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Spurs segundo os números: Os armadores

Por Matheus Gonzaga, do Layups & Threes

Dejounte Murray

Dejounte Murray (Reprodução/nba.com)

Dejounte Murray começou a temporada cercado de grandes expectativas, já que havia se tornado o jogador mais jovem a ir para um time de defesa da temporada em 2017/2018 (antes de perder toda a temporada 2018/2019 por uma lesão no joelho). O armador do San Antonio Spurs não teve tanto sucesso quanto alguns esperavam no último ano, mas passou longe de ir mal: jogou em média 25,9 minutos em 66 partidas (58 como titular), tendo 10,9 pontos por jogo, 46% de aproveitamento nos arremessos de quadra, 37% em bolas de três (mas tentando menos de duas por jogo) e 80% em lances livres. Além disso, registrou médias por jogo de 5,8 rebotes 2º da equipe), 411 assistências (2º) e 1,7 roubadas de bola (1º do time e 9º da liga).

A maior questão sobre Murray é sua efetividade no ataque: o Spurs teve Offensive Rating de apenas 109,2 com ele em quadra, enquanto o número sobe para 111,4 com ele no banco, uma diferença significativa, mas não gigante. Vale ressaltar que isso não está apenas associado ao desempenho do armador, mas também aos jogadores com quem ele costuma a jogar junto.

Nesse lado ofensivo, sua maior dificuldade foi enquanto playmaker principal da equipe. Por um lado, sua razão de assistências para turnover foi bem digna e similar à de jogadores como Goran Dragic e De’Aaron Fox. Porém, por outro, quando Murray está em quadra sem Demar DeRozan (ou seja, quando Murray é o ball handler principal do Spurs) o Offensive Rating da equipe cai para péssimos 105,4. Novamente, vale dizer que isso não se deve apenas ao jovem, mas parece indicar que talvez seja melhor utilizá-lo como um condutor de bola secundário do que como armador principal.

Um ponto que corrobora com isso é seu desempenho arremessando após conduzir um pick-and-roll: conseguiu apenas 0,75 pontos por posse finalizando, número bem ruim e que mostra várias dificuldades para ele enquanto armador.

O arremesso também sempre foi um ponto questionável, mas o jogador demonstrou evolução nesse ponto na última temporada: ele dobrou seu volume de bolas de 3 (ainda que continue baixo) e teve boa eficiência, que foi ainda melhor se considerarmos o aproveitamento do armador em Catch & Shoot Threes: 41%, número muito bom. Caso Murray consiga manter essa porcentagem subindo o volume, isso provavelmente vai melhorar muito seu impacto ofensivo no Spurs.

Na meia distância, Murray é um bom arremessador: acerta 46%, número bom para a jogada, mas que não justifica que ele tente tantas bolas do tipo. Sob um viés de eficiência, seria melhor que direcionasse essas bolas para o perímetro.

O ponto mais preocupante do jogo ofensivo do armador e que reflete suas dificuldades armando é a finalização perto à cesta: o jovem acertou apenas 39,6% dos chutes na floater range, número bem ruim, e 55% dos arremessos na área restrita, o que revela dificuldades em executar arremessos no aro. A título de comparação, esse desempenho na área restrita é o 12º pior da NBA dentre os 102 jogadores com 200 ou mais tentativas na região. Esses números servem como prenúncio e estão diretamente relacionados a uma outra questão: sua dificuldade para bater para dentro.

Murray acerta apenas 44,1% de seus arremessos infiltrando, o que o coloca perto do percentil 25% da liga dentre os jogadores com 200 ou mais tentativas (isto é, ele só tem aproveitamento melhor que apenas 25% deles). Por outro lado, o armador cria muito bem para os companheiros na jogada, tendo o dobro de assistências do que de turnovers na mesma (16º da NBA inteira nessa razão).

Defensivamente, Murray se destaca: acho que o matchup mais notório dele é o contra James Harden, no qual ele cedeu apenas 0,77 pontos por arremesso do Barba (já considerando lances livres que com faltas) ao ceder apenas 16% de FG, um número incrível e segunda maior marca da NBA, atrás apenas de Lu Dort. O jovem também teve muito sucesso marcando nomes como Donovan Mitchell e Paul George e anulou diversos armadores não estrelas, como Jordan Clarkson, Lonzo Ball e Emmanuel Mudiay, que sofreram muito na mão do jogador do Spurs. Por outro lado, ele não foi bem marcando alguns dos melhores armadores da NBA, como Chris Paul e Damian Lillard.

No geral, Murray parece ter potencial para ser um guard stopper de elite, já sendo bom e tendo tudo para se tornar um dos melhores jogadores da liga em dificultar a vida de armadores adversários.

Um outro ponto relevante associado a isso é que o armador é um excelente defensor de isolação (o que explica os números contra Harden). Nas 48 posses de 1 contra 1 que o armador defendeu, ele cedeu apenas 0.75 pontos por posse. O jovem também teve sucesso (mas menos brilhante) ao marcar pick and rolls, handoffs e fazendo closeouts. Por outro lado, ele sofreu um pouco para correr atrás de arremessadores em corta-luzes, mas trata-se de uma falha bem pontual.

No geral, Murray é um jogador que já é um excelente defensor e tem um potencial muito grande para se tornar ainda melhor, possivelmente um dos melhores marcadores de armadores de toda a liga. No ataque, ele não parece ter a habilidade de ser um condutor de bola principal, sofrendo para conduzir pick and rolls, infiltrar e criar o seu arremesso. Por outro lado, caso o desenvolvimento de seu arremesso se confirme, isso se soma à sua capacidade de passar bem em drives e permite que ele seja usado como um ball handler secundário: parcialmente como um condutor de bola e parcialmente como um arremessador.

Para finalizar, uma curiosidade: Murray foi o jogador que mais se locomoveu em quadra em média em toda a NBA, correndo 52 metros por minuto.

Derrick White

Derrick White (Reprodução/celebion.com)

O caso de Derrick White é curioso: o jogador é considerado parte do young core do Spurs, mas na realidade já tem 26 anos, estando mais perto da idade de Bryn Forbes (27 anos e não considerado parte dos jovens do elenco) do que de jogadores como Lonnie Walker, Keldon Johnson e Dejounte Murray. Por outro lado, o camisa #4 é o mais completo desses jogadores. Vamos aos números básicos: nos 68 jogos que jogou (apenas 20 como titular), o armador teve médias por partida de 24,7 minutos, 11,3 pontos (46% FG e 37% 3PT, em cerca de 3 tentativas por jogo), 3,5 assistências, 3,3 rebotes e 0,9 tocos, sendo o líder da NBA entre guards na categoria.

Na bolha, White foi o jogador do Spurs que mais evoluiu, tendo médias por jogo de 18,9 pontos, cinco assistências, 4,3 rebotes e 0,6 tocos. Manteve um aproveitamento de quadra similar (45.5%) e teve uma grande alteração em seu jogo: arremessando oito bolas de três por partida (quase três vezes mais que antes), ele acertou 39,3%, marca excelente considerando o volume. Claro que se trata de uma amostra pequena, mas esses números indicam que o armador talvez tenha potencial para ser mais que um bom jogador complementar.

Falando de aspectos mais específicos, White sabe cuidar bem da bola: tem uma razão de assistências por turnovers de 2,71, estando entre os 10% melhores da liga. Por outro lado, nos minutos sem DeRozan, o Offensive Rating do Spurs com o camisa #4 em quadra cai.

Por outro lado, o ponto mais forte ofensivo de White pode indicar um potencial para ele ser um armador primário: sua capacidade de infiltrar é incrível. O armador está entre os vinte melhores da liga tanto finalizando quando passando nessa situação, algo importantíssimo para um condutor primário na NBA moderna.

Esses números em drives são curiosos pois, no geral, White não é o melhor finalizador no aro: conseguiu poucos arremessos na área restrita e acertou aproximadamente 58,8% dos mesmos. Por outro lado, na floater range ele se sai bem: dentre jogadores com 100 ou mais tentativas, o camisa 4 teve o oitavo melhor aproveitamento da liga inteira (51,4%), além de estar por volta do percentil 70% de toda a NBA em percentual de faltas cavadas nas drives (7,7%). Esses dois fatores explicam o sucesso do jogador do Spurs finalizando nas infiltrações mesmo não sendo o jogador mais imponente fisicamente.

A capacidade de criação de White também passa por ele saber operar um pick and roll: ele tem 1 ponto por posse na jogada, número apenas ok no vácuo, mas extremamente bom considerando que finalizações de ball handlers não tendem a ser tão eficientes nesta jogada. Ele foi o décimo primeiro finalizador mais eficiente na jogada em toda a NBA (mínimo de 200 tentativas), tendo estado logo à frente de lendas como LeBron James e James Harden.

Quanto ao arremesso de três pontos, o perfil de White antes da bolha era bem claro: bom arremessador de catch and shoot em baixo volume (39% em duas tentativas por partida), mas que não arremessa bem do do drible e nem costuma a tentar esses chutes (32% em uma tentativa por partida). em Orlando, como já dissemos, o armador arriscou muito mais bolas do perímetro, mas essa mudança se deu principalmente nos arremessos de catch and shoot. O camisa #4 manteve volume semelhante em pull ups tentados e não foi eficiente (tentou um total de 11 na bolha e acertou apenas três).

Por outro lado, em arremessos de “pegar e arremessar”, houve uma mudança drástica: White teve 45 tentativas totais nas suas sete partidas (subindo de duas para mais de seis a cada jogo) e converteu 19 delas, com ótimo aproveitamento de 42,2%. Esses números, por mais que a amostra seja pequena, me parecem possíveis de manter: a eficiência e o perfil dos arremessos do jogador não parecem ter mudado tanto, aparentemente ele apenas foi mais agressivo com as tentativas ao receber a bola, além de ter convertido ligeiramente melhor os chutes.

A defesa é também um ponto forte de White. O primeiro ponto que chama atenção obviamente é sua capacidade de cavar faltas de ataque: o jogador do Spurs foi o segundo (empatado com Montrezl Harrell) que mais o fez em toda a liga, com um total de 30, atrás apenas de Kyle Lowry, com 34. Curiosamente, 11 dessas 30 faltas que White cavou foram nos sete seeding games que o camisa #4 jogou em Orlando, o que indica que talvez se trate de um aspecto que está em desenvolvimento e que pode melhorar ainda mais.

Entretanto, a defesa de White não se resume apenas a atrair charges: o jogador se saiu extremamente bem marcando diversas estrelas da liga. Limitou Damian Lillard a 0,96 pontos por arremesso, Luka Doncic a 0,97 e Russell Westbrook e James Harden a 0,85, algo que indica que ele também é um guard stopper, assim como Murray.  Por outro lado, o armador sofreu principalmente ao marcar Chris Paul e Devin Booker.

Mas defesa não é só sobre marcar estrelas: em geral, White é ótimo marcando ball handlers: cedeu 0,84 pontos por posse defendendo em um contra um e 0,92 combatendo armadores em pick and roll. Por outro lado, seus números marcando ações como handoffs e spotups foram bem medianos, algo que indica que o jogador se sai melhor como defensor on-ball que off-ball.

No geral, White é um jogador muito melhor que suas médias indicam: trata-se de um glue guy, jogador que faz um pouco de tudo de forma muito eficiente, e creio que seja capaz de ser titular (ou talvez até o terceiro melhor jogador) em um contender, mesmo que não uma estrela. O camisa #4 é capaz de ser um armador primário (apesar de não ser fantástico no papel pela falta de arremesso do drible) devido à sua capacidade de cuidar da bola, de infiltrar e operar pick and rolls, e também pode ser usado como jogador off-ball, com seu bom arremesso de catch and shoot. No outro lado da quadra, ele se projeta como um excelente defensor de armadores adversários, se saindo muito bem marcando jogadores com a bola e tendo tido sucesso contra várias estrelas.

Patty Mills

Patty Mills (Reprodução/facebook.com/pattymillsforstarter)

O arremesso é o ponto mais importante do jogo do australiano, que tem um perfil típico de shooters: Mills teve excelente aproveitamento da zona morta (46% em 87 tentativas) e razoável no restante dos tiros de três (36,3% em 314 tentativas). Se saiu melhor em arremessos de catch and shoot, tendo acertado 40,2% das suas 244 tentativas (contra 34,5% em 142 nos arremessos do drible). O jogador também se destaca em arremessos de handoffs, registrando 1,11 pontos por posse em 93 tentativas.

Mas Mills não vive apenas de seu arremesso: por mais que o armador tenha tido dificuldades de chegar na área restrita (93 arremessos em toda a temporada), ele converteu com bom aproveitamento: 67,1%, além de ter tido bons números em drives, por mais que em volume baixo: converteu 56,1% dos seus arremessos infiltrando.

Esses números de infiltração também servem como prenúncio para sua boa capacidade de operar um pick and roll: Patty teve 1 ponto por posse em 186 tentativas, um número excelente (como falamos na parte de White) para o contexto da jogada.

Defensivamente, o caso do armador é curioso: Mills se sai bem marcando no um contra um e em pick and rolls, mas cede muitos pontos em spot ups (1,14 pontos por posse), algo que pode indicar que, por sua baixa estatura, ele pode ter dificuldades em fazer closeouts e contestar bolas de três.

De qualquer modo, sua presença não piora a defesa do Spurs: na realidade, a mesma é quatro pontos por 100 posses melhor com ele em quadra (provavelmente isso está associado a outros fatores, mas indica que ele não tem um impacto negativo significativo defensivamente), e o mesmo acontece ofensivamente. No geral, o Net Rating do australiano é o segundo maior da franquia texana: 9,2 (isto é, o time vence em média por 9,2 pontos cada 100 posses com Mills em quadra).

Mills é um excelente role player: Ótimo arremessador para catch and shoot, capaz de arremessar de handoffs e de comandar o ataque em momentos (bom operador de pick and roll e que tem um pull up digno), se tornando um perfeito sexto homem. Defensivamente não prejudica, apesar da dificuldade com closeouts.

Spurs (6-11) @ Knicks (4-12) – Enfim, vitória

111×104

Pedimos desculpas pela falta de cobertura deste confronto no nosso blog. Para saber mais sobre a partida, por favor visite o material disponível no site oficial da NBA.

Mills fez bom jogo (Reprodução/nba.com/spurs)

Destaques da partida

San Antonio Spurs

LaMarcus Aldridge – 23 pontos, 6 rebotes, 3 assistências e 3 roubos de bola

DeMar DeRozan – 21 pontos, 9 rebotes e 4 assistências

Patty Mills – 17 pontos

Trey Lyles – 12 pontos

Jakob Poeltl – 11 pontos e 10 rebotes

New York Knicks

Marcus Morris – 20 pontos e 7 rebotes

Bobby Portis – 16 pontos

Julius Randle – 14 pontos, 8 rebotes e 3 assistências

RJ Barrett – 13 pontos, 5 rebotes e 4 assistências

Wayne Ellington – 13 pontos

Spurs (5-9) @ Mavs (8-5) – Derrota no clássico

110×117

Pedimos desculpas pela falta de cobertura deste confronto no nosso blog. Para saber mais sobre a partida, por favor visite o material disponível no site oficial da NBA.

Atuação de DeRozan não foi o bastante (Reprodução/nba.com/spurs)

Destaques da partida

San Antonio Spurs

DeMar DeRozan – 36 pontos, 8 rebotes e 4 assistências

LaMarcus Aldridge – 16 pontos e 9 rebotes

Bryn Forbes – 13 pontos

Jakob Poeltl – 9 pontos e 10 rebotes

Dallas Mavericks

Luka Doncic – 42 pontos, 12 assistências e 11 rebotes

Dorian Fiiney-Smith – 22 pontos, 5 rebotes e 3 assistências

Kristaps Porzingis – 18 pontos e 10 rebotes

Jalen Brunson – 11 pontos

Prévia de Nuggets x Spurs – Primeira rodada

LaMarcus Aldridge e Nikola Jokic vão travar o duelo mais importante da série (Reprodução/nba.com/spurs)

Depois de terminar a temporada regular na sétima colocação da Conferência Oeste, o San Antonio Spurs estreia nos playoffs contra o Denver Nuggets, que ficou com a vice-liderança na tabela de classificação. O armador Dejounte Murray deve ser a única baixa do alvinegro, enquanto o time do Colorado tem apenas o novato Michael Porter Jr. como desfalque.

Spurs e Nuggets começam a se enfrentar neste sábado (13), no Pepsi Center, casa do adversário. Na temporada regular, as duas equipes mediram forças quatro vezes, com duas vitórias para cada lado – o mandante sempre levou a melhor. Relembre como foram estes jogos.

Confrontos na temporada (2-2):

26/12/2018 – Spurs 111 vs 103 Nuggets

No primeiro confronto da temporada, disputado no AT&T Center, o Spurs venceu o Nuggets em grande exibição dos seus dois astros. DeMar DeRozan registrou 30 pontos, sete rebotes e cinco assistências, e LaMarcus Aldridge anotou 27 pontos e quatro rebotes.

29/12/2018 – Spurs 99 @ 102 Nuggets

Poucos dias depois do primeiro duelo, o Spurs visitou o Nuggets e lutou até o fim, mas acabou derrotado pelo então líder da Conferência Oeste. LaMarcus Aldridge se destacou de novo pelo alvinegro, dessa vez com 24 pontos, sete rebotes e três assistências.

04/03/2019 – Spurs 104 vs 103 Nuggets

Foi suado, mas o Spurs conseguiu vencer o Nuggets no AT&T Center na terceira vez em que as equipes se encontraram na temporada. O duelo, assim como a atual posição das equipes, marcou uma possível prévia da primeira rodada de playoffs. O destaque na ocasião foi DeMar DeRozan, que deixou a quadra com 24 pontos, sete assistências, seis rebotes e três roubadas de bola, enquanto LaMarcus Aldridge contribuiu com 22 pontos e nove rebotes.

03/04/2019 – Spurs 85 @ 113 Nuggets

Já no último mês da temporada regular, Gregg Popovich foi expulso com apenas 63 segundos de jogo, e o Spurs não foi páreo para o Nuggets no Colorado. LaMarcus Aldridge anotou 16 pontos, seis rebotes e três tocos e se destacou pelo alvinegro na partida.

Agora, chegou a hora de o Spurs medir forças com o Nuggets na série válida pela primeira rodada dos playoffs da Conferência Oeste. A seguir, blogueiros do Spurs Brasil contam o que esperam do confronto e dos jogadores que poderão ajudar a decidi-lo. Confira abaixo:

Lucas Pastore

Palpite: Nuggets 4 a 2
O Spurs é um time que ainda está em reconstrução após a saída de Kawhi Leonard e que até mostrou bons momentos na temporada regular, mas agora tem pela frente um oponente que sobreviveu a uma campanha cheia de lesões e até chegou a brigar com o Golden State Warriors pela primeira colocação da Conferência Oeste. Tarefa difícil para o alvinegro, que terá de ver Gregg Popovich tirar um coelho da cartola se quiser se classificar. Para isso, Bryn Forbes e DeMar DeRozan não podem ser alvos fáceis dos adversários na defesa, e LaMarcus Aldridge não pode de jeito nenhum Nikola Jokic levar a melhor no possível duelo pessoal entre os dois. Se tudo isso acontecer, talvez a franquia de San Antonio possa sonhar com a classificação.
Peça-chave do Spurs:
LaMarcus Aldridge
Peça-chave do Warriors:
Nikola Jokic

Sergio Neto

Palpite: Nuggets 4 a 2
Spurs e Nuggets vão aos playoffs com realidade distintas. A verdade é que os dois times surpreenderam na temporada. Enquanto a equipe de Denver conseguiu se manter no topo da Conferência Oeste com Nikola Jokic, um dos jogadores mais versáteis e dominantes da liga, o alvinegro, com as importantes baixas de Kawhi Leonard e Danny Green, lutou quase o campeonato todo pela classificação. Apesar de contar apenas com Paul Millsap com real experiência em pós-temporada, a franquia do Colorado leva vantagem, principalmente se Jamal Murray e Jokic jogarem no mais alto nível. Uma das chances de parar os dois é dobrando a marcação, o que pode dar liberdade para nomes como Will Barton e Paul Millsap. Apesar de ter ficado décadas sem perder os playoffs, Gregg Popovich dificilmente conseguirá um milagre, mas tem uma boa chance para o construir algo para o futuro da franquia. Vale lembrar que DeMar DeRozan precisará se provar após frustrantes participações com o Toronto Raptors nesta fase.
Peça-chave do Spurs: LaMarcus Aldridge
Peça-chave do Warriors: Nikola Jokic

Olho neles!

Provavelmente o melhor jogador do Spurs na temporada, LaMarcus Aldridge chega aos playoffs com mais gente qualificada ao seu redor do que no ano passado, quando a equipe acabou derrotada por 4 a 1 para o Warriors ainda na primeira fase. Porém, o ala-pivô do alvinegro terá de batalhar com Paul Millsap e Nikola Jokic dentro do garrafão, o que torna a missão bem intragável. Se conseguir se destacar mesmo assim, dá à equipe de San Antonio uma chance. Na temporada, suas médias foram de 21,3 pontos e 9,2 rebotes em 33,2 minutos por jogo.

Se Jakob Poeltl for mantido como titular do Spurs nos playoffs, Nikola Jokic deve ser marcado por ele. Mas é inevitável o duelo com LaMarcus Aldridge nos minutos em que Gregg Popovich optar por mandar à quadra escalações mais baixas, e muita coisa pode ser decidida ali. Se o pivô do Nuggets levar a melhor no embate de astros, provavelmente uma classificação do alvinegro ficará impossível. Nesta temporada, o pivô sérvio foi candidato a MVP ao registrar médias de 20,1 pontos, 10,8 rebotes e 7,3 assistências em 31,3 minutos por exibição.

Kawhi Leonard teria pedido para ser trocado

Por Pedro Vinícius

A paciência de Kawhi Leonard com o San Antonio Spurs aparentemente acabou. Depois de decepcionante temporada em que o ala fez apenas nove jogos em meio ao tratamento de uma lesão no quadríceps da perna direita, o jogador, segundo reportagem da ESPN americana, pretende solicitar para a franquia texana uma troca. O camisa #2 gostaria de ser enviado para uma equipe da região da Califórnia, preferencialmente o Los Angeles Lakers.

Leonard deve estar de saída (Thearon W. Henderson/Getty Images)

O jogador, obtido por meio de troca com o Indiana Pacers em 2011, em negocio que envolveu George Hill, teve números formidáveis nas últimas duas temporadas. Seus 23,4 pontos e 6,3 rebotes por exibição, com 50% de aproveitamento nos arremessos de quadra e 41% nas bolas de três pontos, ajudaram a colocar os Spurs nos playoffs em dois anos seguidos. Além disso, o ala foi eleito o melhor defensor da liga em 2014/2015 e 2015/2016.

O repórter Chris Haynes, da ESPN, publicou que “o ala estaria insatisfeito pela forma como a franquia lidou com sua lesão”. Consolidando essa informação, o jornalista Adrian Wojnarowski informou que Los Angeles Lakers e Boston Celtics estariam dispostos a negociar pela estrela.

Mas porque Leonard aparentemente decidiu sair dos Spurs? Porque o jogador que foi considerado o futuro da franquia desistiu do plano e deseja uma troca?

A recuperação após a lesão foi um verdadeiro desastre. A franquia de San Antonio e o grupo de apoio de Leonard não cooperaram entre si, e a única coisa que aconteceu foi uma prolongação do período em que Leonard ficou afastado das quadras durante a temporada.

Matéria publicada pela ESPN deu indícios que explicavam o problema. Leonard nunca foi um jogador da mídia, sempre esteve quieto e cooperando para o bem da franquia. Porém, nesse caso o seu entorno apareceu para debater com o Spurs formas de recuperar o atleta.

A franquia nunca recebeu de bom grado palpites externos, e os métodos emplacados por Gregg Popovich e sua comissão sempre foram suficientemente satisfatórios. Com tal ação, o Spurs, em palavras proferidas por seu técnico, era uma organização impotente e frustrada, aguardando que o principal jogador da franquia e seu estafe dissessem o que viria pela frente.

Apesar da questão ter sido tratada internamente, algumas declarações ajudam a entender o que acontece nos bastidores. Segundo relatos da imprensa americana, houve reunião de jogadores em que Tony Parker, Manu Ginobili, Danny Green e Rudy Gay participaram para entender o que passava na cabeça de Leonard. Em declaração pública, o armador francês afirmou que sua lesão foi “100 vezes pior” do que a do camisa #2, deixando vazar certa insatisfação com o astro.

Popovich sempre saía em defesa do ala publicamente, mas também fazia declarações contra o grupo de Leonard, como em dezembro. “Vocês vão ter que perguntar para o grupo dele”, disse o técnico, quando questionado sobre quando o ala voltaria a jogar. Mesmo assim, sempre existiu entre os torcedores a esperança de que o treinador pudesse resolver a questão.

No início dessa semana, foi noticiado que Popovich e Leonard estavam tentando marcar uma reunião para aparar as arestas e tentar ajustar o relacionamento. No entanto, antes que o encontro pudesse acontecer, surgiu a informação de que o ala deseja deixar o Spurs.

Vaivém: Veja quem chega, quem sai e rumores envolvendo o Spurs