redes sociais, os internautas tentam descobrir quem é a jogadora que inspirou o logo (até agora, isso não foi respondido, apesar de diversas especulações).
Para terminar as revelações desse que foi anunciado como o “major announcement of all times” (“o maior anúncio de todos os tempos”, em português), Laurel Ritchie também afirmou que a Adidas assumiu o compromisso de fazer novos uniformes para as equipes da WNBA. Essa ação será válida somente a partir de 2014, mas vale a pena a espera. Seria legal se voltassem a dar aos times uma identidade particular, ao invés de manterem os mesmos padrões, como acontece hoje (os uniformes são padronizados, com diferença só nas cores).
2 – Three to see, as novatas que prometem trazer uma nova vida à WNBA

Elena Delle Donne, Brittney Griner e Sylar Diggins
Brittney Griner, Elena Delle Donne e Skylar Diggins. Esses nomes são conhecidos há algum tempo, mas só chegaram à liga profissional neste ano.
A primeira causa frisson entre os entusiastas do basquete desde o ensino médio devido à sua incrível habilidade de enterrar. Não qualquer enterrada com um pulo mais alto e uma das mãos alcançando o aro (como já aconteceu com Lisa Leslie, Candace Parker e Liz Cambage – e até mesmo a baixinha Deanna Nolan), mas um impulso incrível a ponto de se pendurar no aro com as duas mãos, ficar por lá com os joelhos flexionados e depois saltar para o chão com a maior empolgação do mundo. O resultado de sua fama foi ser a primeira escolha do Draft, por um Phoenix Mercury que se arrastou no ano passado sem as suas principais jogadoras e experimentou a ausência dos playoffs.
Elena Delle Donne foi polêmica. Escolhida para o programa da Universidade de Connecticut (quem acompanha sabe que isso não é pouca coisa), decidiu voltar para sua cidade, no estado de Delaware, antes mesmo de sua temporada como rookie (novata) na NCAA começar. O motivo? A família. A jovem gigante não conseguiu ficar longe por muito tempo, principalmente de sua irmã, Lizzie, que nasceu com diversas síndromes (alguns acreditam que isso pode ter sido consequência da participação de seu pai na Guerra do Vietnã e das armas químicas usadas pelos norte-americanos por lá). No retorno à sua terra natal, Elena começou a jogar vôlei, mas acabou entrando na equipe de basquete da Universidade de Delaware, que, bem diferente da “UConn”, não tem tradição alguma na competição universitária. Seu talento, no entanto, levou as Blue Hens às primeiras aparições nas fases nacionais da NCAA (qualquer semelhança com a heroína do San Antonio Silver Stars, Becky Hammon, é mera coincidência). A coroação da pivô com habilidades de armadora foi no Draft, sendo a segunda escolha no geral, pelo Chicago Sky (apesar de todos os esforços, o time nunca foi aos playoffs da WNBA).
Skylar Diggins é sinônimo de beleza e popularidade – ela é a atleta universitária que mais tem seguidores no Twitter. Porém, por trás do rostinho bonito (o blogueiro Lucas Pastore, que vocês conhecem, que o diga) está a armadora que liderou a tradicional Universidade de Notre Dame durante quatro anos em excepcionais campanhas na NCAA. Escolhida em terceiro lugar pelo Tulsa Shock, Diggins tem em mãos o desafio de dar alguma vida a essa equipe que até agora é o coringa da WNBA.
3 – New York Liberty, ou Detroit Shock remake
Bill Laimbeer, aquele da época dos bad boys do Detroit Pistons, voltou à WNBA nessa temporada. À frente do New Liberty, o head coach já mexeu os pauzinhos e deixou a formação da equipe um tanto quanto familiar: Kara Braxton, Cheryl Ford, Plenette Pierson e Katie Smith já estiveram sob o comando do técnico da equipe que foi tricampeã da liga. Para completar a semelhança com o elenco da antiga franquia, Taj McWilliams-Franklin estreia como assistente. Junto a todos esses nomes, encontram-se Cappie Pondexter, Leilani Mitchell (jamais esquecer do crossover da Becky Hammon que a deixou sentada no Madison Square Garden) em quadra, e Teresa Weatherspoon também como assistente.
Ou seja, o New York Liberty, apesar de estar com jogadoras mais velhas, é um forte concorrente ao título da Conferência Leste. Vai dar trabalho, e, no mínimo, vai ser muito interessante de se assistir.
4 – Agora, o San Antonio Silver Stars

Nova quadra, adaptada à nova identidade visual da WNBA
Nesta temporada, o San Antonio Silver Stars vai ter de encarar a terrível realidade de que é um dos times que corre por fora. Phoenix Mercury, Minnesota Lynx, Los Angeles Sparks e, pasmem, Tulsa Shock estão com seus elencos completos ou renovados e são os mais fortes concorrentes às quatro vagas dos playoffs da Conferência Oeste. O Seattle Storm é considerado caso perdido, principalmente porque Lauren Jackson e Sue Bird não vão jogar.
O Stars ainda se encontra em fase de selecionar as jogadoras para a lista final, mas a base da equipe texana, acreditem, será a mesma:
Danielle Adams
Jayne Appel (pois é…)
Shameka Christon
Becky Hammon
Shenise Johnson
Delisha Milton-Jones
Ziomara Morrison
Jia Perkins
Danielle Robinson
Sophia Young
Das novatas, três ainda serão escolhidas, e eu acredito que serão Kayla Anderson, Davellyn Whyte e Julie Wojta (analisando a tabela do jogo contra o Indiana Fever na pré-temporada). A má notícia é que Sophia Young está machucada. A lesão aconteceu enquanto a ala jogava na China. Apesar de já ter feito cirurgia e até ter batido bola com o time durante os training camps, ainda não há uma data para o seu retorno às quadras.
O primeiro jogo do San Antonio Silver Stars será na próxima sexta-feira, dia 24 de maio, contra o atual campeão Indiana Fever. No Brasil, será às 21h e pode ser acompanhado através do Live Access. Neste ano, a equipe texana terá o privilégio de abrir a temporada.
Não sei quanto a vocês, mas eu não via a hora de a WNBA voltar!
Até a semana que vem!
Da América para o mundo – offseason
O pior momento para aqueles que acompanham a WNBA é a offseason. É ruim não pela mudança de ares, mas pela dificuldade em assistir aos jogos e ter acesso às notícias do Velho Continente, e agora até mesmo da Ásia. Primeiro, não existe um Live Access, como na WNBA, com o qual você paga cinco dólares e consegue acompanhar a liga inteira. Durante esse período, vários campeonatos acontecem ao mesmo tempo. Outro percalço é a barreira linguística. Os principais destinos das jogadoras são Turquia, Rússia e Espanha. Tirando o último país, cujo idioma é bem compreendido durante a leitura por nós, brasileiros, é praticamente impossível se inteirar pelos sites dos outros dois mencionados. O fuso horário também torna as coisas mais difíceis. Enquanto, por exemplo, estamos uma hora à frente das partidas da WNBA, para com as da Europa estamos três, quatro e cinco horas atrás. Se pensarmos nas da China (sim, senhores), são pelo menos 11 horas.
Felizmente, vivemos em uma era digital, onde não faltam links para as emissoras locais que transmitem os jogos de suas ligas. Os mais fáceis de acompanhar são os da Espanha e os da Rússia, principalmente por serem países com uma base de torcedores mais fortes.
Onde as garotas do San Antonio Silver Stars estarão nessa transição de 2012-2013 (SE o mundo não acabar antes)?
Becky Hammon volta para a Rússia. Ela será acolhida pelo Spartak VMR, onde jogou na offseason passada, com Candice Dupree (Phoenix Mercury) e Seimone Augustus (Minnesota Lynx). Será a 5ª temporada de Hammon na Rússia, país que ela representa nas Olimpíadas, apesar de ter nascido nos Estados Unidos (longa e polêmica história…).
Sophia Young se aventurará em um lugar mais distante. A ala jogará na China, pelo Beijing Great Wall. O nome não poderia ser mais difícil para encontrar informações na internet, afinal, “Beijing Great Wall” é a primeira coisa que qualquer turista digitaria no Google para montar um roteiro quando fosse visitar o país oriental.
Porém, o San Antonio Silver Stars nos deu uma ajudinha em sua página oficial. Esse é o atual campeão da WCBA (Women’s China Basketball Association – troque o “C” por “N” e teremos “WNBA”), e no ano passado teve Nicky Anosike (Washington Mystics) em seu elenco. Jayne Appel também vai para a China. Seu time é o Henan, campeão da temporada regular da WCBA em 2010.
Danielle Robinson vai para um dos países que mais recebe as estrelas da WNBA, a Turquia. Seu time será o Tarsus, vice-campeão da Copa da Turquia em 2011, mas que ficou muito mal na Euroliga e na Liga da Turquia do mesmo período.
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Danielle Adams estará perto da Terra Santa. Seu destino é Israel, representando o Maccabi Ashdod, atual campeão da Liga de Israel e da Copa de Israel.
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Shenise Johnson está bem posicionada no UE Sopron, da Hungria. Integrante do grupo B da atual edição, a equipe participou de 14 edições da Euroliga, foi campeã sete vezes da Liga da Hungria e três vezes da Copa da Hungria.
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Ziomara Morrison, para terminar o roteiro basquetebolística do San Antonio Silver Stars na offseason de 2012/2013, jogará no Rivas Ecopolis, da Espanha. No grupo A da Euroliga, enfrentará Becky Hammon (Spartak VMR) e Danielle Robinson (Tarsus).
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Já se localizou no mapa mundi? Nunca foi muito bom na aula de geografia? Fique tranquilo! De modo bem prático, o San Antonio tem jogadoras na Rússia, Turquia, Espanha, China, Israel e Hungria. Só cinco delas vão se enfrentar nesse período: Becky Hammon, Danielle Robinson e Ziomara Morrison na Euroliga e Sophia Young e Jayne Appel na WCBA.
Lá no Twitter, postarei links para podermos assistir aos jogos de lá, e também de notícias desses campeonatos.
Hoje, o Minnesota Lynx e o Indiana Fever jogaram a primeira partida da final de 2012 da WNBA. Em casa, o atual campeão perdeu para Tamika Catchings e suas companheiras, o que já é um grande passo na conquista do primeiro anel pelo Fever. Por sinal, o estava sem uma de suas principais jogadoras, Katie Douglas, que está machucada.
Nos vemos na semana que vem, com novidades sobre as finais da WNBA!
Um abraço!
O problema central

No começo de cada temporada, a mesma história. Dan Hughes diz que precisa dar um jeito na posição de pivô dentro do San Antonio Silver Stars. Tem que pontuar, pegar rebote, ser forte no garrafão contra as outras forças da WNBA… Porém, o que ele, o “head coach and general manager” do time, tem feito por isso?
Voltando a 2008, temos o Stars vice campeão da WNBA. Vamos ver quem estava no time? Becky Hammon, Sophia Young, Vickie Johnson, Ann Wauters, Ruth Riley, Erin Buescher, Helen Darling, Edwige Lawson-Wade, Sandora Irvin e Morenike Atunrase. Neste ano, esse esquadrão só parou sua jornada contra o Detroit Shock, na final. A campanha na temporada regular foi 24-10. O segredo foi ter pelo menos uma jogadora de peso em cada posição. Por exemplo, Becky Hammon na armação, Sophia Young como ala e Ann Wauters de pivô. Além delas, Vickie Johnson era crucial no intermédio entre Hammon e a cesta ou a pivô, Rith Riley era uma reserva com capacidade de titular e Sandora Irvin era forte. As outras eram regulares, supriam BEM a equipe (uma pena Edwige Lawson-Wade não ter sido na WNBA o que foi pela França na Olimpíada). Mas, como o foco aqui são as pivôs, guardem esses nomes: Ann Wauters e Ruth Riley.

Ann Wauters na final de 2008, contra o Detroit Shock
Em 2009, a base continuou a mesma, com o acréscimo de Shana Crossley, Mergan Frazee (uma das piores contratações de todos os tempos, pior do que Appel) e Belinda Snell, mas sem Sandora Irvin e Morenike Atunrase. A campanha foi horrível (15-19). Apesar das boas pivôs, o San Antonio caiu logo na primeira fase dos playoffs, para o Phoenix Mercury, que acabou sendo o campeão da temporada. Como se a brusca queda no rendimento não bastasse, no final do ano Ann Wauters anunciou que não se apresentaria para 2010.

Vickie Johnson, Becky Hammon, Ann Wauters e Sophia Young. Tudo para o sucesso, que terminou em fracasso
Foi aí que Jayne Appel chegou ao Stars. A esperança era que a quinta escolha do Draft poderia se desenvolver a ponto de substituir Ann Wauters no futuro, porém isso jamais aconteceu. Ruth Riley continuou no time, que estava completamente novo e apenas Becky Hammon, Sophia Young e Edwige Lawson-Wade se juntavam à pivô como as que ficaram do ano anterior. O processo de adaptação foi bem doloroso e, no fim das contas, a tal adaptação sequer chegou a acontecer. Sandy Brondello foi uma técnica horrível, e a campanha conseguiu ser pior do que em 2009 (14-20). Um dos acréscimos foi Michelle Snow, que se tornou a pivô titular e teve 10,4 pontos por jogo, atrás de Hammon, Young e Chamike Holdsclaw (outra novidade).

Quinta escolha do draft, alta, atlética e com bom background universitário, Jayne Appel ainda não foi a solução para o vácuo na posição de pivô do San Antonio Silver Stars
Quando parecia que não havia mais esperança para o Stars e a equipe estaria fadada ao basquetebol medíocre, 2011 chegou. Por mais que esse não tenha sido o melhor de todos os anos, foi o que abriu as portas para uma nova base. Danielle Adams, Danielle Robinson e Jia Perkins foram bem recepcionadas no Texas (Adams permaneceu nele, já que se formou na Texas A&M) e ajudaram a dar um ritmo diferente de jogo ao time. A campanha até saiu do negativo (18-16). Porém, apenas Ruth Riley estava presente como pivô, e essa marcou apenas 5,6 pontos por jogo. Jayne Appel se machucou. Foi neste ano que Dan Hughes voltou a ser técnico das Stars e Vickie Johnson participou pela primeira vez como assistente técnica. Até a reação dos torcedores americanos foi diferente. Apesar de a missão não ter sido cumprida da melhor maneira, houve “improvement”, como eles diriam.

Subestimada desde quando foi escolhida pelo San Antonio Silver Stars no draft de 2011, Danielle Adams acabou se tornando um dos principais nomes da equipe texana e até mesmo da WNBA
2012 foi quando isso se confirmou. As garotas que eram novatas ficaram um pouco mais maduras, sendo que o destaque vai para Danielle Robinson. Mas ela não é pivô. A tão atacada Jayne Appel – até ela – teve a melhor de suas temporadas. Se olharmos para os seus pontos, isso não fica tão claro, já que a média foi apenas 0,1 acima do normal. Em rebotes, porém, o crescimento foi muito significativo: em 2010, sua média era de 2,5; em 2011, 4,6; em 2012, 6,5. Eu não gosto muito de números, mas dessa vez eu fiquei muito feliz com essa evolução na súmula. E nas partidas, é possível enxergar uma postura diferente, mais agressiva e com mais autoridade no garrafão, apesar de ela ainda merecer ser chamada de “mão-de-alface” em alguns momentos. As outras pivôs que estavam no elenco neste ano são a Ziomara Morrison, chilena que conseguiu média de dois pontos e se mostrou uma boa opção, mas ainda é muito imatura e sem evolução na temporada (diferente da outra novata, Shenise Johnson), e Tangela Smith, que se machucou, jogou pouco e teve apenas 1,5 pontos por jogo, enquanto a marca de sua carreira é de 10,9.

A recém-chegada Ziomara Morrison, pivô chilena, contra Diana Taurasi
Em todos esses anos, o San Antonio Silver Stars esteve bem suprido com jogadoras de frontcourt, como gostam de dizer os americanos. No backcourt, com as grandonas, a situação foi bem diferente. Desde 2009, a posição 5 da equipe texana precisa de reforço. A impressão que Dan Hughes deixa é a de que Becky Hammon, Sophia Young, e agora Danielle Adams e Jia Perkins conseguirão levar o time a diferentes níveis apenas com o jogo baixo, mas não é assim. Contra o Chicago Sky, o Connecticut Sun, o Seattle Storm, o Phoenix Mercury (imagina agora que a Brittney Griner vai chegar), o Minnesota Lynx e o Los Angeles Sparks, não dá para brigar contra pivôs grandes e fortes que elas têm.
É claro que essa não é a única engrenagem que precisa de óleo, mas é uma das que mais trava a equipe na tentativa de ir mais adiante no campeonato.
Enquanto isso, o Oeste já conhece o seu campeão. Mais uma vez, o Minnesota Lynx, com seu elenco incrível, avança às finais da WNBA. Na segunda-feira (08), o Indiana Fever empatou sua série contra o Connecticut Sun, e, na quinta o Lynx conhecerá seu adversário na disputa pelo anel da liga. Meu palpite? Vai dar Indiana Fever x Minnesota Lynx.
Até mais!
* Queridos leitores, nesta semana a coluna Vestiário Feminino foi publicada em dia diferente porque essa que vos escreve foi convocada para ser mesária na eleição de sua cidade e precisou alterar seus horários no domingo. Pelo menos o resultado da “festa da democracia” lá na região não foi tão suja quanto as ruas naquele dia…
Mais uma temporada, menos uma temporada; Stars dá adeus
No sábado (29), o San Antonio Silver Stars fez seu último jogo da temporada de 2012 da WNBA. Foi o segundo jogo de uma série de três para saber qual time chegaria à final da Conferência Oeste: o San Antonio ou o Los Angeles Sparks. A primeira partida, na Califórnia, parecia estar completamente a favor da equipe visitante. As texanas conseguiram abrir uma vantagem de 12 pontos, que foi quebrada em uma corrida implacável com jogadas de Candace Parker e Kristi Toliver (que alcançou seu recorde em pontos na carreira nesse dia). Quando o placar ficou empatado, o duelo atingiu o seu ápice. O melhor basquete de ambas as equipes foi apresentado naquela quadra, que não era a oficial do Sparks. Muita velocidade com eficiência rolou naquele lugar. Nos últimos segundos, Becky Hammon teve a chance de fechar o compromisso com vitória se tivesse acertado um arremesso de três. Porém, o rebote caiu nas mãos da número 3 do rival (sim, Candace Parker), e a partir daí as donas da casa asseguraram a o bom início nos playoffs.
Dois dias depois, o San Antonio teve a chance de garantir a continuidade no campeonato. Mas, assim como no jogo anterior, o estádio não era o oficial do Los Angeles. Assim como o Freeman Coliseum não era o AT&T Center, aquele não era o San Antonio Silver Stars em quadra. Jogando “em casa”, as donas do recinto chegaram a ficar 22 pontos atrás no placar. Nos dois últimos quartos, de maneira emocionante, essa diferença TODA foi eliminada e a partida ficou empatada. Ainda assim, o estrago já estava feito.
A tática das faltas não deu certo e só aumentou novamente a vantagem do Sparks. Os arremessos de três pontos, que anteriormente levaram a recuperação para as garotas do Texas, não eram eficientes e, como alguns comentaristas gostam de dizer, “a vaca deitou” para a equipe.
A pior parte de o San Antonio ter sido eliminado é esse ser o melhor esquadrão de Dan Hughes desde 2008. Mesmo sem uma pivô decente, esse time fez o que era esperado pela primeira vez desde aquele ano, em que a final definitiva foi duelada contra o Detroit Shock.
Toliver x Robinson; melhor para a angelina
2012 foi uma temporada de superação. Foi uma temporada de amadurecimento e novas opções. Danielle Robionson se tornou uma profissional. Essa jovem armadora está, de verdade, aprendendo com Becky Hammon. Jayne Appel jogou bem – em algumas partidas. Neste ano, Appel foi mais motivo de comentários positivos do que negativos. Ela errou muito, sim, mas se mostrou capaz de fazer aquilo para o que foi chamada. Shenise Johnson não foi uma novata nula. Ela, inclusive, foi autora de bolas de três pontos e jogadas que mudaram o destino do San Antonio em alguns momentos dessas duas partidas dos playoffs.
Becky Hammon e Sophia Young foram líderes. Quando uma não estava, a outra se apresentava. As duas jogadoras foram incríveis. Representaram o time com um único propósito e objetivo.
O texto de hoje, caros leitores, está sim emotivo. E ele está assim porque o fim dessa temporada foi triste. A performance do San Antonio foi irreconhecível diante do potencial que poderia ter sido colocado em prática.
A WNBA continua, no entanto, e essa coluna também, até o fim dela. Na semana que vem, o Los Angeles e o Minnesota já podem estar disputando o título da Conferência Oeste.
No próximo domingo, venha até o Spurs Brasil para entender melhor a eliminação do Stars como consequência de atitudes que deveriam ter sido tomadas há três anos.
A boa notícia? É muito boa. Sophia Young renovou seu contrato com o San Antonio Silver Stars. Os termos do novo vínculo não foram divulgados, mas é para pelo menos duas temporadas. Ou seja, o técnico Dan Hughes pretende manter a base da equipe.
Um abraço!
Continuem acompanhando a temporada no Dentro da WNBA!
Vantagens e desvantagens na semifinal
Este domingo (23) foi o último dia da temporada regular de 2012 da WNBA. Para alguns times, como o Phoenix Mercury, o Tulsa Shock (Oeste), o Chicago Sky e o Washington Mystics (Leste), esse é o fim de mais um ciclo. Para outros, apenas o começo. Dentre esses outros, o San Antonio é um dos privilegiados, assim como o Los Angeles Sparks. As duas equipes se enfrentarão na primeira fase dos playoffs. Tenho motivos para estar otimista e acreditar que Dan Hughes será capaz de levar suas garotas para a final da conferência. Quer saber o por quê?
1. Confrontos na temporada regular
O primeiro fator que me leva a cogitar uma classificação do San Antonio para a segunda fase da eliminatória é a quantidade de vitórias contra o Los Angeles no campeonato. De quatro partidas, três foram vencidas pelo time texano, e apenas uma pelo californiano. Uma olhada nos placares: 98 a 85 (SA); 91 a 71 (SA); 94 a 80 (SA); 77 a 101 (LA – vale ressaltar que essa foi a primeira derrota do Stars depois daquela sequência de 12 vitórias).

Sophia Young defendendo Candace Parker; duelo se repetirá na semifinal de conferência
2. “Home court advantage”? Ou não?
Não sou muito a favor da teoria da vantagem de ter jogo em casa, quanto mais em uma etapa tão importante quanto os playoffs. Independente de onde a partida aconteça, qualquer deslize é mortal e pode causar a eliminação, e as jogadoras sabem disso muito bem. Porém, digamos que esse realmente seja um fator importante. Nessa semifinal, o Stars perdeu a oportunidade de fazer dois jogos no AT&T Center; portanto, serão dois em Los Angeles e apenas um em San Antonio. Quando olhamos as estatísticas dos times até agora, em questão de campanhas “dentro de casa”, o Sparks leva vantagem (16-1 sobre 12-5). Já no “fora de casa”, o Stars sai na frente (9-8 sobre 8-9). Diretamente entre os dois, dos quatro jogos entre as equipes mencionados anteriormente, Becky Hammon e suas companheiras ganharam dois no Texas e um sob o teto de Candace Parker. Outro fator favorável.
3. Banco de reservas
Quem acompanha essa coluna leu muitas vezes sobre a eficiência do banco do San Antonio Silver Stars. Em várias partidas, quem deu o toque final às vitórias e às viradas foram aquelas que estavam sentadas início. O mesmo não acontece com o Los Angeles Sparks, sendo que uma de suas reservas até esteve parada em diversos jogos: Nicky Anosike. Hoje (23), contra o Minnesota Lynx, Dan Hughes descansou Sophia Young e Becky Hammon, e deixou apenas as reservas em quadra, contra as titulares campeãs da liga. Resultado? 99 a 84 para as estrelas prateadas.
4. Becky Hammon e Sophia Young
Falta ao Los Angeles Sparks uma dupla que se complete de modo tão perfeito quando Becky Hammon e Sophia Young. Juntas há seis anos, a cada temporada a parceria em quadra entre as duas aumenta e suas jogadas se tornam mais mortais. O Los Angeles tem como principais nomes Candace Parker e Kristi Toliver, mas uma não completa a outra. São elementos cujo destaque é individual, e Stars consegue lidar com isso com a defesa.
Estes são apenas alguns dos elementos capazes de dar continuidade à campanha do San Antonio Silver Stars em 2012. Deu para deixá-los animados? Por mim, a semana começaria na quinta-feira (27), quando as meninas enfrentam o Sparks, às 22h. Dois dias depois, no sábado (29), às 15h, o confronto será em San Antonio. PORÉM (aí vem a notícia ruim), não no AT&T Center. Decidiram mudar o local devido a um show cujos ingressos foram esgotados. Triste, não é mesmo? Agora, a partida acontece no Freeman Coliseum, um estádio para eventos menores. Os Season Ticket Holders estão enfurecidos, e com razão. Aquela arena é clássica para das franquias de San Antonio (Spurs e Silver Stars), e o brilho de uma das fases mais importantes da liga será ofuscado por um estádio bem menor e sem estrutura específica para eventos dessa magnitude.
Na semana que vem, espero dar a boa notícia de que Becky Hammon, Sophia Young, Jia Perkins, Danielle Robinson e suas companheiras fizeram jogos incríveis contra o Los Angeles e estão na final da conferência Oeste. Quem eu acho que vai passar do outro confronto, o do Minnesota Lynx contro o Seattle Storm? O Minnesota, claro.
Até mais!
