Arquivo mensal: setembro 2012

E o Texas?

Em uma época não tão distante, o Texas poderia se orgulhar de ser o estado com maior número de representantes de peso na NBA. San Antonio Spurs, Houston Rockets e Dallas Mavericks, seus três times, vinham sempre fortes para a temporada regular e chegavam ainda melhores para os playoffs. Os títulos recentes de Spurs e Mavs provam isso. Mas e hoje? O que o Texas pode falar sobre suas franquias na liga?

O cenário na última temporada não foi dos melhores. Mesmo defendendo o título inédito, o Mavericks fez péssimo mercado, perdeu peças importantes – principalmente o pivô Tyson Chandler – e rendeu muito abaixo do esperado na busca pelo bicampeonato. Para 2012/2013 o time de Mark Cuban parece, aos poucos, acertar os ponteiros. Mesmo assim não se coloca, como foi em outros anos, como um dos favoritos ao título.

Não vai ser fácil para o alemão na próxima temporada...

Não vai ser fácil para o alemão na próxima temporada…

O Dallas possui hoje um time honesto. E só. A chegada de Chris Kaman e a reprodução do garrafão da Alemanha com ele e Dirk Nowitzki não me parece tão impressionante quanto para outras pessoas. Mesmo com os jogadores se completando, ficará faltando algo. Kaman não chega aos níveis de defesa que Chandler teve na campanha que culminou com o título. Também não é nenhuma máquina no ataque. A equipe seguirá dependendo do ala-pivô, já que não tem no perímetro alguém tão confiável para auxiliá-lo ofensivamente – defensivamente, Shawn Marion vem realizando um trabalho interessante.

Já em Houston a situação é um pouco diferente. Depois de perder Yao Ming para as lesões e apostar em um time reformulado que não deu em nada, o Rockets volta a mirar suas atenções para a China. Trouxe o armador Jeremy Lin, sensação do New York Knicks na última temporada. Mercadologicamente, uma transição interessante. Dentro de quadra, superestimada como é o próprio jogador. Lin fez no ano passado uma série de ótimos jogos e se machucou. Os holofotes em Nova York brilham mais e o atleta viu seu jogo ganhar contornos que não são reais.

Jeremy Lin: hype ou craque?

Jeremy Lin: hype ou craque?

Ao lado do pivô Omer Asik, Lin custou caro ao Rockets. Nenhum dos dois jogadores, porém, é capaz de aumentar tão significativamente o nível da equipe dentro de quadra. Asik seria ótimo reserva, como era no Chicago Bulls. O tipo de pivô que faz o jogo sujo, que defende mais do que ataca. Mas Houston anistiou Luis Scola e viu seu melhor jogador em termos ofensivos ir embora de graça – o dinheiro foi usado quase que por inteiro nas duas contratações. A franquia ainda conta com o scorer Kevin Martin, que ainda não se adaptou por lá, e com o argentino Carlos Delfino, que já mostrou em outras oportunidades não encaixar no estilo de jogo da NBA.

Sobra para o Texas o Spurs. Sobra em modo de falar. Porque é o melhor time do estado. Mantém a base e, mesmo com a renovação a passos lentos, é a única das franquias locais que tem chances reais de ir longe na temporada. Se o título é difícil, deverá ser aquela equipe que os favoritos Los Angeles Lakers e Oklahoma City Thunder gostarão – e muito – de evitar no caminho até a grande final. Caso Tony Parker mantenha o nível da última temporada, Manu Ginobili consiga se manter inteiro e os reservas assimilem sua devida importância, é o time a ser batido no estado.

Os tempos mudaram e o Texas parece ter parado um pouco no tempo em relação a basquete. Em comum, vejo três times com dificuldades de se organizar em torno de necessidadas renovações. Para o presente, o Spurs ainda é o melhor. Para o futuro, o Rockets se apresenta como candidato caso consiga manter o time e adicionar um all-star ao elenco. E o Mavericks parece estacionado, admirando a inédita taça, que fica cada vez mais longe de ser repetida.

3 pontos

1 – A questão da anistia de Scola é completamente financeira. Por alguns momentos, tive a esperança de que o Spurs pudesse contar com o jogador que draftou, mas passou de graça ao Rockets.

2 – O problema de times parados no tempo não se enquadra apenas aos citados. A dinâmica da NBA mudou e a inversão de favoritos aconteceu. Dos times que eram considerados fortes há cinco anos, apenas Spurs e Lakers se mantiveram no bolo. Thunder e Heat apareceram com ótimas movimentações de mercado.

3 – Em breve teremos aqui no Spurs Brasil uma ótima entrevista que fiz com o Alex Garcia, na qual ele fala sobre seleção e, é claro, sua passagem pelo Spurs.

De olho no futuro

Depois de uma forte série de 12 vitórias seguidas, que rendeu uma classificação adiantada para os playoffs, o San Antonio Silver Stars desacelerou. Dos cinco últimos jogos, quatro não foram bem-sucedidos. Porém, não é preciso se preocupar.

Como já disse em uma edição da Vestiário Feminino, mesmo que todos os próximos jogos terminem em derrota, não há chance de desclassificação para a segunda fase. Além disso, os placares negativos não querem dizer que, de repente, a equipe parou de funcionar. Dessas cinco partidas, duas foram feias de verdade (contra o Los Angeles Sparks e o Connecticut Sun), uma foi vencida (Tulsa Shock – por favor, dispensem as ironias), e duas não foram positivas por pouco (Minnesota Lynx e Phoenix Mercury). Essas duas últimas aconteceram na última semana.

O duelo contra o Minnesota Lynx teve placar apertado em todo o momento, tanto que só foi decidido na prorrogação. Nos últimos minutos, as campeãs não deram chance alguma e o tempo extra teve o resultado de 17 a cinco. No sábado, contra o Phoenix Mercury, o San Antonio precisou se esforçar para deixar a vantagem de Diana Taurasi e suas companheiras menos larga e, pelo menos nisso, fez um bom papel. Quase venceu, mas, usando o velho trocadilho, nesse dia a ala, que vinha acumulando desculpas para não jogar, ressurgiu das cinzas e fez todo o Mercury, dentro e fora de quadra, vibrar.

Sophia Young

Agora, três semanas separam as equipes do momento mais esperado da temporada: os playoffs. A partir daí, tudo o que foi feito de bom precisa ser melhorado, e o que foi ruim precisa ser consertado. É por isso que essa é a hora certa de Dan Hughes chamar a atenção para o aperfeiçoamento, principalmente das mais novas (Shenise Johnson, Ziomara Morrison, Danielle Robinson e Danielle Adams). Também é preciso dar um tempo de descanso para Becky Hammon. A impressão é de que ela voltou com tudo das Olimpíadas, fez partidas espetaculares, foi a responsável pela conquista da vaga nos playoffs e cumpriu a primeira parte de sua missão. Sophia Young continua sendo incrível nas jogadas próximas à cesta e em seus arremessos. Seria legal, porém, treinar da linha de três pontos. Em jogos em que Hammon é muito segurada na defesa, a ala poderia ser uma opção forte, já que é a segunda mais consistente do esquadrão.

A melhor parte desse time, da temporada de 2012, é que existe uma equipe na qual se pode confiar, e o peso não fica somente na dupla mais conhecida (Hammon-Young).

Os jogos dessa semana não serão fáceis. Na sexta-feira (7, um viva ao feriado!), o adversário será o Indiana Fever, e no domingo (9) o Minnesota Lynx. Ótimas chances de estudar novas oportunidades de ataque para os playoffs.

Quem aqui está animado para a próxima fase? Eu não vejo a hora de chegar. Pela primeira vez desde 2008, há uma chance real de o San Antonio Silver Stars encostar no troféu de campeão, e não há dúvida de que cada elemento do time está sedento por essa conquista.

Até a semana que vem!

Spurs deve avaliar Josh Akognon e Reyshawn Terry

Akognon (á direita) em ação na Summer League (Foto: Jason Wise/Sacramento Kings)

Segundo informações veiculadas pela imprensa especializada no San Antonio Spurs, a franquia texana deve observar dois jogadores nos próximos dias. O armador Josh Akognon e o ala-pivô Rayshawn Terry devem passar pelo crivo da comissão técnica do alvinegro nos próximos dias e, se agradarem, podem acabar convidados para a pré-temporada da equipe.

De acordo com reportagem do site Pounding the Rock, Akognon estará em San Antonio nos dias 11 e 12 de setembro para treinar com a franquia local. A informação foi veiculada em primeira mão pelo jornalista David Pick.

Conforme noticiado aqui no Spurs Brasil, o time texano estava interessado no jogador desde agosto.

Akognon disputou a última temporada pelo DongGuan Leopards, da China, e apresentou médias de 28,2 pontos e três assistências em 34,2 minutos por exibição. Neste ano, o jogador disputou a Summer League pelo Sacramento Kings e, na competição, obteve, em média, 19,3 pontos e três rebotes em 18,3 minutos por jogo.

Terry, por sua vez, também estará em San Antonio segundo reportagem do site Project Spurs. O ala-pivô, que, de acordo com o site HoopsHype, será avaliado pela comissão técnica do Spurs, atuou na última temporada pelo BC Khimik, da Ucrânia, e apresentou médias de 15,1 pontos e 6,4 rebotes em 30,1 minutos por partida na liga local.

Leia mais: veja quem pode chegar e quem pode deixar o San Antonio Spurs

E mais…

Scott Layden é o novo assistente de R.C. Buford

De acordo com reportagem do site americano Spurs Nation, Scott Layden, ex-assistente técnico do Utah Jazz, foi contratado para ser assistente do General Manager R.C. Buford no San Antonio Spurs. A informação, veiculada em primeira mão pelo Yahoo! Sports, ainda não foi confirmada oficialmente. O novo dirigente chega para substituir Dennis Lindsey, que deixou o Texas para assumir o cargo de gerente-geral na franquia de Salt Lake City.

Spurs deve avaliar Brian Butch e Warren Carter

De acordo com reportagem do site americano Project Spurs, o San Antonio Spurs deve avaliar o desempenho de dois jogadores de garrafão nos próximos dias. Brian Butch e Warren Carter devem passar pelo crivo da comissão técnica da equipe texana e, se agradarem, podem acabar ganhando um convite para a pré-temporada do time.

Brian Butch acaba de passar pela D-League

Brian Butch é um pivô de 27 anos e 2,11m de altura. Na última temporada, o jogador atuou pelo Bakersfield Jam, equipe da D-League – a Liga de Desenvolvimento da NBA – e apresentou médias de 15,3 pontos e 9,8 rebotes em 27,4 minutos por jogo.

Carter, por sua vez, deve estar em San Antonio entre terça e quarta-feira de acordo com o empresário Keith Kreiter. Na última temporada, o ala-pivô de 27 anos de idade e 2,06m de altura atuou pelo Dexia Mons-Hainaut, da Bélgica. Na Eurocopa, o jogador disputou oito partidas e apresentou médias de 11,1 pontos e 5,9 rebotes em 28,3 minutos por exibição.

Leia mais: veja quem pode chegar e quem pode deixar o San Antonio Spurs

O novo Danny Green vem da Austrália?

Você pode não ter percebido, mas Danny Green já fazia parte do elenco do San Antonio Spurs durante a temporada 2010/2011 da NBA. O ala-armador estava afundado no banco de reservas enquanto a equipe texana era eliminada nos playoffs pelo Memphis Grizzlies. Porém, um ano depois, o jogador, com mais experiência e conhecimento do sistema tático do time, aproveitou-se da contusão de Manu Ginobili, mostrou todo seu potencial e virou titular. Mais ou menos o que espero de Patrick Mills nesta temporada.

Aí vem Patrick Mills! (NBAE/Getty Images)

Claro que eu não quero que o australiano assuma a armação no quinteto inicial da equipe. Tony Parker vem da melhor temporada de sua carreira, na qual, para muitos, se tornou o nome mais importante do time de San Antonio. Mas o fato é que o elenco sentiu a falta de um jogador eficiente na posição nos minutos de descanso do francês.

Mills chegou a San Antonio no fim da última temporada regular. Mesmo na base do improviso, sem conhecer a fundo o sistema tático do Spurs, o armador conseguiu apresentar as sólidas médias de 10,3 pontos e 2,4 assistências em 16,3 minutos por exibição. Nos playoffs, no entanto, o técnico Gregg Popovich optou por deixá-lo no fim do banco de reservas – mais ou menos como fez com Green durante o duelo contra o Grizzlies.

Agora, para assumir cada vez mais minutos na reserva de Parker – que, na última temporada, ficaram a cargo do improvisado Gary Neal – Mills terá uma pré-temporada inteira de treinos para saber comandar o ataque do time com naturalidade. Além disso, o australiano terá um trunfo que Green não teve em sua transição para a rotação da equipe; a confiança que veio com ótimas atuações nas Olimpíadas de Londres-2012, competição na qual o armador apresentou médias de 21,2 pontos, 4,5 rebotes e 2,2 assistências em 30 minutos por partida.

Durante os Jogos Olímpicos, Mills foi comandado por Brett Brown, um dos assistentes técnicos de Pop no Spurs. E, na visão do treinador, a experiência do armador australiano em Londres será importante na carreira do jogador.

“Patty evoluiu em muitas áreas. Ele cresceu como líder, e ele tem muita técnica. Acho que a experiência nas Olimpíadas e o crescimento de Patty serão vistos quando ele voltar para San Antonio”, apostou Brown, em entrevista ao site oficial do Spurs.

Com velocidade e facilidade para pontuar, Mills tem tudo para exercer com facilidade função semelhante à de Parker, que tem características parecidas, ao comandar a segunda unidade do Spurs. Mas vale lembrar que o australiano tem uma vantagem sobre o francês, lembrada inclusive por Pop: sua dedicação na defesa.

“Não precisei ver as Olimpíadas para saber do que ele é capaz, só que ele chegou tarde na última temporada e foi realmente difícil incorporá-lo no que estávamos fazendo. Mas ele é um jogador agressivo. Ele pode arremessar de três e realmente pontuar, e é isso que ele tenta fazer quando entra no jogo. E defensivamente ele é uma peste”, elogiou o técnico, em matéria produzida no site oficial do Spurs.

Com confiança, mais espaço e apoio da comissão técnica, Mills pode se tornar, ao lado de jogadores como Stephen Jackson, Kawhi Leonard e Boris Diaw, mais um dos coadjuvantes de luxo do Big Three. Algo cada vez mais fundamental, já que Parker e, principalmente, Manu Ginobili e Tim Duncan precisam de mais e mais tempo de descanso.