Explorando cenários de troca com o Magic

Nessa semana, o jornalista Kevin O’Connor, do site americano The Ringer, noticiou que o Orlando Magic tem interesse de trocar por DeMar DeRozan, ala-armador do San Antonio Spurs. Será que uma possível negociação pode ajudar a equipe texana, que venceu apenas cinco das primeiras 11 partidas que fez na temporada 2019/2020 da NBA?

DeRozan em ação pelo Spurs contra o Minnesota Timberwolves (Reprodução/nba.com/spurs)

Na temporada, DeRozan tem médias de 20,1 pontos, 4,9 rebotes e 4,8 assistências em 33,3 minutos por exibição. É o maior cestinha e quem dá mais passes decisivos de todo o elenco. Por isso, para liberar o camisa #10, o Spurs teria de dar um jeito de compensar sua produção ofensiva.

Além disso, a saída de DeRozan realçaria um dos principais problemas do alvinegro texano: a falta de tamanho no perímetro. Considerando que Lonnie Walker e DeMarre Carroll estão fora da rotação e que Rudy Gay hoje é um ala-pivô, o camisa #10, de 2,01m de altura, é o maior entre os jogadores das posições 1 e 3, à frente de Dejounte Murray e Marco Belinelli, que têm 1,96m, Derrick White, que tem 1,93m, Bryn Forbes, que tem 1,91, e Patty Mills, que tem 1,83.

Em outras palavras, o Spurs precisaria de ao menos um ala alto e capaz de contribuir no ataque para continuar competitivo sem DeRozan. Também poderia pegar jovens e escolhas de Draft em uma possível troca, mas esse caminho não fez parte da filosofia da franquia desde a chegada de Tim Duncan em 1997.

Considerando que o Magic dificilmente trocaria Jonathan Isaac, a franquia de Orlando tem três jogadores que poderiam atender às necessidades do Spurs: Aaron Gordon, de 2,03m, Evan Fournier, de 2,01m, e Terrence Ross, de 1,98m. Será possível adquiri-los?

Nesta temporada, DeRozan tem salário de US$ 27.739.975,00, e o jogador tem a opção unilateral de renovar pelo mesmo valor para 2020/2021 ou se tornar agente livre irrestrito na próxima offseason. Isso significa que o ala-armador ganha mais do que os três jogadores do Magic citados, mas fica sem contrato antes de dois deles.

Fournier é o segundo maior cestinha do Magic na temporada. Sustenta médias de 15,3 pontos, 3,3 rebotes e 3,1 assistências em 28,5 minutos por exibição, com aproveitamento de 38,2% nos arremessos de três pontos. Tem contrato com estrutura parecida com a do vínculo de DeRozan: ganha US$ 17.150.00,00 milhões nesta temporada e tem a opção unilateral de renovar pelo mesmo valor para 2019/2020 ou se tornar agente livre na próxima offseason.

Gordon, por sua vez, é quem tem o contrato mais indigesto. Tem mais três anos garantidos pela frente, com salário que vai diminuindo: ganha US$ 19.863.636,00 nesta temporada, US$ 18.136.364,00 na próxima e US$ 16.409.091,00 em 2021/2022. Na temporada, o ala tem médias de 14 pontos, 6,2 rebotes e 3,1 assistências em 31,1 minutos por exibição, convertendo 31,7% de seus arremessos de três pontos e se destacando pela forte defesa.

Por fim, Ross tem mais quatro anos de contrato garantido pela frente, ganhando US$ 12.500.000,00 nesta temporada, US$ 13.500.000,00 na próxima, US$ 12.500.000,00 em 2020/2021 e US$ 11.500.000,00 em 2021/2022. Reserva nesta campanha, tem médias de 9,1 pontos e três rebotes em 22,6 minutos por exibição, convertendo 23,9 minutos por exibição. O Spurs já teve interesse no ala no passado.

Isto posto, o melhor cenário para o Spurs seria adquirir Fournier na troca. Assim, teria o ala sob contrato no máximo até o fim da próxima temporada, o que coincidiria com o fim dos vínculos de Aldridge, Gay e Mills, entre outro. Hoje, a franquia texana só tem Murray com salário garantido para 2021/2022.

Porém, uma troca pau a pau entre DeRozan e Fournier não funcionaria porque o Magic estouraria o teto salarial permitido pela NBA. A transação poderia funcionar se a franquia texana enviasse junto o ala-pivô Chimezie Metu, dono do menor ordenado do elenco, e recebesse também o armador DJ Augustin, que tem salário expirante de US$ 7.250.000,00.

Se sob o ponto de vista salarial adquirir Fournier parece a opção mais vantajosa, esportivamente a melhor aposta seria Gordon. Trata-se de um ala de 24 anos, com grande capacidade e versatilidade defensiva e que teria considerável potencial de crescimento atuando no Spurs, uma franquia que nos últimos anos tem histórico de desenvolvimento de jogadores muito melhor que o do Magic.

Como o salário de Gordon é maior do que o de Fournier, o Spurs poderia aproveitar para envolver Belinelli, que vem de começo de temporada abaixo da crítica, na troca. De qualquer modo, teria que receber junto o expirante de Augustin para fazer a transação funcionar.

O Spurs também pode pedir pacotes que incluam Ross se assim desejar. Ao adquirir mais salários considerados ruins, a franquia texana teria mais chances de conseguir escolhas de Draft em uma possível transação. Mas por enquanto o ala não é elegível para troca, já que seu contrato foi assinado na última offseason. O mesmo vale para seus colegas de equipe Michael Carter-Williams, Al-Farouq Aminu, Amile Jefferson, Nikola Vucevic e Khem Birch. Do lado texano, estão nesta situação DeMarre Carroll, Rudy Gay e Trey Lyles. Todos estes jogadores só podem ser negociados a partir do dia 15 de dezembro.

Com Fournier ou Gordon, o Spurs conseguiria alguém capaz de contribuir ofensivamente e que funcionaria melhor sem a bola do que DeRozan, o que seria um encaixe melhor em uma equipe titular que já conta com Murray e Aldridge. Resta saber se a franquia priorizaria a melhor opção salarial ou esportiva caso decidisse trocar seu astro.

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Sobre Lucas Pastore

Um dos fundadores do Spurs Brasil. Formado em Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2010, é site manager da Fifa e podcaster do Cultura Pop. Cobriu o basquete olímpico na Olimpíada de 2016 pelo LANCE!. Trabalhou também para UOL, Basketeria e mob36.

Publicado em 15/11/2019, em Análises, Artigos. Adicione o link aos favoritos. 3 Comentários.

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