Arquivo mensal: agosto 2012

Spurs Brasil entrevista Marcus Denmon

English Version (Versão em inglês)

Marcus Denmon é mais uma aposta de segunda rodada do Draft do San Antonio Spurs. O ala-armador, oriundo da universidade de Missouri, havia apresentado médias de 17,7 pontos (46% FG, 40,7% 3 PT, 89,6% FT) e cinco rebotes em 34,6 minutos por exibição na última temporada.

Marcus Denmon em ação na Summer League (Shep McAllister/Spurs.com)

Selecionado na 59ª escolha do recrutamento de calouros desta temporada, o jogador de 22 anos de idade teve a oportunidade de atuar pelo Spurs na Summer League. No torneio, Denmon apresentou médias de 5,4 pontos e 1,8 rebotes em 14,6 minutos por partida.

O excesso de jogadores nas posições 1 e 2 no elenco do Spurs fez com que Denmon se tornasse um projeto para o futuro da franquia. Por isso, o atleta assinou contrato com o Elan Chalon, time francês que defenderá na próxima temporada.

Com ajuda da assessoria de imprensa de seu novo clube, Denmon respondeu às perguntas do Spurs Brasil. Entre outras afirmações, o ala-armador disse que não teve dificuldades para aprender o esquema tático do time texano e que sua prioridade na Europa será aprender a atuar como armador principal. Confira a entrevista na íntegra a seguir:

Spurs Brasil – Como surgiu a ideia de ir para o Chalon? A posição 2 parece ser uma das necessidades da equipe. O time entrou em contato com você? O Spurs ajudou nas negociações?

Marcus Denmon – Sim, a equipe entrou em contato com meu agente e as duas partes pensaram que o Chalon seria uma ótima opção para mim.

SB – Outros jogadores da NBA, como Thabo Sefolosha e Udonis Haslem, já atuaram no Chalon. Isso facilitou a decisão de jogar pela equipe?

MD – Sim, porque, deste modo, eu sei que outros bons jogadores obtiveram sucesso jogando pelo Chalon.

Denmon em ação na Summer League (Shep McAllister/Spurs.com)

SB – Como você acha que vai se sair jogando no nível do basquete Europeu? Você se sente confiável para manter o nível de exibições que você conseguiu apresentar em sua universidade?

MD – Sim, eu me sinto. Eu realmente trabalho duro e espero que tenha sorte o bastante para me manter saudável e jogar bem.

SB – Como você se sentiu quando foi selecionado pelo San Antonio Spurs no último Draft? A franquia já tinha falado com você sobre recrutá-lo ou foi uma surpresa para você?

MD – Eu sabia que o Spurs estava interessado em mim. Me senti ansioso durante toda a noite do Draft porque queria ver qual time ia me selecionar.

SB – Na Summer League, você teve a chance de aprender um pouco sobre o sistema do Spurs, certo? Foi difícil de aprendê-lo?

MD – Sim, eu joguei com alguns dos jogadores jovens do Spurs e aprendi com sua boa comissão técnica. Eu aprendi o sistema rapidamente no curto período em que estive lá.

SB – Alguém do Spurs manteve contato com você depois que você assinou com o Chalon? Quais partes do seu jogo a franquia quer que você desenvolva enquanto estiver na Europa?

MD – Sim, durante toda a minha estadia aqui o Spurs vai manter contado. Continuar desenvolvendo todo o meu jogo é importante, mas, principalmente, quero saber comandar uma equipe e ser eficiente jogando como armador.

SB – Quais partes do seu jogo você acha que precisa desenvolver antes de jogar na NBA?

MD – Jogar em um sistema tático exercendo a função de armador.

SB – Alguns analistas compararam seu estilo ao de Eddie House antes do Draft. Você concorda com isso?

MD – Temos habilidades semelhantes no arremesso, mas acho que sou diferente em muitas maneiras e essa não é uma boa comparação.

SB – Quem são seus ídolos no basquete? Quem te inspirou a jogar?

MD – Michael Jordan era meu ídolo enquanto eu crescia como um jovem jogador, e meu tio e meu irmão me inspiraram para que eu continuasse jogando.

Sem recorde de vitórias, mas com vaga nos playoffs

A notícia é a seguinte: mesmo que o San Antonio Silver Stars perca todos os seus próximos jogos, ainda sim estará dentro dos playoffs de 2012 da WNBA e a campanha do time não ficará abaixo dos 50% de aproveitamento. Os duelos mais difíceis a seguir serão contra o Minnesota Lynx (28/08, 09/09 e 23/09) e o Indiana Fever (07/09). Por que não considero as outras equipes tão perigosas?

Connecticut Sun (30/08): Até hoje, esse time carrega a fama de rei da temporada regular e servo dos playoffs. Chegou a jogar as finais, mas não conseguiu ser campeão. Nessa temporada, está em primeiro no Leste, mas não é uma pedra tão grande no caminho. Na única vez que enfrentou o San Antonio, ganhou. Porém, isso foi no começo da temporada, quando a equipe texana perdeu para Chicago Sky, Atlanta Dream e Seattle Storm (sim, é isso mesmo este ano).

Caso lembrem-se do jogo bom para as garotas da Nova Inglaterra contra o Minnesota Lynx, a partida aconteceu na mesma série de três derrotas seguidas do atual número um do Oeste (quando as Stars também sentiram o gostinho de derrotar as campeãs da liga). Portanto, agora que Dan Hughes encontrou a estrada de tijolos amarelos, a chance maior de vitória está com as meninas do estado do petróleo. O maior perigo: do outro lado do garrafão está Tina Charles.

Phoenix Mercury (01/09): Lastimável é o único adjetivo que encontro para descrever o Mercury em 2012. Com quatro vitórias e 19 derrotas, Diana Taurasi se arrastando para jogar (ninguém entende o por quê, já que foi tão bem na Olimpíada) e Candice Dupree e Penny Taylor fora, se igualar ao Tulsa Shock foi o fundo do poço para as meninas do Arizona.

Tulsa Shock (12/09 e 18/09): Argumentar o motivo de achar que um time não vai perder do Shock chega a ser desnecessário. Por três temporadas seguidas, a equipe de Oklahoma dorme em último no Oeste. Já teve troca de técnico, contratação de jogadora monstro (Liz Cambage) e veterana, mas nada adiantou. Temo que a franquia chegue à falência. É triste, principalmente quando lembramos que já foi o poderoso Detroit Shock.

Seattle Storm (14/09 e 21/09): Nunca pensei que esse dia chegaria, mas não, o Seattle Storm não é um time com o qual os adversários devem se preocupar na temporada regular desse ano. Sem Lauren Jackson, a campanha do bicampeão era de dez vitórias e 12 derrotas até então na temporada da WNBA.

A australiana retornou à ação nos Estados Unidos nessa semana, mas não conseguiu evitar a derrota contra o Indiana Fever, com quatro pontos na súmula apenas, o que aumentou a quantidade de reveses do Storm para 13.

New York Liberty (18/09): Já houve partida entre os dois neste ano, e o San Antonio ganhou tranquilo com 13 pontos de diferença. No quadro geral, o time da Big Apple se encontra no quarto lugar do Leste, com nove vitórias e 14 derrotas.

Na semana passada meus palpites foram certeiros contra o Washington Mystics e o Tulsa Shock.

Sobre o jogo contra o Los Angeles Sparks, realmente foi difícil, mas não acabou com vitória para o San Antonio Silver Stars. Foi uma derrota muito feia, com placar centenário (101 a 77), algo bem atípico para o time nessa temporada. Portanto, a atual campanha do Stars é de 17 vitórias e seis derrotas, no terceiro lugar da Cnferência Oeste, e com classificação garantida para os playoffs.

Até a semana que vem!

James Anderson vai jogar em Atlanta, diz Danny Green

Por meio de seu Twitter pessoal, Danny Green deu a entender, na noite de sexta-feira, que James Anderson vai reforçar o Atlanta Hawks na próxima temporada. O camisa #25, selecionado pelo San Antonio Spurs na 20ª escolha do Draft de 2010, virou agente livre nessa offseason após a franquia texana optar por não exercer sua opção de renovação.

De saída?

“Preciso demonstrar amor e torcer por meu parceiro James Anderson por ter chegado a um acordo com Atlanta… Parabéns, cara! Você tem um futuro brilhante pela frente”, disse Green, em tradução livre.

Em duas temporadas em San Antonio, Anderson não conseguiu se firmar na rotação do Spurs e apresentou médias de 3,7 pontos e 1,3 rebotes em 11,5 minutos por exibição durante sua trajetória na equipe texana.

Leia mais: veja quem pode chegar e quem pode deixar o San Antonio Spurs

Um pouco de história: David Robinson estava lá

A quinta-feira foi um dia especial para o basquete nacional. Na data, comemorou-se o aniversário de 25 anos do título Pan-Americano conquistado em Indianápolis, com uma expressiva vitória por 120 a 115 sobre os Estados Unidos na final – o último grande título da seleção brasileira masculina. Entrando na onda das homenagens feitas nesta semana, decidi escrever sobre como a fatídica partida tem a ver com o San Antonio Spurs.

Robinson não ficou feliz com a prata… (Steve McGill/Wikimedia)

Naquela época, a seleção americana ainda usava jogadores universitários – a primeira equipe montada com astros da NBA foi o lendário Dream Team que encantou o mundo nas Olimpíadas de Barcelona-1992. No Pan, o cenário era o mesmo, e o time montado para a competição em 1987 tinha como principal nome um pivô que atuava pela Academia Naval chamado David Robinson.

Na campanha que rendeu a prata aos Estados Unidos, o Almirante, como viria a ser conhecido posteriormente, apresentou médias de 14 pontos, nove rebotes e 2,1 tocos por exibição. Na final, o pivô foi o cestinha da seleção americana ao anotar 20 pontos – foi ofuscado “apenas” pelas atuações monstruosas de Oscar, que anotou 46, e de Marcel, que deixou a quadra com 31.

Robinson havia abacado de terminar sua quarta e última temporada universitária pela equipe da marinha, na qual apresentou médias de 28,2 pontos, 11,8 rebotes e 4,5 tocos por exibição. O desempenho chamou a atenção do Spurs, que tinha a primeira escolha do Draft naquele ano. No entanto, por opção pessoal, o pivô só se juntou à franquia em 1989.

A chegada do Almirante foi o primeiro passo para que a franquia texana se colocasse no mapa da NBA e passasse a figurar entre as grandes equipes da liga profissional americana. Com Robinson em quadra, o Spurs ganhou seus dois primeiros títulos, em 1999 e 2003 – o segundo marcou a despedida do jogador das quadras. Em sua carreira profissional, toda construída em San Antonio, o pivô apresentou médias de 21,1 pontos, 10,6 rebotes e 2,9 tocos por exibição. Foi dez vezes All-Star e eleito o MVP da temporada 1994/1995.

Antes de se aposentar, Robinson ainda teve a chance de se redimir frente à torcida americana após perder o Pan para o Brasil. O pivô fez parte do lendário Dream Team de 1992, contribuindo com nove pontos, 4,1 rebotes e 1,5 tocos por jogo.

Para nós, fãs brasileiros do Spurs, é curioso ver como a história do basquete do nosso país tem um ponto em comum com a da nossa franquia predileta. Espero que o texto tenha servido para que fãs mais novos tenham aprendido um pouco e para que os mais antigos tenham relembrado este momento histórico do esporte nacional.

Ainda dá?

Olá caros leitores! Muitos de vocês já devem me conhecer, desde o início do blog faço parte da equipe, mas já há algum tempo estava ausente devido a alguns compromissos pessoais, que me forçaram a ficar um pouco afastado. Agora, estou de volta e irei ocupar este espaço às quintas-feiras, com uma coluna deixando um pouco da minha visão sobre a NBA e, principalmente, o San Antonio Spurs.

Neste primeiro artigo, o assunto que quero abordar é a Conferência Oeste. Afinal, depois de cair para o Oklahoma City Thunder na final de conferência da última temporada, quais são as chances do Spurs em 2012/2013?

Sabemos que os principais astros do elenco texano já não garotos, mas será que a equipe ainda tem condições de brigar por mais um título da NBA, o quinto da história da franquia? Sou daqueles mais otimistas que acreditam até o fim que a equipe pode, sim, chegar ao título, mas ao mesmo tempo olho para os concorrentes e vejo que não será nada fácil.

Primeiro, claro, o Oklahoma City Thunder está ai, sem grandes novidades no elenco mas com todos aqueles que fizeram parte da campanha no último ano, que resultou no vice-campeonato da liga. E chega a ser assustador imaginar que Kevin Durant, Russell Westbrook, James Harden e Serge Ibaka irão completar a próxima temporada todos com 24 anos ou menos. Ou seja, é uma equipe que já chegou a uma final de NBA, mas que ainda é extremamente jovem e que deve evoluir cada vez mais. Sem dúvida formam um adversário de peso.

Quem também voltou a ganhar força neste cenário é o Los Angeles Lakers. A equipe de Kobe Bryant adicionou nada menos que Steve Nash e Dwight Howard ao seu plantel, tudo isso sem perder o espanhol Paul Gasol. Juntos com Metta World Peace (ex-Ron Artest), vão formar um quinteto titular fortíssimo.

De quebra, os angelinos ainda buscaram o ala-pivô Antawn Jamison para reforçar o banco de reservas, que foi o principal ponto fraco da equipe no último campeonato.

Com muitas peças novas, o entrosamento pode ser um problema no início, mas, com tanto talento reunido, os Lakers se apresentam com força na briga pelo título.

Correndo por fora, o “primo pobre” de Los Angeles, os Clippers, também não pode ser descartado. O time, que manteve uma excelente base formada por Chris Paul, Chauncey Billups, Caron Butler, Blake Griffin e DeAndre Jordan, aposta no reforço do banco de reservas para chegar ao título.

Perderam Kenyon Martin, é verdade, mas adicionaram ótimas peças como o experiente Grant Hill, o pontuador Jamal Crawford e o versátil Lamar Odom, que retorna a Los Angeles, mas agora vestindo branco e vermelho, não mais o amarelo e roxo.

Podendo surpreender, destaco o Minnesota Timberwolves. Com Ricky Rubio voltando de lesão, ao lado do sempre espetacular Kevin Love, a equipe já tinha tudo para voltar aos playoffs – algo que não acontece desde os tempos de Kevin Garnett -, mas a franquia fez algumas apostas ousadas que, se derem certo, farão os “lobos” incomodarem. E muito.

Da Rússia, trouxeram de volta ã NBA o polivalente Andrei Kirilenko e também o novato Alexey Shevd, que com Rubio e Luke Ridnour formará um ótimo trio para as posições de armação. Renascendo das cinzas, quem também está de volta é Brandon Roy, que havia deixado as quadras devido a graves problemas nos joelhos, mas que tenta retornar e mostrar que ainda pode ser útil na NBA.

Provavelmente ainda não é uma equipe pronta para brigar pelo título, mas capaz de supreender algum favorito que entrar de “salto alto”.

E aí, será que o San Antonio Spurs ainda tem chance de conquistar o título? Os texanos também mantiveram praticamente todos os jogadores que fizeram parte do elenco no último campeonato e devem iniciar a temporada sem grandes novidades. Será o suficiente?