Arquivo mensal: setembro 2012

Bertans e Sanikidze avançam para o Eurobasket; Hanga cai

Nas últimas semanas, seleções menores da Europa disputaram vagas para o Eurobasket 2013 no torneio classificatório para a competição. Entre as dezenas de jogadores que participaram do campeonato, estavam três prospectos internacionais do San Antonio Spurs: Davis Bertans e Viktor Sanikidze, que conseguiram carimbar passaporte com Letônia e Georgia, respectivamente, e Adam Hanga, que acabou eliminado com a Hungria.

Bertans (à esquerda) em ação pela Letônia (Robertas Dackus/FIBA Europe)

Na competição, Bertans disputou oito partidas e apresentou médias de 8,6 pontos (37,7% FG, 35,0% 3 PT, 65,2% FT) e 4,4 rebotes em 17,6 minutos por exibição, ajudando a Letônia a conseguir cinco vitórias e terminar na terceira colocação no Grupo D, atrás apenas da Bósnia e Herzegovina e da Georgia.

Por falar em Georgia, a seleção contou com Viktor Sanikidze durante o torneio. Em sete partidas, o ala obteve médias de 13,6 pontos (49,4% FG, 30,4% 3 PT, 70,6% FT) e 9,1 rebotes em 32,0 minutos por exibição. Seu time acabou com seis vitórias e duas derrotas.

Hanga, por sua vez, não conseguiu a classificação com a Hungria, que ficou em quarto lugar no grupo C. A seleção venceu três das oito partidas que fez e acabou atrás de Croácia, Ucrânia e Áustria. O ala-armador disputou os oito jogos da equipe e apresentou médias de 16,1 pontos (48,5% FG, 35,7% 3 PT, 53,5% FT) e 4,3 rebotes em 29 minutos por exibição.

Scott Machado diz que recusou o Spurs no Draft

Scott Machado poderia ter sido selecionado pelo San Antonio Spurs na 59ª escolha do último Draft. No entanto, em entrevista ao blog Bala na Cesta, o armador brasileiro, que acaba de ser contratado pelo Houston Rockets após atuar pelo time na Summer League, afirmou que rejeitou a investida do alvinegro texano.

Spurs tomou toco dele!

De acordo com Machado, a possibilidade de jogar na Europa depois de ser draftado pelo Spurs fez com que o armador desistisse da possibilidade de ser escolhido pela franquia.

“Por incrível que pareça, não ter sido escolhido no Draft acabou sendo melhor pra mim. A intenção era a primeira rodada, e como não aconteceu, preferi que na segunda rodada eu fosse escolhido. Foi até engraçado, porque o San Antonio Spurs me queria com a escolha 59, e eu acabei recusando”, afirmou Machado.

“Disse ao Aylton (Tesch, seu agente) que preferia tentar a sorte nas Ligas de Verão, porque sabia que os Spurs iriam me mandar jogar fora dos Estados Unidos, algo que eu não queria. Foi uma decisão rápida, na hora mesmo, e que acabou dando certo. Logo depois o Houston Rockets me chamou pra jogar”, completou o armador brasileiro.

Machado acaba de disputar sua última temporada pela Universidade de Iona, na qual apresentou médias de 13,6 pontos e 9,9 assistências em 35,5 minutos por exibição. Após passar em branco no Draft, disputou a Summer League pelo Rockets e, com médias de oito pontos e 5,6 assistências em 25,4 minutos por jogo, agradou e ganhou um contrato.

Com a recusa de Machado, a franquia de San Antonio acabou selecionado o ala-armador Marcus Denmon no Draft. Em entrevista ao Spurs Brasil, o atleta, que vai jogar no Elan Chalon, da França, na próxima temporada, disse que quer aprender a atuar na posição 1.

Spurs é nomeado a ‘franquia da década’ nos EUA

Ao longo dos últimos dez anos, virou uma tradição nos Estados Unidos a divulgação de um ranking feito pela revista ESPN de lá com todas as franquias das principais ligas do país elencadas e comparadas a partir de uma fórmula que leva em consideração não apenas os resultados conquistado dentro de campo, mas também fatores como comissão técnica, organização comercial e outros fatores extra-campo. E, pela décima vez em dez edições, o Spurs aparece no top 10 da lista, o que rendeu ao time ser considerado pela publicação como a franquia da década.

Mais uma conquista para o Spurs, dessa vez fora das quadras

Mais uma conquista para o Spurs, dessa vez fora das quadras

Primeiro colocado nas edições de 2004 e 2006, o Spurs figura em terceiro na lista deste ano, atrás de Oklahoma City Thunder e Green Bay Packers, da NFL, respectivamente primeiro e segundo colocados. A publicação, ao eleger o Spurs como a franquia da década, insiste em exaltar o fato de a equipe ter conseguido se destacar durante tanto tempo mesmo tendo como origem o Texas, um mercado sem tantos atrativos e movimentações dentro dos Estados Unidos.

Entusiasmado com o resultado divulgado, o presidente de operações da Spurs Sports & Entertainment, Rick Pych, afirmou que a relação de confiança entre o time e seus torcedores é a principal fórmula para levar a equipe ao topo: “A nossa relação com os fãs é algo realmente extraordinário”, ponderou, após comemorar o ‘título’.

O triste fim de Leandrinho Barbosa

Uma das mais sérias dificuldades que pode afetar um atleta é o crescimento indiscriminado de seu ego. Milhões na conta, fama, mulheres; tudo isso colabora para que o salto cresça e a distância para o chão e a realidade também, criando um espaço no qual cair é muito perigoso. Leandrinho Barbosa parece estar cada vez mais desequilibrado no salto em que subiu após ter tido duas ou três temporadas significativas na NBA.

Barbosa já foi o melhor jogador que o Brasil produziu na entressafra olímpica entre 1996 e 2012. Chegou com méritos à NBA e ficou conhecido logo de cara pela história de simplicidade, resumida na ida aos treinos de bicicleta – ganhou inclusive um carro do astro Steve Nash. Vieram as boas partidas no Phoenix Suns, quando vinha do banco para colocar fogo nos jogos com sua velocidade e pontaria até que bem afiada. Nesse período, foi nomeado o melhor sexto homem da liga e viu sua desgraça começar junto com seu auge.

Os bons tempos de Leandrinho no Phoenix Suns são um passado cada vez mais distante

Os bons tempos de Leandrinho no Suns são um passado cada vez mais distante

Os tempos de boas temporadas regulares e playoffs dignos do Suns acabou e o conto de fadas de Leandrinho também. Algumas lesões não muito significantes e o ala-armador já não via em suas mãos o poder de incendiar partidas. Nash continuou, Amare Stoudemire saiu, o técnico Mike D’Antoni também e a magia daquela equipe que só atacava e não ganhou nada de significativo já não existia mais. Mas o ego do brasileiro já estava inflado.

Paralelamente à ascensão e à queda de Leandrinho em Phoenix, a seleção brasileira começava um trabalho de reestruturação. Uma obra na qual o coordenador – ou técnico – Rubén Magnano deixou clara sua intenção de formar um grupo e esquecer os dogmas brasileiros da individualização do basquete, centralizados na figura de Oscar. E nesse período Barbosa não defendia o Brasil por estar mais preocupado com a NBA, escolha pessoal e que não pode ser questionada. Mas que evidentemente o fez sair perdendo.

Eleito por ele mesmo como “craque” na NBA, Leandrinho chegou à Seleção para assumir, em sua cabeça, um protagonismo que não haveria de ser dele. Em um grupo que se comportava como grupo, Barbosa perdeu espaço e não soube se colocar em seu lugar na equipe. Tentou bolas impossíveis e lembrou os tempos em que o Brasil jogava para que um jogador só decidisse. Tomou bronca pública de Magnano e queimou mais sua imagem.

De volta à realidade da NBA, Leandrinho deixou o Suns antes mesmo de voltar à seleção e foi para o Toronto Raptors. Lá seria mais protagonista. Não conseguiu. Foi mal e não rendeu nada, virou quase que um problema para a franquia canadense. O fundo de seu poço foi o momento em que foi trocado para o Indiana Pacers por uma escolha de segundo round no draft. Mas o poço parecia ter em seu fundo uma mola: em Indianapolis, o brasileiro poderia tentar brilhar de novo.

Mais uma vez, ele não conseguiu. No melhor time do Pacers desde a aposentadoria de Reggie Miller, Leandrinho mais uma vez deixou de brilhar. Fez um jogo ou outro bom, nada que justificasse o investimento na renovação de seu contrato, que expirou ao fim da última temporada. Virou agente livre. Chegamos em setembro e ele ainda não tem um time na NBA. A pré-temporada está batendo na porta. Alguns sites dos Estados Unidos afirmam que o jogador quer ganhar US$ 6 milhões por temporada e gostaria de um contrato de pelo menos três anos.

Será que alguém ainda aposta suas fichas em Leandrinho?

3 pontos

– A presença de Leandrinho na Seleção é quase desnecessária. Muito mais válido ter um norte-americano como Larry focado e fechado com o grupo do que um jogador que quer aparecer mais que todo mundo.

– Scott Machado é um norte-americano com sangue brasileiro. Nasceu e cresceu lá, mas os pais são daqui. Já demonstrou ter talento e vontade de defender o Brasil. Se tiver a cabeça no lugar e aceitar o crescimento gradual na NBA, poderá ser bem importante em 2016.

– Nosso blogueiro Lucas Pastore colocou as possíveis chegadas de mais dois brasileiros à NBA. Um deles é Scott, o outro Rafael Hettsheimeir. Gostaria que o segundo ficasse mais tempo na Europa e amadurecesse seu jogo. Seria importante para ele e para a Seleção.

Ala-pivô filipino será avaliado pelo San Antonio Spurs

De acordo com reportagem do site americano Project Spurs, a comissão técnica do San Antonio Spurs fará treinos com o filipino Japeth Aguilar para avaliar seu desempenho. O ala-pivô de 25 anos está nos Estados Unidos para tentar uma chance na NBA ou, no mínimo, em uma franquia da D-League.

Aguilar fez parte do time da Universidade de Western Kentucky entre 2007 e 2009. Desde então, tem atuado na liga das Filipinas, seu país. Na última temporada, apresentou médias de 5,9 pontos e 2,9 rebotes em 15,8 minutos por exibição atuando pelo Talk N Text. Seu contrato com a equipe acaba de terminar.

“Vai ser agora ou nunca. Se não der certo para mim, pelo menos eu tentei. Não quero ter arrependimentos, só quero tentar”, disse Aguilar, em entrevista à rede jornalística de seu país ABS-CBN News.

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