Arquivo mensal: junho 2018

O que o Spurs pode conseguir em troca de Leonard?

Nesse sábado (16), surgiu na imprensa americana a notícia de que Kawhi Leonard deseja deixar o San Antonio Spurs. Embora ainda exista a cada vez menor possibilidade de Gregg Popovich, R.C. Buford e companhia convencerem o jogador a continuar na equipe, cada vez mais a franquia texana precisa planejar o seu futuro sem contar com o camisa #2. Para isso, uma pergunta é importantíssima: o que é possível conseguir em troca do ala?

Leonard pode estar de saída do Spurs (Eric Gay/Getty Images)

Para responder à essa questão, primeiramente é preciso medir qual o valor de mercado de Leonard. O ala é um jogador adequado às exigências da NBA moderna e, aos 26 anos de idade, já tem um título, um MVP das Finais, dois prêmios de melhor defensor da temporada e o prêmio de maior ladrão de bolas da temporada 2014/2015. Além disso, já foi eleito duas vezes para o All-Star Game, duas para o time ideal da NBA, três para o time ideal de defesa da NBA, uma para o segundo time ideal de defesa da NBA e uma para o time ideal de novatos da NBA.

Dito isso, é muito difícil imaginar que o valor de mercado de Leonard esteja no auge depois de tudo o que aconteceu recentemente envolvendo o jogador e o Spurs. Certamente, qualquer outra franquia da NBA tem dúvidas sobre o estado físico do ala, que jogou apenas nove jogos na última temporada enquanto lidava com uma lesão no quadríceps da perna direita. Além disso, problemas de relacionamento com uma das agremiações mais bem conceitadas da NBA e com um dos técnicos mais bem relacionados da liga certamente não ajudam na causa.

Além disso, Leonard só tem mais um ano de contrato garantido, com opção de renová-lo unilateralmente para a temporada 2019/2020. Certamente, o rumor de que ele gostaria de jogar na Califórnia, preferencialmente no Los Angeles Lakers, fará com que muitas franquias tenham medo de trocar por ele para 12 meses depois vê-lo partir de graça para os angelinos.

Basta ver o que aconteceu com Paul George. Um dos melhores jogadores da NBA, vivendo seu último ano de contrato e com rumores de que gostaria de jogar no Lakers, foi enviado pelo Indiana Pacers para o Oklahoma City Thunder em troca de Victor Oladipo e Domantas Sabonis, retorno de baixo valor. E o ala estava saudável, o que não é certeza com Leonard.

Avaliando todo este cenário, Victor Camargo, do site Two-Minute Warning, ajudou o Spurs Brasil a bolar cenários de troca realistas envolvendo Leonard no mercado da NBA. Confira abaixo possíveis parceiros na transação e o que o Spurs pode ganhar de retorno.

Boston Celtics – Terry Rozier, Jaylen Brown e escolha de 2019

Terry Rozier terminou a última temporada com médias de 11,3 pontos e 4,7 rebotes em 25,9 minutos por exibição, convertendo 38,1% de seus arremessos de três pontos. Jaylen Brown, por sua vez, terminou a última temporada com médias de 14,5 pontos e 4,9 rebotes em 30,7 minutos por exibição, convertendo 39,5% de seus arremessos de três pontos. Os números mostram que os dois teriam excelente encaixe com Dejounte Murray e LaMarcus Aldridge no time titular do Spurs. Para tornar a troca ainda mais atrativa, o armador tem 24 anos de idade e mais duas temporadas do seu contrato de novato pela frente, enquanto o ala tem 21 anos de idade e mais três temporadas do seu contrato de novato pela frente. O Celtics ainda poderia enviar a escolha de primeira rodada de 2019 do Sacramento Kings, ativo interessante que daria ainda mais potencial ao núcleo jovem da equipe texana. A franquia de Boston ainda teria de bater salários para fazer a transação funcionar, o que poderia dar certo se envolvesse contratos expirantes como os de Greg Monroe e Aron Baynes, que vencem no dia 30 deste mês.

Dallas Mavericks – Harrison Barnes e a 5ª escolha

Na rotação do Spurs, Harrison Barnes poderia exercer a função de Leonard, se tornando um ala pontuador que ajuda Danny Green a defender os astros adversários no perímetro. Claro que faria o papel com muito menos qualidade. Por isso, a franquia texana receberia como recompensa a valiosa quinta escolha do Draft deste ano. A troca seria ainda mais atrativa se Luka Doncic ainda estivesse disponível. Aos 19 anos de idade, o esloveno é um ala-armador muito criativo, com carreira já vitoriosa jogando pelo Real Madrid e pela seleção do seu país e que acertou 32,9% de seus arremessos de três pontos na última temporada. Ele poderia tanto dividir a responsabilidade com Murray na armação quanto vir do banco de reservas em função semelhante à que Manu Ginobili exerceu no auge a serviço do alvinegro. Nesta posição, ainda pode ser possível selecionar Mohamed Bamba, pivô de grande potencial mas que também carrega grande possibilidade de risco dadas as exigências da NBA moderna.

Los Angeles Clippers – Tobias Harris, a 12ª escolha e a 13ª escolha

Embora os rumores dizem que Leonard prefira o Lakers, o Los Angeles Clippers pode se empolgar e tentar formular uma proposta pelo ala. A mais atrativa envolveria Tobias Harris, que poderia servir como um moderno companheiro de garrafão para Aldridge, empurrando o camisa #12 definitivamente para a posição de pivô. Além disso, com as escolhas 12 e 13, o Spurs ainda poderia qualificar seu núcleo jovem com mais dois prospectos, como o armador Collin Sexton, o ala-armador Lonnie Walker IV, o ala Miles Bridges e o moderno pivô Robert Willams.

New York Knicks – Frank Ntilikina e a 9ª escolha

Com apenas 19 anos de idade e com 1,96 de altura, Frank Ntilikina pode ser desenvolvido para se tornar o parceiro ideal de Murray na armação: um segundo condutor de bola que defende bem no perímetro e arremessa de três pontos – em sua primeira temporada na NBA, o francês converteu 31,8% de suas bolas de longa distância. Isso empurraria definitivamente Green para a posição de ala. Além disso, a nona escolha do Draft pode render jogadores promissores como os alas Kevin Knox e Mikal Bridges. Para fazer a transação funcionar em termos de salários, o Knicks provavelmente teria de enviar ainda o contrato expirante de Enes Kanter, pivô que tem uma player option para a próxima temporada. Outra opção seria envolver o ala-armador Courtney Lee, que ainda tem dois anos de contrato e pode ser útil na rotação da equipe texana.

Philadelphia 76rs – Markelle Fultz, Robert Covington e a 10ª escolha

Primeira escolha do Draft de 2017, Markelle Fultz viveu drama semelhante ao de Leonard durante o ano, centrado em uma lesão, e bizarramente desaprendeu a arremessar, mesmo após curar o ombro machucado. Isso faz com que ele se torne um encaixe difícil com Murray, mas não dá para negar que se trata de um armador de imenso potencial – e de apenas 20 anos de idade. Além disso, o arremesso costuma ser o fundamento em que o Spurs tem mais facilidade de desenvolver em seus jogadores. Na transação, os texanos ainda receberiam Robert Covington, ala defensivo de 2,06m de altura que acertou 36,9% de suas bolas de três pontos na última temporada. A transação seria completa com a décima escolha, que, além dos já citados Knox e Bridges, poderia virar o ala-armador Shai Gilgeous-Alexander. Para completar a transação, seria preciso enviar um pequeno salário para o 76ers, como o expirante de Bryn Forbes.

Phoenix Suns – Josh Jackson, Dragan Bender e a 16ª escolha

Na última temporada, sua primeira na NBA, Josh Jackson converteu apenas 26,3% de suas bolas de três pontos, o que a princípio tornaria o encaixe com Murray e Aldridge complicado. Mesmo assim, trata-se de um ala de 21 anos de idade, 2,03 de altura e com médias de 13,1 pontos e 4,6 rebotes em 25,4 minutos por exibição em seu ano como novato. Talento e potencial não faltam, e, como já citado, o Spurs costuma ter excelência ao desenvolver o arremesso de seus jogadores. Dragan Bender, por sua vez, é um pivô de 20 anos de idade inteiramente adequado às exigências da NBA moderna: é ágil para defender no perímetro e converteu 36,6% de suas bolas de longa distância na última temporada. A troca ficaria ainda mais atrativa se Robert Williams, raro pivô moderno com agilidade que o faz ser comparado a Clint Capela, estivesse disponível na 16ª escolha do Draft. O ala Zhaire Smith seria outra opção interessante nesta altura do recrutamento de calouros. Porém, a transação seria difícil de funcionar, já que o Suns teria de mandar salários ingratos como o de Tyson Chandler ou o de Jared Dudley ou uma combinação de Tyler Ulis e Troy Daniels, dois jovens jogadores que podem ser úteis.

Lauvergne deve deixar o Spurs, diz jornal

De acordo com reportagem do jornal americano San Antonio Express-News, Joffrey Lauvergne deve deixar o San Antonio Spurs. O pivô francês planeja voltar a atuar no basquete europeu.

Lauvergne em ação pelo Spurs (Reprodução/eurohoops.net)

Lauvergne tem a opção unilateral de renovar contrato com o Spurs para a temporada 2018/2019 para ganhar US$ $1.656.092,00 no período. O jogador deve abrir mão deste direito, já que acredita que pode conseguir propostas mais lucrativas de clubes da Europa.

Assim, Lauvergne pode se transformar na segunda baixa no elenco para a próxima temporada. Segundo relatos da imprensa americana, Kawhi Leonard também deseja deixar o Spurs.

Na última temporada, sua primeira com a camisa do Spurs, Lauivergne disputou 55 jogos pela equipe texana, apresentando médias de 4,1 pontos e 3,1 rebotes em 9,7 minutos por exibição.

Kawhi Leonard teria pedido para ser trocado

Por Pedro Vinícius

A paciência de Kawhi Leonard com o San Antonio Spurs aparentemente acabou. Depois de decepcionante temporada em que o ala fez apenas nove jogos em meio ao tratamento de uma lesão no quadríceps da perna direita, o jogador, segundo reportagem da ESPN americana, pretende solicitar para a franquia texana uma troca. O camisa #2 gostaria de ser enviado para uma equipe da região da Califórnia, preferencialmente o Los Angeles Lakers.

Leonard deve estar de saída (Thearon W. Henderson/Getty Images)

O jogador, obtido por meio de troca com o Indiana Pacers em 2011, em negocio que envolveu George Hill, teve números formidáveis nas últimas duas temporadas. Seus 23,4 pontos e 6,3 rebotes por exibição, com 50% de aproveitamento nos arremessos de quadra e 41% nas bolas de três pontos, ajudaram a colocar os Spurs nos playoffs em dois anos seguidos. Além disso, o ala foi eleito o melhor defensor da liga em 2014/2015 e 2015/2016.

O repórter Chris Haynes, da ESPN, publicou que “o ala estaria insatisfeito pela forma como a franquia lidou com sua lesão”. Consolidando essa informação, o jornalista Adrian Wojnarowski informou que Los Angeles Lakers e Boston Celtics estariam dispostos a negociar pela estrela.

Mas porque Leonard aparentemente decidiu sair dos Spurs? Porque o jogador que foi considerado o futuro da franquia desistiu do plano e deseja uma troca?

A recuperação após a lesão foi um verdadeiro desastre. A franquia de San Antonio e o grupo de apoio de Leonard não cooperaram entre si, e a única coisa que aconteceu foi uma prolongação do período em que Leonard ficou afastado das quadras durante a temporada.

Matéria publicada pela ESPN deu indícios que explicavam o problema. Leonard nunca foi um jogador da mídia, sempre esteve quieto e cooperando para o bem da franquia. Porém, nesse caso o seu entorno apareceu para debater com o Spurs formas de recuperar o atleta.

A franquia nunca recebeu de bom grado palpites externos, e os métodos emplacados por Gregg Popovich e sua comissão sempre foram suficientemente satisfatórios. Com tal ação, o Spurs, em palavras proferidas por seu técnico, era uma organização impotente e frustrada, aguardando que o principal jogador da franquia e seu estafe dissessem o que viria pela frente.

Apesar da questão ter sido tratada internamente, algumas declarações ajudam a entender o que acontece nos bastidores. Segundo relatos da imprensa americana, houve reunião de jogadores em que Tony Parker, Manu Ginobili, Danny Green e Rudy Gay participaram para entender o que passava na cabeça de Leonard. Em declaração pública, o armador francês afirmou que sua lesão foi “100 vezes pior” do que a do camisa #2, deixando vazar certa insatisfação com o astro.

Popovich sempre saía em defesa do ala publicamente, mas também fazia declarações contra o grupo de Leonard, como em dezembro. “Vocês vão ter que perguntar para o grupo dele”, disse o técnico, quando questionado sobre quando o ala voltaria a jogar. Mesmo assim, sempre existiu entre os torcedores a esperança de que o treinador pudesse resolver a questão.

No início dessa semana, foi noticiado que Popovich e Leonard estavam tentando marcar uma reunião para aparar as arestas e tentar ajustar o relacionamento. No entanto, antes que o encontro pudesse acontecer, surgiu a informação de que o ala deseja deixar o Spurs.

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Pop e Leonard tentam agendar reunião, diz jornal

De acordo com reportagem do jornal americano San Antonio Express-News, Gregg Popovich e Kawhi Leonard tentam agendar uma reunião para os próximos dias. O ala do San Antonio Spurs disputou apenas nove jogos na última temporada enquanto se recuperava de lesão do quadríceps da perna direita, e um suposto problema de relacionamento teria adiado seu retorno.

Kawhi e Pop conversam durante jogo do Spurs (Foto: Getty Images)

Segundo o periódico, o Spurs tenta acertar a casa antes do Draft e pretende começar por Leonard. Assim, a reunião do técnico com o ala pode acontecer ainda nesta semana. No cenário mais otimista possível, o jogador deixa o encontro decidido a renovar contrato com a franquia.

Ainda de acordo com o Express-News, fontes ligadas a Leonard dizem que o ala está “96 ou 97%” recuperado de sua lesão e que estará totalmente apto a jogar basquete em setembro, quando deve ocorrer a reapresentação do Spurs. O jogador tem mais um ano de contrato com a franquia, além de ter a opção de renová-lo unilateralmente para a temporada 2019/2020.

A reunião deve marcar o início de um movimentado verão para Pop. Segundo o jornal americano The New York Times, o técnico do Spurs também vai tentar agendar reunião com LeBron James, que pode deixar seu contrato com o Cleveland Cavaliers e se tornar agente livre.

Spurs Brasil entrevista Jaron Blossomgame

Selecionado pelo San Antonio Spurs na 59ª escolha do Draft de 2017, o ala Jaron Blossomgame se vê pronto para jogar na NBA um ano depois. Em entrevista exclusiva concedida por e-mail ao Spurs Brasil, o jogador, que se sagrou campeão da G-League pelo Austin Spurs na última temporada, afirmou que acredita que sua versatilidade dos dois lados da quadra é seu trunfo e se encaixa bem com as exigências atuais da liga profissional americana de basquete.

Jaron Blossomgame em ação pelo Austin Spurs (Reprodução/news4sanantonio.com)

Ala de 24 anos de idade e 2,01m de altura, Blossogame chegou ao Draft de 2017 depois de defender as cores da Universidade de Clemson por quatro anos. No último, apresentou médias de 17,7 pontos e 6,3 rebotes em 34,3 minutos por exibição, convertendo 49,9% de seus arremessos de quadra, 25,5% de suas bolas de três pontos e 71,4% de seus lances livres.

O jogador começou sua trajetória pelo Spurs nas Ligas de Verão de 2017. Disputou oito jogos, com médias de 5,1 pontos e 5,4 rebotes em 23,4 minutos por exibição, convertendo 43,6% de seus arremessos de quadra, 33,3% de suas bolas de três e 50% de seus lances livres.

Desde então, o Spurs ainda não assinou com Blossomgame, e com isso mantém seus direitos. O caminho para o jogador foi o Austin Spurs, franquia da G-League filiada à de San Antonio. E em sua primeira temporada profissional, o ala já se tornou campeão da liga, com médias de 16,5 pontos e 8,2 rebotes em 29,6 minutos por exibição, convertendo 54,5% de seus arremessos de quadra, 30,1% de suas bolas de três pontos e 78,5% de seus lances livres.

Os números sustentam a evolução a que Blossomgame se refere quando descreve sua transição do basquete colegial para a G-League. O ala ainda revela que sabia do interesse do Spurs desde 2016 e conta como foi conviver com Tony Parker, Derrick White e Brandon Paul.

Blossomgame não respondeu quando questionado se existem conversas para que ele reforce o Spurs na próxima temporada, mas confirmou que vai jogar as Summer Leagues e que continuar melhorando seu arremesso é sua meta para a offseason. Veja, a seguir, a entrevista na íntegra:

Spurs Brasil: Quando o Spurs mostrou que estava interessado em seus serviços? Você sabia do interesse que a franquia de San Antonio tinha em você antes de ser draftado?

Jaron Blossomgame: Em 2016, eu entrei no draft na minha temporada como junior e acabei decidindo voltar para a faculdade. Mas durante o processo pré-draft, eu fiz entrevista e treino com o Spurs. Na minha temporada como senior, eu me encontrei com o Spurs no Draft Combine e treinei com eles de novo, então eu sabia que havia interesse deles na noite do draft.

SB: O que você sentiu quando ouviu seu nome sendo chamado? Ficou feliz por ter sido selecionado por uma franquia famosa por seu bom histórico no draft?

JB: Eu fiquei realmente feliz quando ouvi meu nome ser chamado e tive a chance de andar pelo palco. Eu sempre imaginei aquilo acontecendo quando eu era criança, então finalmente poder ter essa experiência foi incrível. Fiquei feliz por ter sido draftado por um time como o Spurs por causa do histórico da franquia desenvolvendo jovens talentos. Eu sabia que estaria em boas mãos e que as coisas seriam feitas do jeito certo.

SB: O Spurs tem sido uma franquia focada na defesa na era Gregg Popovich. Você sente que sua defesa era sua maior qualidade para o draft do ano passado?

JB: Eu sinto que na noite do draft minha maior qualidade era minha versatilidade ofensivamente e defensivamente. Como a NBA foi para a direção do small-ball, acho que isso se ajusta ao meu jogo perfeitamente. Sou capaz de defender várias posições e de aproveitar mismatches no ataque. Claro que isso foi há um ano e eu melhorei em muitas áreas do meu jogo desde então, mas acho que essa qualidade específica realmente me favoreceu.

SB: Como foi a transição da universidade para a G-League? O jogo é muito diferente?

JB: A transição foi realmente diferente. Tive muito sucesso na G-League se você olhar para a temporada como um todo, mas vejo mais que eu tive muito crescimento e desenvolvimento. Eu era um jogador diferente no fim da temporada. Vi muitos vídeos com nossa comissão técnica e tentei atacar todos os dias com minha mentalidade de ser cada vez melhor. Acho que o basquete universitário é mais difícil na minha opinião por causa do espaçamento e da maneira com que você pode defender na universidade. É mais fácil conter os melhores jogadores. Na G-League, tem muito espaço na quadra, é difícil focar apenas em um jogador e existem melhores jogadores em todos os aspectos na G-League.

SB: Em seu primeiro ano como atleta profissional, você já é um campeão. Como foi a experiência de jogar os playoffs da G-League e de terminar com o título?

JB: Essa primeira temporada em Austin foi inacreditável. Eu não trocaria essa experiência por nada. Além da parte do basquete, eu realmente me diverti desenvolvendo amizades com treinadores e companheiros de equipe. Tivemos muita gente boa ao redor do nosso grupo, e isso tornou as coisas muito mais fáceis para nós. Tudo na quadra era divertido. Tivemos um time cheio de jogadores capazes de tomar controle de um jogo ofensivamente, mas todo mundo deixava seus egos na porta, e nós realmente nos sacrificamos muito pelo bem maior do time. Isso é muito raro na G-League. A química do nosso time era a nossa maior força na minha opinião.

SB: Quando o Spurs te draftou, em que áreas do jogo pediram para você trabalhar? Você acha que seu ano em Austin te ajudou a ir na direção correta?

JB: Acho que a última temporada em Austin me ajudou tremendamente. Se você assistir aos meus jogos no começo da temporada e depois assistir aos meus jogos no fim da temporada, vou parecer um jogador diferente. No geral, minha compreensão do jogo realmente melhorou. Dei arremessos melhores, fiz as jogadas certas para meus companheiros de equipe e marquei no perímetro.

SB: Tony Parker teve uma passagem curta pelo Austin Toros na última temporada. Como foi essa experiência para você? Teve a chance de falar com ele sobre basquete?

JB: Foi uma experiência legal ter ele perto do nosso time. Ele é um grande cara e realmente toma conta dos mais jovens.

SB: Você jogou com jogadores do Spurs em Austin, como Derrick White e Brandon Paul. O que você pode dizer sobre eles? Acha que eles estão prontos para jogar em alto nível?

JB: Derrick e Brandon são caras de grande caráter. Joguei muito com Derrick na Summer League e na G-League na última temporada, e ele realmente evoluiu durante o ano. Acho que ele tem um futuro realmente brilhante na NBA. Brandon jogou duas partidas com a gente na G-League, e duas coisas que realmente se destacaram sobre ele foram sua habilidade defensiva e seu arremesso. Ele é um jogador realmente fascinante para mim por causa de suas capacidades defensivas. Eu acho que eles estão prontos para causar um impacto em alto nível.

SB: O Spurs praticou bastante small-ball na última temporada, com jogadores como Rudy Gay, Davis Bertans e Kyle Anderson jogando na posição 4. Você se vê pronto para este papel em jogos de nível de NBA ou se vê mais como um jogador de perímetro?

JB: Sim, eu acredito que estou pronto para uma função desse tipo na NBA. Como disse antes, minha versatilidade é minha maior qualidade, então posso estar na quadra em qualquer posição entre ala-armador e pivô e defender qualquer uma dessas posições. Assitindo times como o Houston Rockets e o Golden State Warriors nos playoffs da NBA, vi caras como Draymond Green e PJ Tucker jogando como pivôs. Com minha versatilidade, acho que posso ser um jogador que joga em múltiplas posições como esses caras.

SB: Depois de converter 25,5% dos seus arremessos de três na última temporada pela universidade de Clemson, você converteu 30,1% em Austin. Você acha que evoluir nos arremessos pode ser decisivo para sua carreira? Como você trabalha para melhorar seu arremesso e como conseguiu subir 5% em uma temporada?

JB: Sim. Meu arremesso é algo em que eu estou realmente trabalhando duro neste verão, e acho que isso vai abrir muito mais o meu jogo. Eu fiz muito treino de arremesso e trabalhei na minha mecânica, e eu realmente me sinto bem com minha evolução. O salto de 25% para 30% para mim foi bom considerando que foi minha primeira temporada arremessando da distância da NBA. Acho que o próximo passo para mim é me tornar mais consistente de longa distância.