Arquivo mensal: outubro 2011

Parker vai jogar na França durante o locaute

Na terça-feira (4), jogadores e donos se encontraram em Nova York em uma reunião considerada decisiva pelos dois lados. Infelizmente, um acordo não foi alcançado e toda a pré-temporada foi cancelada, o que deve acontecer também com as duas primeiras semanas da temporada regular. Sem perspectivas para voltar a atuar em solo americano, Tony Parker acertou para atuar pelo ASVEL, da França, durante o locaute.

Parker estava treinando com os novatos

O francês – que disse via Twitter que estava treinando em San Antonio com Tim Duncan, Tiago Splitter, Kawhi Leonard e Cory Joseph -, vai atuar pelo salário mínimo de 1.500 euros por mês (cerca de R$ 3.800,00) na equipe francesa. Parker é acionista do ASVEL.

A estreia do armador francês por sua nova equipe deve acontecer no dia 14 de outubro, contra o Paris Levallois.

Na contramão de Parker, o ala-armador Manu Ginobili, ao menos por enquanto, não deve acertar para jogar na Europa. De acordo com reportagem do site Spurs Nation, especializado na franquia texana, Herb Rudoy, agente do argentino, minimizou a possibilidade de seu cliente aceitar a proposta do Virtus Bologna.

E mais…

Toros são convocados para o Pan de Guadalajara

Nesta terça-feira (4), a federação americana de basquete pré-convocou 21 jogadores para a disputa dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011. A maioria deles atua na D-League, a liga de desenvolvimento da NBA, e dois deles jogam no Austin Toros, equipe filiada ao Spurs: Lance Thomas e Leo Lyons. Os dois, inclusive, foram avaliados pela comissão técnica do time de San Antonio antes do locaute começar.

Parker descarta aposentadoria precoce de Duncan

Com a situação do locaute indefinida, a temporada 2011/2012 ainda corre o risco de não acontecer. O cancelamento do campeonato poderia até mesmo significar a aposentadoria de Tim Duncan, já que o ala-pivô tem contrato com a franquia texana só até a metade do ano que vem. Porém, de acordo com reportagem do site Spurs Nation, especializado no time de San Antonio, Tony Parker não acredita que isso seja provável.

“Eu não sei, mas acho que não. Me vejo jogando por pelo menos mais dois ou três anos com Timmy”, disse Parker, que não acredita que a temporada vai ser cancelada.

“Acho que teremos uma temporada”, completou.

O armador francês acredita que o Spurs tem condições de fazer uma boa campanha na próxima temporada.

“Ainda temos um grande time. Só temos de nos manter positivos”, declarou.

As novatas do ano

Uma semana sem jogos de Becky Hammon, Sophia Young e Danielle Adams na WNBA. Triste, não (entenda: que venham logo os campeonatos europeus!!!)!? Há quase duas semanas, o San Antonio Silver Stars encerrou sua participação na temporada e, a partir de hoje, essa coluna faz um balanço sobre as jogadoras, começando pelas novatas.

Na edição desse domingo (2), você também confere a chegada das duas Stars, Sophia Young e Danielle Robinson, à Europa, com a seleção dos Estados Unidos. E a conversa sobre as primeiranistas começa exatamente com a segunda mencionada.

Danielle Robinson recebe a camisa da turma do Draft de 2011.

Danielle Robinson teve a melhor posição (sexto lugar no geral) das três Stars escolhidas no Draft desse ano. O propósito de Dan Hughes era que ela fosse a substituta de Tully Bevilaqua (já que Edwige Lawson-Wade e Helen Darling não estavam mais com o time – felizmente, diga-se de passagem), e ela acabou sendo mais do que isso. Apesar de alguns erros de iniciantes, conseguiu vaga de titular nos últimos jogos, inclusive nos três da semifinal. Robinson é rápida, mas precisa melhorar as finalizações, e com o tempo vai aprender a tomar decisões importantes. Com a confiança do técnico, ela certamente fica no elenco.

Danielle Adams: subestimada, e apoiada por Becky Hammon, que disse terem histórias parecidas.

Danielle Adams: subestimada e apoiada por Becky Hammon, que disse terem histórias parecidas.

Danielle Adams, como diriam, se saiu “bem melhor que a encomenda”. Eu escrevi isso a temporada toda, e repito que ela foi apenas a vigésima escolha no Draft, subestimada por causa de seu físico, apesar de ter sido campeã da NCAA e também nomeada a “jogadora mais incrível” da primeira divisão do campeonato universitário. Adams surpreendeu logo em seu primeiro mês como profissional, com arremessos precisos de três pontos e força no garrafão, deixando para trás a principal concorrente ao Novata do Ano (Maya Moore, que acabou ganhando-o). O revés dela foi ter se machucado e perdido seis semanas, mas, assim que voltou, teve apresentações como se nada acontecera. Se ela cuidar melhor do seu corpo, vai se tornar uma das melhores jogadoras da liga.

Porsha Phillips sendo desarmada por Courtney Paris.

Porsha Phillips foi a escolha da terceira rodada e permaneceu nesse nível. Sua média de pontos terminou em um por jogo e Dan parou de usá-la, portanto não será surpresa se ela for descartada ano que vem.

Dessas três, Dan Hughes ganhou em barras de ouro com Danielle Adams e pode transformar Danielle Robinson (que joga em Israel na offseason) em uma potência da posição de armadora principal (1), uma vez que Bevilaqua está próxima de se aposentar. Quanto a Phillips, acredito que não existam muitas esperanças, principalmente depois da experiência com Jayne Appel (falarei sobre isso nos próximos posts).

Agora, o pulo na Europa…

A seleção norteamericana aproveita que a WNBA está com quase todos as jogadoras liberadas e foi para o Velho Continente ter alguns treinos de luxo contra campeões das ligas europeias. O primeiro torneio foi o Torneio de Nápoles, na Itália, e Danielle Robinson e Sophia Young se juntaram pela primeira vez a Cappie Pondexter, Swim Cash e o elenco campeão mundial, olímpico, etc…

Brittney Griner e Sophia Young homenageiam a Universidade de Baylor, onde a ala do San Antonio jogou e a jovem pivô ainda atua. FOTO: USA Basketball Photos

Young, natural das Ilhas de São Vicente, no Caribe, conseguiu sua nacionalidade norteamericana ainda esse ano, e Geno Auriemma reconheceu sua flexibilidade e força como ala. Robinson já participou mundial universitário e trouxe um ouro para os Estados Unidos.

Na sexta-feira, Sophia fez oito pontos e pegou sete rebotes na vitória da seleção contra o Famila Schio (Itália). Danielle teve oito e três. No dia seguinte, contra o Ros Casares (Espanha) a natural do Caribe igualou os pontos do primeiro jogo e aumentou em um o de rebotes. Já a novata de 2011 foi pior, e anotou apenas quatro pontos e dois rebotes em 25 minutos de jogo.

O tour continua nessa semana, no dia 5, novamente contra o time espanhol, mas dessa vez na Península Ibérica. No sábado (8), as meninas vão para a República Tcheca e enfrentam o campeão do país, USK Prague, em Praga. E, para terminar as exibições, elas estarão na Hungria, no dia 9, e também jogam contra o vencedor da nação, o UNIQA-Euroleasing Sopron.

Em breve, as outras jogadoras do San Antonio Silver Stars se espalham pela Europa, e você pode acompanha-las aqui!

Até a semana que vem!
Roberta.

Clima de otimismo no ar

Eu sou um cara positivo. Sempre vejo o lado bom das coisas. Talvez, por isso, acredito que o locaute da NBA já está perto de um fim. Depois da reunião de sexta-feira (30), os lados, apesar de não darem boas notícias, pararam de trocar ataques em suas declarações. David Stern, que ameaçou cancelar a temporada da liga, foi bem menos enérgico em sua entrevista pós-reunião. Por isso, acredito que poderemos ter boas novas depois da reunião deste sábado (1º), que rola em Nova York enquanto escrevo esta coluna.

Uma boa notícia, por favor senhor

Nas primeiras reuniões, o cancelamento da temporada parecia uma realidade distante. Donos pensavam que os jogadores blefavam e que não iriam fechar contratos na Europa antes da definição, enquanto atletas, por sua vez, tinham para si que os cartolas não gostariam de arcar com o prejuízo de uma temporada cancelada. Pois bem, essa realidade está muito mais próxima agora – vale lembrar que os campos de treinamento foram adiados e os jogos de pré-temporada que seriam disputados entre os dias 9 e 15 de outubro acabaram cancelados. Com a água batendo no umbigo, é natural que os dois lados passem a fazer concessões para que a temporada não seja prejudicada.

Um dos responsáveis por essa pressa, ao meu ver, é Kobe Bryant. É verdade que muitos jogadores já acertaram para jogar na Europa durante o locaute, mas nenhum tem o peso e a repercussão do ala-armador – principalmente entre os americanos. A proposta milionária que o Virtus Bologna fez pelo astro do Los Angeles Lakers mostra que os atletas podem muito bem se virar financeiramente sem a NBA.

E é justamente a situação de Kobe um dos fatores que aumenta meu otimismo em relação ao fim do locaute. O Bologna demonstrou publicamente seu interesse no ala-armador. O jogador, também de maneira pública, disse que seria um sonho atuar na Itália, país em que morou quando era criança. A equipe, então, fez uma proposta milionária. Se há o interesse mútuo, o que falta então para Bryant embarcar para a Europa? A meu ver, isso não aconteceu porque o astro ainda tem esperanças de que a temporada acontecerá.

Outra situação que me anima é a de Tiago Splitter. Depois de garantir a classificação para a Olimpíada de Londres-2012 com a Seleção Brasileira, o jogador disse publicamente que aceitaria jogar no Brasil – inclusive, foi convocado pelo técnico Rubén Magnano para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011. Porém, nesta semana, o pivô desistiu das duas coisas e embarcou para o Texas. O motivo? Splitter vai treinar e se recuperar de lesão e disse que quer estar 100% para quando a temporada do San Antonio Spurs começar. Animador, não?