Arquivo mensal: junho 2011
O que acompanhar na offseason
O fim da NBA marca o início da offseason, período que leva os fãs da liga americana de basquete à loucura. Não é diferente com os torcedores San Antonio Spurs. Porém, antes da largada da temporada 2011/2012, muita coisa vai acontecer – e nós, do Spurs Brasil, vamos ficar de olho em tudo para mantermos nossos leitores informados. Deste modo, uso esse espaço hoje para fazer um pequeno guia do que acompanhar nesta intertemporada. Confira a lista a seguir:

Ele agora será inimigo...
1) O Draft – 23 de junho
Acontece na próxima quinta-feira o recrutamento de calouros da NBA. O Spurs é conhecido por sempre conseguir encontrar bons talentos entre os prospectos – ou seja, essa é a primeira chance que a equipe texana terá para se reforçar antes da temporada 2011/2012. A equipe texana tem a 29ª e a 59ª escolhas, e, salvo qualquer troca, deverá ir atrás de um ala e de um jogador para o garrafão.
De olho no Draft, o Spurs Brasil começa nesta segunda-feira (20) uma série especial de posts Na Linha dos 3 sobre os jogadores que o time de San Antonio observou e pode acabar selecionando. Os três primeiros vão dividir os atletas em posições – Armadores, Posição 3 e O Garrafão – e o quarto será com nossos palpites para o evento. Não perca!
2) Europeu sub-20 B – 14 a 24 de julho
No draft de 2010, o Spurs selecionou o ala-pivô britânico Ryan Richards na 49ª escolha. Agora, a franquia texana já começou as negociações para tentar contratá-lo – ou seja, o big man pode ser o primeiro reforço desta offseason. Richards passou a última temporada recuperando-se de uma lesão no ombro – por isso, resolveu jogar o europeu sub-20 para ganhar ritmo de jogo.
A Grã-Bretanha está na divisão B do campeonato. que será disputada em Sarajevo, na Bósnia. A seleção do Reino Unido integra o grupo C, ao lado de Finlândia, Luxemburgo, Noruega, Portugal e República Tcheca.
3) FIBA Americas – 30 de agosto a 11 de setembro
A competição, que será disputada em Mar del Plata (ARG), distribuirá duas vagas para a Olimpíada de Londres-2012. Manu Ginobili e Tiago Splitter devem ser os comandantes de Argentina e Brasil, respectivamente, os dois favoritos à classificação, já que os Estados Unidos já estão classificados graças ao título Mundial. A Seleção Brasileira está no grupo A, ao lado de Canadá, Cuba, República Dominicana e Venezuela. Já os hermanos encabeçam o grupo B, e têm a companhia de Panamá, Paraguai, Porto Rico e Uruguai. Vale lembrar que o ala-pivô Matt Bonner tenta conseguir a cidadania canadense para poder jogar pela seleção local.
4) Eurobasket – 31 de agosto a 18 de setembro
A seleção francesa pretende contar com força máxima na competição, classificatória para a Olimpíada de Londres-2012. Por isso, sete jogadores da NBA apareceram em uma pré-convocação – entre eles, Tony Parker, do San Antonio Spurs. O armador ainda não sabe se vai participar do torneio – porém, se confirmar presença, será um dos principais nomes presentes na Lituânia para tentar garantir uma vaga olímpica. A França está no grupo B da competição, ao lado de Alemanha, Israel, Itália, Letônia e Sérvia. Além de Parker, a seleção conta com o também armador Nando de Colo, selecionado pelo Spurs na 53ª escolha do Draft de 2009 e outro possível reforço para a próxima temporada.
A equipe texana ainda tem os direitos sobre dois jogadores que disputarão o torneio. Robert Javtokas, 55ª escolha do Draft de 2001, estará com os donos da casa no grupo A, ao lado de Espanha, Grã-Bretanha, Polônia, Turquia e o segundo colocado da fase preeliminar, que conta com Finlândia, Hungria e Portugal. Já Viktor Sanikidze, 42ª escolha do Draft de 2004, estará com a Georgia no grupo D, que tem ainda Bélgica, Bulgária, Eslovênia, Rússia e Ucrânia.
Splitter aparece em pré-lista de Magnano

O técnico argentino Rubén Magnano, da seleção brasileira de basquete, anunciou na manhã desta sexta-feira os 20 convocados que participarão do período de preparação para o Torneio Pré-Olímpico, que será disputado em Mar Del Plata, na Argentina, de 30 de agosto a 11 de setembro.
Dentre os convocados está o pivô Tiago Splitter do San Antonio Spurs, que ainda está nos Estados Unidos com a comissão técnica da equipe texana fazendo treinamentos específicos visando a próxima temporada. Além de Splitter, todos os outros brasileiros na NBA – Leandro Barbosa, do Toronto Raptors, Anderson Varejão, do Cleveland Cavaliers e Nenê, do Denver Nuggets – foram chamados, mas enfrentam o problema do eminente locaute que pode dificultar a participação deles no torneio.
A lista final dos 12 jogadores que representarão o Brasil no Pré-Olímpico só será revelada depois que o técnico Magnano fizer suas observações finais no Torneio na Venezuela, de 05 a 07 de agosto, e na Copa Tutto Marchand, em Foz do Iguaçu, de 24 a 26 de agosto.
Confira a lista dos convocados:
Marcelinho Huertas – Armador – 28 anos – 1,90m – Caja Laboral (ESP)
Nezinho – Armador – 30 anos – 1,85m – Uniceub/BRB/Brasília
Raulzinho – Armador – 18 anos – 1,80m – Minas
Larry Taylor – Armador – 30 anos – 1,86m – Bauru*
Rafael Freire Luz – Armador – 19 anos – 1,88m – Unicaja (ESP)
Leandrinho Barbosa – Ala-armador – 28 anos – 1,92m – Toronto Raptors (CAN)
Vitor Benite – Ala-armador – 21 anos – 1,90m – Winner Limeira
Marcelinho Machado – Ala-armador – 36 anos – 2,00m – Flamengo
Alex Garcia – Ala – 31 anos – 1,91m – Uniceub/BRB/Brasília
Arthur Belchor – Ala – 29 anos – 2,00m – Uniceub/BRB/Brasília
Diego da Silva – Ala – 31 anos – 1,95m – Winner Limeira
Marquinhos – Ala – 27 anos – 2,07m – Pinheiros
Augusto Lima – Ala-pivô – 20 anos – 2,07m – Unicaja (ESP)
Douglas Nunes – Ala-pivô – 24 anos – 2,08m – Bauru
Guilherme Giovannoni – Ala-pivô – 31 anos – 2,04m – Uniceub/BRB/Brasília
Anderson Varejão – Pivô – 29 anos – 2,11m – Cleveland Cavaliers (EUA)
Caio Torres – Pivô – 25 anos – 2,11m – Flamengo
Paulão Prestes – Pivô – 23 anos – 2,10m – Unicaja (ESP)
Rafael Hettsheimeir – Pivô – 25 anos – 2,08m – CAI Zaragoza (ESP)
Nenê – Pivô – 28 anos – 2,11m – Denver Nuggets (EUA)
Tiago Splitter – Pivô – 26 anos 2,11m – San Antonio Spurs (EUA)
* Segundo a CBB, Taylor está em processo de naturalização
Lockout???

Dallas Mavericks, campeão da NBA 2010/2011. Esse foi o desfecho desta temporada, e as movimentações para a próxima já começaram. O primeiro grande evento será o Draft, no dia 23 de junho. Depois, teremos todo o trabalho da offseason, com trocas, assinaturas de contratos, liga de verão com os novatos e todos os assuntos que envolvem essa época sem vermos a bola laranja quicando nas principais quadras dos Estados Unidos.
Mas, neste ano, um assunto deve dominar todos os sites especializados na liga de basquete americana: o Lockout – locaute, em português. Trata-se de uma paralisação na qual os empregadores impedem os trabalhadores de ter acesso aos instrumentos de trabalho necessários para a sua atividade. Neste caso, por exemplo, os donos dos times da NBA impedem os jogadores de ter acesso aos locais de treinamentos e à equipe técnica, entre outras coisas. É o contrário da greve.

Duas palavras que queremos ver bem longe uma da outra
O locaute pode ser imposto a partir do dia 1° de julho, pois no dia 30 de junho vence a atual CBA da NBA. CBA é a sigla para Collective Bargaining Agreement, – no Brasil, Acordo Coletivo de Trabalho. O CBA é um contrato da liga dos 30 times com a National Basketball Players Association (NBPA), Associação dos Jogadores da NBA, que estabelece as regras que todos devem seguir. Ele estabelece os parâmetros para o teto salarial, os procedimentos pra determinar como ele é fixado, os salários mínimos e máximos, as regras para trocas e os procedimentos para o recrutamento dos atletas, entre outras centenas de detalhes que precisam ser definidos para que uma liga como a NBA funcione. Além disso, o acordo evita que a liga esteja violando regras econômicas internacionais, pois muitas práticas da NBA, como teto salarial e Draft, entre outros, poderiam violar a Lei Sherman caso o CBA não resultasse de um acordo coletivo.
Com a vigência do atual CBA – formulado em 1999 e reformado em 2005 – expirando, não há uma base legal para que os negócios na liga sejam feitos entre times e jogadores. A NBA poderia extender o acordo para a temporada 2011/2012, mas não exerceu a opção em 15 de dezembro de 2010. Entretanto, seguindo o princípio do Pacta sunt servanda (o contrato faz lei entre as partes), os atletas poderiam continuar a trabalhar, pois os contratos feitos na antiga CBA devem ser respeitados. Porém, o problema fica com a liga e com os donos das franquias, que não podem executar nenhuma ação sem ter uma base legal vigente, o que os obriga a instaurar o locaute.

Fisher é o líder dos atletas nessa negociação
Na história da NBA já aconteceram dois lockouts. O primeiro em 1995, que aconteceu após o acordo que venceu na temporada 1993/1994 e foi extendido para a 1994/1995 após os donos de times e a associação concordaram em instalar uma cláusula de “sem locaute, sem greve”. Após as finais de 1995, os dois grupos fecharam rapidamente um novo acordo. Porém, muitos jogadores, com destaque para Michael Jordan e Patrick Ewing, descontentes com alguns pontos, fizeram um movimento para que o novo contrato não fosse votado. Os donos impuseram o locaute em 1° de Julho de 1995. Alguns queriam que a associação acabasse a partir daquele momento, enquanto outros continuaram as negociações com a liga, até que, em 12 de setembro de 1995, os jogadores votaram aceitando o novo CBA. Em 1996, os donos impuseram um novo lockout, devido a um desacordo sobre a receita da transmissão de TV, mas este durou apenas poucas horas.
O maior caso aconteceu em 1998/1999. Em março de 1998, donos de equipes votaram em reabrir o acordo coletivo de trabalho ao final daquela temporada. Apesar de diversas reuniões durante o ano, as partes não entraram em acordo e, em 1° de julho de 98, os donos de times instauraram o lockout. Apenas um mês depois, eles retomaram as negociações; contudo, a batalha se iniciou nos tribunais, com a NPBA entrando com uma ação pedindo para que os contratos vigentes fossem pagos integralmente durante o locaute. Porém, a associação acabou perdendo e os jogadores não receberam durante as negociações. Em setembro de 98, a NBA cancelou todos os seus amistosos e os inícios dos treinamentos. A liga fez sua última proposta à associação no dia 27 de dezembro de 98, e uma semana depois o sindicato de jogadores enviou sua última contraproposta. Em 06 de janeiro de 1999, depois de uma longa noite negociando, o comissário da NBA David Stern e o diretor executivo da NPBA Billy Hunter assinaram o novo CBA, apenas um dia antes do prazo dado pela liga para cancelar toda a temporada. Assim, os jogadores foram obrigados a jogar de duas a três noites seguidas para que se pudesse ter uma temporada válida, ainda que reduzida a 50 jogos por equipe.
Em outras ligas de esporte americano também já ocorreu locaute. Na NHL, ele aconteceu em 1994/1995 e 2004/2005, sendo o último caso o mais grave, já que toda a temporada foi cancelada, causando um prejuízo incalculável que até hoje não conseguiu se recuperar. A NFL está em lockout, mas as negociações ainda não chegaram a prejudicar o início do campeonato.
Na NBA, dessa vez, as grandes divergências entre a NPBA e as equipes acontece na questão salarial. A liga alega que teve grandes perdas nas últimas temporadas: Stern fala em rombos na casa dos U$300 milhões, e algumas reporatagens dizem que quase metade dos times tiveram prejuízo na temporada anterior. O comissário culpa diretamente o salário dos jogadores. Os donos das equipes buscam diminuir em 30% a base salarial dos atletas. A associação dos jogadores, que é presidida pelo armador Derek Fisher, do Los Angeles Lakers, vem contestando esses números apresentados pelos donos de times, citando como exemplo as recentes compras de franquias com valores recordes, além de um grande aumento na audiência de TV e nas vendas de ingressos para as partidas. Além disso, a liga quer fechar o acordo trabalhista por 10 anos com teto salarial severo, ou seja, sem posibilidade de ultrapassá-lo e pagar luxury tax. Quer também a redução na duração dos contratos, o fim dos contratos totalmente garantidos e a elminição de várias exceções previstas na estrutura salarial – como a exceção “Larry Bird” – entre outros detalhes. Outro ponto de desacordo entre as partes, além do financeiro, é a idade mínima para um jogador ser elegível na liga.
Após a instauração do locaute, a associação pode tomar dois rumos. Eles podem continuar as negociações unidos pela NPBA, ou dissolver o sindicato e assim entrarem individualmente na justiça contra a liga, como fizeram os jogadores da NFL, alegando prática de truste pela NBA. Nos dois lockouts que já aconteceu, essa última possibilidade foi proposta, contudo os jogadores prefiriram se manter na associação.

Será que veremos Splitter com a camisa do Brasil nesta offseason?
Na caso das seleções nacionais, o grande problema está na questão do seguro. No locaute de 1998/1999, os Estados Unidos participaram do Mundial de 98, na Grécia, com uma equipe formada por jogadores universitários e que atuavam em ligas menores no país ou na Europa. O problema é que, durante o lockout, os contratos ficam suspensos – sem a garantia de pagamento dos salários em caso de lesão, as federações nacionais precisam fazer seguros mais amplos, diferente dos seguros normalmente contratados, que cobrem apenas alguns tipos de lesão e giram em torno de 3 a 11 mil doláres, dependendo do contrato do jogador. Os seguros que terão de ser feitos em caso de locaute cobrem qualquer tipo de lesão sofrida, e podem chegar a custar 100 vezes o valor dos mais simples.
Sobre a possibilidade de jogadores sob contrato jogarem em outras ligas, para isso teriam que conseguir uma liberação especial da FIBA ou uma autorização da sua franquia, pois mesmo com seus contratos suspensos eles ainda estão ligados à sua equipe da NBA. No momento que acabasse o locaute, o atleta teria que se apresentar imediatamente à sua equipe da NBA.
Espero que, com este artigo, eu possa ter tirado algumas dúvidas que pairam no ar sobre a possibilidade do locaute nesta temporada. Se tiverem perguntas, podem usar nossa caixa de comentários para fazê-las.
Spurs está de olho em Garrett Williamson


Williamson passou pelo Toros antes de jogar no 66ers (foto em nba.com/dleague)
O Spurs continua procurando talentos na D-League, a liga de desenvolvimento da NBA. Depois de trabalhar com Leo Lyons e Lance Thomas – alas titulares do Austin Toros, equipe filiada à franquia texana – a comissão técnica do time de San Antonio convidou o ala-armador Garrett Williamson para um período de treinamentos.
Williamson disputou 21 jogos da última temporada pelo Tulsa 66ers – quatro como titular – e anotou médias de 3,8 pontos (42,9% FG, 16,7% 3PT, 50% FT), 1,8 assistências e 1,2 rebotes em 15,1 minutos por exibição. Nos playoffs, entrou em quadra em quatro oportunidades – três como titular – e apresentou médias de 5,3 pontos (57,1% FG, 50% 3PT, 66,7% FT), 1,8 rebotes e uma assistência em 20,3 minutos por partida.
Antes de se transferir para o 66ers, Williamson chegou a atuar pelo Toros, franquia que originalmente o draftou. Em nove jogos pela equipe texana – três como titular – o jogador anotou em média 6,6 pontos (44,7% FG, 20% 3PT, 77,4% FT), 2,1 rebotes e duas assistências em 21,4 minutos por exibiçao.
E mais…
Parker é pré-convocado para a seleção francesa
Jogador do San Antonio Spurs, Tony Parker apareceu em uma pré-convocação da seleção francesa para o pré-olímpico europeu de basquete. O atleta não deu certeza quanto a sua participação no torneio. Além do armador, mais seis jogadores da NBA aparecem na lista: Mickeal Pietrus, Nicolas Batum, Boris Diaw, Kevin Seraphin, Ronny Turiaf e Joakim Noah. Quem também está na relação é Nando de Colo, armador do Valencia que tem os direitos vinculados ao Spurs.
Parker diz que não joga sem seguro pela França

O alto valor dos seguros a serem pagos pelas federações nacionais pode deixar vários jogadores da NBA fora das competições classificatórias para os Jogos Olímpicos, dentre eles o francês Tony Parker. Com o vencimento do acordo coletivo entre NBA e Associação dos Jogadores da NBA, no dia 30 de junho, o seguro que a FIBA exige que seja pago pelas federações será muito mais caro pela falta de um contrato vigente, pois tem de cobrir todo tipo de lesão que eles possam sofrer durante os torneios.
Segundo reportagem do USA Today, a Federação Francesa de Basquete já descobriu que os seguros para cinco jogadores da NBA, incluindo Parker, Joakim Noah, do Chicago Bulls, e Boris Diaw, do Charlotte Bobcats, deve passar dos U$2,9 milhões para o Eurobasket. As seleções européias têm trabalhado com a FIBA Europa para encontrar um preço mais acessível.
Sem um seguro com preço razoável, Parker disse que não jogará.
“Com otimismo, eles vão achar algo que nos permita jogar, porque obviamente de outra forma será difícil assumir o risco,” disse Parker. “Sem seguro, obviamente o Spurs é minha prioridade”, completou.
Mesmo com as dificuldades com o seguro, Parker disse que espera jogar pela sua seleção.
“Jogar com a equipe nacional é sempre algo que quero fazer,” disse Parker. “Eu nunca estive numa Olimpíada. Em conversas com Manu, eu sei que é uma grande experiência. Com otimismo, podemos nos qualificar”, declarou.


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