Arquivo mensal: julho 2011
Spurs Brasil entrevista Davis Bertans

O jovem letão Davis Bertans, de 18 anos, foi selecionado pelo Indiana Pacers na 42ª escolha do Draft deste ano, mas foi envolvido na troca do armador George Hill e acabou tendo seus direitos enviados para o San Antonio Spurs. É considerado por sites especializados o melhor arremessador do último recrutamento de calouros, e foi comparado por muitos ao ala-pivô alemão Dirk Nowitzki.
Após passar seu curto início de carreira transitando entre times de se país – o último foi o BK Barons Riga -, o jogador se transferiu para o Union Olimpija Ljubljana, da Eslovênia, e, por enquanto, teve poucas chances de mostrar seu basquete.
Bertans liderou a Letônia ao bronze no Europeu Sub-18 em 2010, sendo escolhido para o time ideal do torneio. Nesse ano participou do Mundial Sub-19 em casa, mas não conseguiu repetir o bom desempenho e acabou apenas na décima posição.

Foto por Zigismunds ZÄlmanis/NIKON
Por intermédio da Assessoria de Imprensa da Federação de Basquete da Letônia, o Spurs Brasil teve a oportunidade de conversar com Bertans por e-mail. Confiram o resultado do nosso bate-papo a seguir.

Spurs Brasil – Como foi ser selecionado pelo Indiana Pacers, e então ser negociado para San Antonio Spurs no dia do Draft? Você está feliz com sua posição no Draft?
Davis Bertans – Eu estou realmente feliz por ter acabado no Spurs, porque é um time muito bom, com um grande técnico, e eles têm larga experiência com jogadores estrangeiros. Para mim, no final, não importa se foi na primeira ou na segunda rodada, o principal é estar em uma boa equipe e isso aconteceu, então estou muito contente com isso.
SB – Alguém da comissão técnica já entrou em contato com você? Eles pretendem fazer alguma preparação específica com você?
DB – Essa é uma questão que você deve fazer ao meu agente, porque ultimamente eu estava comprometido com a seleção nacional. Até onde eu sei, ninguém do Spurs pode entrar em contato comigo por causa do locaute.
SB – Qual aspecto do seu jogo você acha que precisa trabalhar mais?
DB – O principal que eu tenho de melhorar é a defesa. Durante dois anos, de um jogador da base, tive que me tornar um jogador da equipe principal, e o maior avanço a ser feito é na defesa. Também tenho que ganhar músculo, pois assim serei forte o suficiente para marcar adversários mais fortes e atacar a cesta mesmo com marcação. E, claro, eu ainda tenho que melhorar meu arremesso, para torná-lo mais estável.

Foto em siol.net
SB – Qual sua posição favorita? Porque os sites especializados listam você como ala, mas você jogou bastante tempo pela equipe da Letônia Sub-19 como ala-pivô ou pivô.
DB – Minha posição favorita é a ala. Eu joguei no Mundial Sub-19 como ala-pivô por necessidade. Nossa equipe não tinha atletas altos o suficiente, e, como eu era o mais alto, tive que fazer isso pelo meu time. Mas acredito que no futuro, quando eu ficar mais forte, então provavelmente jogarei em ambas as posições.
SB – Como foi se transferir do BK Barons Riga, time de seu país natal, para Union Olimpija Ljubljana, da Eslovênia, no meio da temporada? Foi difícil se adaptar a um novo país?
DB – Eu estava realmente animado de ir para Ljubljana por ser um ótimo lugar para um jovem se aperfeiçoar. Claro que a transferência foi difícil e complicada por causa de diversos documentos, e essa foi a razão pela qual nao joguei por quatro meses. Em fevereiro, estava tudo resolvido e eu consegui a Carta de Liberação, só então comecei a jogar no Olimpija. Não foi difícil se adaptar em Ljubljana, porque a cidade é similar a Riga. A única dificuldade foi a língua, mas no time todo mundo fala inglês, então não foi um problema. E também estou lentamente tentando aprender esloveno.
SB – Qual é a sua expectativa sobre a próxima temporada, quando sua equipe enfrentará grandes times, como FC Barcelona Regal e Montepaschi Siena, na Euroliga?
DB – Primeiro, eu estou realmente animado porque jogarei a Euroliga na próxima temporada, e ainda mais animado por ser contra times como Barcelona e Montepaschi. Eu sei que nossa equipe tentará vencer todas as partidas, assim como fizeram na temporada passada.

Foto de FIBA Archive
BS – Para você, como foi representar a Letônia no Mundial Sub-19 em sua “casa”? Você gostaria também jogar pela Letônia no EuroBasket desse ano na Lituânia?
DB – Foi muito bom, porque nós começamos o campeonato em Valmiera, que é onde nasci, o ginásio estava sempre cheio e me senti muito feliz. É sempre fantástico jogar para uma torcida que está sempre apoiando. E claro que gostaria de jogar pela seleção adulta no EuroBasket, pois fico sempre feliz de jogar pela Letônia.
BS – Qual sua mensagem para os torcedores do Spurs no Brasil e em todo mundo, que desejam vê-lo jogando em breve com a camisa preta e prata?
DB – Para os torcedores do Spurs eu posso dizer que trabalharei o máximo que eu puder para me tornar o melhor que eu conseguir. Eu farei o meu melhor para chegar ao elenco do Spurs e então ajudar o time.
E aí, o que achou deles?
Se você sair perguntando qual é o ponto fraco do elenco do San Antonio Spurs, 11 entre dez pessoas que acompanham a equipe vão dizer que é a ala e o garrafão. Ou, ao menos, uma dessas respostas. O pior é que são posições importantíssimas no esquema de Gregg Popovich – desde as saídas de Bruce Bowen e David Robinson, Tim Duncan não encontrou parceiros confiáveis na frountcourt. No máximo, um Robert Horry. E, nesses primeiros dias de offseason, pudemos acompanhar de perto duas apostas da franquia para o futuro: Ryan Richards e Davis Bertans.
Richards esteve na Divisão B do Europeu Sub-20 com a Grã-Bretanha. O ala-pivô era o principal jogador de sua seleção, e, em sete jogos – contando partidas por posições menores, já que o time do Reino Unido ainda joga na disputa pelo 13º lugar – apresentou médias de 22,3 pontos (46,7% FG, 37,9% 3 PT, 76,3% FT) e 8,1 rebotes em 28,1 minutos por exibição. São números animadores – ainda mais se levarmos em conta que foi o primeiro torneio oficial do big man no ano, já que o atleta ficou afastado por um bom tempo recuperando-se de uma contusão no ombro.
Richards tem 2,13m e poderia ajudar a solucionar um problema do Spurs que ficou evidente na série contra o Memphis Grizzlies – a altura do garrafão. Além disso, o jogador me passou uma boa impressão também por outras qualidades, como sua velocidade, seu jogo de costas para a cesta e seu arremesso de média e longa distância. Mas vamos com calma: este era um torneio amador, e de nível baixo – vale ressaltar, é a segunda divisão do europeu. Richards tem sim potencial – tanto que a franquia texana já tenta trazê-lo para a próxima temporada. Mas ele ainda tem um longo caminho a percorrer antes de ganhar uma fatia relevante de minutos na rotação. Se contratado, seria um dos principais prejudicados pelo cancelamento da Summer League, e poderia até mesmo passar alguns meses no Austin Toros para se adaptar ao basquete americano.
Se a contratação de Richards é questão de tempo – imagino que ele se junte ao elenco do Spurs no máximo durante a temporada 2012/2013 – o casso de Bertans exige ainda mais paciência. O ala, draftado por sua precisão no arremesso de três pontos, parece ter sentido a pressão de ser a estrela do time da casa no Mundial Sub-19. Em oito partidas – novamente, contando as disputas por posições menores – o letão apresentou médias de 15,2 pontos (36,7% FG, 26,7% 3 PT, 75% FT) e 6,4 rebotes em 31,1 minutos por exibição.
A princípio, seu baixo aproveitamento assusta. Mas vale lembrar que Bertans é ainda mais jovem do que Richards – e, proporcionalmente, jogou um campeonato de nível maior. Além disso, tinha a pressão por desempenho que o big man britânico não tinha por ser a estrela do time da casa. E, para piorar, jogou improvisado no garrafão por ser um dos mais altos da equipe nacional. Ou seja: foi difícil basearmos qualquer tipo de conclusão sobre seu jogo por conta deste torneio.
Ainda é cedo para sabermos se Bertans e Richards podem ser, um dia, os jogadores que o Spurs precisa para a posição 3 e para o garrafão, respectivamente. Talento para isso eles têm: precisão nos arremessos, no caso do ala, e altura e facilidade para pegar rebotes, no caso do ala-pivô. Se os olheiros do Spurs acham que sim, quem sou eu para falar que não?
Nos próximos meses, teremos mais jogadores do Spurs em atividade por suas seleções durante a offseason. Velhos conhecidos, como Tony Parker, Manu Ginobili e Tiago Splitter, e novas faces, como Cory Joseph e Adam Hanga. Não perca a cobertura completa no Spurs Brasil!
Após locaute, Strawberry pode pintar no Spurs

De acordo com o site krepSinis.net, o San Antonio Spurs estava estudando a contratação do armador D.J. Strawberry antes do locaute. O Los Angeles Lakers também estava interessado em contar com os serviços do atleta.
Strawberry, que pode atuar nas posições 1 e 2, não joga na NBA desde a temporada 2007/2008, sua primeira e última na liga profissional americana. Em sua campanha com o Phoenix Suns, o jogador obteve médias de 2,2 pontos (31,5% FG, 24% 3 PT, 47,4% FT) e 0,9 assistências em 8,2 minutos por exibição.
Depois de deixar o Suns, Strawberry passou pela D-League e pela Itália antes de chegar ao BC Lietuvos Rytas, equipe lituana em que terminou a última temporada. Disputou cinco partidas na Euroliga, e obteve médias de 6,6 pontos (40% FG, 41,7% 3 PT, 66,7% FT), 2,8 assistências e 1,2 rebotes em pouco mais de 17 minutos por exibição.
Strawberry poderia ser uma opção para ocupar a reserva de Tony Parker enquanto o novato Cory Joseph desenvolve seu jogo. Vale lembrar que, dos armadores que terminaram a última temporada, só o francês segue no elenco – Chris Quinn foi para a Rússia, e George Hill para o Indiana Pacers. Assim como Hill, Strawberry também é especialista em defesa.
Canadá quer contar com Matt Bonner

Técnico da seleção canadense, Leo Rautins ainda tem esperança de contar com o ala-pivô Matt Bonner, do San Antonio Spurs, para a disputa da Copa América de basquete, torneio classificatório para a Olimpíada de Londres-2012. O treinador se mostrou chateado por ainda não poder ter o big man em sua equipe.
“É frustrante. Vejo muitos canadenses que são menos canadenses do que Matt Bonner. Sua filha é canadense. Sua esposa é canadense. Seu avô é canadense. Ele tem uma casa aqui. Quando ele não está jogando em San Antonio, ele está em Toronto”, disse Rautins, em entrevista ao site LFPress.com.
A seleção canadense já começou a treinar para a Copa América, e conta com dois jogadores da NBA no seu elenco: o ala-armador Andy Rautins, do New York Knicks, e o pivô Joel Anthony, do Miami Heat. A federação ainda tenta agilizar a documentação do seguro para que o armador Cory Joseph, recentemente draftado pelo Spurs, possa se juntar ao grupo.
E mais…
Jogadores do Spurs consideram jogar na Europa
Atuar na Europa parece ser uma opção cada vez mais viável para os jogadores do San Antonio Spurs continuarem em atividade durante o locaute. De acordo com o site InsideHoops, o armador Chris Quinn vai atuar pelo BC Khimki Moscow Region, da Rússia. E o ala Danny Green pode tomar o mesmo caminho: em seu Twitter pessoal, o jogador disse que recebeu uma proposta financeiramente vantajosa de um time grego.
Spurs anuncia a tabela da pré-temporada
Se o locaute permitir, poderemos ver o San Antonio Spurs em quadra já no dia 09/10. A equipe texana divulgou a agenda de sua pré-temporada, e vai começar sua preparação em casa diante do New Orelans Hornets. O time ainda vai enfrentar Sacramento Kings, Cleveland Cavaliers, Orlando Magic, Houston Rockets e Oklahoma City Thunder antes de estrear na temporada regular, no dia 02/11, diante do Milwaukee Bucks.
França fecha seguro e garante Parker no EuroBasket
A FFBB (Federação Francesa de Basquetebol) anunciou, nesta terça-feira (19), que adquiriu o seguro para os atletas franceses da NBA jogarem pela seleção nacional. Isso significa que o armador Tony Parker irá jogar jogar pela França no próximo EuroBasket 2011, na Lituânia. A informação é do site oficial da FIBA.

Parker já pode jogar por sua seleção| foto de FIBA.com
De acordo com a federação, desde antes da oficialização do locaute, eles já trabalhavam para conseguir os contratos de seguro para seus jogadores. E Parker já havia deixado claro que, sem seguro, ele não jogaria por sua seleção nacional. De acordo com Tom Ziller, do sbnation.com, além de Tony, o ala Nicolas Batum, do Portland Trail Blazers, também está pronto pra jogar pela França. O caso de Joakim Noah, do Chicago Bulls, ainda está em aberto. Com uma lesão não totalmente recuperada, o pivô não sabe se poderá jogar.
O EuroBasket começa no dia 31 de agosto e a França está no Grupo B, com Alemanha, Itália, Sérvia, Israel e Letônia. Os dois finalistas da competição estarão automaticamente classificados para os Jogos Olímpicos de Londres. As seleções que acabarem o torneio em terceiro, quarto, quinto e sexto lugares serão convidadas para o Pré-Olímpico Mundial, que será realizado em 2012, pouco antes da Olimpíada.
Os treinos do time francês devem começar nesta quarta, dia 20, no município francês de Pau.


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