Arquivo mensal: novembro 2012

Lições de uma derrota normal

Não acredito que o New York Knicks será um dos finalistas da NBA. Começo dizendo isso e acrescentando que, é claro, posso estar errado. Creio no aumento de rendimento do Miami Heat e do Boston Celtics no Leste, além de confiar que, caso Derrick Rose volte a tempo, o Chicago Bulls também se coloca à frente dos nova-iorquinos como favoritos à conferência. Mas não posso desprezar o começo de temporada perfeito dos comandados de Mike Woodson. E, ainda mais, as lições que a vitória sobre o San Antonio Spurs trazem ao time texano.

Spurs conseguiu conter carmelo, mas mesmo assim perdeu (D. Clarke Evans/NBAE/Getty)

Em primeiro lugar, a derrota – que se não era esperada pode ser, no mínimo, considerada normal – nos ensina que não devemos apontar culpados sempre. Tony Parker pode ter se afobado demais e Manu Ginobili cometeu sim um dos turnovers mais inexplicáveis em sua carreira, mas e daí? A culpa da derrota, muitas vezes, está no mérito do adversário. Com a repercussão da vitória do Knicks, vi que muitas pessoas ignoram isso.

Claro, é normal você achar que seu time perdeu e não o outro que ganhou. Faz parte da paixão envolvida no esporte. Mas o jogo no AT&T Center traz lições interessantes ao Spurs e, principalmente, pontos que deverão ser muito bem analisados ao longo da temporada, antes que os playoffs comecem.

O primeiro ponto é negativo. Diz respeito ao gás do Spurs no final dos jogos. Não é de hoje que a equipe parece se dar cada vez pior quando o adversário aperta o ritmo nos minutos decisivos dos duelos. Contra o Knicks, chegamos a ter uma confortável vantagem de oito pontos quase no final do terceiro quarto, o que exigiria apenas uma boa administração ao longo do último período. E isso aconteceu muito por conta da boa atuação final do pivô brasileiro Tiago Splitter, que anotou todos os seus 13 pontos no último período. Porém os nova-iorquinos, pressionaram e a vaca texana deitou.

É bom lembrar que, para o Spurs chegar à final da NBA, terá que superar, dentro de sua conferência, o jovem e atlético time do Oklahoma City Thunder e o Los Angeles Lakers, que em breve deverá estar no ritmo de correria de Mike D’Antoni. Caso San Antonio chegue a duelar com essas franquias na pós-temporada, o que bem possível, poderá ter sérios problemas caso não esteja preparado para aguentar ritmos frenéticos no final do jogo.

Mas há também o lado positivo, e ele se chama Kawhi Leonard. Como já disse anteriormente, ele é o jogador que mais evolui dentro do elenco texano. Nas partidas contra Lakers e Knicks, marcou com destreza Kobe Bryant e Carmelo Anthony. O jogo contra os nova-iorquinos, inclusive, mostrou que Spurs tem um arsenal defensivo de peso contra atletas com o chute muito apurado, como é o caso de Anthony. Para os playoffs, é interessante que isso aconteça, principalmente contra os já citados Lakers – de Kobe – e Thunder – de Kevin Durant.

Por fim, tenho sentido certa dificuldade do Spurs de surpreender com sua rotação. Com Ginobilli fazendo um início de temporada ruim, o banco depende muito das atuações de Splitter, Gary Neal e Stephen Jackson, todos jogadores muito irregulares em termos ofensivos. Patrick Mills, quando aparece, parece sentir falta de ritmo de jogo, uma vez que raramente é utilizado. Talvez seja hora do australiano e do novato Nando De Colo receberam mais chances. Seria ideal que ambos estivessem adaptados o suficiente para mudarem mais nosso perímetro ao longo das partidas.

Spurs (8-2) vs Nuggets (4-6) – Manu ‘estreia’ com show

126x100

O San Antonio Spurs, com um ótimo aproveitamento nos tiros do perímetro, venceu com facilidade o Denver Nuggets, neste sábado (17), no AT&T Center. O time texano se manteve na frente do placar por praticamente todo o jogo e sem muita resistência do adversário. Os mandantes acertaram 16 bolas de três, contra apenas quatro do Nuggets.

Manu Ginobili para 3; o craque está de volta! (D. Clarke Evans/NBAE/Getty)

Manu Ginobili

Uma das grandes preocupações dos fãs do Spurs eram as atuações abaixo da crítica de Manu Ginobili. O argentino não vinha jogando como o torcedor se acostumou a vê-lo. No entanto, na partida deste sábado, o ala-armador parece ter ”estreado” na temporada. Manu marcou 20 pontos, errou apenas três arremessos de quadra e acertou cinco da linha de três pontos. Tudo isso em apenas 23 minutos de atuação.

DeJuan Blair

Outro que se destacou na larga vitória do Spurs foi DeJuan Blair. O ala-pivô fez 19 pontos e coletou oito rebotes. Bem superior ao seus concorrentes de garrafão. Boris Diaw fez nove pontos e pegou três rebotes – sem falar nas cinco assistências -, e Tiago Splitter terminou o jogo com cinco pontos e também três rebotes.

Festa do perímetro 

Até Tim Duncan deixou o dele da linha de três

A superioridade do Spurs foi tão grande no perímetro que até o ala-pivô Tim Duncan deixou a dele da linha de três pontos. Além do camisa 21, Stephen Jackson, Danny Green, Manu Ginobili, Boris Diaw, Patrick Mills, Matt Bonner e Nando de Colo fizeram pelo menos uma cesta do perímetro. Foram 16 no total, de 26 tentativas (59%). O Nuggets, por sua vez, fez apenas quatro de 11 tentativas para três pontos.

Superiores em tudo

Mas, a superioridade texana não ficou limitada apenas ao perímetro. O Spurs venceu também o Nuggets nos rebotes (40×39), nas assistências (33×19), além de ter sofrido menos turnorvers (14×22). Em roubadas de bola, o time de San Antonio também ficou na frente (11×8), assim como em tocos (6×2).

Tempo de quadra

Com as contusões de Kawhi Leonard e Gary Neal, além da larga vantagem adquirida no placar, alguns jogadores que não ganham tanto tempo quadra, puderam mostrar suas habilidade ao técnico Gregg Popovich por mais tempo. Foi o caso do armador australiano Patty Mills, que marcou seus dez pontos em 20 minutos de atuação. Já Nando De Colo fez cinco pontos em 16 minutos, e Matt Bonner, em oito minutos na quadra, marcou seis pontos.

Destaques da Partida

San Antonio Spurs

Manu Ginobili – 20 pontos e quatro assistências

DeJuan Blair – 19 pontos e oito rebotes

Danny Green – 15 pontos e três rebotes

Tony Parker –  14 pontos, seis assistências e cinco rebotes

Tim Duncan – 14 pontos e cinco rebotes

Patrick Mills – Dez pontos e duas assistências

Denver Nuggets

Danilo Gallinari – 15 pontos e sete rebotes

Kenneth Faried – 14 pontos e cinco rebotes

Corey Brewer – 13 pontos e sete rebotes

Ty Lawson – 13 pontos e cinco assistências

Evan Fournier – Dez pontos e duas assistências

Spurs (7-2) vs Nuggets (4-5) – Temporada Regular

San Antonio Spurs vs Denver Nuggets – Temporada Regular

Data: 17/11/2012

Horário: 23h30 (Horário de Brasília)

Local: AT&T Center

Cotação no Apostas Online: Spurs 1,36 (favorito) x Nuggets 3,19

O San Antonio Spurs vem de uma derrota contra o New York Knicks, até então o único time invicto na NBA. De acordo com o técnico Gregg Popovich, o time acabou ficando cansado com a sequência de partidas. Dessa vez, mandando o segundo jogo seguido em casa, os veteranos do time texano devem se encontrar mais recuperados em quadra. O Denver Nuggets, adversário deste sábado, vem de uma derrota para o Miami Heat.

PG – Tony Parker

SG – Danny Green

SF – Stephan Jackson

PF – Boris Diaw

C – Tim Duncan/Tiago Splitter

Fique de Olho – Tiago foi bem nas duas últimas partidas e até recebeu elogios de Pop. No último jogo, contra o New York Knicks, na última quinta-feira, o pivô brasileiro marcou 13 pontos, todos no último quarto, em um espaço de tempo de 2 minutos e 38 segundos.

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PG – Ty Lawson

SG – Andre Iguodala

SF – Danilo Gallinari

PF – Kenneth Faried

C – Kosta Koufos

Fique de Olho – Kenneth Faried está tendo um ótimo começo de temporada até aqui. O ala-pivô está em seu segundo ano e seus número já impressionam. O jovem possui médias de 14,1 pontos e 11,8 rebotes por jogo.

O quinto elemento

Boris Diaw, DeJuan Blair e Tiago Splitter: qual deles deve começar as partidas ao lado de Tim Duncan no garrafão do San Antonio Spurs e completar o quinteto titular, que conta ainda com Tony Parker, Danny Green e Kawhi Leonard? Aparentemente, nem mesmo o técnico Gregg Popovich tem resposta para isso. Nas últimas partidas, o treinador tem revezado o trio tanto no início quanto no fim das partidas – isso quando os três não terminam o jogo no banco e a opção é uma formação small-ball. Enquanto procura a melhor rotação, o comandante da equipe motiva a todos e deixa os três no auge do ritmo de jogo.

Splitter em ação contra o Knicks; brasileiro está na briga (Soobum Im-US PRESSWIRE)

Hoje, eu arriscaria dizer que Blair, que começou o campeonato fora da rotação, é o favorito de Pop. O ala-pivô começou dois dos últimos quatro jogos como titular, contra o Sacramento Kings e o New York Knicks. Diaw, que iniciou a temporada no posto, teve a chance de voltar a ele contra o Portland TrailBlazers, enquanto Splitter teve a oportunidade de sair jogando contra o Los Angeles Lakers. As opções, no entanto, têm, no momento, mais a ver com as características do adversário.

Apesar de baixo para a posição, o que o torna um defensor abaixo da crítica no garrafão, Blair é o melhor reboteiro do trio. Além disso, é o que pontua com mais facilidade no pick-and-roll quando recebe passes de Tony Parker e Manu Ginobili. Usando estatísticas avançadas, o camisa #45 tem médias de  17,5 pontos, 10,9 rebotes e 0,4 tocos a cada 36 minutos, além de 38,2% de aproveitamento nos arremessos de quadra e 100% nos lances livres.

Splitter, por sua vez, é o segundo melhor defensor interior do elenco, atrás apenas de Duncan. Por isso, talvez, Pop opte por utilizar tão pouco os dois ao mesmo tempo – para que sempre um deles esteja em quadra. Além disso, o brasileiro, assim como o lendário ala-pivô, também consegue pontuar quando recebe a bola de costas para a cesta. Usando estatísticas avançadas, o pivô tem médias de 16,3 pontos, 7,7 rebotes e 1,8 tocos a cada 36 minutos, além de 54,5% de aproveitamento nos arremessos de quadra e 63,2% nos lances livres – teoricamente, um de seus pontos fracos.

Por incrível que pareça, acho que a promoção de Blair para o time titular pode ser benéfica a Splitter. Digo isso porque o brasileiro é aquele que tem mais dificuldades para dividir espaço com outro jogador com presença no garrafão. Atuando na segunda unidade ao lado de bons passadores, como Manu Ginobili e Stephen Jackson, o pivô tende a render melhor.

Digo isso porque, no time reserva, Splitter dividiria a quadra com Diaw, ala-pivô com técnica fora do comum para a posição e que tem como especialidades abrir a quadra e movimentar a bola com maestria. Na temporada, usando estatísticas avançadas, o francês tem médias de 9,1 pontos, 7,6 rebotes e 0,3 tocos a cada 36 minutos, além de aproveitamento de 60,7% nos tiros de quadra, 62,5% nos lances livres e 25% nos arremessos de três pontos – característica ausente nos seus concorrentes.

Um bom reboteiro e pontuador, um defensor com presença interior e um passador que abre a quadra. Pop tem boas opções na briga pela quinta vaga de titular da equipe e não tem pressa para resolver a dúvida. Enquanto testa os três, o treinador pode escalar seu time de acordo com o que o adversário oferece. Uma prova do rico elenco que o Spurs tem à disposição.

Kawhi Leonard para por duas semanas

Um dos principais jogadores do San Antonio Spurs neste começo de temporada está fora de combate. Os médicos da equipe anunciaram nesta sexta-feira (16) que o ala Kawhi Leonard ficará afastado das quadras por período de dez dias a duas semanas por conta de uma lesão no tornozelo esquerdo. A contusão já incomodava o jogador há algum tempo e, segundo o time, chegou a prejudicar seu desempenho nos últimos jogos.

Volta logo, Kawhi! (D. Clarke Evans/NBAE/Getty Images)

Em sua segunda temporada na NBA, Leonard tem se destacado na marcação como um dos pilares defensivos do Spurs no perímetro. Nas nove partidas que disputou na temporada 2012/2013 – todas como titular – o jovem de 21 anos somou 10,6 pontos e dois roubos de bola em média por noite. O ala sequer estará com o restante do elenco para a viagem de seis partidas seguidas fora de casa que começará na próxima quarta-feira, contra o Boston Celtics.