Arquivo do autor:Roberta F. Rodrigues
Uma semana para ser esquecida

Até agora, o San Antonio Silver Stars teve atuações agradáveis. Não necessariamente com vitórias, mas com um rendimento que mostrava o nascimento de um novo estilo de jogo, com defesa forte, rebotes e importante atuação de jovens jogadoras, que assumiram a responsabilidade enquanto as principais representantes da equipe estão fora das quadras devido a lesões. Nesta semana, os adversários da franquia texana foram o Minnesota Lynx e o Los Angeles Sparks. Contra o primeiro, o elenco do time surpreendeu a todos, inclusive os comentaristas da emissora responsável pelas transmissões das atuais vice-campeãs da WNBA. O Lynx venceu a partida, mas não de uma maneira fácil. Apesar da potencialidade do ataque do Minnesota, o Silver Stars conseguiu neutralizar inúmeras jogadas por meio da defesa.

O Silver Stars não teve boa atuação contra o Sparks (D. Clarke Evans/NBAE/Getty Images)
O encontro com o Sparks, no entanto, foi, no mínimo, estranho. A equipe de Dan Hughes se arrastou durante todo o jogo. Confesso que quando vi um 12 a 1 fiquei assutada. Mais ainda diante do resultado final: 84 a 48. 48 pontos. Apenas. Danielle Adams foi a principal em quadra, com 12 pontos. Jayne Appel também não participou dessa partida, por motivos ainda desconhecidos. Apesar de tudo, acredito que sua presença nesse dia poderia ter dado rebotes a mais ao time, mas levando em consideração o estilo de jogo da franquia angelina, bem físico, seria uma diferença muito baixa.
É importante lembrar que esse duelo contra o Sparks foi uma exceção. Esse não tem sido o resultado entregue pelo Silver Stars nessa temporada até agora. Também, é esperado que, em breve, Becky Hammon volte a jogar, o que certamente trará um forte renovo à equipe.
Por isso, sem desespero! Durante essa semana, o Seattle Storm – com a equipe bem defasada – e o New York Liberty – ou a versão 2.0 do Detroit Shock -, serão os adversários do Silver Stars. Acredito que serão partidas equilibradas e muito boas, que podem levar as garotas novamente a uma campanha acima dos 50% de aproveitamento.
Enquanto isso, vamos comemorando a vitória do San Antonio Spurs sobre o Miami Heat! Rumo ao quinto anel na NBA!
Um olhar mais profundo
A WNBA já deu início às votações para o All Star Game de 2013. Como a temporada começou mais tarde, neste ano o Jogo das Estrelas será “mais cedo”.
Para votar em suas jogadoras preferidas, é só acessar este link.
Dando conta do recado


A semana que passou contou com uma vitória contra a principal equipe da temporada até o momento – o San Antonio Silver Stars foi o responsável pela quebra da invencibilidade do Chicago Sky (D. Clarke Evans/NBAE/Getty Images)
Como eu já escrevi aqui nesta coluna, o Chicago Sky conta com um elemento surpresa neste ano: a novata Elena Delle Donne. O time vinha sendo dominante desde o início da temporada. Invencível, até enfrentar o San Antonio Silver Stars na sexta-feira (7).
No próprio AT&T Center, a equipe texana deixou um placar largo de 81 a 69. Danielle Robinson cumpriu seu papel e liderou o time com 18 pontos. Sua rapidez e habilidade são estratégias que o time de San Antonio tem explorado a fim de preencher a lacuna deixada por Becky Hammon na armação. Arrisco ainda a cogitar que essa posição (a de 1) seja mantida por D-Rob, e Hammon assuma definitivamente a 2 quando retornar. Os motivos?
A estrela nascida em Rapid City é originalmente uma ala-armadora. Com o tempo, no entanto, sua altura (1,68 m), que até o ensino médio era compatível com a posição em relação às adversárias, deixou de atender às principais características para o melhor aproveitamento de seu talento. Por isso, Hammon foi “adaptada” – que coisa, não? – a uma armadora (1).

Danielle Robinson tem cumprido bem sua missão de preencher a vaga de armadora principal do San Antonio Silver Stars, e deve continuar com ela mesmo após o retorno de Becky Hammon (D. Clarke Evans/NBAE/Getty Images)
Outro fator que pode fazer com que Robinson fique no lugar de Hammon é a idade dessa veterana. Uma triste realidade, sim, mas já são 36 anos nas costas, os quais. somados a algumas lesões e incansáveis viagens. deixam o corpo de um atleta impossibilitado de dar seu melhor rendimento em quadra. E. se tratando de um esporte coletivo, se um elemento no jogo não consegue seguir o fluxo em perfeita sintonia, as coisas começam a dar errado – mesmo quando esse elemento é Hammon.
Por isso, a realidade de que “Becky Hammon não é para sempre” exige um planejamento por parte do treinador Dan Hughes para que a armação do time de San Antonio tenha uma jogadora capaz de preencher esse espaço com o máximo de proximidade possível às habilidades da que hoje o faz com tanta destreza.
Hoje, as Silver Stars ocupam uma posição delicada. Apesar do talento individual de cada jogadora, ainda não há como afirmar que esse é um time de estrelas. Pode estar perto. A já mencionada com frequência acima, Becky Hammon, mais Sophia Young e DeLisa Milton-Jones são nomes consagrados nas quadras femininas. Shameka Christon é respeitada.
Danielle Robinson e Danielle Adams são xarás que obrigam os adversários a tomar cuidado, e mais alguns anos de experiência as tornarão importantes personagens no cenário da WNBA. Jia Perkins é a sexta mulher perfeita para o elenco. Sua sintonia com a equipe teve início logo na primeira temporada em que se tornou parte do esquadrão das estrelas prateadas. Shenise Johnson está passando por uma adaptação demorada, mas demonstra muito potencial. Provavelmente terá uma faixa de crescimento como a das duas Danielles. Jayne Appel está pegando os rebotes que deve e será ótimo se continuar assim (finalmente), porém, precisa pontuar (com 1,93 m, formada em Stanford e depois de três anos como profissional é inadmissível uma média de carreira de 3,4 e 4,7 pontos e rebotes por jogo, respectivamente). As novatas deste ano ainda estão discretas. Portanto, não há muito a dizer (uma delas teve míseros 55 segundos na partida de domingo, contra o Chicago Sky).
Agora, o time de San Antonio ocupa a terceira colocação na Conferência Oeste. Para o atual cenário da WNBA, isso é bom. Foram duas vitórias e duas derrotas até o momento, todas contra times importantes e fortes: Indiana Fever (derrota), Los Angeles Sparks (vitória) e Chicago Sky (uma vitória e uma derrota decente). Neste domingo, o time de Elena Delle Donne se saiu melhor no duelo em sua casa, porém com dificuldade. O resultado final foi 72 a 70, com a cobrança de dois lances livres acertados pela estrela novata restando 4,8 segundos.
Os desafios das Silver Stars nesta semana são contra o Minnesota Lynx (terça-feira, 07) e o Los Angeles Sparks (sábado, 15), duelos que valem muito a pena de ser acompanhados!

Deu medo em todo mundo no começo, mas quando a bola foi colocada em jogo, o Phoenix Mercury decepcionou (PhoenixMercury.com)
Um olhar mais profundo
A situação está feia para o Phoenix Mercury. Mesmo com as esperanças altas devido à chegada de Brittney Griner e ao retorno das principais jogadoras, a equipe se encontra em quinto lugar no Oeste, com uma vitória e três derrotas. Vale ressaltar que nesse elenco falta apenas Penny Taylor, uma vez que Diana Taurasi, Candice Dupree, DeWanna Bonner e Samantha Prahalis se encontram saudáveis e presentes nas partidas. Será que a sorte vai mudar ou o rendimento dessa equipe está destinado à decepção do ano passado? Como não acredito em sorte, nem em destino – me desculpem, admiradores secretos (risos)! – ainda consigo prever uma reviravolta não só para o Mercury, como para outras franquias, como o Indiana Fever, atual campeão, que hoje está no último lugar de sua conferência, tal qual o Tulsa Shock, com um baita elenco, no lado oposto do país.
O nome dele é Dan Hughes


Conhecido por ter gravatas excêntricas, pavio curto e talento inegável para coisas novas. Esse é Dan Hughes, o carismático, apesar de paradoxal, técnico do San Antonio Silver Stars (Stacy Bengs/AP)
“Eu não sei como fazer as coisas darem certo quando Becky Hammon e Sophia Young estão fora do elenco. Mas se tem alguém que consegue resolver isso, é Dan Hughes”. Essa foi a frase que um dos comentaristas dirigiu ao público antes do início de San Antonio Silver Stars contra Los Angeles Sparks ontem (01). O resultado do jogo? Vitória do time texano.
A aptidão de Dan Hughes realmente é notável. Capaz de encontrar talento onde poucos conseguem enxergar e canalizar toda a qualidade de sua equipe para um melhor aproveitamento no ataque, o técnico coleciona conquistas importantes em seu currículo, o que justifica os seus longos anos com o San Antonio Silver Stars.
Eleito duas vezes o melhor técnico da WNBA
Em 2001, a honra o foi concedida quando ainda era o cabeça do Cleveland Rockers. Sua segunda conquista foi em 2007, com o San Antonio Silver Stars.
Na primeira vez, Hughes liderou sua equipe ao primeiro lugar da Conferência Leste, com uma campanha de 22 vitórias e dez derrotas. Não chegaram à final da divisão, mas foi o suficiente para que merecesse o prêmio. Por quê? Em 1999, um ano antes de assumir o esquadrão, o time teve uma terrível temporada, com sete vitórias e 25 derrotas. Já no campeonato seguinte (2000), conseguiu uma recuperação para 17-15, até alcançar os playoffs em 2001 (22-10). Seis anos depois, na estratégia que levou o San Antonio Silver Stars à sua primeira final de conferência, o treinador também recebeu o título de Técnico do Ano.
Escolha de jogadoras importantes – e uma troca genial
Em 2006, Dan Hughes foi responsável pela escolha de Sophia Young no Draft. No ano seguinte, moveu uma troca que fez com que Becky Hammon chegasse à equipe texana. Outros nomes importantes que foram resultado dos bons olhos do técnico foram Tully Bevilaqua, Chamique Holdsclaw, Vickie Johnson, Delisha Milton-Jones, Tangela Smith, Ruth Riley e Jia Perkins. E como não mencionar Danielle Robinson e Danielle Adams, frutos da seleção de universitárias do ano passado?
Esses são apenas alguns exemplos para o sucesso de Dan Hughes, e a justificativa para o contrato de extensão oferecido pelo San Antonio Silver Stars ainda na offseason.
Então, para os torcedores da equipe texana, as preocupações podem ser menores quando os elementos responsáveis por liderar o time dentro e fora das quadras, enquanto as principais jogadoras estão machucadas, possuem um belo histórico e uma capacidade notável, e a partida contra o Los Angeles Sparks, com um elenco saudável e um atuação de 27 pontos de Candace Parker, foi um ótimo exemplo disso.
Um olhar mais profundo
Nesta semana, o Indiana Fever recebeu seu anel de campeão da temporada de 2012 em uma cerimônia antes de enfrentar o Atlanta Dream em sua própria arena.

Anel desenhado e produzido pela Herff Jones. No dia da entrega, cada torcedor presente na arena recebeu uma cópia do adereço
Adaptação é a palavra da vez

Muito bem, para compensar a semana passada:
Saudações, torcedores do San Antonio Spurs (#SóFaltaUma), Austin Toros e San Antonio Silver Stars! Um viva ao espaço democrático que é a caixa de comentários desse blog! É muito legal saber que San Antonio tem uma franquia de basquete capaz de conquistar torcedores e fãs em todas as suas modalidades.
Na sexta-feira (24), a temporada da WNBA finalmente teve início, justamente com o San Antonio Silver Stars, no AT&T Center, puxando a carruagem da competição neste ano. O duelo foi contra o Indiana Fever e o resultado não foi lá dos mais felizes: 79 a 64 para as visitantes. Esse placar aponta as principais dificuldades que o time terá de enfrentar enquanto estiver sem suas principais jogadoras, Becky Hammon (mais umas três semanas fora das quadras devido a uma lesão no dedo do meio da mão direita) e Sophia Young (uma lesão no ligamento cruzado anterior a deixa sem previsão de retorno – o mais otimista seria em agosto).
Desse modo, Dan Hughes precisa analisar suas cartas e montar a melhor sequência para colocar na mesa. E, para que isso dê certo, a melhor opção é adaptar o esquema de jogo do San Antonio Silver Stars para um estilo mais favorável aos arremessos de três pontos e longa distância. Com Becky Hammon e Sophia Young, o playbook da equipe texana está centrado em diversas penetrações que favorecem, principalmente, a movimentação dessas jogadoras.

O San Antonio Silver Stars precisa de um novo estilo de jogo durante o tempo em que suas principais jogadoras ficam fora de quadra devido a lesões
A partida de sexta-feira foi um bom exemplo de que esse é o melhor caminho a se seguir – apesar de ser muito perigoso, e mais embaixo explico o porquê.
O nome que deve assumir a posição de líder enquanto Hammon não volta é Danielle Robinson. A armadora ainda é nova, porém é a que mais tem as características necessárias para essa função. D-Rob, como é chamada, conhece bem as jogadoras do Silver Stars e tem uma postura de comando, talvez até mesmo por causa de sua posição em quadra (1). Dentre as melhores opções do elenco, é a mais completa: tem boa pontaria a média distância, é habilidosa, faz boas infiltrações e distribui as jogadas. Em relação à parte de pontuar, seus arremessos são eficientes e vão ajudar muito.
Agora, analisando por grupo, podemos colocar DeLisha Milton-Jones, Jia Perkins, Shameka Christon e Danielle Adams entre as arremessadoras de três pontos e Danielle Robinson e Shenise Johnson entre as de média distância. Vale ressaltar que Adams pode estar tanto entre aquelas mais eficazes na linha mais distante da cesta quanto ente as que fazem as jogadas a média distância e até mesmo no garrafão. Sim, a mais improvável é a que mais dá resultado.
Essa abertura de jogo, no entanto, causa problemas porque não há muitas opções para o time de San Antonio. Então, fica fácil de as outras equipes sacarem onde precisam neutralizar o ataque. O Indiana Fever entendeu isso e conseguiu anular o Stars, de modo a transformar um placar com um revés de dez pontos de diferença em uma vitória mais larga do que isso.
Um olhar mais profundo
Nessa temporada, em cada edição da coluna vou fazer uma breve sessão sobre coisas importantes que acontecem na WNBA. Como no Brasil as informações sobre a liga ainda são escassas – quanto mais as análises -, gostaria de apresentá-los um contexto do que está acontecendo. Afinal, é o espaço onde o San Antonio Silver Stars atua!
Então, hoje coloco aqui três observações que podem fazer a diferença em 2013:
1 – A regra de três segundos no garrafão passa a valer
Essa é uma novidade na WNBA e já criou problemas para as equipes. No próprio jogo da sexta-feira, contra o Indiana Fever, o Stars foi beneficiado com uma falta técnica logo nos primeiros segundos. Depois disso, não houve mais sinais de confusão quanto a essa regra. Sábado, no entanto, no Atlanta Dream x Tulsa Shock, diversas penalidades foram dadas pelos árbitros devido a essa irregularidade na defesa.
2 – Linha do arremesso de três pontos mais longe
Para este ano e os que estão por vir, a WNBA adotou a medida da FIBA para as linhas de três pontos das quadras, algo próximo dos sete metros da NBA.
3 – Replays em jogadas duvidosas
Assim como na NBA, quando uma jogada for mais difícil de ser analisada pelos árbitros, eles poderão utilizar o recurso do replay para conferir se sua decisão foi correta. Muito bom!
Espero que essas informações ajudem aqueles que não são tão familiarizados com a WNBA a acompanhar os jogos. Os do San Antonio Silver Stars só voltam no sábado (01 de junho), contra o Los Angeles Sparks. Será um duelo importante, com o elenco adversário intacto.
Para fechar essa semana, deixo aqui duas fotos que a Becky Hammon postou em seu Twitter com a mão engessada, um tanto quanto engraçadas!

De acordo com Becky Hammon, nessa foto ela está “andando como um egípcio”

…e nessa ela “chama isso de cobra”. This is Becky Hammon! (fotos publicadas pela jogadora em sua página no Twitter: @BeckyHammon)
A WNBA em 2013

Saudações, torcedores do San Antonio Spurs!
Chegou a época do ano aqui no Spurs Brasil em que as garotas começam a entrar em quadra. Pela terceira temporada consecutiva da WNBA, terei o prazer de conversar com vocês sobre o San Antonio Silver Stars e suas ações em 2013. Mas enquanto a bola não é colocada em jogo, escreverei, hoje, sobre alguns pontos importantes da liga feminina que merecem ser observados, a fim de contextualiza-los sobre essa nova era da competição.
1 – Acordo com ESPN, mudança de logo e novos uniformes
Há pouco mais de um mês, a WNBA anunciou a extensão do seu contrato de transmissão com a ESPN para até 2022. Dentro dessa parceria, a quantidade de jogos televisionados também aumentou, de 28 para 30 partidas por temporada, a partir de 2013. Ou seja: a competição terá uma maior visibilidade, mesmo que ainda não muito grande, e mostra que merece algum esforço do canal – sem contar que a exposição internacional também cresce.
Palavra desta que vos escreve: ponto para Laurel Ritchie, nova presidente da WNBA, que encontrou, na chegada de três grandes nomes do basquete universitário (próximo tópico) ao profissional, uma oportunidade de arrecadar investimentos para a liga.
No mesmo dia, a WNBA também apresentou sua nova identidade visual, representada pela mudança de logo. A visível semelhança com o logo da NBA foi completamente abandonada. As cores azul e vermelho não aparecem mais, e foram substituídas por um completo laranja, ainda com a silhueta de uma jogadora no meio, mas em uma situação bem diferente daquela do símbolo anterior. O “WNBA” superior também recebeu uma nova fonte. Dessa nova silhueta, o marketing da liga lançou a campanha “#iamlogowoman”, na qual, por meio de redes sociais, os internautas tentam descobrir quem é a jogadora que inspirou o logo (até agora, isso não foi respondido, apesar de diversas especulações).
Para terminar as revelações desse que foi anunciado como o “major announcement of all times” (“o maior anúncio de todos os tempos”, em português), Laurel Ritchie também afirmou que a Adidas assumiu o compromisso de fazer novos uniformes para as equipes da WNBA. Essa ação será válida somente a partir de 2014, mas vale a pena a espera. Seria legal se voltassem a dar aos times uma identidade particular, ao invés de manterem os mesmos padrões, como acontece hoje (os uniformes são padronizados, com diferença só nas cores).
2 – Three to see, as novatas que prometem trazer uma nova vida à WNBA

Elena Delle Donne, Brittney Griner e Sylar Diggins
Brittney Griner, Elena Delle Donne e Skylar Diggins. Esses nomes são conhecidos há algum tempo, mas só chegaram à liga profissional neste ano.
A primeira causa frisson entre os entusiastas do basquete desde o ensino médio devido à sua incrível habilidade de enterrar. Não qualquer enterrada com um pulo mais alto e uma das mãos alcançando o aro (como já aconteceu com Lisa Leslie, Candace Parker e Liz Cambage – e até mesmo a baixinha Deanna Nolan), mas um impulso incrível a ponto de se pendurar no aro com as duas mãos, ficar por lá com os joelhos flexionados e depois saltar para o chão com a maior empolgação do mundo. O resultado de sua fama foi ser a primeira escolha do Draft, por um Phoenix Mercury que se arrastou no ano passado sem as suas principais jogadoras e experimentou a ausência dos playoffs.
Elena Delle Donne foi polêmica. Escolhida para o programa da Universidade de Connecticut (quem acompanha sabe que isso não é pouca coisa), decidiu voltar para sua cidade, no estado de Delaware, antes mesmo de sua temporada como rookie (novata) na NCAA começar. O motivo? A família. A jovem gigante não conseguiu ficar longe por muito tempo, principalmente de sua irmã, Lizzie, que nasceu com diversas síndromes (alguns acreditam que isso pode ter sido consequência da participação de seu pai na Guerra do Vietnã e das armas químicas usadas pelos norte-americanos por lá). No retorno à sua terra natal, Elena começou a jogar vôlei, mas acabou entrando na equipe de basquete da Universidade de Delaware, que, bem diferente da “UConn”, não tem tradição alguma na competição universitária. Seu talento, no entanto, levou as Blue Hens às primeiras aparições nas fases nacionais da NCAA (qualquer semelhança com a heroína do San Antonio Silver Stars, Becky Hammon, é mera coincidência). A coroação da pivô com habilidades de armadora foi no Draft, sendo a segunda escolha no geral, pelo Chicago Sky (apesar de todos os esforços, o time nunca foi aos playoffs da WNBA).
Skylar Diggins é sinônimo de beleza e popularidade – ela é a atleta universitária que mais tem seguidores no Twitter. Porém, por trás do rostinho bonito (o blogueiro Lucas Pastore, que vocês conhecem, que o diga) está a armadora que liderou a tradicional Universidade de Notre Dame durante quatro anos em excepcionais campanhas na NCAA. Escolhida em terceiro lugar pelo Tulsa Shock, Diggins tem em mãos o desafio de dar alguma vida a essa equipe que até agora é o coringa da WNBA.
3 – New York Liberty, ou Detroit Shock remake
Bill Laimbeer, aquele da época dos bad boys do Detroit Pistons, voltou à WNBA nessa temporada. À frente do New Liberty, o head coach já mexeu os pauzinhos e deixou a formação da equipe um tanto quanto familiar: Kara Braxton, Cheryl Ford, Plenette Pierson e Katie Smith já estiveram sob o comando do técnico da equipe que foi tricampeã da liga. Para completar a semelhança com o elenco da antiga franquia, Taj McWilliams-Franklin estreia como assistente. Junto a todos esses nomes, encontram-se Cappie Pondexter, Leilani Mitchell (jamais esquecer do crossover da Becky Hammon que a deixou sentada no Madison Square Garden) em quadra, e Teresa Weatherspoon também como assistente.
Ou seja, o New York Liberty, apesar de estar com jogadoras mais velhas, é um forte concorrente ao título da Conferência Leste. Vai dar trabalho, e, no mínimo, vai ser muito interessante de se assistir.
4 – Agora, o San Antonio Silver Stars

Nova quadra, adaptada à nova identidade visual da WNBA
Nesta temporada, o San Antonio Silver Stars vai ter de encarar a terrível realidade de que é um dos times que corre por fora. Phoenix Mercury, Minnesota Lynx, Los Angeles Sparks e, pasmem, Tulsa Shock estão com seus elencos completos ou renovados e são os mais fortes concorrentes às quatro vagas dos playoffs da Conferência Oeste. O Seattle Storm é considerado caso perdido, principalmente porque Lauren Jackson e Sue Bird não vão jogar.
O Stars ainda se encontra em fase de selecionar as jogadoras para a lista final, mas a base da equipe texana, acreditem, será a mesma:
Danielle Adams
Jayne Appel (pois é…)
Shameka Christon
Becky Hammon
Shenise Johnson
Delisha Milton-Jones
Ziomara Morrison
Jia Perkins
Danielle Robinson
Sophia Young
Das novatas, três ainda serão escolhidas, e eu acredito que serão Kayla Anderson, Davellyn Whyte e Julie Wojta (analisando a tabela do jogo contra o Indiana Fever na pré-temporada). A má notícia é que Sophia Young está machucada. A lesão aconteceu enquanto a ala jogava na China. Apesar de já ter feito cirurgia e até ter batido bola com o time durante os training camps, ainda não há uma data para o seu retorno às quadras.
O primeiro jogo do San Antonio Silver Stars será na próxima sexta-feira, dia 24 de maio, contra o atual campeão Indiana Fever. No Brasil, será às 21h e pode ser acompanhado através do Live Access. Neste ano, a equipe texana terá o privilégio de abrir a temporada.
Não sei quanto a vocês, mas eu não via a hora de a WNBA voltar!
Até a semana que vem!
