Arquivo mensal: junho 2013
Limitado como nunca antes
Mesmo para quem torce para o San Antonio Spurs, é preciso admitir que o jogador mais midiático das finais era LeBron James. Assim, ao longo da série decisiva, ganhou espaço na imprensa internacional o bom trabalho que a equipe texana estava fazendo para limitar as infiltrações do ala do Miami Heat. Isso porque é natural que estrelas desse porte sejam pressionadas para que consigam, noite após noite, exibições sobre-humanas, especialmente no ataque – o que, obviamente, nem sempre é possível. Mas, em meio a altos e baixos de The King, algo decisivo passou despercebido: a excelente defesa que a franquia da Flórida, agora tricampeã da NBA, fez sobre Tony Parker.

Parker sempre teve de encarar marcação dupla (NBAE/Getty)
O armador francês acaba de fazer seu melhor campeonato com a camisa do Spurs. Com médias de 20,3 pontos, 7,6 assistências e três rebotes por exibição, Parker se tornou o principal jogador do time texano. Por isso, obviamente, quem quisesse vencer a equipe teria de limitá-lo. E o Heat obteve sucesso na missão com tanto sucesso que chega a ser assustador.
Com o camisa #9 assumindo o papel de protagonista do alvinegro texano, o Spurs passou a utilizar, mais do que nunca, o pick-and-roll como base de seu sistema ofensivo. Isso porque, ao sair de um corta-luz, o francês pode atacar a cesta, finalizando perto do aro, ou partir para um de seus igualmente mortais arremessos de média distância dos lados da cabeça do garrafão, especialmente pela esquerda. O gráfico de arremessos do atleta ao longo da temporada regular mostra essa tendência:
No entanto, diante do Heat, Parker encontrou uma defesa que tinha os ingredientes certos para limitá-lo. Isso porque Erik Spoelstra e a diretoria da franquia fazem um trabalho cada vez melhor em cercar LeBron James, Dwyane Wade e Chris Bosh com bons coadjuvantes – especialmente na defesa. Dentro do trio, o ala-armador é forte o bastante para não passar vergonha marcando pivôs, enquanto o ala-pivô tem agilidade rara para homens de seu tamanho para combater jogadores de perímetro. A versatilidade das estrelas na marcação acabou pautando a identidade desse plantel, que tem, no elenco de apoio, Mario Chalmers, Shane Battier e Udonis Haslem, que também carregam essa virtude.
Para conter o pick-and-roll e limitar Parker, o Heat decidiu então abusar da versatilidade de seu elenco, especialmente a velocidade. Toda a vez em que o francês chamava o bloqueio, tanto seu defensor quando o defensor do pivô atacavam o armador, tirando-o a possibilidade de infiltrar facilmente ou arremessar livre de média distância. Além disso, com a dobra, o passe para dentro do garrafão também fica mais difícil. É possível notar a estratégia defensiva com mais clareza no vídeo abaixo, com um lance dessas finais:
Claro, Parker é um jogador acima da média e, às vezes, conseguia finalizar perto do aro em algumas ocasiões mesmo assim. Em outras, conseguia encontrar o pivô que fez o corta-luz – especialmente Tim Duncan – que, com o desenrolar da jogada, acabava ficando livre após o bloqueio. E é aí que o Heat usava sua versatilidade defensiva: os outros três homens que não estavam dobrando no armador francês se apressavam rapidamente para combater The Big Fundamental no garrafão e evitar uma cesta fácil. E, com uma velocidade impressionante, a equipe da Flórida conseguia rodar rapidamente o bastante para não deixar ninguém livre no perímetro. Uma verdadeira aula de defesa coletiva.
Observando o gráfico de arremessos de Parker ao longo da série contra o Heat e comparando-o ao da temporada regular, exibido acima, é impressionante notar como o arremesso de média distância – aquele, que o armador francês tenta ao sair do bloqueio – foi completamente negado pela equipe de Miami na série final da NBA:
O mesmo Parker, que teve média de 20,3 pontos por jogo na temporada regular, tentando quase 15,1 arremessos por jogo e convertendo 52,2% deles, anotou “apenas” 15,7 pontos por exibição na série contra o Heat, tentando 14,6 tiros e acertando 41,2%, mesmo com sua média de minutos subindo de 32,9 para 35,2 por jogo.
Assim como o Spurs fez, o Heat baseou sua defesa na arma mais perigosa do adversário. No entanto, me parece claro que Parker, um craque, não é do mesmo nível de LeBron, que tem absolutamente todas as ferramentas que um jogador de basquete pode ter. E vale lembrar que, mesmo com a defesa cerrada, o armador francês ainda conseguiu converter bolas importantes, especialmente no jogo 1 e no jogo 6. Uma pena que não foi o bastante…
Ala francês entra em possível lista do Spurs para o Draft
Com o fim da temporada 2012/2013 da NBA, o San Antonio Spurs volta suas atenções para o Draft que se aproxima. E, aparentemente, uma das possibilidades para a franquia texana é aumentar sua legião de franceses durante o recrutamento de calouros. Segundo reportagem do site americano Project Spurs, o time estaria monitorando o ala Livio Jean-Charles.

O próximo francês do Spurs? (Reprodução/lyonmag.com)
De acordo com Alex Kennedy, do site Hoopsworld, Jean-Charles é um dos possíveis alvos do Spurs na primeira rodada do Draft deste ano. O ala, que pode atuar nas posições 3 e 4, tem apenas 19 anos de idade, 2,04 m de altura e uma história curiosa: nasceu na Guiana Francesa e se mudou para o país europeu aos 14 anos para desenvolver sua carreira no basquete.
O plano, inicialmente, seria selecionar Jean-Charles e deixá-lo atuando na Europa por mais um ano. Principalmente porque, depois, negociar sua ida para a NBA não seria difícil, já que o ala joga atualmente no ASVEL, clube que tem Tony Parker entre seus acionistas.
Ao longo da última temporada, Jean-Charles disputou 29 partidas do Campeonato Francês e apresentou médias de 3,3 pontos (54% FG, 42,9% 3 PT, 58,8% FT) e 2,7 rebotes em 13,8 minutos por exibição. Os principais sites especializados em Draft imaginam que o ala será selecionado entre o início e o meio da segunda rodada do recrutamento de calouros.
Se realmente for selecionado pelo Spurs, Jean-Charles se juntará, no elenco da equipe texana, aos compatriotas Tony Parker, Nando De Colo e Boris Diaw – este último pode optar por sair de seu contrato com a franquia antes da próxima temporada.
Vale lembrar que o Spurs detém a 28ª e a 58ª escolhas do próximo Draft, que acontecerá na próxima quinta-feira, em Nova York, na arena do Brooklyn Nets.
Confira os demais prospectos que o Spurs pode selecionar no Draft
Spurs (3) @ (4) Heat – Obrigado

88×95
Existem jogos que não precisam ser descritos. Você não precisa saber quantos pontos, quantos rebotes ou quantas assistências eles tiveram. Assim deve ser para a visita do San Antonio Spurs ao Miami Heat no jogo sete da final da NBA. A vitória do mandante por 95 a 88 premiou um monstro pela segunda vez. LeBron James levou seu bicampeonato e faltam palavras para descrevê-lo. Como faltam palavras – e o nó na garganta é grande – para descrever a sensação de ter visto a última chance de Tim Duncan e Manu Ginobilli terem levado mais um título, já no final de suas carreiras. Vamos aos fatos, não ao jogo.

Obrigado por tudo, Duncan! (NBAE/Getty)
Obrigado, Manu
Sim, eu sei. O erro no jogo seis, no finalzinho, foi crucial. Assim como os erros neste jogo derradeiro também. Mas permitam-me fazer apenas uma observação. Ídolos não são de um dia. Eles não ascendem com um jogo e nem caem com apenas um também, por maior que seja a importância dos duelos em questão. Quando este Spurs Brasil foi fundando, juntou um fã de Tim Duncan e um fã de Manu Ginobilli – eu e Lucas Pastore. Em um jogo diante do Toronto Raptors, vitória, demos início a tudo – e nosso argentino estava lá, nos dando o triunfo. O tempo passa e passa até para os ídolos. Comecei esse resumo assim porque é preciso sim saber e reconhecer os erros (cruciais, na maioria) do ala-armador, mas é hora de saber o que ele representa para a franquia. Ídolos não são de barro. Eles não quebram. Nunca.

O futuro da franquia (NBAE/Getty)
Eu vi Tim Duncan
Não sei se Duncan vai continuar jogando, nem interessa agora. Se ele voltar, que saiba que será sempre bem-vindo (e não há algo maior, senão eu diria). Sei que, se um dia eu puder contar para alguém que eu gosto de basquete, o farei falando que vi meu maior ídolo em seu auge. Vou poder falar que vi um dos dez maiores jogadores de todos os tempos ser meu contemporâneo. O que ele faz não é desse planeta. A idade não pesa, a vontade de ganhar não diminui e a tristeza ao perder, mesmo depois de ter ganho tanto, não muda.
Confesso que cinco minutos após o jogo, ainda meio sem saber o que escrever, me inspirei – de novo – em Timmy e na força de vontade dele. Ele merece que levantemos nossa cabeça agora.
Tão perto…
Ídolos não morrem, vimos Tim Duncan, mas decepções nunca são amenizadas rapidamente. Para sempre – e sim, será eterno – pensaremos que “podia ter sido diferente” se “aquela bola caísse”, “aquela enterrada saísse”, “aquele tempo fosse pedido”. O jogo 6 terá sido para sempre o pior melhor jogo que já vimos em nossas vidas. Foi quase. E quando é quase, dói mais. Vamos lamentar tudo: pontos, rebotes e roubos perdidos. Mas chegamos. Quem pensa que segundo é o primeiro dos últimos, me desculpe, nunca disputou nada para valer. Chegar não é fácil quando se joga em alto nível. Que o segundo lugar nos mostre a grandeza da chegada, desprezando times mais badalados e/ou mais preparados até.
O ofício
Tenho que falar do jogo? Sim? Então tudo bem. O que nos matou foi o que nos mata quase sempre: rebotes. Perdemos muitos. Demos segundas chances ao Heat e perdemos oportunidade de termos segundas chances. No momento derradeiro de um torneio de alto nível, isso faz toda a diferença. Eles? Eles têm simplesmente a única figura que já foi capaz de rivalizar com Michael Jordan após o advento de Vossa Alteza ainda na década de 1980. Na hora que precisou, ele apareceu. E fez aparecer também o vão que todos sabíamos que poderia fazer a diferença na decisão. Fez.
O futuro…
Bem, ele é menos sombrio do que há alguns anos, não? Lembram quando Duncan estava mal, na temporada 2010/2011, e não tínhamos Kawhi Leonard? “O que vai ser do Spurs?”. Bem, o Spurs vai ser isso, temos um companheiro para Tony Parker – um monstro! – e já poderemos pensar em construir o (doloroso, pela saudade que ficará) futuro sem Duncan e Manu.
Obrigado, San Antonio Spurs. O que fica de 2013 é orgulho. E 2014 está logo aí. Você subestimaria esse gigante? Eu pensaria algumas vezes antes…
Destaques da partida
San Antonio Spurs
Tim Duncan – 24 pontos, 12 rebotes e 4 roubadas de bola
Kawhi Leonard – 19 pontos e 16 rebotes
Manu Ginobili – 18 pontos, 5 assistências e 3 rebotes
Tony Parker – 10 pontos, 4 assistências e 3 roubadas de bola
Miami Heat
LeBron James – 37 pontos, 12 rebotes, 4 assistências e 2 roubadas de bola
Dwyane Wade – 23 pontos, 10 rebotes e 2 tocos
Shane Battier – 18 pontos e 4 rebotes
Mario Chalmers – 14 pontos e 2 roubadas de bola
Spurs (3) @ Heat (3) – Final da NBA

San Antonio Spurs @ Miami Heat – Final da NBA
Data: 20/06/2013
Horário: 22h00 (Horário de Brasília)
Local: AmericanAirlines Arena
Na TV: ESPN
Cotação no Apostas Online: Spurs 3,10 vs Heat 1,40 (favorito)
Chegou a grande hora. Em uma série eletrizante, que foi ampliada na terça-feira após um épico sexto duelo, San Antonio Spurs e Miami Heat decidem o título da NBA da melhor forma possível para os amantes da liga: jogo 7. O confronto, que acontecerá na Flórida, é o último entre as duas equipes naquela que tem sido considerada uma das melhores sequência dos últimos anos. Para o lado do time da casa, pesa o fator casa e o psicológico, pela maneira como venceu o último jogo. Para os visitantes, é hora de se apegar na experiência do elenco e – por que não? – em um pouco de superstição: nessa série, nenhum time perdeu duas partidas seguidas; a franquia texana venceu todos os jogos ímpares; nunca perdemos uma final de NBA na história. Dessa vez, é ganhar ou ir para casa.
Série nos playoffs (3-3)
06/06/2013 – Spurs 92 @ 88 Heat
Em um dos jogos mais equilibrados da série, um chute milagroso de Tony Parker decidiu a parada para o Spurs, que roubou o mando de quadra do adversário e ainda ganhou moral para os duelos seguintes. Do lado do Heat, destaque para o primeiro triplo-duplo de LeBron James na final, com 18 pontos, 18 rebotes e dez rebotes.
09/06/2013 – Spurs 84 @ 103 Heat
Com um terceiro período péssimo, o Spurs deixou o Heat escapar, chegou a levar 30 pontos fazendo apenas cinco e viu sua primeira derrota nas finais vir de maneira bem tranquila para o adversário. Danny Green bem que tentou, acertando cinco bolas de três, mas a série acabou indo empatada para o Texas.
11/06/2013 – Spurs 113 vs 77 Heat
Choveu no Texas na primeira partida das finais no AT&T Center. Choveu bolas de três. A derrota sonora na partida anterior foi devolvida com uma vitória por diferença de impressionantes 36 pontos. Muito disso por conta da atuação acima do normal – quase perfeita – de Danny Green e Gary Neal na linha dos três pontos.
13/06/2013 – Spurs 93 vs 109 Heat
No dia de Santo Antônio, padroeiro do Spurs, deu Heat no Texas. Naquele que talvez tenha sido o melhor jogo em conjunto de LeBron James, Dwyane Wade e Chris Bosh, os adversários venceram bem e mais uma vez empataram a série.
16/06/2013 – Spurs 114 vs 104 Heat
Naquele que para muitos pode ter sido o último jogo de Tim Duncan, Tony Parker e Manu Ginobili juntos em uma final de NBA no AT&T Center, o argentino fez seu melhor jogo na série – talvez o único realmente bom – e decidiu para o Spurs, que viajou para a Flórida com a vantagem para fechar a série e conseguir o penta.
18/06/2013 – Spurs 100 @ 103 Heat
Em uma das melhores partidas da história das finais, o Spurs abriu boa vantagem no primeiro tempo, mas viu LeBron James jogar tudo o que sabe e levar o Heat ao empate. Após Kawhi Leonard perder um lance livre, Ray Allen fez bola de três incrível e levou o duelo para a prorrogação. No tempo extra, Ginobilli vacilou, deixou de pedir tempo, tentou decidir e acabou jogando fora a chance da série ser fechada. Tudo bem, tem mais um jogo!


PG – Tony Parker
SG – Manu Ginobili
SF – Danny Green
PF – Kawhi Leonard
C – Tim Duncan
Fique de Olho – Danny Green “amarelou” na hora de atacar durante o último jogo. Com uma forte marcação imposta pelo Heat em cima do camisa #4, o ala-armador conseguiu acertar apenas uma bola do perímetro (1-5 3 PT). Na defesa, ele continua mantendo sua consistência, conseguindo impedir muitos pontos adversários.


PG – Mario Chalmers
SG – Dwyane Wade
SF – Mike Miller
PF – LeBron James
C – Chris Bosh
Fique de Olho – Com o time perdendo por dez pontos, LeBron chamou a responsabilidade e conseguiu levar o jogo 6 para a prorrogação. Sem a tradicional bandana na testa, produziu 14 pontos em 14 minutos; antes de tirar o acessório, precisou de 36 minutos para alcançar 18 pontos. Detalhe irrelevante, e o ala já informou que virá para o jogo decisivo com o acessório.
Spurs encara times do Leste na Summer League
Nesta quarta-feira (19), a NBA divulgou a agenda de jogos da Summer League de Las Vegas, que terá o San Antonio Spurs entre seus participantes. Na competição, a equipe texana terá como adversários, a princípio, o Charlotte Bobcats, no dia 12 de julho; o Toronto Raptors, no dia 14; e, por fim, o Atlanta Hawks, no dia 15.

Kawhi Leonard em ação pelo Spurs contra o Hawks na Summer League de 2012; os dois times se enfrentarão de novo neste ano (Shep McAllister/Spurs.com)
O primeiro e o terceiro jogos do Spurs serão disputados no Cox Pavillion. A partida contra o Raptors será no Thomas & Mack Center. Os ingressos para a competição já estão à venda.
Nesta temporada, a Summer League de Las Vegas terá regulamento um pouco diferente do que nos anos anteriores e vai coroar um campeão pela primeira vez. Ao fim dos jogos disputados no dia 16 de julho, todos os times terão disputado três partidas e serão ranqueados de acordo com suas campanhas. A partir daí, acontecerão confrontos eliminatórios, até que duas equipes disputarão a final no dia 22.
Além do Spurs, mais 21 equipes disputarão a Summer League de Las Vegas, sendo 20 da NBA e uma seleção da D-League. Confira a lista completa a seguir:
Atlanta Hawks
Charlotte Bobcats
Chicago Bulls
Cleveland Cavaliers
Dallas Mavericks
Denver Nuggets
Golden State Warriors
Los Angeles Clippers
Los Angeles Lakers
Memphis Grizzlies
Miami Heat
Milwaukee Bucks
Minnesota Timberwolves
NBA D-League Select
New Orleans Pelicans
New York Knicks
Phoenix Suns
Portland Trail Blazers
Sacramento Kings
San Antonio Spurs
Toronto Raptors
Washington Wizards





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