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O último reforço do Spurs estará no Eurobasket?

O San Antonio Spurs ainda tem uma vaga aberta no elenco para a temporada 2013/2014 da NBA. E, de acordo com os rumores que surgiram durante a offseason, aparentemente está disposto a preenchê-la com algum jogador antes mesmo do início do campeonato. Porém, entre os nomes que apareceram nas especulações que pintaram até aqui, nenhum me agrada muito. Porém, ainda falta muito tempo para a largada da próxima campanha da equipe – mais especificamente 46 dias antes do primeiro amisoso – tempo em que acontecerá a disputa do Eurobasket. E talvez o próximo reforço da franquia texana pode estar no campeonato.

Sanikidze é uma máquina de coletar rebotes (Fiba Europe/Castoris/De Massis)

Sanikidze é uma máquina de coletar rebotes (Fiba Europe/Castoris/De Massis)

O Eurobasket deste ano será sediado na Eslovênia, entre os dias 4 e 22 de setembro, e dará seis vagas para o Mundial do ano que vem. E a competição continental estará cheia de representantes do Spurs: Tony Parker, Nando De Colo e Boris Diaw vão defender a França, enquanto Marco Belinelli vai vestir a camisa da Itália. Mas não será só isso. Além dos dois, estarão envolvidos no campeonato dois prospectos ligados à franquia texana e que são candidatos a reforço para a próxima temporada.

O primeiro deles é Viktor Sanikidze, convocado para jogar o Eurobasket pela Georgia. Selecionado pelo Atlanta Hawks na 42ª escolha do Draft de 2004 e em seguida trocado para a franquia texana, o ala disputou a última temporada pelo Siena, da Itália, e, pelo clube, apresentou médias de 5,7 pontos (46,6% FG, 23,1% 3 PT, 57,5% FT) e 5,1 rebotes em 17,5 minutos por exibição na Euroliga e 5,5 pontos (53% FG, 38,5% 3 PT, 64,9% FT) e 4,8 rebotes em 17,1 minutos por partida no campeonato nacional. No ano passado, ele chegou a falar sobre a possibilidade de atuar em San Antonio.

Sanikidze é sonho antigo no Spurs Brasil. Em 2010, Bruno Pongas, hoje autor do Destino Riverwalk, já havia feito um texto sobre ele. E o ala, entre outros artigos que falam sobre ele nestes cinco anos de blog, também é citado na minha última coluna como opção para o Spurs após a confirmação de que DeShaun Thomas vai jogar na Europa na próxima temporada.

A princípio, os números de Sanikidze pelo Siena não justificam tanto lobby. Mas a questão é que o ala, de 27 anos de idade, é um jogador moderno, que pode atuar nas posições 3 e 4 graças às suas capacidades defensiva e atlética e à sua velocidade. Acima de tudo isso, no entanto, se destaca sua capacidade para pegar rebotes. No ano passado, na Euroliga, o ala, de acordo com o site RealGM, coletou 0,28 por minuto, ou 19,03% dos disponíveis enquanto estava em quadra, ficando na quarta colocação nas duas listas. No campeonato nacional, 0,27 por minuto, ficando em 13º, e 17,89% dos disponíveis, ficando em 11º.

O georgiano chegaria para exercer a função de reserva de Kawhi Leonard na posição 3, atualmente aberta no plantel. No entanto, mais importante do que isso, ele daria uma excelente opção para quando o Spurs quisesse utilizar formações mais baixas. Na final contra o Miami Heat, ficou claro que a equipe texana perde força nos rebotes quando precisa usar um quinteto menos pesado e mais veloz. E isso não aconteceria se o treinador Gregg Popovich pudesse escalar, por exemplo, um time com Tony Parker, Manu Ginobili, Kawhi Leonard, Viktor Sanikidze e Tim Duncan. Além de tudo isso, o ala é agente livre nesta offseason.

O outro prospecto ligado ao Spurs que deve estar na disputa do Eurobasket é o lituano Robertas Javtokas. O pivô, de 2,10m de altura e 33 anos, foi selecionado pela franquia texana na 55ª escolha do Draft de 2001. Na última temporada, defendendo as cores do Zalgiris Kaunas, de seu país, apresentou médias de quatro pontos (54,2% FG, 71,4% FT) e 2,9 rebotes em 14,5 minutos por exibição na Euroliga e oito pontos (67,3% FG, 56,4% 3 PT) e 4,5 rebotes em 19,2 minutos por partida no campeonato nacional.

Javtokas é um bom defensor, com presença de garrafão – algo que muitos torcedores do Spurs cobram na busca por reforços. Mas é difícil pensar que, a essa altura da carreira, o jogador esteja disposto a se mudar para a NBA.

Por isso, no Velho Continente, Sanikidze pinta como a melhor opção para o Spurs. Com ele, a Georgia está no grupo que tem Polônia, Croácia, Eslovênia, República Tcheca e Espanha. Chance para vermos em ação um candidato à 15ª vaga no elenco da franquia.

A aposta de Thomas e as opções do Spurs

O San Antonio Spurs faz com DeShaun Thomas o mesmo que fez com Marcus Denmon no ano passado. Selecionado pela franquia texana na 58ª escolha do Draft deste ano, o ala será enviado para o basquete Europeu, mais especificamente para a França, para se desenvolver na esperança de que retorne pronto para jogar na NBA. A princípio, a movimentação parece ser boa para todas as partes, já que a equipe mantém os direitos sobre o prospecto, enquanto o jogador ganha tempo para evoluir com calma atuando no Velho Continente. No entanto, alguns dados mostram que a decisão pode causar impacto negativo sobre o futuro do atleta.

Thomas deve ir parar no Velho Continente (Mike Carter/USA Today)

O Spurs retém os direitos sobre Thomas porque ele ainda não participou de um acampamento de pré-temporada com a franquia. Caso fosse convidado e, depois, cortado, o ala perderia seu vínculo com a franquia de San Antonio e teria de começar do zero sua vida na NBA. Em entrevista ao jornal americano The Columbus Dispatch, o prospecto afirmou que, diante da indefinição do alvinegro texano – que ainda não sabe o que fazer com a 15ª e última vaga que tem no elenco para a temporada 2013/2014 -, tinha medo de ser dispensado e ter que jogar na D-League, que paga salários muito menores do que os do Velho Continente. Isso porque o jogador tem um filho de pouco menos de um ano e meio para sustentar.

Thomas deu mostras de que, na pior das hipóteses, pode se tornar um pontuador útil na NBA. Na última temporada, sua terceira no basquete universitário americano, o prospecto apresentou médias de 19,8 pontos (44,5% FG, 34,4% 3 PT, 83,4% FT) e 5,9 rebotes em 35,4 minutos por exibição. Neste ano, após ser draftado, o jogou a Summer League com o Spurs e obteve, em média, 12,4 pontos (41,4% FG, 37,5% 3 PT, 88,9% FT) e cinco rebotes em 28,6 minutos por partida. No entanto, é bem verdade, também, que ele pode nunca passar disso.

Mas chama atenção a personalidade um pouco fora da curva do padrão adotado pelo Spurs que Thomas aparenta ter. Primeiramente, por ter negado dar seu telefone para representantes da franquia antes do Draft. Segundo, pela negociação frustrada com o Estudiantes, da Espanha, que chegou a ser confirmada por sites especializados antes de ser frustrada pelo agente do atleta, que falou com o The Columbus Dispatch. Por fim, pela entrevista dada pelo prospecto ao jornal, em que ele dá a entender que a indefinição do alvinegro o atrapalhou.

Por isso, a ideia de ir para a Europa soa como uma definição mais financeira do que esportiva. O envio de prospectos para o Velho Continente, de olho em desenvolvê-los, parece uma ótima ideia do ponto de vista teórico. Porém, de acordo com levantamento do site americano SB Nation, dos 27 jogadores que atuaram no basquete universitário americano e que foram draftados na segunda rodada e em seguida enviados para o outro lado do oceano desde 2002, somente nove voltaram para jogar na NBA. Entre os que obtiveram sucesso, está Matt Bonner, que jogou um ano na Itália após ser selecionado pelo Toronto Raptors na 45ª escolha do Draft de 2003. Marcus Denmon, por outro lado, segue ligado ao Spurs, mas ainda tenta retornar – ele vai jogar na Turquia na próxima temporada.

Como já falei em outra coluna, esportivamente Thomas dá mostras de que parece ter sido mais um acerto do Spurs. Porém, ele dá a entender que, talvez, precise se desenvolver fora das quadras para poder se enquadrar na franquia. Jogar profissionalmente em outro país, longe dos Estados Unidos, tendo a responsabilidade de sustentar sua família pode ser uma opção mais interessante do que dar a ele um contrato na NBA e, em seguida, enviá-lo para o Austin Toros, ambiente menos competitivo do que as ligas do Velho Continente.

Enquanto isso, o Spurs mantém uma vaga aberta no elenco e pode partir para mais uma contratação. De acordo com rumores divulgados na imprensa americana, as opções que surgiram até agora foram os armadores Bobby Brown e Seth Curry e o ala-pivô Antawn Jamison. Nada de muito empolgante. Por isso, eu gostaria que a franquia texana olhasse para a Europa para sanar o buraco que há no elenco, já que, após a saída de Stephen Jackson, o time não tem um reserva para Kawhi Leonard na posição 3.

Eu considero que Viktor Sanikidze, selecionado pelo Atlanta Hawks na 42ª escolha do Draft de 2004 e em seguida trocado para o Spurs, seria uma opção interessantíssima para a função. O prospecto, de 27 anos de idade, é agente livre após vestir a camisa do Siena, da Itália, na última temporada, e apresentar médias de 5,7 pontos (46,6% FG, 23,1% 3 PT, 57,5% FT) e 5,1 rebotes em 17,5 minutos por exibição na Euroliga e 5,5 pontos (53% FG, 38,5% 3 PT, 64,9% FT) e 4,8 rebotes em 17,1 minutos por partida no campeonato nacional. O prospecto é um ala moderno, que pode atuar nas posições 3 e 4, mais ou menos como Leonard fez na última final da NBA. A diferença é que o georgiano, que estará em ação por sua seleção no Eurobasket deste ano, consegue fazê-lo dando mais qualidade na coleta de ressaltos. No ano passado, ele chegou a falar sobre a possibilidade de atuar em San Antonio.

Enquanto Thomas investe na vida pessoal, o Spurs investe no desenvolvimento fora das quadras de seu prospecto e conserva uma vaga aberta no elenco – que pode continuar livre para uma contratação no meio da temporada, como aconteceu com Boris Diaw, Patrick Mills, Aron Baynes e Tracy McGrady recentemente, ou até mesmo para economizar dinheiro. Resta saber se o ala fará valer sua aposta e conseguirá voltar para a NBA posteriormente.

Dissecando a agenda de 2013/2014 do Spurs

O tempo está passando e os três maiores astros do San Antonio Spurs não estão ficando mais jovens, não. Tim Duncan tem 37 anos de idade e, de acordo com o site americano HoopsHype, tem mais dois anos de contrato com a franquia texana. Manu Ginobili, aos 36, acaba de renovar seu contrato, também por duas temporadas. Mesma duração do vínculo de Tony Parker, o mais jovem dos três com 31. Tento três jogadores importantíssimos acima dos 30, o técnico Gregg Popovich tem, entre suas maiores qualidades, a habilidade de controlar seus minutos ao longo da desgastante fase classificatória de 82 jogos da NBA. E, desde que o calendário da liga foi lançado, o treinador já deve estar trabalhando nisso.

Os três devem descansar cada vez mais (Ned Dishman/NBAE via Getty Images)

A princípio, alguns dados assustam. O Spurs fará 19 sequências de dois jogos em dias consecutivos na temporada – destes, 26 serão como visitante e apenas 12 como mandante. São dois back-to-backs a mais do que na temporada 2012/2013, de acordo com reportagem do site americano Pounding The Rock. Apenas 44 das 82 partidas do time texano serão livres de outros compromissos no dia anterior ou no dia seguinte. Duro, não?

No entanto, se a quantidade de jogos seguidos aumentou, sua dificuldade diminuiu. De acordo com o jornalista Jeff McDonald, do site americano Spurs Nation, dos 19 adversários que o time texano vai enfrentar na segunda noite de um back-to-back, somente sete estiveram nos playoffs na temporada passada. Ou seja: não devem faltar chances para Pop descansar Parker, Manu e Duncan nestes casos.

Outra fonte de preocupação podem ser alguns meses em que o Spurs terá verdadeiras maratonas pela frente – serão 16 jogos em novembro (sete em casa e nove fora), em dezembro (oito em casa e oito fora) e em março (nove em casa e sete fora). De fato, parece muito para um elenco envelhecido como o da franquia texana. E, de fato, o levantamento do Pounding The Rock preocupa um pouco neste sentido.

Dos 82 jogos que o Spurs fará na próxima temporada, 38 serão com o mesmo tempo de descanso dos seus oponentes, em 25 o adversário estará mais repousado e em apenas 19 a equipe texana terá mais dias para se preparar. De acordo com Ed Kupfer, analista do Houston Rockets, o Los Angeles Clippers foi a equipe mais sortuda no quesito, com 32 partidas em que o rival virá mais desgastado.

Se neste quesito o Spurs parece ter sido um pouco prejudicado, na tradicional Rodeo Road Trip não há do que reclamar. Na viagem anual, em que a equipe cai na estrada enquanto o AT&T Center recebe um rodeio, o time encara New Orleans Pelicans, Washington Wizards, Brooklyn Nets, Charlotte Bobcats, Detroit Pistons, Boston Celtics, Los Angeles Clippers, Portland TrailBlazers e Phoenix Suns na temporada 2013/2014. Uma sequência que costuma ser dura, mas que dessa vez tem poucos jogos que realmente preocupam.

Além disso, com as contratações feitas pelo Spurs, Pop se dar ao luxo de poupar Parker, Manu e Duncan em jogos mais fáceis e ainda assim ter um time competitivo. O treinador pode mandar à quadra, por exemplo, Nando De Colo, Danny Green, Kawhi Leonard, Boris Diaw e Tiago Splitter, tendo, como opções no banco de reservas, Cory Joseph, Patrick Mills, Marco Belinelli, Jeff Pendergraph, Matt Bonner e Aron Baynes.

Como explicado em artigo do blog Bola Presa em 2010, fazer o calendário da NBA não é tarefa fácil. É complicado deixar todos satisfeitos e fazer algo extremamente equilibrado tendo que encaixar 82 jogos para cada um dos 30 times em agendas de arenas, que costumam ser super concorridas. Neste ano, a tabela do Spurs parece ser um pouco encardida? Sim. Mas a franquia texana tem material humano para lidar com ela.

Defesa em pauta

Por enquanto, as movimentações do San Antonio Spurs na offseason têm acontecido para repor peças no elenco. A franquia texana contratou o ala-armador Marco Belinelli, ex-Chicago Bulls, e o ala-pivô Jeff Pendergraph, ex-Indiana Pacers – jogadores, respectivamente, que atuam nas mesmas posições que Gary Neal, que foi para o Milwaukee Bucks, e DeJuan Blair, que assinou com o Dallas Mavericks. A princípio, as trocas parecem não ter tanto impacto, e sequer devem mudar o quinteto titular que vinha sendo utilizado por Gregg Popovich. No entanto, os dois novos jogadores terão um papel importante no plantel: melhorar a capacidade defensiva do banco de reservas.

Belinelli foi muito bem marcando Wade (AP)

Na última temporada regular, Belinelli apresentou média de 9,6 pontos, acertando 35,7% de seus tiros de três pontos, em 25,8 minutos por jogo. Nos playoffs, nas séries contra Brooklyn Nets e Miami Heat, cresceu de produção naquele Bulls que jogou desfalcado de Derrick Rose, Kirk Hinrich e Luol Deng e com Joakim Noah baleado, e, no total, obteve média de 11,1 pontos, convertendo 34% dos arremessos do perímetro, em 27,1 minutos por partida. Neal, por sua vez, sofreu com problemas físicos durante a fase classificatória e sustentou média de 9,5 pontos, acertando 35,5% das bolas de três – piores índices de sua carreira na NBA. Na pós-temporada, fica a lembrança de seu histórico desempenho no Jogo 3 das finais. Mas os 6,8 pontos por duelo que ele marcou também representaram um novo recorde negativo em sua trajetória na liga profissional americana.

Se os problemas físicos atrapalharam Neal no ataque, seu ponto forte, o que dizer então de seu desempenho na defesa? Com o ala-armador em quadra nos playoffs, o Spurs permitiu 102,7 pontos por 100 posses de bola aos seus oponentes. Com o camisa #14 no banco, esse número cai para 96,4. Enquanto isso, Belinelli, que vem melhorando sua marcação a cada temporada, teve belo desempenho diante de Dwyane Wade na série contra o Heat. O astro da equipe de Miami anotou 26,2 pontos a cada 100 posses enquanto o italiano estava no banco no confronto. Com o novo reforço de San Antonio em quadra, a média cai para 19,5.

Além da defesa, Belinelli ainda leva a melhor sobre Neal em outro fundamento: o comando no pick-and-roll. Pode ser fundamental, já que Pop vinha usando o camisa #14 como armador improvisado. Nos playoffs, o italiano teve média de 5,1 assistências a cada 100 posses de bola, contra duas do americano.

Pendergraph, por sua vez, era um jogador de fim de banco de reservas no Pacers. O ala-pivô apresentou médias de 3,9 pontos e 2,8 rebotes em dez minutos por exibição na última temporada regular e 1,8 pontos e dois rebotes em 7,9 minutos por partida nos playoffs. Blair, por sua vez, também não teve muitas chances de mostrar serviço e obteve médias de 5,4 pontos e 3,8 rebotes em 14 minutos por jogo na fase de classificação e 3,9 pontos e dois rebotes em 6,3 minutos por noite no mata-mata.

No entanto, ao contrário de Blair, que já provou que pode pontuar com consistência quando recebe boa quantidade de minutos, Pendergraph teve como ponto alto de sua passagem pelo Pacers uma atuação defensiva: o ala-pivô se destacou marcando Josh Smith durante a série contra o Atlanta Hawks. A presença do reforço do Spurs fez diferença principalmente combatendo as infiltrações: no garrafão, fora da zona restrita, o astro adversário converteu 35,3% dos tiros que tentou com Pender no banco, e NENHUM com Pender em quadra. Mais ágil, o big man, ainda em Indianápolis, também fez com que Smith tentasse menos arremessos de três: 2,7 contra 0,8 por jogo.

Pendergraph oferece uma alternativa que o Spurs não teve no ano passado: um jogador que tem velocidade para acompanhar um ala-pivô mais rápido sem fazer com que o time texano perca força na coleta de ressaltos. Ainda dói a alma lembrar a quantidade de rebotes ofensivos que a equipe cedeu ao tentar igualar o small-ball do Heat nas finais…

Sem Neal e Blair, Pop pode optar por escalar, em alguns momentos, sua segunda unidade com Cory Joseph, Marco Belinelli, Manu Ginobili, Jeff Pendergraph e Boris Diaw. Cinco defensores sólidos e um quinteto que ficaria longe de passar vergonha no ataque. Assim, mesmo com movimentações discretas, a franquia texana dá mais um passo em direção a um foco claríssimo: a defesa.

Cory Joseph e os selecionáveis do Spurs

Antes da temporada 2013/2014 da NBA começar, o mundo do basquete continuará movimentado. Em todos os continentes, as seleções masculinas da modalidade disputarão campeonatos classificatórios de olho no Mundial de 2014, que será disputado na Espanha. E é óbvio que, por ser uma das franquias mais internacionais da liga americana, o San Antonio Spurs terá vários jogadores envolvidos neste circuito. Entre todos os convocados, um deles terá uma trajetória que merece ser acompanhada de perto: o armador Cory Joseph.

Joseph deve jogar pelo Canadá na Copa América (Reprodução/Facebook.com/FIBA)

Como destacado por Giancarlo Giampietro, do blog Vinte Um, o Canadá vem na contramão das outras seleções e deverá contar com uma legião de jogadores da NBA na Copa América, que acontece entre 30 de agosto e 11 de setembro, na Venezuela, e dará quatro vagas para o Mundial. Enquanto o Brasil não terá Tiago Splitter, Nenê, Anderson Varejão e Leandrinho; a Argentina não terá Manu Ginobili, Carlos Delfino e Pablo Prigioni e a República Dominicana não terá Al Horford e Charlie Villanueva, Joseph fará parte de uma equipe que tem uma geração promissora e que sonha com vôos mais altos no continente.

A convocação oficial do Canadá ainda não saiu, mas, além do armador do Spurs, Andrew Nicholson, do Orlando Magic, e Tristan Thompson, do Cleveland Cavaliers, parecem estar confirmados. Essa geração ainda conta com Robert Sacre, do Los Angeles Lakers, e Kris Joseph, que passou por Brooklyn Nets e Boston Celtics na última temporada. Isso sem falar em Anthony Bennett, selecionado pelo Cavs na primeira escolha do Draft deste ano; Kelly Olynyk, escolhido pelo Celtics em 13º; e Andrew Wiggins, favorito absoluto a ser o primeiro no recrutamento de calouros do ano que vem.

E a responsabilidade de Joseph nesse projeto parece ser grande. Entre tantos nomes promissores que fazem o Canadá sonhar em estabelecer-se como segunda potência do continente nos próximos anos, o jogador do Spurs é o único armador. Terá a responsabilidade de comandar o ataque desse time, escolher o jogador certo para acionar na hora certa e envolver todos os pontuadores da seleção na ofensiva. Em seu discurso, o jovem mostra que está ciente do fardo que deverá carregar com a equipe nacional.

“Eu aprendi muito desde que comecei a jogar pelo Spurs. Estar em uma franquia como essa me ajudou a crescer não só como jogador, mas também como líder. Sei que posso contribuir muito com a minha seleção e vou dar o máximo para meu país”, disse Joseph, sobre a participação na Copa América, em entrevista concedida ao site oficial da Fiba.

A palavra chave desse discurso? “Líder”. Com apenas 21 anos de idade, Joseph já apresenta bons fundamentos na marcação de outros armadores e, a cada temporada, melhora sua finalização perto da cesta em bandejas contestadas – acertou 62,75% dos arremessos desse tipo que tentou no último campeonato, contra 33,33% no anterior, apresentando evolução mais do que satisfatória. Mas o canadense não pode esquecer que é um armador. E, na armação pura, no comando do ataque, na liderança do time é onde ele mais precisa crescer. Esse projeto começou na Summer League desse ano e vai continuar na seleção de seu país.

Claro que, quando um protagonista como Tony Parkerpré-convocado para a França – ou Manu Ginobili é convocado para sua seleção, o temor de uma possível lesão é o sentimento que se instala. Mas, para os coadjuvantes do elenco, defender suas respectivas equipes nacionais representa uma oportunidade de jogar por um time diferente e, com papel diferente, desenvolver habilidades diferentes. Sob a pressão de classificar o Canadá para o Mundial, Joseph terá uma excelente chance de desenvolver sua liderança – algo que ele não teve no elenco principal do Spurs, por ser coadjuvante, e nem na Summer League, por se tratar de um ambiente pouco competitivo.

O mesmo pode ser dito de Nando De Colo, que, após jogar pouco em sua temporada como novato – e inclusive reclamar disso -, terá a chance de estar em quadra em minutos importantes pela França no Eurobasket, entre 4 e 22 de setembro, na Eslovênia. Marco Belinelli, que deve defender a Itália, pode comandar o ataque da seleção, função que deve exercer na segunda unidade do Spurs. Patrick Mills e Aron Baynes, se convocados, poderão experimentar a função de protagonistas na Austrália. E Matt Bonner, caso consiga a naturalização, pode exercer o papel de veterano do elenco canadense ao lado de Joel Anthony, pivô do Miami Heat.

Por ser uma franquia internacional, o Spurs tem mais essa vantagem: a de ver seus coadjuvantes atuando em alto nível e se desenvolvendo durante a offseason. Chance para Joseph trabalhar sobre a tutela de Steve Nash, General Manager do Canadá, e aprimorar suas habilidades como armador principal. Oportunidade e professor não faltam!