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Os prêmios da equipe do Spurs

Como acontece na NBA, em todo final de temporada regular e início dos playoffs, são anunciados os prêmios para os melhores jogadores em certos quesitos. Hoje em nossa coluna faremos uma análise, escolhendo os jogadores que merecem cada premiação.
Novato
Esse prêmio vai para o armador vindo da desconhecida IUPUI, 26º escolhido do último draft, George Hill. Ele fez uma grande temporada de estréia, se tornando o reserva direto do francês Tony Parker e deixando para trás o veterano Jacque Vaughn. Ele até comandou o time em algumas vitórias quando Parker esteve machucado. Mencionamos também os outros escolhidos do draft de 2008, o ala-pivô Anthony Tolliver e o ala Malik Hairston, que participaram de algumas partidas com o time, mas passaram maior parte da temporada no Austin Toros da liga de desenvolvimento.
6º Homem
Sem o ganhador do prêmio da temporada passada, o argentino Manu Ginobili, em boa parte da temporada, o prêmio acabou ficando com o novato George Hill. Nos momentos em que substituía Parker ou formava dupla com o francês, ajudou bem o time no ataque e na defesa. Hill teve médias de 5.7 pontos, 2.1 rebotes e 1.8 assistências, e, nos playoffs, médias de 4.6 pontos e 1.6 rebotes. Podemos mencionar também Drew Gooden, que supria em muitos momentos a ausência Tim Duncan em quadra; porém, ele chegou ao time perto do fim da temporada regular.
Jogador Defensivo
Apesar de não ter feito uma grande temporada, Tim Duncan continua sendo o grande defensor do Spurs. Duncan é quem segura o ímpeto dos fortes pivôs nas investidas ao garrafão de seu time. Ele teve médias de 1.7 bloqueios, 0.5 roubos de bola e 8.0 rebotes defensivos. Ele também foi escolhido pela 12ª vez em 12 temporadas na NBA para um dos times defensivos da liga, quebrando o recorde de Kareem Abdul-Jabbar, que teve 11 indicações em suas carreira.
Jogador que Mais Evoluiu
Um jogador que teve uma grande evolução e se tornou peça importante para o time nesta temporada foi o ala-pivô Matt Bonner. Ele conquistou a vaga de titular da equipe e foi peça importante nos momentos do time sem Ginobili e Duncan, alcançando sua melhor temporada na carreira. Da temporada 2007/08 para 08/09, ele melhorou suas estatísticas em pontos (4.8 para 8.2), rebotes (2.8 para 4.8), assistências (0.5 para 1), porcentagem dos arremessos de quadra (41.6% para 49.6%), dos arremessos de três pontos (33.6% para 44%) convertidos e do total de cestas de três pontos convertidas (46 para 118). Também mencionamos aqui neste prêmio Roger Mason Jr., que, em seu primeiro ano no Spurs, já conseguiu sua melhor temporada na carreira.
Jogador Mais Desapontador
Esse “prêmio” vai para aquele que teve uma péssima temporada, que dessa vez fica com o argentino Manu Ginobili. Manu decidiu jogar pela seleção da Argentina nos Jogos Olímpicos mesmo com uma pequena lesão, e agravou-a no jogo das semifinais contra os EUA, ficando fora por isso das 12 partidas inicias da temporada. Após este incidente, ele não conseguiu ser o mesmo jogador das temporadas anteriores, e, perto do final da regular, lesionou o outro tornozelo, ficando fora do restante dos jogos e dos playoffs, deixando o time sem uma de suas principais peças no momento em que mais precisava dela. Suas estatísticas caíram em pontos (19.5 para 15.5), assistências (4.5 para 3.6), rebotes (4.8 para 4.5), no aproveitamento dos arremessos de quadra (46% para 45.4%) e nos de três pontos (40.1% para 33%). Mencionamos aqui também o ala Bruce Bowen e o armador Jacque Vaughn, que tiveram seus tempos de quadra diminuídos nesta temporada.
Jogador Mais Valioso
O grande jogador do time nessa temporada foi, sem sombras de dúvidas, o armador francês Tony Parker. Em quase toda temporada. ele carregou o time quando estava sem Manu e Duncan, mostrando que é o futuro homem da franquia. Em sua melhor temporada da carreira, Parker teve médias de 22 pontos, 6.9 assistências, 3.1 rebotes e 50.6% dos arremessos de quadra convertidos. Nos playoffs. comandou a equipe eleminanda com 28.6 pontos, 6.8 assistências, 4.2 rebotes, 1.2 roubos de bola e 54.6% dos arremessos de quadra convertidos.
Recolhendo os cacos


Esta definitivamente foi uma temporada para os torcedores do Spurs esquecerem. Um time envelhecido, uma defesa fragilizada e muitas lesões minaram as chances da equipe conquistar o sonhado penta da NBA. Após um começo conturbado, sem poder contar com Manu Ginobili e Tony Parker lesionados, chegou-se a falar inclusive em ficar fora dos playoffs. Mesmo sem contar com duas de suas principais estrelas, a equipe de San Antonio se manteve na briga graças principalmente às atuações de Roger Mason e George Hill. Depois do início difícil, Tony Parker voltou e com ele mais vitórias. Manu Ginobili retornou e encheu de esperança os torcedores do Texas. Mas a alegria não durou muito. O argentino novamente se lesionou; mais um mês fora das quadras. E os joelhos de Tim Duncan davam sinais do stress de uma temporada desgastante.
Ginobili voltou, novamente a esperança de título surgia. Drew Gooden estava de chegada e a confiança só aumentava. Mas logo o sonho desmoronou. A lesão volta a incomodar Manu, que fica fora do restante da temporada. Duncan continuava sofrendo de dores nos joelhos e Gooden parecia não se encaixar na equipe. Em meio a tantos problemas, uma estrela brilhava solitária; o francês Tony Parker. O armador teve atuações dignas de reverências, mas não foram suficientes.
Apesar da respeitável 3ª colocação no Oeste e da vantagem do mando de quadra, a equipe acabou derrotada no primeiro round dos playoffs pelo rival Dallas Mavericks. Uma verdadeira tragédia para a torcida. Foi a primeira vez que Tim Duncan voltou para casa ainda no primeiro round dos mata-matas.
Agora chegou a hora de recolher os cacos, levantar a cabeça e iniciar o planejamento para a próxima temporada, para quem sabe conquistar o esperado penta. A palavra que mais será ouvida pelos lados de San Antonio será renovação. Muitas críticas caíram sobre o time após a eliminação nos playoffs, mas a principal foi sobre a idade da equipe, a mais experiente da liga, e não tenho dúvidas que o planejamento será feito em torno disso. É algo essencial para que a equipe possa voltar a brigar pela ponta do Oeste e da NBA.
O Spurs nos Playoffs

Nesta temporada, o San Antonio Spurs, que está na NBA desde a temporada 1976/77, chega à sua 29ª participação nos playoffs, a 12ª seguida, mais exatamente desde quando Tim Duncan foi escolhido no Draft de 1997; na temporada seguinte, tivemos a promoção de Gregg Popovich a técnico do time.
O time se classificou na 3ª colocação da conferência Oeste, posição em que mais se classificou na história; foram oito vezes. Logo depois, vem a 2ª posição da conferência, com sete vezes. Dos quatro títulos que o time possui, apenas um foi conquistado quando o Spurs se classificou na 3ª posição da conferência, em 2006/07. A maioria dos títulos aconteceram quando o time se classificou em 2º; em 1998/99 e 2004/05.
Das oportunidades em que se classificou em terceiro por sua conferência, o time texano, em duas oportunidades cada, chegou às semifinais da conferência ou à final dela.
O Spurs está perdendo a série contra o Dallas Mavericks, válida pela primeira rodada dos playoffs, por 1 a 2 no momento. Nas séries decididas na melhor de sete jogos, das 12 oportunidades que o Spurs chegou ao Jogo 4 perdendo a série em 1 a 2, em apenas duas o time avançou de fase: nos playoffs de 1979, na semifinal de conferência Leste, quando venceu o Philadelphia 76ers por 4 a 3, e no ano passado, na semifinal da conferência Oeste, frente ao New Orleans Hornets, vencendo também por 4 a 3. Uma das oportunidades que o Spurs perdeu nessa situação foi em 2006, quando saiu derrotado frente ao adversário dessa série, o Dallas Mavericks, na semi da conferência oeste, por 3 a 4.
O clássico texano entre Mavericks e Spurs aconteceu em mais outras duas oportunidades. Em 2001, o San Antonio venceu na semi da conferência Oeste por 4 a 1, e nos playoffs de 2003, quando também venceram na final da conferência, dessa vez por 4 a 2.
A esperança do ano ímpar

Você acredita em sorte e azar? Em San Antonio, este deve ser um dos assuntos mais discutidos pelos torcedores do Spurs em anos ímpares. A história mostra um retrospecto excelente para a equipe em anos ímpares e um não tão bom em anos pares.
Seria sorte? Azar? Maldição? Há quem acredite e há quem ache isso tudo uma grande bobagem, mas com certeza os torcedores do Spurs têm fé e confiam em bons resultados em anos ímpares.

O que 2009 reserva para o Spurs?
Foram quatro campeonatos conquistados em anos ímpares – 99, 03, 05 e 07 – e nenhum em anos pares. Vamos a um rápido retrospecto da equipe de 99 para cá:
1999 – Uma temporada conturbada que teve apenas 50 jogos devido a problemas do sindicato dos jogadores com a liga. A campanha foi de 37 vitórias e 13 derrotas, a melhor da NBA ao lado do Utah Jazz. Nos playoffs, aconteceram vitórias sobre Wolves, Lakers, Blazers e Knicks, com o Spurs sagrando-se pela primeira vez campeão.
2000 – A equipe coseguiu apenas o quinto lugar na Conferência Oeste, com 53 vitórias e 29 derrotas. No playoffs, veio a derrota no primeiro round para o Phoenix Suns.
2001 – Apenas neste ano a escrita foi quebrada. Apesar da melhor campanha da NBA com 58 vitórias e 24 derrotas e vitórias sobre Wolves e Mavericks nos playoffs, veio a varrida do Los Angeles Lakers de Shaquille O’Neal e Kobe Bryant na final de conferência.
2002 – Segunda melhor campanha do Oeste, com 58 vitórias e 24 derrotas, atrás apenas do Sacramento Kings. Nos playoffs, vitória sobre o Supersonics e novamente derrota para o Los Angeles Lakers, dessa vez na semi-final de conferência.
2003 – Começava a tomar forma a dinastia dos anos ímpares. Melhor campanha da NBA com 60 vitórias e 22 derrotas e nos playoffs vitórias sobre Suns, Lakers, Mavs e mais um anel conquistado com a vitória sobre o New Jersey Nets na final.
2004 – A chamada maldição do ano par. Na temporada regular, segundo lugar no Oeste, com 57 vitórias e 25 derrotas. Nos playoffs, vitória fácil sobre o Grizzlies e derrota para o rival Lakers, novamente na semi-final de conferência.
2005 – Dinastia estabelecida. Segundo lugar no Oeste, com 59 vitórias e 23 derrotas, e, nos playoffs, vieram vitórias contra Nuggets, Supersonics e Suns, e o terceiro título chegou após uma emocionante série contra o Detroit Pistons.
2006 – Parecia que acabaria a maldição e a equipe finalmente conseguiria o bicampeonato seguido. Melhor campanha do Oeste com 63 vitórias e 19 derrotas e vitória no primeiro round dos playoffs diante do Kings. Na semi-final, veio a inesperada derrota para o rival Mavs, que acabou com o sonho do bi.
2007 – A sorte estava de volta. As 58 vitórias e 24 derrotas colocaram a equipe no terceiro lugar do Oeste. Nos mata-matas, vitórias sobre Nuggets, Suns e Jazz, e, na final, vitória fácil sobre o Cleveland Cavaliers. Era o quarto troféu desembarcando em San Antonio.
2008 – Também não foi desta vez. O terceiro lugar no Oeste com 56 vitórias e 26 derrotas levou a equipe a enfrentar e derrotar o Phoenix Suns na primeira rodada dos playoffs e o New Orleans Hornets nas semi-finais. Na final do Oeste, a derrota para o Lakers novamente frustrou as esperanças da equipe em por fim à maldição do ano par.
A escrita do ano ímpar continuará em 2009? Isto apenas o tempo poderá nos responder, mas o ano ímpar vigente é um fator a mais para que os torcedores do Spurs acreditem que o pentacampeonato está chegando.
A trajetória de Drew Gooden – Parte 2

Na coluna “Passando a Limpo” de hoje, continuaremos a falar sobre a trajetória de Drew Gooden no basquete. Na Parte 1, falamos de sua carreira no basquete universitário e o início na NBA. Hoje, continuaremos com o caminho dele até o San Antonio Spurs.
Na sua primeira temporada pelo Cavaliers, Gooden se tornou titular absoluto, formando dupla de garrafão com o pivô lituano Zydrunas Ilgauskas. A temporada 2004/05 foi a única que ele esteve presente em todas as partidas, conseguindo as melhores médias de sua carreira, com 14.4 pontos e 9.2 rebotes em 30.8 minutos por jogo. Na temporada seguinte, Drew continuou absoluto na posição e conseguiu manter boa média de rebotes, porém fez sua pior média de pontos na carreira; foram 10.7, somados a 8.4 rebotes em 27.5 minutos de quadra. O Cleveland se classificou para os playoffs, e o ala-pivô teve médias modestas de 8.2 pontos e 7.5 rebotes em 13 partidas, com o time perdendo para o Detroit Pistons na semifinal da conferência Leste.

- O Cleveland Cavaliers foi o time que Gooden permaneceu mais tempo em sua carreira na NBA (Foto por Gregory Shamus/Getty Images)

Gooden em ação nas finais de 2007 contra o Spurs (Foto por Ronald Martinez/Getty Images)
Gooden continuou sendo muito regular e ajudou o Cavaliers a se classificar para os playoffs na segunda posição da conferência Leste, com 50 vitórias e 32 derrotas. O ala-pivô manteve boas médias, com 11.1 pontos e 8.5 rebotes em 28 minutos de quadra. Na primeira rodada do playoff, Cleveland enfrentou o Washington Wizards, e dizimou-o vencendo a série em 4 a 0. Nas semifinais, enfrentaram o New Jersey Nets, conseguindo avançar às finais da divisão após o sexto jogo. Nessa etapa eles enfrentaram o primeiro colocado na temporada regular da divisão, o Detroit Pistons. Mais uma vez o time acabou com a série em seis jogos e chegou às finais da NBA. Nas finais, o Cavaliers encontrou o Spurs. O San Antonio fez uma final incrível e conquistou o título em quatro jogos. Em 20 jogos nesses playoffs, Drew teve médias de 11.4 pontos e oito rebotes em 30.3 minutos.

Gooden em ação pelo Chicago Bulls (Foto por Gregory Shamus/Getty Images)
Em 2007/08, Drew fazia uma boa temporada com o Cleveland, mas alguns pediam mudanças no time para trazer mais um jogador de renome na liga. No último dia permitido para trocas, Drew Gooden, junto com Shannon Brown, Larry Hughes e Cedric Simmons, foram enviados ao Chicago Bulls, e o Cleveland recebeu Ben Wallace, Joe Smith e uma escolha futura de segunda rodada no draft. Em seu novo time, ele teve médias no restante da temporada de 14 pontos e 9.3 rebotes.
Na atual temporada, Gooden começou bem com o Bulls. Em 33 partidas, teve médias de 13. pontos e 8.6 rebotes em 29.6 minutos de quadra. Mas, novamente no último dia permitido para trocas, em uma troca envolvendo três times, o Bulls enviou Drew Gooden, Andres Nocioni, Cedric Simmons e Michael Ruffin para o Sacramento Kings, que mandou Brad Miller e John Salmons ao Chicago. O Kings enviou Ruffin ao Portland Trail Blazers, que por sua vez mandou Ike Diogu ao Sacramento. Drew jogou apenas uma partida pelo Kings e chegou a um acordo com o time para sua dispensa dia 02/03. Em 05/03, Drew Gooden assinou contrato com o San Antonio Spurs pelo restante da temporada.

Drew Gooden com seu uniforme do Spurs (Divulgação)

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