Arquivo do autor:Victor Moraes

Efeito Kawhi

Na expectativa para o início da temporada 2012/2013, se especula sobre como será o rendimento do Big Three do San Antonio Spurs, em especial os já veteranos Tim Duncan e Manu Ginobili, que, ao lado de Tony Parker, lideraram o time na última década. Mas mais que os “trintões” texanos, eu diria que o fiel da balança para o bom desempenho da equipe está em um jogador muito mais jovem: Kawhi Leonard.

Como novato, Leonard impressionou torcida e comissão técnica do Spurs, que estava carente de um ala com características defensivas desde a aposentadoria de Bruce Bowen. Uma olhada nos números e nota-se o tamanho do peso do jovem dentro da equipe.

Durante a temporada, foram 64 partidas disputadas, 39 como titular, e respeitosas médias de 7,9 pontos e 5,1 rebotes em 24 minutos por partida. Desempenho que rendeu ao camisa #2 a escolha para o time ideal dos novatos.

Para se ter uma ideia da dimensão que Leonard ganhou em tão pouco tempo, desde a chegada de Tim Duncan, em 1997, apenas um novato permaneceu mais minutos em quadra que o ex-ala de San Diego State em seu primeiro ano como profissional em San Antonio.

Foi o armador Tony Parker, que, na temporada 2001/2002, sua primeira na liga, alcançou média de 29,4 minutos por partida.

Nem mesmo Manu Ginobili (20,7 minutos em 2002/2003) ou o sempre elogiado George Hill (16,5 minutos em 2008/2009) obtiveram tão rapidamente a confiança de Gregg Popovich como Kawhi Leonard.

Para a próxima temporada, o ala deve ter responsabilidades maiores dentro de quadra. Posto à prova na Summer League de Las Vegas, ele não decepcionou. Precisou de apenas dois jogos e médias de 25 pontos, seis rebotes e três assistências para mostrar que está pronto para desafios maiores. E eles estão por vir.

Com apenas 21 anos, ele é o segundo jogador mais jovem do elenco – Cory Joseph é dois meses mais novo – vai apenas para sua segunda temporada como profissional, mas encara o jogo como um veterano e terá, em suas mãos, a chance de fazer a diferença para o Spurs.

Afinal, nós já sabemos do que Duncan e Ginobili são capazes, apesar da idade, e que Parker tem tudo para ser, novamente, o líder da equipe na temporada. Mas no fim, quem pode fazer a balança pender para o lado de San Antonio em eventuais confrontos contra Thunder, Lakers ou Miami é Kawhi Leonard.

O legado de Popovich

Já se vão 16 temporadas desde que Gregg Popovich assumiu o comando do San Antonio Spurs. Período suficiente para fazer dele o técnico que há mais tempo defende a mesma equipe entre todas as 122 franquias das ligas profissionais americanas (NBA, NFL, MLB e NHL). Em uma discussão sobre os maiores técnicos da história do basquete, impossível ao menos não citar o nome de Pop nas dicussões…

Maroto como sempre, Popovich figura entre os maiores da história da NBA

São quatro títulos da NBA, dois troféus de técnico do ano, mais de uma dezena de aparições nos playoffs e um recorde de 67,5% de aproveitamento na carreira em seus mais de mil jogos como treinador no melhor basquete do mundo.

Mas tudo isso são apenas números. E mais do que um punhado de estatísticas e recordes, Popovich, independente do tempo que ainda permanecerá à frente do Spurs, já deixou o seu legado. Prova disso é o número de técnicos de outras franquias que, de certa forma, tiveram como “mestre” o emburrado, mas às vezes até sarcástico, treinador.

Acredite, é ele mesmo…

Dos outros 29 comandantes da NBA, três deles trabalharam diretamente com Popovich como auxiliares em sua equipe técnica. O caso mais recente de assistente a assumir o posto de treinador é Jacque Vaughn.  Sim, ele mesmo. O controverso e quase sempre odiado ex-armador se aposentou em 2007 jogando pelo San Antonio Spurs e voltou atuando como assistente nas últimas duas temporadas. Chegou até mesmo a comandar o time na última Summer League.

Vaughn chamou a atenção do Orlando Magic, que contratou o ex-armador para o cargo de treinador principal da equipe em julho deste ano, substituindo Stan Van Gundy.

Os outros treinadores que já passaram pela equipe de Popovich são Monty Williams, que comanda o New Orleans Hornets, e Mike Brown, técnico do badalado Los Angeles Lakers.

Williams, ainda como jogador, chegou a ser comandado por Popovich quando atuou em San Antonio, de 1996 a 1998. Aposentado em 2003, fez parte da equipe técnica texana na vitoriosa temporada 2004/2005 e comandou a equipe na Summer League de 2005. Migrou para o Portland Trailblazers, onde passou cinco anos como assistente antes de assumir o Hornets, em 2010.

“Senta ali e aprenda como se faz”

Já Brown foi assistente de Popovich por três temporadas. Chegou ao time em 2000 e parmaneceu até 2003, ano do bicampeonato da franquia. Em seguida, foi para o Indiana Pacers, onde ficou mais duas temporadas como assistente antes de assumir como técnico principal do Cleveland Cavaliers, em 2005.

Além de seus “pupilos” espalhados pela NBA, o ranzinza treinador também deixou sua contribuição na formação de outros dois técnicos da liga.

Avery Johnson, hoje treinador do Brooklyn Nets, viveu os melhores momentos de sua carreira como jogador em San Antonio, onde foi o armador da equipe que conquistou o primeiro título da franquia em 1999, sob o comando de Pop.

Vinny Del Negro, que hoje dirige o Los Angeles Clippers, também já foi um dos comandados de Popovich dentro das quadras. O ex-armador jogou em San Antonio de 1992 a 1998, tendo Pop como treinador em suas duas últimas temporadas no Texas.

É por essas e outras que Popovich é uma lenda não só por suas conquistas e troféus. Quando o veterano resolver se retirar das quatro linhas, o fará com a certeza de que seu legado será levado adiante por seus pupilos, que outrora o tiveram como mestre.

Ainda dá?

Olá caros leitores! Muitos de vocês já devem me conhecer, desde o início do blog faço parte da equipe, mas já há algum tempo estava ausente devido a alguns compromissos pessoais, que me forçaram a ficar um pouco afastado. Agora, estou de volta e irei ocupar este espaço às quintas-feiras, com uma coluna deixando um pouco da minha visão sobre a NBA e, principalmente, o San Antonio Spurs.

Neste primeiro artigo, o assunto que quero abordar é a Conferência Oeste. Afinal, depois de cair para o Oklahoma City Thunder na final de conferência da última temporada, quais são as chances do Spurs em 2012/2013?

Sabemos que os principais astros do elenco texano já não garotos, mas será que a equipe ainda tem condições de brigar por mais um título da NBA, o quinto da história da franquia? Sou daqueles mais otimistas que acreditam até o fim que a equipe pode, sim, chegar ao título, mas ao mesmo tempo olho para os concorrentes e vejo que não será nada fácil.

Primeiro, claro, o Oklahoma City Thunder está ai, sem grandes novidades no elenco mas com todos aqueles que fizeram parte da campanha no último ano, que resultou no vice-campeonato da liga. E chega a ser assustador imaginar que Kevin Durant, Russell Westbrook, James Harden e Serge Ibaka irão completar a próxima temporada todos com 24 anos ou menos. Ou seja, é uma equipe que já chegou a uma final de NBA, mas que ainda é extremamente jovem e que deve evoluir cada vez mais. Sem dúvida formam um adversário de peso.

Quem também voltou a ganhar força neste cenário é o Los Angeles Lakers. A equipe de Kobe Bryant adicionou nada menos que Steve Nash e Dwight Howard ao seu plantel, tudo isso sem perder o espanhol Paul Gasol. Juntos com Metta World Peace (ex-Ron Artest), vão formar um quinteto titular fortíssimo.

De quebra, os angelinos ainda buscaram o ala-pivô Antawn Jamison para reforçar o banco de reservas, que foi o principal ponto fraco da equipe no último campeonato.

Com muitas peças novas, o entrosamento pode ser um problema no início, mas, com tanto talento reunido, os Lakers se apresentam com força na briga pelo título.

Correndo por fora, o “primo pobre” de Los Angeles, os Clippers, também não pode ser descartado. O time, que manteve uma excelente base formada por Chris Paul, Chauncey Billups, Caron Butler, Blake Griffin e DeAndre Jordan, aposta no reforço do banco de reservas para chegar ao título.

Perderam Kenyon Martin, é verdade, mas adicionaram ótimas peças como o experiente Grant Hill, o pontuador Jamal Crawford e o versátil Lamar Odom, que retorna a Los Angeles, mas agora vestindo branco e vermelho, não mais o amarelo e roxo.

Podendo surpreender, destaco o Minnesota Timberwolves. Com Ricky Rubio voltando de lesão, ao lado do sempre espetacular Kevin Love, a equipe já tinha tudo para voltar aos playoffs – algo que não acontece desde os tempos de Kevin Garnett -, mas a franquia fez algumas apostas ousadas que, se derem certo, farão os “lobos” incomodarem. E muito.

Da Rússia, trouxeram de volta ã NBA o polivalente Andrei Kirilenko e também o novato Alexey Shevd, que com Rubio e Luke Ridnour formará um ótimo trio para as posições de armação. Renascendo das cinzas, quem também está de volta é Brandon Roy, que havia deixado as quadras devido a graves problemas nos joelhos, mas que tenta retornar e mostrar que ainda pode ser útil na NBA.

Provavelmente ainda não é uma equipe pronta para brigar pelo título, mas capaz de supreender algum favorito que entrar de “salto alto”.

E aí, será que o San Antonio Spurs ainda tem chance de conquistar o título? Os texanos também mantiveram praticamente todos os jogadores que fizeram parte do elenco no último campeonato e devem iniciar a temporada sem grandes novidades. Será o suficiente?

Motivos para acreditar

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Calma, amigos. Apesar do título, este artigo não se trata de mais um comercial da Coca-Cola com uma mensagem bonita para a humanidade. Quero aproveitar este espaço para expor algo que estive pensando nos últimos dias. Afinal, existem razões para acreditar em mais um título do San Antonio Spurs nesta temporada?

Sim, há, e muitas! Eu explico…

Chegou a hora dessa cena se repetir?

Banco de reservas

Esse é o principal motivo que me faz acreditar que o Spurs vai terminar a temporada 2011/2012 com o troféu Larry O’Brien nas mãos. Alguns podem até discordar, mas, para mim, o Spurs tem o melhor banco de reservas da NBA. Nenhuma equipe possui alternativas tão boas como os texanos, que contam com toda a categoria de Manu Ginobili, a experiência de Stephen Jackson e a técnica de Tiago Splitter.

O poderoso banco de reservas faz do Spurs uma das equipes mais constantes de toda a liga. Os já conhecidos “apagões” foram se tornando mais raros e hoje vemos um elenco homogêneo, onde todos contribuem e sabem muito bem o seu papel.

Veteranos saudáveis

Alguns importantes jogadores do Spurs já viveram suas épocas áureas há algum tempo. Tim Duncan é o mais veterano, com 36 anos. Manu Ginobili e Stephen Jackon aparecem logo atrás, ambos com 34. Destes, apenas Manu Ginobili enfrentou problemas mais sérios durante a temporada, mas já está totalmente recuperado.

Méritos para Gregg Popovich. Com o bom elenco que tem em mãos, o treinador, escolhido como Técnico do Ano da NBA, soube dosar o tempo de quadra de seus jogadores, poupando os “vovôs” sempre que possível.

Tony Parker

Aos 29 anos, o armador vive seu auge na carreira e é o principal jogador do Spurs na atual época, com médias de 18,3 pontos e 7,7 assistências na temporada regular. O francês vem jogando um basquete de altíssima categoria, em nível que só vi o camisa #9 jogar na decisão de 2007, quando ficou com o troféu de MVP das Finais.

Mais novo jogador do Big Three e presente nas últimas três conquistas de título dos texanos, Tony Parker assumiu a liderança da equipe e não decepcionou. Há até quem o coloque na corrida pelo MVP, o que, ao meu ver, não é nenhum exagero.

Alternativas nas alas

A traumática eliminação do Spurs para o Memphis Grizzlies, no ano passado, teve seu bode expiatório: Richard Jefferson. E contratar um jogador para a posição de Small Forward tornou-se uma prioridade em San Antonio. Mas nem o mais otimista torcedor imaginaria um cenário favorável tão cedo.

Logo no Draft, a franquia acabou abrindo mão de um de seus “queridinhos” e enviou George Hill para o Indiana Pacers em troca da 15ª escolha do recrutamento, que viria a ser Kawhi Leonard. O novo ala chegou sob desconfiança, mas, com sua inteligência, esforço e, principalmente, boa defesa, conquistou até os mais exigentes torcedores.

Teve também o crescimento do até então desconhecido Danny Green, que surgiu ninguém sabe muito bem de onde, mas assim que teve oportunidade a agarrou e não largou mais. Além disso, assim que pôde, o Spurs envolveu Jefferson em uma troca e trouxe de volta Stephen Jackson. A ala, desta forma, passou de “problema” para solução em San Antonio.

Em 1999, a temporada acabou assim…

Para os supersticiosos…

Vivemos um campeonato encurtada por um locaute, com apenas 66 jogos ao invés dos tradicionais 82. E foi a segunda vez que a NBA teve partidas canceladas em função de uma greve. A primeira, se vocês não se lembram, foi em 1998/1999, quando a temporada regular teve apenas 50 jogos. E quem foi o campeão naquela oportunidade? Sim, o San Antonio Spurs.

13 anos depois, se todas as razões que apontei anteriormente não forem suficientes, você pode se apegar à superstição, fazer suas mandingas e torcer pela equipe texana…

Afinal, “Spurs é campeão” tem 13 letras!

Spurs (1) vs Jazz (0) – Nada a temer

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Abrindo os trabalhos nos playoffs, o San Antonio Spurs não teve dificuldades para bater neste domingo (29) o Utah Jazz, em casa, e fazer 1 a 0 na série da primeira rodada. Praticamente liderando de ponta a ponta, os texanos confirmaram a condição de mandante e fizeram 106 a 91 no rival de Salt Lake City. Vamos aos destaques.

Tim Duncan com a vitalidade de um menino, mesmo aos 36 anos (Ronald Martinez/Getty Images)

Sem grandes problemas

Na prévia da equipe do Spurs Brasil para a série contra o Utah Jazz, todos os nossos blogueiros apontaram o garrafão do adversário como principal fonte de preocupação para Gregg Popovich. E de fato a dupla Al Jefferson e Paul Millsap deu um pouco de dor de cabeça ao Spurs. Juntos, somaram 36 pontos e 18 rebotes, mas ficaram longe de serem dominantes. Boris Diaw e, principalmente Tim Duncan, fizeram um bom trabalho defensivo, e o melhor, sem cometerem uma falta sequer.

Parker corre por fora na disputa pelo MVP (Ronald Martinez/Getty Images)

MVParker

Tony Parker deve estar colocando uma pulga atrás da orelha dos eleitores para o prêmio de MVP. Depois de uma temporada regular irrepreensível, o francês abriu os playoffs com mais uma grande atuação. Com 28 pontos e oito assistências, o camisa 9 foi o cestinha e o líder em passes decisivos da partida, e, quando foi para a linha de lances livres, foi ovacionado pela torcida no AT&T Center com gritos de “MVP”. Claro que LeBron James e Kevin Durant são os favoritos ao título, mas Parker também deve receber alguns votos. Vale ficar de olho.

Volta no tempo

Não me canso de elogiar a grande forma em que está Tim Duncan.

Contra o Jazz, o lendário ala-pivô saiu de quadra com 17 pontos, 11 rebotes e cinco assistências, além de duas belíssimas enterradas que remeteram ao ano de 1999. Ver o Timmy jogando neste nível amplia as esperanças texanas de chegar ao penta.

Preocupante…

Ainda no primeiro quarto, Tiago Splitter sofreu uma torção no punho esquerdo, mas seguiu em quadra e somou sete minutos jogados antes do intervalo. Mas o o brasileiro não retornou para a segunda metade e foi substituído por DeJuan Blair. O pivô passará por exames mais detalhados na segunda-feira para saber a real dimensão do problema e quanto tempo será necessário para sua recuperação. Fica nossa torcida para que não seja nada grave e que Tiago possa retornar em breve para ajudar o Spurs nos playoffs e também a Seleção Brasileira nas Olimpíadas.

Destaques da Partida

San Antonio Spurs

Tony Parker – 28 pontos e oito assistências

Tim Duncan – 17 pontos, 11 rebotes e cinco assistências

Stephen Jackson – 14 pontos

Utah Jazz

Paul Millsap – 20 pontos, nove rebotes e três tocos

Gordon Hayward – 17 pontos

Al Jefferson – 16 pontos e nove rebotes