Arquivo do autor:Roberta F. Rodrigues

Sete, o número da perfeição

No post da semana passada, eu reportei aqui que o San Antonio Silver Stars havia ganhado todos os três jogos da semana, certo? Bom, não quero ser repetitiva, mas neste domingo (8) eu preciso informá-los que o time ganhou as quatro partidas das quais participou nesses últimos sete dias. Phoenix Mercury, Indiana Fever, Washington Mystics e New York Liberty foram os adversários que precisaram se defender de um time que ninguém imaginava ser capaz de alcançar essa campanha.

Então, se foram três jogos bem-sucedidos em uma semana e 4 na outra, o técnico Dan Hughes conseguiu levar suas garotas a uma corrida de sete vitórias e nenhuma derrota, tendo encontrado pelo caminho o Los Angeles Sparks (duas vezes), o campeão Minnesota Lynx, o bicampeão Phoenix Mercury, a MVP Tamika Catchings quando enfrentou o Indiana Fever, o Washington Mystics e o New York Liberty.

San Antonio Silver Stars vivendo sua melhor fase no estilo #OusadiaEAlegria

Desses rivais, o mais difícil seria o Indiana Fever. Mas isso não quer dizer que a partida foi fácil. Pelo contrário. No intervalo, o jogo estava com 15 pontos de diferença a favor da equipe do Leste. O placar final? 88 a 72 para o San Antonio. Foi nesse dia que Becky Hammon se apresentou com 100% de aproveitamento da linha de três (3-3) e fez 19 pontos para liderar seu time à vitória.

Ao lado da veterana, Sophia Young e Danielle Adams têm sido as peças-chave do time. Uma das minhas jogadas preferidas da semana foi contra o Indiana Fever, aos 8:39 do terceiro quarto, quando o jogo estava empatado em 59 a 59. Jia Perkins passou a bola para Danielle Adams, que estava perto do garrafão vazio. A ala viu Sophia Young passar para debaixo da cesta e, de costas, por cima de seus ombros e da marcadora, fez o passe para a camisa 33 marcar os dois pontos que deram a vantagem às texanas.

É possível perceber nessa sequência vitoriosa das duas últimas semanas que cada jogadora conseguiu encontrar o melhor de si e colocar em quadra para proveito de todas. Por exemplo: se Jia Perkins é boa em arremessos, é isso que ela vai fazer, e com primazia. O mesmo acontece com Shamika Christon. Danielle Robinson amadureceu de maneira incrível. É raro ver suas jogadas afobadas, e seu arremesso de curta distância está matador (eu sempre morria de medo quando ela se preparava para lançar a bola). Até mesmo Jayne Appel está menos pior, mas ainda assim merece mais tempo de banco. Ah, Shenise Johnson, a novata, cresce a cada partida que é usada por Dan Hughes. Ziomara Morrinson, assim que pegar mais tempo de quadra e entrar mais no pique da WNBA, será uma pivô consistente e forte.

Becky Hammon com suas tradicionais bandejas completamente fora do alcance de marcadoras e cestas de 3 pontos, certamente alcançará posições muito maiores na Corrida ao MVP da WNBA.

A fase é muito boa para o San Antonio Silver Stars, e muito se diz entre os torcedores que isso acontece porque o Seattle Storm está sem Lauren Jackson e o Phoenix Mercury sem Diana Taurasi. Conversa furada. O Minnesota Lynx está com o time completo e as Stars ganharam delas. O Indiana Fever também está com o elenco impecável, contando com a MVP, e aconteceu uma virada espetacular a favor do esquadrão de Dan Hughes na quinta-feira (5). O Phoenix realmente está sem Diana Taurasi, mas DeWanna Bonner fez 38 pontos e a novata Samantha Prahalis foi muito bem na terça (3). Portanto, não hesito em afirmar que o San Antonio Silver Stars tem vencido por mérito próprio e não por desfalques dos rivais.

Assim, surge uma nova esperança (só para confirmar um post que fiz aqui) unida a uma verdade: existe um time em San Antonio que pode brigar pelo título contra as equipes mais forte da WNBA.

Só não arrisco que o primeiro lugar do Oeste pode ser alcançado nessa semana porque o Minnesota Lynx tem dois jogos contra o Tulsa Shock, e perder para esse time está completamente fora de cogitação.

Com campanha 11-5 e o segundo lugar da conferência Oeste, o Silver Stars tem só a próxima semana até a WNBA entrar no intervalo olímpico. Os compromissos serão contra o Chicago Sky (quarta-feira, 11/07) e o Atlanta Dream (sexta-feira, 13/07). Houve um jogo contra cada um desses times até agora, e os resultados foram doloridos. Porém, o Stars vive um momento diferente, e acredito que teremos mais duas vitórias pela frente, seguidas de um intervalo tranquilo com campanha 13-5. Lindo, não?

Espero confirmar isso para vocês na próxima semana, quando já começaremos a nos preparar para as Olimpíadas.

Um abraço feliz!

O campeão e o freguês

Dois joguinhos para o San Antonio Silver Stars na semana que está chegando ao fim (teoricamente). Bom, joguinhos não, clássicos do Oeste, que é o que mais tem nessa conferência. Um contra o Los Angeles Sparks e o outro contra o Minnesota Lynx. Como nós sabemos que o atual campeão da WNBA é o Lynx, não é preciso muito para explicar quem é o freguês.

Pela terceira vez nesta temporada, o Stars venceu o Sparks. Foi na quinta-feira (26), com placar de 94 a 80. O próximo duelo entre os dois será após o intervalo olímpico. Ou seja, a campanha contra um dos melhores times da WNBA será positiva em 2012.

Becky Hammon: matadora

A outra partida muito agradável das texanas foi contra o Minnesota, neste domingo (1)º, no AT&T Center. Lembram da última partida, na qual o San Antonio chegou a ficar 24 pontos atrás e o placar terminou com apenas 4 de diferença? Então, a energia das garotas durou até ontem.

Em casa, o elenco atuou consciente das jogadas e seus talentos individuais. Por exemplo?

Arremessos de três pontos super bem-sucedidos de Becky Hammon (foram sete!) e bolas bem distribuídas (oito assistências), assim como participação ativa de Jia Perkins (com arremessadoras assim, o Stars vai longe), Sophia Young flexível, pegando rebotes (dez) e forte na defesa, e Danielle Robinson com assistências (seis), roubos e rápida movimentação.

Cada uma fez sua parte e a tarde foi positiva. Dois elementos que não chamaram a atenção com números, mas apareceram bem foram as novatas Shenise Johnson e Ziomara Morrison. Ambas tiveram uma noite sólida, como se fossem veteranas diante das detentoras do anel. Agora, só falta elas começarem a deixar números na súmula.

Contra o Minnesota Lynx, foi a terceira vitória seguida do San Antonio Silver Stars. Quase tão importante quanto, foi o fato de essa ter sido apenas a segunda derrota do Lynx na temporada – a outra foi para o Seattle Storm.

As próximas partidas do Stars serão na terça-feira (3), na quinta-feira (5) e no sábado (6), contra Phoenix Mercury, Indiana Fever e Washington Mystics, respectivamente. Meus palpites? Vitórias contra Mercury e Mystics e derrota para o Fever.

Esse era o ânimos das meninas contra o Minnesota Lynx!

Nos vemos no domingo!

Title IX

Neste domingo (26), o assunto desta coluna irá um pouco além do San Antonio Silver Stars ou do basquete feminino. Hoje, contarei um pouco sobre a lei que mudou o esporte feminino nos Estados Unidos, um dos principais caminhos para a chegada ao atual cenário da WNBA. Será uma apresentação breve.

Lá perto dos anos 1970, o senador norte-americano Birch Bay estava lendo a sessão de esportes de um jornal. Conhecendo um pouco da cultura dos Estados Unidos, podemos deduzir que as notícias eram principalmente sobre o basquete, o futebol americano e o baseball… claro, todos eles praticados por homens. Nesse dia, porém, o que chamou mais a atenção do leitor mencionado acima não foi o nome de quem fez mais pontos no dia anterior, ou a previsão para o vencedor da temporada. O que fez seus olhos saltarem e sua mente imaginar um futuro melhor e de igualdade para as mulheres foi uma manchete de um jogo de basquete feminino na noite anterior.

Senador Birch Bayh correndo com universitárias de Purdue, umas das primeiras beneficiadas com a lei a favor da igualdade no esporte

Mais tarde, em 1972, é aprovado pelo Congresso o Educational Amendments of 1972, que permite direitos iguais de estudos a todos os cidadãos do país. Dentro dessa lei, estava uma sessão chamada Title IX, na qual continha o seguinte: “Ninguém nos Estados Unidos será, baseado no sexo, excluído de participar, ter autorização negada, ou ser proibido por autoridades, por discriminação, de qualquer programa educacional ou atividade financiada pelo Governo Federal.”

Agora, em 2012, a lei completa 40 anos. A WNBA tem prestado homenagem desde antes do início da temporada ao senador que deu o pontapé incial na mudança a favor das garotas. Hoje, ainda é difícil para as mulheres terem a mesma visibilidade que os homens. O salário é menor, as condições de trabalho são menos favoráveis, o prestígio é em menor escala e o reconhecimento muitas vezes passa em branco. Ainda assim, as declarações mais sinceras das jogadoras na liga são aquelas que afirmam jogar por amor, porque escolheram o esporte e porque têm prazer nisso.

Graças ao Title IX, o San Antonio Silver Stars pôde jogar nesta noite (24) e vencer o Los Angeles Sparks por 91 a 71, lá no Staples Center, casa de Candace Parker. Com essa vitória, o terceiro lugar do Oeste continua garantido.

Na semana, serão mais dois jogos. O primeiro novamente contra o Los Angeles Sparks e o segundo, dificílimo, contra o Minnesota Lynx (e as boas lembranças da última partida contra esse time, hein?). Vai ser MUITO – prestem atenção – MUITO legal acompanhar essas partidas!

Até a semana que vem!

Bem, time!

Jogo bem jogado, para a nooooossa alegria!

Essa foi uma semana de um jogo só. No sábado à noite, no próprio AT&T Center, o San Antonio Silver Stars recepcionou o Los Angeles Sparks, mas de cortês o time de casa não teve nada. O resultado final foi 98-85. Por muito pouco (com isso, entenda “se mais um minuto tivesse rolado”), não saiu o primeiro placar centenário do time na temporada.

Partidas como essas mostram que San Antonio não tem uma equipe tão mediana quanto é classificado algumas vezes. Esse conceito é dado, normalmente, porque não há entre as estrelas prateadas atletas como Diana Taurasi, Sue Bird, Lauren Jackson ou Maya Moore (não estou criticando. Todas essas são incríveis!). Antes mesmo de entrarem na liga, elas já “bombavam” na mídia e tiravam o folego de comentaristas. Mas vamos falar um pouco sobre as estrelas do Stars, Becky Hammon e Sophia Young, contra o time de Candace Parker e Kristi Toliver.

A começar pela eficiência; as duas anotaram juntas + 33, enquanto as garotas mencionadas do Los Angeles, juntas, fizeram – 27. Grande diferença, não? Quero ressaltar, sobretudo, o rendimento do time no último período que, na verdade, foi um tempo-extra.

Eis as parciais do jogo (SASS/LAS): 1ºQ: 23/16 – 2ºQ: 21/19 – 3ºQ 17/22 – 4ºQ: 22/26 – Prorrogação: 15/2.

O confronto foi empatado pelo Sparks com um arremesso de lance-livre de Jantel Lavender (LAS). Convenhamos que o San Antonio teve muita sorte quando a garota errou um deles, senão o placar teria sido 84-83. Mas, o univer… digo, o jogo realmente estava mais para o lado das texanas.

Foram 4 bolas dessa que levantaram a galera no AT&T Center

O tempo-extra contou com a forte presença de Sophia Young e Becky Hammon, com suas jogadas espetaculares, verdadeiros “coelhos tirados da cartola” e “cartas tiradas da manga”. Nada, porém, foi mágica, e sim qualidade e técnica. Ambas fizeram o mesmo número de pontos (24) – a armadora ainda deu sete bolas para alguma companheira marcar, e a ala ganhou oito rebotes (assim como, pasmem, Jayne Appel).

Gostei muito do vídeo de resumo do jogo porque o pessoal do WNBA.com selecionou a jogada que mais gostei na partida, por isso, vou deixá-lo aqui para que vocês possam ver o que rolou em San Antonio no sábado.

Recap de San Antonio Silver Stars x Los Angeles Sparks (16/06/2012)

No próximo domingo, algo bem legal pode acontecer ao Stars: sair do terceiro para o segundo lugar no Oeste. O atual detentor da vaga, vulgo freguês da última partida, tem quatro jogos nesta semana (sendo que o derradeiro será contra o San Antonio), e, se perder dois, troca de posto com as texanas – caso elas também façam seu dever de casa.

Espero trazê-los as boas novas na semana que vem!

Até lá!

Pode algo bom vir do Texas?

A resposta para o título do Vestiário Feminino desta semana é: para o San Antonio Silver Stars, sim!

As universidades mais conceituadas no baquete feminino norte-americano são a Universidade de Connecticut, a Universidade do Tennessee, Stanford e Notre Dame. Dessas, o San Antonio Silver Stars tem apenas uma jogadora – e é claro que teria que ser Jayne Appel. Mas, se levarmos em conta que a estrela principal vem de uma faculdade que nem ao menos se encontra no ranking da terceira divisão da categoria na NCAA (Becky Hammon – Colorado State University), precisamos relevar as alternativas do elenco.

Começando pela melhor ranqueada atualmente, a Baylor University, campeã de 2012, levou ao San Antonio Silver Stars ninguém menos do que Sophia Young. Em 2005, a ala liderou as Lady Bears na primeira conquista do campeonato nacional, e em 2006 chegou à liga profissional. Foram sete anos até que Baylor voltasse ao topo do campeonato universitário. Dessa vez, o carro-chefe foi Brittney Griner, garota-sensação desde seus tempos de ensino médio em Chicago, quando já enterrava facilmente.

Outra jogadora formada no estado da estrela solitária que é uma das bases do San Antonio é Jia Perkins. A Texas Tech não está muito bem no ranking oficial do basquete feminino na NCAA, mas pelo menos aparece na primeira divisão e já ganhou um título (1993).

Adams, um dos melhores reforços do Stars

Para provar que as meninas provenientes de universidades texanas ou pouco renomadas realmente encontram a sintonia no San Antonio Silver Stars, como não falar de Danielle Adams? Campeã em 2011 pela Texas A&M e eleita a Most Outstanding Player da NCAA no ano, é a terceira maior pontuadora do Stars na temporada (está logo atrás de Sue Bird no ranking geral), sendo que Becky Hammon e Sophia Young são as que passam em sua frente. Relevante, né?

Além das estatísticas mencionadas, é a segunda jogadora mais eficiente da equipe. No sábado, foi com essa receita que o Seattle Storm foi derrotado pelo San Antonio Silver Stars por 80 a 67.

A maior pontuadora, para variar, foi uma garota formada no Texas, Danielle Adams (13 pontos). Essa vitória selou a terceira posição da equipe no Oeste (3 vitórias e 4 derrotas), mas é válido ressaltar que alguns times estão desfalcados de suas principais jogadoras: Lauren Jackson (Seattle Storm), Penny Taylor e Diana Taurasi (Phoenix Mercury). As outras grandes equipes da conferência estão em primeiro e segundo, respectivamente: o Minnesota Lynx, contra quem o Stars apresentou uma performance surpreendente, mesmo perdendo, e o Los Angeles Sparks, próximo adversário, no sábado (16).

Que as jogadoras que tiveram a base de seu basquete no Texas tragam muita alegria ao San Antonio Silver Stars em 2012!

Até a semana que vem!