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Afinal, quem merece o All-Star Game?

Vestiario Feminino

Com menos de um mês de campeonato, a WNBA já abriu a votação para os quintetos das Conferências Leste e Oeste do All-Star Game. Neste ano, o evento festivo acontece no US Airways Center, casa do Phoenix Mercury, no dia 19 de julho. Cada time da liga tem as suas jogadoras indicadas para serem escolhidas como titulares, e o Vestiário Feminino de hoje vai falar sobre as do San Antonio Stars e quem merece, ou não, estar nessa lista.

Becky Hammon, Sophia Young, Kayla McBride, Jayne Appel e Danielle Robinson são as indicadas no ballot da WNBA. Três dessas merecem muito figurar pelo menos entre as que estão na votação principal, mas duas – e uma, principalmente – não deveriam aparecer.

Becky Hammon, recuperada, mas nem tanto (D. Clarke Evans)

Becky Hammon, recuperada, mas nem tanto (D. Clarke Evans)

A começar por Hammon. A veterana tem uma história gloriosa na WNBA. Apesar de neste ano apresentar um rendimento bem abaixo do de costume, por motivos ainda não completamente compreensíveis, é inegável que sua presença no elenco do Stars faça toda a diferença. Portanto, é verdade que a camisa #25 em quadra está muito diferente da que conhecemos de anos de campeonato, mas ela não perdeu sua habilidade ou importância. E, sim, merece estar no quinteto titular do All-Star Game.

Como já escrevi algumas vezes aqui nesta coluna, Hammon não é uma menininha. Tem 37 anos, passou por duas lesões seríssimas e já trabalha com novos objetivos. Durante a offseason, uma das notícias que mais repercutiram sobre a ala-armadora foi sua intenção de virar técnica, e os preparativos para tal função que vinha realizando com ninguém menos do que Greg Poppovich. Seus números podem não estar na melhor das condições, mas quando ela está no time, o cenário muda.

Por toda a história, por tudo o que Hammon já fez, pelo seu significado para o basquete feminino e por retornar com a cabeça levantada de uma lesão complicada aos 37 anos, a estrela merece, sim, estar no que pode ser seu último quinteto titular em um All-Star Game.

Outro caso sério do Stars neste ano é Sophia Young-Malcom. É verdade que a ala atualmente é odiada pela maioria dos fãs da liga. Infelizmente, existe uma base de torcedores muito passional que não consegue separar a jogadora em quadra de suas opiniões fora dela. E este é o caso dos que acompanham o time. Retornando da lesão que a deixou completamente parada em 2013, a atleta apresenta, aos poucos, sinais de reencontro com o jogo. No começo da temporada, suas apresentações estavam irreconhecíveis, mas as duas últimas partidas mostraram que suas habilidades não se perderam completamente.

Diferente de Hammon, existem outras atletas muito melhores e com muito mais tradição do que Young-Malcom no Oeste. É muito provável que Seimone Augustus (Minnesota Lynx) tenha a preferência de escolha entre os que acompanham a WNBA. Por isso, a ala do elenco texano encontra-se em uma situação complicada nessa votação, devido à forte competição e à “birra” dos torcedores para com suas afirmações no ano passado.

A outra jogadora indicada na votação é Robinson. A essa, apenas elogios a seu favor. Em seu quinto ano da WNBA, a armadora tem mostrado uma maturidade única no seu jogo. Com clara evolução em relação às temporadas anteriores, é uma das líderes em pontuação na equipe, mostrando, também, papel de liderança em quadra. Seria muito interessante vê-la no quinteto titular do Oeste, porque, de fato, ela é a que mais merece no Stars atualmente, por tudo o que tem feito em quadra e pelo modo como tem encarado a vida profissional no basquete.

Danielle Robinson é sinônimo de evolução (D. Clarke Evans)

Danielle Robinson é sinônimo de evolução (D. Clarke Evans)

Agora, a parte chata: as que não merecem.

Jayne Appel… um nome que, na verdade, muitos ainda se perguntam o que faz na WNBA. Sua inconsistência é inexplicável para alguém que já está na liga profissional há um tempo considerável. Baixa pontuação, irregularidade nos rebotes e dificuldade para completar jogadas fazem a pivô uma jogadora diferenciada, no pior sentido.

Claro, houve evolução. Appel se mostrou menos afobada em algumas situações, mas são comuns os momentos em que a grandona está livre em frente à cesta e, ao invés de finalizar – o que é de se esperar que faça –, passa por insegurança ou erra, em lances lamentáveis. Não é perseguição, é uma constatação que muitos dos que vêem a WNBA fazem.

Por isso, ainda é difícil de entender os critérios para Appel ter sido indicada na votação para o quinteto titular do Oeste do All-Star Game de 2014.

Jayne Appel é sempre uma dúvida constante quanto ao seu rendimento em quadra (D. Clarke Evans)

Jayne Appel é sempre uma dúvida constante quanto ao seu rendimento em quadra (D. Clarke Evans)

E com McBride? Qual é o problema com sua presença na busca por fotos? Ainda é uma novata. Sim, tem mostrado importante presença, mas que não justifica estar no lugar de Danielle Adams. Entre as duas alas, seria mais justo que a que tem mais tempo de WNBA, e mais poderio de fogo, tivesse a chance de estar entre as que representam a forte conferência.

Confesso que às vezes é difícil de entender os critérios pelos quais se indicam as jogadoras. Esse é o motivo pelo qual essa coluna apresenta para vocês quem merece, ou não, uma chance para uma das posições mais legais na carreira de uma jogadora de basquete:ser escolhida titular pelos torcedores para um Jogo das Estrelas.

Nas quadras, nesta semana o Stars teve compromissos. Colecionou uma vitória, contra o New York Liberty, e uma derrota, contra o Phoenix Mercury. No primeiro, pode-se dizer que foi o “retorno” de Sophia Young à WNBA, quando a ala da equipe de San Antonio marcou 18 pontos e recolheu quatro rebotes. Desde o começo da temporada, suas atuações estavam um tanto quanto duvidosas, mas após essa partida e a seguinte, foi possível ver que dá para esperar a atleta que estamos acostumados a ver de volta em quadra.

O compromisso contra o Mercury foi marcante. O jogo precisou de duas prorrogações para ser decidido e o último desses tempos foi drástico, com a equipe texana marcando só dois pontos e perdendo por 91 a 79 – pouco diferente do que de fato foi a partida.

A posição do Stars, no entanto, não está ruim na conferência Oeste. Atualmente na terceira posição, a equipe encontra-se na frente de Los Angeles Sparks, Seattle Storm e Tulsa Shock. Os confrontos da semana que começa agora se iniciam na sexta-feira (13), contra o Storm. No dia seguinte, o time pega o Sparks. Os duelos acontecem no AT&T Center.

Nos vemos no próximo domingo!

Boas-vindas

Vestiario Feminino

Com sete jogos já definidos, o San Antonio Stars figura na quarta posição da Conferência Oeste. Foram três vitórias e quatro derrotas no começo da temporada 2014 da WNBA. Um dos revezes aconteceu neste domingo (01), contra o único time imbatível no campeonato até o momento, o Minnesota Lynx. Apesar da campanha não ser positiva, existem alguns pontos importantes a serem destacados. Por isso, esta edição da coluna Vestiário Feminino ressalta dois deles: Becky Hammon e Kayla McBride.

O título “boas-vindas” foi escolhido por dois motivos. Quem acompanha esse espaço sabe que Hammon ficou toda a última temporada fora das quadras devido a uma lesão. A veterana da equipe de San Antonio voltou à ativa neste ano e ainda tomou um susto logo no começo, quando também esteve afastada nas duas primeiras partidas. McBride, por outro lado, é uma novata. Foi escolhida pela franquia neste ano no Draft, na terceira posição.

São duas situações completamente diferentes. Hammon tem experiência, sabe o que é jogar no mais alto nível do basquete, está entre as melhores jogadoras do mundo, coleciona inúmeras participações em Jogos das Estrelas, seleções do campeonato e é até medalhista olímpica. No entanto, já tem 37 anos de idade e passou por duas lesões seríssimas em sua carreira. Uma quando estava no New York Liberty e outra no ano passado.

Becky Hammon ainda joga com proteção em seu joelho esquerdo, mas a prova de que já se recuperou são cada vez mais evidentes em quadra (NBAE/Getty Images)

Becky Hammon ainda joga com proteção em seu joelho esquerdo, mas a prova de que já se recuperou são cada vez mais evidentes em quadra (NBAE/Getty Images)

Claro, existiam dúvidas quanto ao seu retorno. Será que conseguiria atingir o mesmo nível que a consagrou em toda a sua carreira? Ainda seria a líder da equipe? O seu corpo aguentaria o tranco em uma liga que se renova e reforça a cada ano? Nos primeiros jogos, realmente, era de se perguntar se a ala-armadora que estava em quadra era a mesma daquele 2008 em que o Stars chegou à sua primeira final. Porém, a medida em que as partidas se passaram, lá estava ela, Big Shot Becky Hammon.

Nos primeiros jogos, a ala-armadora teve atuação moderada. Por moderada, entendam responsável. Não foram muitos arremessos, mas, dos feitos, a maioria caía. Nas últimas quatro partidas, das 31 tentativas, 19 foram certas (61% de aproveitamento). Desses 19, dez são bolas de três (foram 15 tiros do perímetro tentados e dez acertados, 68% de aproveitamento).

Seu melhor desempenho foi neste domingo, contra o Lynx. Além de ter feito 15 pontos, jogou como nos “velhos tempos”. Foram belíssimas bolas de três e infiltrações com a marca Hammon. A impressão que a veterana deixa é a de que não esqueceu como de joga, mas a de que em breve, e muito rapidamente, será a máquina pontuadora que a WNBA conhece.

O outro destaque é McBride. A novata ainda está dando seus primeiros passos, mas são passos confiantes. Sua postura em quadra não é de alguém que não sabe o que está fazendo, mas a de quem está se encontrando em quadra diante dos principais nomes do basquete feminino em um nível internacional. Tem encontrado dificuldades? Sim. Mas o jogo do dia 28 de maio, contra o Tulsa Shock, mostrou que ela entrou nessa coisa de profissional para valer.

O arremessos que deu a vitória ao San Antonio Stars no dia 28 de maio foi exatamente desta maneira: Kayla McBride, para três, sobre Skylar Diggins. 30 pontos para a novata (NBAE/Getty Images)

O arremessos que deu a vitória ao San Antonio Stars no dia 28 de maio foi exatamente desta maneira: Kayla McBride, para três, sobre Skylar Diggins. 30 pontos para a novata (NBAE/Getty Images)

McBride enfrentou, pela segunda vez, sua ex-companheira de universidade, Sylar Diggins. As duas jogaram juntas por Notre Dame, mas a armadora do Tulsa Shock chegou ao profissional um ano antes. No primeiro encontro das duas na WNBA, foi Diggins quem tumultuou o duelo com 20 pontos. Sua ex-colega de time não pôde aparecer muito – até porque era apenas seu segundo compromisso profissional -, mas também não fez feio (11 pontos).

O dia 28, porém, foi diferente. A novata do Stars foi gigante, fez estrago com o Shock e estabeleceu um novo recorde em sua carreira. 30 pontos foi o que McBride deixou em sua marcadora, a mesma Diggins com quem jogou na faculdade. Não obstante, a novata foi a responsável pela bola que venceu o jogo. Com 11 segundos para o fim da partida e com o placar empatado em 79 a 79, a jovem fez um arremesso da linha dos três, desequilibrada, no estouro do cronômetro. E deu certo. 82 a 79 foi o resultado.

É claro que uma partida não faz uma jogadora, mas, na opinião dessa colunista, foi o recado de McBride para a WNBA: eu cheguei, e não estou para brincadeira.

Na semana que vai começar, o Stars tem dois compromissos marcados. Na quinta-feira (5), a equipe texana viaja até Nova Iorque para enfrentar o New York Liberty, às 20h (Brasília). No sábado (7), Dan Hughes e suas garotas recebem o Phoenix Mercury, às 21h (Brasília). Você pode assistir esses jogos pelo Live Access. Ainda não tem? Vale muito a pena!

Nos vemos no próximo domingo, torcendo por boas notícias!

*No último domingo o Vestiário Feminino não foi ao ar devido a um problema familiar.

Hora de recomeçar

Vestiario Feminino

Na sexta-feira (16), a bola subiu para a WNBA em 2014. Até agora, o San Antonio Stars já teve duas partidas e uma jogadora machucada. Em quadra, perdeu o primeiro jogo, fora de casa, contra o Atlanta Dream, atual campeão da Conferência Leste. Do segundo, porém, saiu com vitória ao derrotar o Tulsa Shock, no AT&T Center. Nenhum dos compromissos teve a participação de Becky Hammon, que está afastada por lesão.

Começo do San Antonio Stars em 2014 não está perfeito, mas mostra que as peças estão se encaixando (D. Clarke Evans)

Começo do Stars em 2014 não está perfeito, mas mostra que as peças estão se encaixando; Hammon deve retornar de lesão no próximo jogo (D. Clarke Evans)

Dentre as diversas partidas do dia de abertura, o Stars deu sua largada ao enfrentar o Dream, fora de casa, na Philips Arena. O jogo foi parelho, com os dois times invertendo a liderança no placar. O resultado só foi definido nos segundos finais, depois de um erro da novata Kayla McBride. O placar final ficou 79 a 75 para as donas de casa.

Algumas considerações sobre o duelo. O grande nome foi Danielle Robinson (23 pontos, oito arremessos certos de nove tentados). Como já comentado neste Vestiário Feminino em diversas ocasiões, a jovem armadora assumiu uma postura de liderança no Stars. Em alguns jogos, ela é a maior pontuadora, em outros distribui importantes assistências. Mas a sua evolução da primeira temporada para a atual é clara.

A ausência de Hammon em 2013 obviamente foi um dos motivos para que Robinson tivesse mais destaque. Enquanto na temporada de 2012 a armadora teve média de 28,9 minutos por partida, no ano passado foram 32,5 por exibição. Em relação aos pontos por partida, seus números tiveram um salto de 9,9 para 11,2 de um ano para o outro.

Em seu ano de novata, 2011, Robinson foi titular em nove dos 34 compromissos do Stars. Nos dois anos seguintes, não houve um jogo sequer do qual fez parte que não começasse no quinteto principal (exceto os que esteve machucada).

Danielle Adams domina o garrafão, a zona morta e a linha de três pontos; é a sexta mulher do San Antonio Stars (D. Clarke Evans)

Adams domina o garrafão, a zona morta e a linha de três pontos; é a sexta mulher do Stars (D. Clarke Evans)

Voltando à partida da sexta-feira, mais uma Danielle mostrou que não é uma enganação na WNBA. Adams anotou 18 pontos e jogou 23 minutos vindo do banco. Na verdade, a ala é uma sexta jogadora. Conhecida por seu poder de fogo em momentos decisivos, a jogadora é uma arma que o Stars pode sacar a qualquer momento. Um fato, no entanto, é interessante sobre ela. Muitos duvidaram de seu rendimento na liga profissional.

A camisa #23 da equipe de San Antonio foi muito bem no universitário com a Texas A&M e até conquistou um título do campeonato, mas, devido ao seu físico, bem acima do que normalmente espera-se de uma atleta, muitos duvidaram de seu rendimento na WNBA. O julgamento era que aconteceria o mesmo de Courtney Paris, boa em sua faculdade, sem relevância no campeonato principal. Sorte de Dan Hughes, que a escolheu no Draft de 2011. A comentarista da partida da equipe texana contra o Dream foi bem consistente quando disse a seguinte frase: “A jogadora que mais calou a boca de todos nós – e não tem um que possa negar isso – é Danielle Adams”.

E é verdade. Se for julgar pelo seu porte físico, muitos jamais diriam que a ala é uma atleta. Mas quando ela está em quadra, não tem como negar o talento nato para o basquete. Arremessos em situações de aperto e movimentação eficiente embaixo da cesta são suas marcas registradas. Hoje, o Stars não pode, de jeito nenhum, perder Adams. É uma das forças da equipe e uma das melhores com menos de cinco anos no profissional. Precisa ser menos afobada em alguns momentos, sim, mas é uma grande jogadora.

Outro ponto importante, que vale para os dois jogos, é a atuação de Sophia Young-Malcom. Sim, a ala, que finalmente voltou, se casou enquanto se recuperava de lesão e agora tem nome composto – algo comum nos Estados Unidos. Depois de um ano sem jogar, é de se imaginar que uma atleta tenha dificuldade em quadra. Mas é de se espantar que ela estivesse um tanto perdida nesses dois jogos. Seus números não foram de todo ruim (oito pontos e 12 rebotes contra o Dream; oito pontos e oito rebotes contra o Shock), foi a sua atuação que assustou um pouco. Para alguém do calibre dela, esperava-se, ao menos, um pouco mais.

Sobre o segundo jogo, contra o Shock, que aconteceu no sábado (17), no AT&T Center, um bom resultado, com muita emoção, permitiu ao Stars terminar a primeira rodada da temporada de 2014 da WNBA no terceiro lugar do Oeste. O placar final foi de 80 a 76 para o elenco texano, que contou com um pouco de sorte pelos dois lances livres perdidos por Courtney Paris faltando um segundo no último quarto. Neste momento, o resultado era 78 a 76 e duas conversões levariam a uma prorrogação. Sem acerto, acompanhado de uma falta a favor da estrelas, os quatro pontos de vantagem foram um alívio.

Desta vez, Jia Perkins foi o grande nome do Stars. Dentro dos seus 20 tentos positivos da partida, está o arremessos de três pontos a 21 segundos do fim do último quarto, quando o placar apontava vitória por 76 a 75 para as visitantes. Vale ressaltar que de longa distância a ala foi impecável, com 100% de aproveitamento.

Jia Perkins, com cinco pontos seguidos, foi o nome principal da vitória do San Antonio Stars contra o Tulsa Shock (D. Clarke Evans)

Perkins, com cinco pontos seguidos, foi o nome principal da vitória do Stars contra o Shock (D. Clarke Evans)

O que se viu nos dois primeiros jogos que o Stars protagonizou em 2014 foi um time que está, novamente, pronto para a briga. O Dream foi três vezes finalistas da WNBA e não encontrou facilidade para vencer a equipe texana. O Shock ganhou os dois compromissos na pré-temporada, mas também não conseguiu supera o esquadrão de Hughes no momento certo.

O time ainda está se recompondo e pode ter dificuldades. Nesta semana, a agenda tem jogos importantes. O Phoenix Mercury é o próximo adversário, na sexta-feira (23), às 22 horas, no US Airways Center, em Phoenix. No domingo (25), logo depois da lasanha com a família, às 15h30, a visita é praiana, na Califórnia, para enfrentar o Los Angeles Sparks. São times fortes, completos, tradicionais e com elencos experientes. Difícil prever o que pode acontecer.

Sobre Hammon, a jogadora torceu o tornozelo esquerdo durante os treinos e ficou de fora dos compromissos contra o Dream e o Shock. É preocupante – não por correr risco de ter de descansar a temporada inteira, mas pela fragilidade de seu corpo atualmente. A ala-armadora não é jovem. São 37 aninhos na conta e apesar de todo o seu papel em quadra, já é hora de pensar a aposentadoria (se uma lágrima escorreu de seu olho, eu entendo perfeitamente).

Danielle Robinson, indomável e em constante evolução (D. Clarke Evans)

Robinson, indomável e em constante evolução (D. Clarke Evans)

Para encerrar, uma breve nota sobre as brasileiras: Damiris Dantas, em sua primeira temporada, teve bom começo pelo Minnesota Lynx. Foi titular nos dois jogos que apareceram na agenda – Washington Mystics e Connecticut Sun – e teve, respectivamente, 31 e 40 minutos em quadra, seis e oito pontos, 12 e nove rebotes. Sempre como ala de força.

Érika, para variar, faz do garrafão o seu parquinho. Contra o Stars, na abertura, começou já com um duplo-duplo de 23 pontos e 11 rebotes. Ao enfrentar o Indiana Fever, quase chegou ao feito novamente: 17 pontos e nove rebotes. Nádia Colhado, que também está no Atlanta Dream, não figurou em quadra ainda na liga profissional americana.

Quer saber como acompanhar o Stars e todos os outros times na WNBA em 2014? Além de acessar o Spurs Brasil todo domingo para conferir o Vestiário Feminino, você também pode comprar o Live Access. Por US$ 14,99 é possível assistir toda a temporada regular – playoffs ainda não confirmados. É um bom preço, pessoal!

Até a próxima semana!

Temporada de superação

Vestiario Feminino

O site oficial do San Antonio Stars exibe uma contagem regressiva de cinco dias e algumas horas. O evento tão aguardo é o início da temporada 2014 da WNBA, dia 16 de maio, às 19h30 (de Brasília), quando a equipe visita o Atlanta Dream. No dia seguinte, a jornada segue e o Stars recebe o Tulsa Shock no AT&T Center para a segunda partida do ano. Os que acompanharam o último campeonato sabem das dificuldades enfrentadas pelo elenco texano. Quais mudanças aconteceram, ou deveriam acontecer, para que isso não se repita?

A maior dificuldade do Stars em 2013 foram as lesões que atingiram grande parte do elenco. Sophia Young foi a primeira a ser colocada fora das quadras, durante os playoffs da Liga Chinesa, em janeiro daquele ano, quando defendia o Great Wall. A ala rompeu o ligamento cruzado do joelho direito e precisou ficar completamente ausente dos jogos, apesar de estar na cidade texana em tempo integral para a cirurgia e a recuperação.

Becky Hammon no Media Day de 2014 do San Antonio Stars (Twitter)

Becky Hammon no Media Day de 2014 do San Antonio Stars (Twitter)

Becky Hammon foi a segunda baixa. Foram duas lesões em um período de menos de três meses. Primeiro, machucou o dedo do meio durante os training camps e ficou com a mão direita enfaixada até o primeiro mês da WNBA. No dia 6 de julho, após ser liberada para jogar, também rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito, na única partida em que participou na temporada, contra o Los Angeles Sparks.

DeLisha Milton-Jones também chegou a visitar o departamento médico com problemas no seu joelho direito. A jogadora ficou fora de algumas partidas desfalcando ainda mais o time. Outros nomes a se acrescentar na lista lesões são Danielle Robinson, Jayne Appel e Davellyn White. Em alguns jogos, o banco do Stars tinha apenas três elementos para suprir o time.

Por isso, Dan Hughes acabou contratando três jogadoras “extras” para alguns confrontos: Chante Black, Julie Wojta e Cathrine Kraayeveld. O regulamento da WNBA permite aos times, que só podiam ter 11 atletas em seu elenco até 2013 (o novo acordo entre atletas e liga aumentou para 12), ter dez ativas. Uma vez que Young e Hammon estavam fora pela temporada inteira, a franquia tinha direito a estes acréscimos.

Todos esses buracos no elenco se refletiram na campanha do Stars em 2013. Foram apenas 12 vitórias em 34 partidas, com nenhuma série de triunfos seguidos emplacada. Tal rendimento rendeu a quinta posição da Conferência Oeste, na frente apenas do Tulsa Shock, e a vaga dos playoffs ficou para o Phoenix Mercury.

Agora, em 2014, todas estão de volta, saudáveis e sem lesão. Há, ainda, uma excelente escolha do Draft, Kayla McBride. A junção da base de alguns anos (Hammon, Yonung-Malcom, Perkins, Robinson, Adams, Appel, Christon e Johnson) às mais novas (McBride, White e Alexander) dá uma nova expectativa para a franquia texana.

Skylar Diggins marca Becky Hammon durante o primeiro jogo da pré-temporada entre as equipes (wnba.com/stars)

Skylar Diggins marca Becky Hammon durante jogo da pré-temporada (wnba.com/stars)

Em preparação, o Stars encarou o Tulsa Shock em duas ocasiões. Na primeira, perdeu por 82 a 59, com incríveis 25 pontos da rival Skylar Diggins. Depois, o duelo foi para o Texas e o resultado, apesar de também negativo, foi, digamos “menos pior”: 76 a 75.

Testes apenas. O maior tempo em quadra de uma atleta foi de Kayla McBride, que marcou 17 pontos no segundo jogo – e Diggins brilhou mais uma vez, com 30 tentos. Não são os resultados esperados, mas é apenas pré-temporada. Houve, ao menos, avanço no placar. Neste domingo, o time ainda encarou a seleção australiana, mas o placar não foi divulgado.

A WNBA começa, de verdade, na sexta-feira, e dá uma certa emoção imaginar que no Vestiário Feminino da semana que vem dois jogos do Stars já terão acontecido. Fique de olho, pois na sexta-feira (16) acontece o primeiro compromisso, contra o Atlanta Dream, às 19h30, na Philips Arena. No sábado, o jogo é em casa, no AT&T Center, às 20h, contra o Tulsa Shock.

É bom prestar atenção, também, em mais dois times. O Atlanta Dream, além de Érika de Souza, pode ter mais uma brasileira. Nádia Colhado participa dos training camps e tem chances de entrar no elenco. No Minnesota Lynx, Damiris Dantas está em fase de treinos com o atual campeão. Tem aparecido muito nos jogos da pré-temporada e em atividades da franquia.

Além das nossas compatriotas, outras jogadoras da WNBA atuaram no Brasil durante a pré-temporada, na Liga de Basquete Feminino (LBF): Tiffany Hayes (Atlanta Dream – Sport Recife), Alex Bentley (Connecticut Sun – Sport Recife), Briann January (Indiana Fever – Maranhão Basquete) e Roneeka Hodges (Tulsa Shock – Maranhão Basquete).

Até a próxima!

Com a palavra, o técnico

Vestiario Feminino

Em duas semanas, ao fim do dia, todos os times da WNBA já terão entrado em quadra para jogar as suas primeiras partidas de 2014. Com data marcada para o dia 16 de maio, o início da nova temporada da liga nacional de basquete feminino norte-americana contará com jogos importantes – e até polêmicos. O San Antonio Stars está entre os que puxam o trem deste ano e enfrenta o Atlanta Dream na sexta-feira de inauguração.

Novos uniformes para a temporada 2014 (Divulgação)

Novos uniformes para a temporada 2014 (Divulgação)

2013 foi um ano difícil para o Stars. Muitas jogadoras se contundiram no campeonato, a ponto de em alguns duelos o time ter apenas três atletas no banco. A ausência em tempo integral de Becky Hammon e Sophia Young, por lesões graves, interferiu completamente no desenvolvimento de uma boa temporada. Agora, porém, as peças se unem novamente.

Todas as jogadoras estão saudáveis e, para ajudar, o Stars teve uma boa posição no Draft e pôde escolher uma universitária de peso: Kayla McBride, vice-campeã da NCAA com Notre Dame. Uma armadora de muita habilidade e bastante pontuadora.

A offseason teve algumas novidades importantes, mais concernentes à estrutura da franquia. A começar pelo nome: de San Antonio Silver Stars, as texanas agora serão chamadas apenas por San Antonio Stars, uma alteração que deixa a nomenclatura mais semelhante à de seu respectivo coirmão masculino, o San Antonio Spurs (conhecem esse time?). Além disso, foi anunciada uma parceria oficial com a empresa H-E-B, cuja marca será estampada na área nobre da camisa da equipe. Inclusive, os uniformes também mudaram. Estão mais bonitos e personalizados do que os utilizados nas últimas temporadas.

A parte mais importante, porém, é que o Vestiário Feminino, coluna dominical do Spurs Brasil, voltou. Há três anos, esse espaço é reservado para a cobertura do San Antonio Stars e é com muita alegria que cada texto publicado aqui é feito. Quem acompanha o basquete feminino com seriedade sabe a importância dessa exposição de um time da modalidade. Então, muito obrigada novamente ao Lucas Pastore e a todos os outros membros deste site tão respeitado.

Dan Hughes, técnico do San Antonio Stars (Divulgação)

Dan Hughes, técnico do San Antonio Stars (Divulgação)

Para dar início aos trabalhos desta temporada, o Vestiário Feminino traz até vocês uma entrevista exclusiva com o Dan Hughes, comandante do San Antonio Stars há dez temporadas. Neste período, levou a equipe a praticamente todos os playoffs que pôde, ganhou uma final de conferência e conquistou o vice-campeonato da WNBA, em 2008. Em duas oportunidades, foi escolhido o técnico do ano como reconhecimento de suas ações à frente do time. A chegada de Becky Hammon foi fruto de uma movimentação dele, assim como a de Sophia Young.

Seu trabalho com as novas jogadoras é bem conhecido, tanto que Sophia Young, Danielle Robinson e Danielle Adams são frutos de seus “olhos para os rejeitados”. Apesar de algumas atitudes polêmicas e uma certa rejeição de torcedores ingratos (como todo torcedor, em algum momento, inevitavelmente é), Hughes deixou de ser apenas técnico e virou também gerente geral.

Ele é daqueles comandantes que não conseguem ficar parados no banco: fala com o árbitro incessantemente, até levar a segunda ou terceira falta técnica. Com suas atletas, funciona como um pai. Com suas gravatas… bom, é divertido, digamos.

Nesta entrevista, sua primeira para um veículo brasileiro na história, Hughes se mostra um cara político – no bom sentido –, sempre valorizando o coletivo acima de tudo. Ninguém passa despercebido, desde as principais jogadoras às novatas que ainda lutam por espaço e seus assistentes. Evita polêmicas, como a permanecia de Jayne Appel e as manifestações anticasamento gay de Sophia Young no ano passado, mas rasga o coração quando pensa – ou melhor, diz que prefere não pensar – em Becky Hammon aposentada.

Então, aproveitem este domingo de muito basquete, e muita torcida pelo San Antonio Spurs contra o Dallas Mavericks, para ler o que esse técnico muito inteligente tem a falar.

Até a próxima semana!

Vestiário Feminino: Você poderia comentar as mudanças estruturais que aconteceram no San Antonio Stars para a temporada 2014? Temos novas camisas, uma nova maneira de interagir com o torcedor (conta no snapchat, por exemplo), uma estratégia de mídias sociais diferente (#RiseAsOne) e mais frequente. Enfim, qual é o objetivo da organização como franquia para 2014?

Dan Hughes: Acho que tivemos um passado muito bom como Silver Stars. Foi muito divertido ver o crescimento da franquia nos dez anos em que estou aqui. Acho que estamos tão animados quanto ou mais animados em relação ao futuro. O mundo no qual vivemos agora: o Stars e ser parte desse grupo seguindo em frente, significa que existe uma previsão muito boa para nós. Assim como prezamos muito pelo nosso passado, acho que temos expectativas ainda maiores em relação ao futuro. Esse é o modo pelo qual movemos o Stars para a frente e nos dá oportunidade de crescimento.

Apresentação da nova camisa do San Antonio Stars para 2014, com a marca H-E-B estampada (Kin Man Hui/San Antonio Express-News)

Apresentação da nova camisa do San Antonio Stars para 2014, com a marca H-E-B estampada (Kin Man Hui/San Antonio Express-News)

VF: Como você vê essa novidade de colocar os nomes de patrocinadores nas camisas dos times da WNBA? O Stars acabou de inserir a do H-E-B, mas outras franquias já o haviam feito há algumas temporadas. O time demorou mais para aderir a essa prática pois tem mais tranquilidade em finanças por ser gerido pela Spurs Sports & Entertainment?

DH: Estou muito animado com a parceria. Na nossa comunidade, o Spurs e a H-E-B têm sido parceiros por muitos anos e nós assistimos os benefícios recebidos por ambas as partes. Agora, o Stars e a H-E-B se unindo de uma maneira parecida faz dessa uma parceria que é bem empolgante de se ver para o time e analisar onde esse duo vai nos levar. Nós fomos uma das últimas equipes a ter um patrocinador estampado, então o fato de que nos unimos à H-E-B é uma união perfeita em San Antonio e algo que estou muito empolgado para ver rolar nos próximos anos.

VF: Agora, em relação ao elenco. No ano passado o time teve muitos desfalques, principalmente com Becky Hammon e Sophia Young afastadas. Para este temporada, todas estão de volta, saudáveis e ainda encontram uma excelente escolha do Draft: Kayla McBride. Como está o ânimo para os jogos que estão por vir?

DH: Estou muito feliz por juntarmos as peças novamente. A chegada de Kayla e outras jogadoras nos permite ser muito otimistas em relação às oportunidades que temos aqui em San Antonio. Apesar de no último ano termos enfrentado muitas lesões, acredito que as jogadoras fizeram muito para se desenvolver neste período. As que estavam machucadas fizeram grandes esforços para se recuperar na offseason. Algumas adições, como Kayla, estão aqui para se incorporarem ao time. Acho que isso nos permite uma nova profundidade e nos dá oportunidades de um jogo coletivo único na WNBA, então estamos animados para ver essa mistura em quadra.

No ano passado, Dan Hughes conquistou sua 200ª vitória na WNBA, contra o New York Liberty de Bill Laimbeer. Lesionadas, Sophia Young e Becky Hammon prestigiaram o comandante na oportunidade (Carmen Santiago)

No ano passado, Dan Hughes conquistou sua 200ª vitória na WNBA, contra o New York Liberty de Bill Laimbeer. Lesionadas, Sophia Young e Becky Hammon prestigiaram o comandante na oportunidade (Carmen Santiago)

VF: Gostaria que você comentasse sobre as novatas, que hoje não são tão novas assim. Danielle Adams e Danielle Robinson entraram na WNBA em 2011, pelo Silver Stars, e continuam até hoje. De novatas passaram a jogadoras de grande responsabilidade e, inclusive, no ano passado tiveram de assumir posição de liderança diante da ausência das franchise players. Como avalia a evolução dessas duas jogadoras?

DH: Acredito ser correto afirmar que elas seguiram com suas carreiras à medida em que o tempo passou. Melhoraram ano após ano e chegaram à sua quarta temporada na WNBA. Muitas vezes eu acredito que esse é um período no qual as jogadoras podem dar um outro passo adiante para chegar a uma posição de liderança. Elas se tornaram atletas que podem jogar em momentos cruciais e que ao mesmo tempo são boas o suficiente para ajudar a desenvolver outros elementos do nosso time. Esse é o próximo passo natural para essas jogadoras. Se elas são líderes dentro do nosso estilo de jogo? Sim.

VF: A propósito, o Stars tem quatro importantes jogadoras que começaram sua carreira na franquia e estão nela até hoje: Sophia Young, Jayne Appel, Danielle Robinson e Danielle Adams. Todas essas apresentam crescimento a cada temporada. Como é o trabalho da franquia com suas novatas?

DH: Isso tem muito a ver com os meus assistentes e a cultura que temos aqui. Somos muito acolhedores com jogadoras que querem desenvolver o seu jogo e estão interessadas em melhorar. Trabalhamos muito com o desenvolvimento das atletas e acho que isso se deve muito aos meus assistentes. Essas pessoas têm feito uma quantidade absurda de trabalho individual. Dedicamos nosso tempo a esse propósito com afinco e acreditamos nisso. Essas jogadoras e esses técnicos que estão ao meu lado investem muito no crescimento. Nós damos valor a isso na nossa agenda.

Kayla McBride, terceira escolha do draft de 2014 da WNBA pelo San Antonio Stars (NBAE/Getty Images)

Kayla McBride, terceira escolha do draft de 2014 da WNBA pelo San Antonio Stars (NBAE/Getty Images)

VF: Pode-se dizer que Kayla McBride foi selecionada para ser uma aprendiz de Becky Hammon e substitui-la em um futuro breve?

DH: Honestamente, ela foi escolhida como uma maneira de honrarmos Becky neste momento de sua carreira. Por favor, me perdoe, mas eu realmente não gosto muito de pensar sobre o momento em que Becky não estiver mais aqui no Stars. Eu acho que o fato de Kayla jogar ao lado dela foi algo que se encaixou perfeitamente. Nova aqui, ela disse muitas vezes que quer aprender, e vai aprender muito com Hammon. Mas, de verdade, a decisão foi feita para deixar a Becky confortável porque eu não gosto de pensar como vai ser quando ela não estiver no Stars.

VF: Falar sobre a aposentadoria de Becky Hammon é um assunto triste para qualquer um que acompanha o Stars e o basquete feminino. É possível dizer que a lesão da última temporada pode ter sido um fator determinante para a jogadora pensar mais seriamente o seu adeus às quadras? E sobre seus planos de ser técnica? Ela tem espaço reservado no Stars?

DH: Não sei se teve muito a ver com a lesão do ano passado. É uma fase da vida. A Becky é bem mente aberta em todas as fases de sua vida e ela vai trabalhar bastante para se preparar da maneira correta. A lesão pode ter dado mais tempo para que ela visualizasse seu futuro, mas acho que esse é um progresso natural para uma jogadora de seu calibre, o de se tornar uma técnica. Acredito que ela terá muitas opções em sua vida depois de sair das quadras. Acho que qualquer um receberia Becky mais do que bem como parte da equipe técnica, e isso inclui nós, do Stars.